quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

JOÃO BATISTA MACHADO E SUA ESPOSA AMÉLIA DE CÂNDIDA DE CASTRO.

10 de novembro de 1858


João Batista Machado e sua esposa Amélia de Cândida de Castro
10 de novembro de 1858
Foto enviada por Patrícia Marcelino Mota

PRAÇA RUI BARBOSA - UBERABA

Praça Rui Barbosa - Década: 1960

Foto: Autoria desconhecida
“É o mais antigo logradouro público de Uberaba, pois, foi na sua parte inferior que se começou a edificação do primeiro prédio que Uberaba teve. Dele partem as seguintes ruas, a saber, canto inferior direito, a Coronel Manuel Borges; centro, a Artur Machado. Esquerda, a Vigário Silva, lado sul, ao meio, a rua de Santo Antônio. Canto superior direito, a rua Olegário Maciel e superior esquerdo, a rua Tristão de Castro; lado norte, no meio, a rua São Sebastião. É inteiramente calçada a paralelepípedos e com luxuoso jardim à frente da Catedral do Bispado. Nos alinhamentos em diferentes lugares ficam o Paço Municipal, hoje Prefeitura, o Teatro São Luís e custosos prédios particulares. Primitivamente chamava-se ‘Largo’, mais tarde ‘Largo da Matriz Nova’, ‘Largo da Matriz’, praça ‘Afonso Pena’ (1894-1916) e finalmente praça Rui Barbosa.” (PONTES, 1970, p.287).

REUNIÃO DO ROTARY CLUB DE UBERABA

Ano 1963

Reunião do Rotary Club de Uberaba
Santos Guido, Dr. Alfredo Sabino, Dr. José Mendonça
e Dr. Odilon Fernandes 
Fonte: Casa do Cinza

UBERABA A CAPITAL DA FOLIA DE REIS

Folias de Reis

A tradição das Folias remonta ao nascimento de Cristo, quando Baltazar, Gaspar e Melchior, conhecidos como os Três Reis Magos, ofereceram a Jesus: extrato de mirra, uma planta usada como remédio e muito perfumada; ouro, símbolo da riqueza, e insenso, que expressa o desapego, a humildade e a esperança.
O objetivo do cortejo é reproduzir a viagem dos Magos a Belém, ao encontro do Filho de Deus. Geralmente, ele é o resultado de uma promessa, na qual o folião, para obter a graça, se compromete a organizá-lo.
Os foliões reúnem-se nas vésperas de Natal, rezam, cantam ladainhas e oram diante do presépio. Depois de abençoada a bandeira, iniciam a peregrinação que dura até o dia 06 de janeiro, dia de Reis.
Foto: Autoria desconhecida
(Arquivo Público de Uberaba)

RUA ARTUR MACHADO - UBERABA

     Rua Artur Machado, em 1948 -   Fotógrafo Henriot Cherulli


Antiga rua do Comércio, Rua Baixa, Rua do Centro e Rua do Fogo.

“Os dois primeiros nomes tinham razão de ser, porquanto mesmo naquela época já era centro, como também era e é a rua mais baixa da cidade. Rua do Fogo, dizem, provinha de que um dos seus primeiros moradores era ferreiro e na sua ‘tenda’ nunca faltava fogo, onde os vizinhos e moradores iam ‘buscar fogo’. Naquele tempo em que não havia fósforos era um achado.

A Rua do Comércio ia da praça da Matriz até a Rua Padre Zeferino. Com a vinda da Mojiana é que foi prolongada até onde é atualmente.” (Mendonça,2008)

Foto doada por Ângela Beatriz Borges Cherulli Filassi do acervo de Marco Antônio Borges Cherulli, de autoria do fotógrafo Henriot Cherulli.

(Arquivo Público de Uberaba)

VISTA PARCIAL DA PRAÇA RUI BARBOSA - UBERABA

Década de 70.


Vista parcial da Praça Rui Barbosa

Foto: Autoria desconhecida

Foto: Arquivo Público de Uberaba


Cidade de Uberaba

terça-feira, 3 de janeiro de 2017

AVENIDA DOUTOR FIDÉLIS REIS - UBERABA

Avenida Doutor Fidélis Reis - Antiga Avenida Brasil


A Avenida Doutor Fidélis Reis começa na Praça Henrique Kruger e termina na Rua Azevedo Costa. A Portaria nº. 301, de 18 de janeiro de 1945, aprovou a sua construção.


Ano: 1949


Foto: Autoria desconhecida


Avenida Doutor Fidélis Reis – Trecho a partir da Praça Henrique Krüger – À esquerda terreno onde se localiza, atualmente, o prédio dos Correios. À direita, a Praça Henrique Krüger .


Arquivo Público de Uberaba

PRESENTE DE ANO NOVO (LEONEL VARANDA/CINEMATECA BRASILEIRA – 2016)



Encontro com Roberto Carlos. Nas distribuições na periferia de Uberaba com Guiomar Albanesi, Eurípedes Higino, Carlos Antônio Baccelli, Weaker Batista, Iolanda Cezar. Eventos públicos com Oswaldo Godoy Bueno, Marlene Nobre, Dr Freitas Nobre, e outros amigos que contamos com vossa ajuda para identificar...

Excertos de entrevistas:

1) Maior emoção: reencontro com sua Mãe desencarnada

2) Sistema de compreensão humana e entendimento fraterno para atenuar os conflitos; Guerra é soma nefasta do ódio, ressentimentos, aversões que cultivamos na intimidade doméstica e que vão para vida pública. Amor com Jesus poderá nos livrar dessa calamidade

3) Discrição de Chico ao dizer que sua mediunidade não tem capacidade para a interpretação do Apocalipse, esse grande documentário do Apóstolo João Evangelista...


Créditos: direitos autorais da Cinemateca de São Paulo adquiridos por Leonel Varanda, filho de Dr Jarbas Leone Varanda, querido amigo de Chico Xavier. Agradecimentos a Leonel Varanda e seu sobrinho Roberto Salgado Gonçalves Filho Lar Espírita Jarbas Leone Varanda

FERNANDO VANNUCCI, FOI, SEM MEDO DE ERRAR, O MAIS CORRETO, SIMPÁTICO E POPULAR APRESENTADOR DA TV BRASILEIRA



Fernando Vannucci, foi, sem medo de errar, o mais correto, simpático e popular apresentador da TV brasileira. Nasceu em Uberaba como Fernando Antônio Vannucci Braz, filho de Sherlock Holmes Braz e Célia Vannucci e um único irmão, Sebastião Braz Neto(Netinho). Garoto, aos 14 anos, gravador em punho, presente do seu tio Wagner, “cobria” os trinos do USC, Nacional e Independente, times da cidade. Orgulho-me ter sido seu “pai artístico”. Voz bonita, presença idem, versátil, “antenado” em esporte, levei-o para a PRE-5 e depois a “7 Colinas”. Além do esporte era vidrado em música jovem e campeão em audiência onde apresentou programa. De Uberaba para BH, Rádio Inconfidência, foi um pulo. Sucesso ampliado. A Globo-Minas, de “olho” no garoto. Sucesso novamente. Etapa maior:Rio de Janeiro, Rede Globo. O Brasil passou a admirá-lo. “Globo Esporte”, “Esporte Espetacular”, “Fantástico”, Copas do Mundo, Olimpíadas e narrador, imbatível, até hoje, dos desfiles carnavalescos da “Sapucaí”. A Globo nunca mais encontrou profissional melhor que ele. Botafoguense de dar “cambalhota” com as vitórias do “Fogão” (como eu). Foi a herança maior que o pai lhe deixou. Lembrando Sherlock, foi excelente jogador dos times locais e fama de nunca ter “perdido” a cobrança de penalty. Surdo como uma porta, não ouvia o xingatório da torcida e convertia todas as cobranças. Adorava uma pescaria e tinha rancho no rio Grande. Seu final de semana era numa canoa, navegando rio acima, rio abaixo, com caniço e samburá.Num desses finais de semana, tempo chuvoso, água turva, Sherlock, enfrenta a maré.Peixe que é bom, nada.Tarde indo embora, noite chegando.”apoita” a canoa, cansado.Os “rancheiros”,da.Fia e Tonico, com o jantar pronto.Arroz, feijão pagão e lingüiça, bem apimentada. Surdo, Sherlock, conversa com o casal e mistura família com pescaria. O “papo” mantido entre ele foi sensacional. Acompanhe:


-“Seo” Sherlock, quantos filhos ?


Ele não ouve bem e pede para repetir:


-Quantos filhos?”


Ele responde secamente:


-“Dois”.


-“Cumé que ele chamam?”Sherlock entende mais ou menos e responde:


“- um é bagre e o outro é um piauzinho pequeno”.


O casal a custo conteve o riso e insistiu:


-“E a dona Célia, como vai?”


-“Num ta boa, virou corredeira e ta bem suja”.


O casal desistiu da prosa e foi dormir.


Abraços “peixeiros” do “Marquez do Cassú”. Luiz Gonzaga de Oliveira


Em 1969, Ricardo Prieto fotografava, no Boulanger Pucci, Fernando Vanucci, da Rádio Sete Colinas, entrevistando o radialista Pedro Luiz, conhecido como “o maior narrador do Brasil”, antes do jogo Uberaba Sport e Fluminense, de Araguari. No centro, de óculos escuros, o jornalista Luiz Gonzaga de Oliveira e, semi-encoberto por Vanucci, o presidente do Uberaba Sport, René Barsan (Foto do Arquivo V&V).




Luiz Gonzaga de Oliveira

TORRES HOMEM RODRIGUES DA CUNHA

Torres Homem Rodrigues da Cunha


Torres Homem Rodrigues da Cunha, um dos maiores importadores brasileiros de Nelore.


Ano de 1914, na Fazenda Macega em Uberaba/MG, o pecuarista Vicente Rodrigues da Cunha deu início à criação que é hoje o importante rebanho da marca com as iniciais de seu nome – a VR. O núcleo primário deste plantel foi constituído por 16 novilhas, adquiridas de Hipólito Rodrigues da Cunha. Um dos motivos fundamentais de sucesso foi buscar o aperfeiçoamento racial e genético contínuo de animais de origem zebuína indiana que comprovassem sua procedência genealógica.


Durante grande parte de sua trajetória, a VR foi administrada pelo filho de Vicente, o pecuarista Torres Homem Rodrigues da Cunha, que aprimorou a qualidade do rebanho até seu falecimento em 2010. Um dos momentos cruciais para alavancar a investida dera-se na década de 1930, onde foram adquiridos numa única compra 600 matrizes de Nelore do rebanho de Geraldino Rodrigues da Cunha, proprietário naquela ocasião da marca 22. Esses animais iriam abastecer a Fazenda Pontal do Corumbaíba, recém-comprada por Vicentino Rodrigues da Cunha em Goiás. Além desses, foram adquiridos outros seis exemplares, de uma fazenda de criação em Dores do Campo Florido, propriedade de José Pedro Dirceu.


Fonte: Museu do Zebu

NO BRASIL AS LOCOMOTIVAS A VAPOR RECEBERAM O APELIDO DE “MARIA-FUMAÇA” EM VIRTUDE DA DENSA NUVEM DE VAPOR E FULIGEM EXPELIDA POR SUA CHAMINÉ - UBERABA

“Maria-Fumaça” Ano 1915


No Brasil as locomotivas a vapor receberam o apelido de “Maria-Fumaça” em virtude da densa nuvem de vapor e fuligem expelida por sua chaminé

Esta é a Mogiana, uma”Maria-Fumaça” que passava pela linha do Catalão, construída entre 1888 e 1889. Essa foto foi tirada em 1915 e registra o momento de sua passagem por Uberaba. A linha percorria boa parte do estado mineiro até Goiânia.


Arquivo Público de Uberaba

FOLIA DE REIS EM UBERABA É UMA TRADIÇÃO

Folia de Reis


“A tradição das Folias remonta ao nascimento de Cristo, quando Baltazar, Gaspar e Melchior, conhecidos como os Três Reis Magos, ofereceram a Jesus: extrato de mirra, uma planta usada como remédio e muito perfumada; ouro, símbolo da riqueza, e incenso, que expressa o desapego, a humildade e a esperança.

O objetivo do cortejo é reproduzir a viagem dos Magos a Belém, ao encontro do Filho de Deus. Geralmente, ele é o resultado de uma promessa, na qual o folião, para obter a graça, se compromete a organizá-lo.

Os foliões reúnem-se nas vésperas de Natal, rezam, cantam ladainhas e oram diante do presépio. Depois de abençoada a bandeira, iniciam a peregrinação que dura até o dia 06 de janeiro, dia de Reis.”


Arquivo Público de Uberaba

FOTO DE FOLIA DE REIS EM UBERABA

Ano 1980


[..]os foliões reúnem-se nas vésperas de Natal, rezam, cantam ladainhas e oram diante do presépio. Depois de abençoada a bandeira, iniciam a peregrinação que dura até o dia 06 de janeiro, dia de Reis.”


Arquivo Público de Uberaba.

IRMÃ ANTONIA A. SILVA REIS (D. TININHA COMO ERA CONHECIDA)

D.Tininha


DESENCARNAÇÃO:


Retornou ao Mundo Espíritual, aos 89 anos, nossa querida e estimada irmã ANTONIA A. SILVA REIS (D. TININHA como era conhecida) dedicada tarefeira das lides espíritas de nossa cidade.Foi presidente por vários anos do CENTRO ESPÍRITA “ANDRÉ LUIZ” ,seguindo os passos de sua irmã fundadora daquele templo de oração a inesquecível D. HORIZONTA LEMOS, participando de várias obras de assistência fraterna , sempre gentil, amorosa , acolhedora , abraçando com generosidade a todos como irmãos e amigos. Casada com o Dr. Otoniel Reis (falecido) deixa 05 filhos e vários netos.

*A querida amiga TININHA , nossa gratidão pela grande parcela de trabalho que dela recebemos. Que JESUS a abençoe e a envolva em doces eflúvios de luz e paz.O nosso abraço fraterno aos seus familiares e tarefeiros do Centro E. “André Luiz”.

DR.EDELWEISS TEIXEIRA



Médico, odontólogo, folclorista e historiador, Edelweiss nasce…Dr.Edelweiss Teixeira, um ícone da cultura regional do Triângulo Mineiro.

Um dos maiores expoentes da área cultural, Edelweiss Teixeira. Médico, odontólogo, folclorista e historiador, Edelweiss nasceu em Pouso Alegre (MG), em 1909, e faleceu em Uberaba em 2 de novembro de 1986.

Vídeo documentário produzido por Felipe Teixeira.


AO LONGO DOS TRILHOS DA MOGIANA ESTRADAS DE FERRO - UBERABA

História simplória. Ingênua, mas, verdadeira. Sem mentirinha. Ao longo dos trilhos da Mogiana Estradas de Ferro, ao lado das estações, instalaram-se povoados. Indo prá Uberlândia as mais conhecidas eram a da Mangabeira, Palestina e Itiguapira. Do lado de Conquista eram Calafate, Engenheiro Lisboa e Guaxima. No futebol de “roça”, a rivalidade maior era entre Mangabeira e Guaxima. Na Mangabeira, quem mandava era a família dos Abdalla, comandada pelo saudoso Habib. Na Guaxima, o “chefão” era o sempre lembrado “seo” Artur Magnino. Quando os dois times jogavam “o pau comia solto”. Um verdadeiro “pega prá capar”. Depois do 1×1, em “casa”, Mangabeira foi retribuir a visita. Artêmio Batista, funcionário da Mogiana. Presidente do time , “alegando estar adoentado”, não acompanhou a delegação. Função dupla para Nicodemus Pereira, técnico da equipe. Combinaram, presidente e treinador que, tão logo o jogo terminasse, via telegrafo da Mogiana, daria detalhes da partida. O telegrama, bem ao estilo sertanejo, foi antológico. Nem Guimarães Rosa, descreveria tão bem. Leia:
-“Artêmio, viajemo.Cheguemo. Descansemo. Almocemo. Joguemo. Campo pequeno, desgramado, sofremo. Jogo duro, mas esforcemo e corremo. Lá atrás, defendemo.No meio campo, organizemo. Na frente, ataquemo. O gol bem que tentemo. Botinada levemo e também demo. Os 90 minutos, aguentemo. Muita canelada dos dois lados, enfrentemo. O juiz, mais ou meno. Ainda que bem que não machuquemo. Num ganhemo, nem perdemo. Empatemo. Com o 0x0, satisfizemo. Sem provocação deles, não briguemo. No final, nois se abracemo e o clima ficou ameno. Escaparam todos, se salvemo. Daqui a pouco nois retornemo. Abraços do Nicodemo”.


Luiz Gonzaga de Oliveira

6 DE JANEIRO, DIA CONSAGRADO AOS SANTOS REIS MAGOS.

6 de janeiro, dia consagrado aos Santos Reis Magos. Para os cristãos, o nascimento de Jesus é visto em duas oportunidades e duas imagens; uma, a 25 de dezembro, a do boi e do burro no presépio e, em 6 de janeiro a dos três reis magos diante do menino Jesus. Por mais que se procure nos Evangelhos, não se encontra nem boi, nem burro. Quanto aos magos, só um evangelista, São Mateus, ouviu falar deles: “Naquele tempo, magos vindos do Oriente, chegaram a Jerusalém, perguntando: onde está o rei dos judeus que acabou de nascer?” Mateus não sabia o nome desses três reis magos. Há milênios sabemos tratar-se , apesar da cor, de três irmãos que reinavam sobre a metade do mundo. Belchior, governava os persas;Baltazar, os indianos e Gaspar, os árabes. No dia que ficaram sabendo do nascimento de Jesus, faziam uma refeição em família, combinaram e iniciaram juntos a viagem para Belém. Os nomes dos reis magos, a presença de animais no estábulo, confirmavam a profecia de Isaias: “ o boi reconhecerá seu mestre e o burro, a manjedoura onde o Seu Senhor repousa”. Essas figuras universais do culto cristão, tem alguns textos rejeitados pela Igreja , inclusive suspeitos e herejes. Os presentes levados por eles a Jesus, ouro, incenso e mirra, retratam o quanto queriam agradar ao Menino Deus. Lembro-lhes essa data tão importante no calendário cristão e digo-lhes que em Uberaba é sempre bem comemorada graças ao trabalho desenvolvido, mais de 50 anos, pela dupla Toninho e Marieta, de saudosa memória. No rádio, TV, circos e outros locais públicos, não deixou de referendar essa magna manifestação popular-religiosa através da Folia de Reis, com belíssimos cânticos anunciando o nascimento do Menino Deus.Em Uberaba, são quase 200 companhias. Permito-me lembrar da “Folia do Sebastião Mapuaba”, clã tradicional do bairro das Mercês, lembrando-lhes que o velho Mapuaba, sabia de cor e salteado, os mais de 100 versos que compõe o rito musical da folia. Outro grupo tradicional foi a “Folia do Labibe”. Ao registrar as 2 mais conhecidas, homenageio os demais grupos. Quando ouvir o cantarolar de vozes dolentes. O repicar do pandeiro. O dedilhar da viola e a marcação da “caixa”. Lembrem-se que uma “Folia de Reis”,. e Está chegando à sua casa. Beija a bandeira e agradeça o nascimento do Salvador da Humanidade !


Luiz Gonzaga de Oliveira

DR. RANDOLFO BORGES JR. DEVIA TER UM BUSTO EM PRAÇA DE UBERABA

Dr. Randolfo Borges Jr. Devia ter um busto em praça de Uberaba. Infelizmente só tem nome de avenida na periferia da cidade. Uma pena! Fez da medicina, sacerdócio, o autêntico “médico da família”. Cardiologista emérito, professor de muitos professores. Na pecuária, origem das suas origens, um rebanho da melhor genética da raça zebuína. Na política, íntegro. Tanto como vice, quanto prefeito, nunca, em tempo algum, roubou dinheiro dos cofres públicos como os políticos de hoje. Honesto? Demais da conta no dizer de nós mineiros…Descendente dos “Borges” de Uberaba, sempre foi firme nas atitudes, franco nas palavras, correto nos negócios, leal com os companheiros e amigos. Filho, marido e pai, exemplar. Irreverente, não tolerava, mesuras, frescuras e outras “uras”. Conto outra do dr. Randolfo e que se tornou famosa na cidade. Seguinte:
Altas horas da noite, toca o telefone na sua casa. Pedido, quase clemência, que atendesse uma idosa em grave estado de saúde. Ele veste a roupa, coloca o jaleco e, em poucos minutos, bate à porta da residência da paciente. Solícita, a empregada atende. Ele, valise de médico à mão, adentra pela sala. A empregada barra-lhe a passagem. Em tom fidalgo, pergunta-lhe toda faceira: – “A quem devo anunciar a visita a minha patroa?” . Rosto amarrado, fisionomia carrancuda, solta a frase fatídica: – “Diga-lhe que o doutor bosta!”Deu meia volta e batia em retirada quando a filha da paciente, a muito custo, demoveu-lhe do desejo de ir embora e atendesse a velha senhora…


Luiz Gonzaga de Oliveira

O FATO ACONTECEU NO ÚLTIMO DIA DO ANO DE 70. ERA COSTUMEIRA A PRESENÇA DOS “3 MOSQUETEIROS, QUE ERAM QUATRO, NO “BURACO DA ONÇA”

O fato aconteceu no último dia do ano de 70. Era costumeira a presença dos “3 mosqueteiros, que eram quatro, no “Buraco da Onça”, bar tradicional da Leopoldino, ao lado do cine “Metrópole”. O dono, Romeu Ribeiro, pai do Cebolinha, Didi e Paulinho Churanha, era o típico dono de bar…”Xis”, “Ipisilon”, “Zê” e o “Novesfora”, eram assíduos frequentadores. Figuras conhecidas da sociedade uberabense, executivos bem sucedidos, filhos de fazendeiros, formavam a “roda”. Não dispensavam a cervejinha do sábado, mormente “aquele”, do último dia do ano… Antes do meio dia, um deles deu a “dica”: -Chegou menina nova no puteiro da Deide”. Foi a senha. –“Vamos dar uma chegadinha lá”?. Aquiescência geral.. Foram e gostaram. Lá pelas tantas, olharam no relógio: 5 da tarde! Angustiados, os 4 amigos, começaram a bolar a desculpa que dariam em casa pelo atraso. O “Zê”, o mais folgado deles, foi logo dizendo. “seja o que Deus quiser”… Em lá chegando, desconfiado, viu a mulher bordando pano de prato, assistindo o programa do Antônio Augusto, na falecida TV-Uberaba, sentadinha no sofá. Deu-lhe um beijinho de longe, tratou de deitar ao seu lado, colocando a cabeça no seu colo. Ela, quieta, calada, entretida no bordão. Quis acariciá-la. Sem reação. Passou-lhe a mão no rosto, ela, impávida. De repente, não mais que de repente, ela abaixou-se. Ombro no rosto do marido, desceu até a camisa, colocou a mão no nariz e, voz firme, como ele nunca havia visto antes, falou maus alto que de costume:

-“Hummm! Ocê ta numa catiiiiiinga de rapariga! Vai tomar banho, vai.”

Ele deu salto mortal do sofá e, em segundos, entrou no banheiro onde permaneceu por mais de meia hora. À noite, a mulher com os filhos, foram para o “réveillon” do Jockey Club, na praça Rui Barbosa. Ele, coitado, foi dormir no quarto de hóspede, pois a casa era grande…


Luiz Gonzaga de Oliveira

O FATO QUE VOU NARRAR, ACONTECEU NUMA ANTE VÉSPERA DE FIM DE ANO. 74|75, POR AÍ. LOCAL: BAR “TIP-TOP”

O fato que vou narrar, aconteceu numa ante véspera de fim de ano. 74|75, por aí. Local: bar “Tip-Top”,um dos mais tradicionais de Uberaba em todos os tempos, ficava no prédio da ACIU, na Leopoldino de Oliveira, quase ao lado do saudoso Grande Hotel. Ponto obrigatório dos uberabenses, o “Tip-Top”, abrigava também tipos populares. Um ficou famoso no “pedaço”: baixinho, falante, roupa limpa, embora não fosse muito amante de um bom banho, bebia como gente grande. Mãe, servente do “Grupo Brasil”. O pai, coitado, morreu cedo. Nasceu José Antônio Costa, “Totinho”, o apelido, pegou como visgo. Ligado aos meios de comunicação, os amigos eram da área. Trabalhou em rádio, depois TV, era um “faz tudo”. Baixinho de tambor grande, “Totinho” era bom de copo. Cerveja, uísque, cachaça, vinho, vodca, conhaque, rabo de galo, o que viesse, traça. Só não bebia “chumbo derretido”, avisava.

No pré-reveillon, sozinho, entrou no “Tip-Top”. Mais “prá lá do que prá cá”. O sempre lembrado, Quinzinho Maia, dono do bar, depois de um dia-noite estafante, fecha a casa e vai para o seu merecido descanso. 2 da manhã, tilinta o telefone na cabeceira da cama do Quinzinho. Sonolento, atende:- Alô”. Do outro lado da linha, uma voz pergunta:- “Aqui é o Totinho. A que horas V. vai abrir o bar amanhã?” Quinzinho, desesperou: -“Ah! Não Totinho, me amolando às 2 da manhã”…

Puft..bate o telefone e vira pro canto, “morto” de sono. 4 da madrugada, o telefone toca novamente. Desconfiado, Quinzinho, sai nos berros:-“Alô, não vai falar que é o Totinho novamente…”Era e pergunta, voz suplicante:- “Quinzinho, por favor, a que horas V. vai abrir o bar?”. Quinzinho, solta uma saraivada de palavrões e desliga o telefone. 7 da manhã, banho tomado, barba feita, café na mesa, toca o telefone. Mais calmo, atende:-“alô”. Voz rouquenha do outro lado:- “Quinzinho, me desculpe, a que horas V. vai abrir o bar?”. Segurando o riso, não se furta á clássica pergunta:”Totinho, não é possível. 7 da manhã e já querendo tomar a primeira do dia, faça-me o favor”…

Veio então a grande resposta- surpresa do Totinho:-“Não Quinzinho, não é isso não. Eu dormi debaixo da mesa, quando acordei, V. já tinha fechado o bar. Eu só quero ir embora prá casa”…
Quinzinho, correu pro “Tip-Top”, soltou o Totinho que, aliviado do susto que passou, correu prá casa para curtir a ressaca…


Luiz Gonzaga de Oliveira

ESSA HISTORINHA ACONTECEU NO FINAL DA DÉCADA DE 50, NUMA ANTEVÉSPERA DO NATAL. PERSONAGENS QUERIDAS E MUITO CONHECIDAS NA CIDADE. OTO SABINO ARAÚJO JR.(OTINHO),

Essa historinha aconteceu no final da década de 50, numa antevéspera do Natal. Personagens queridas e muito conhecidas na cidade. Oto Sabino Araújo Jr.(Otinho), tinha barbearia no início da Artur Machado, hoje, calçadão. Mulherengo inveterado, adorava a noite. Tinha “rapariga por conta” na rua S.Miguel, a Abadia. Morena bonita, magra, cabelos longos e “corpo de violão”. Otinho era o “coronel” e “bancava” a moça na pensão da Negrinha. Casado, raramente dormia a noite inteira na “zona”. Leite Neto, um dos melhores narradores do rádio esportivo brasileiro, fazia sucesso na saudosa P.R.E.-5. Altão, cabelos crespos, porte atlético, sempre bem vestido, também gostava da boemia. Enamorou-se da Abadia, mesmo sabendo que ela “era” do Otinho. O sempre lembrado e folclórico Nenê Mamá, diretor do USC. Amigo de Otinho, “andava” com a “Nenenzão”, mulata de 2 metros de altura, amiga da Abadiinha, como gostava de ser chamada. “Nenenzão” deu a “senha” para Nenê, que logo alertou Otinho. – “Tem boi na linha. Fica de olho, amigão.” Na semana seguinte, Otinho resolveu dormir com a Abadiinha, pois a família tinha viajado…

Leite Neto, o “gigolô”, não sabia. Como sempre fazia, naquela noite esperou que o “coronel” fosse embora. 3 da manhã, nada. Deu 4, 4 e meia, entrou em desespero. Na rua, chuva fina e o frio chegando e ele ali na marquise do Cassino Brasil. Na esquina da praça Frei Eugênio, Shin recolhia as últimas mesas, enquanto o cunhado Antônio, fazia o “caixa” da noite movimentada do “Tabu”. Sem chance do Otinho ir embora. Leite Neto, criou coragem:-“vou resolver essa parada agora”, pensou. Entrou na casa da Negrinha e começou a bater na porta. –“Abadiinha, Abadiinha, sou eu, o Leite, abra por favor, estou com frio”. Otinho acordado e a mulher apavorada.-“Será que ele tem arma? Revólver? Faca? E o Leite Neto, quase esmurrando a porta. –“Abadiinha, abra pelo amor de Deus”, dizia com voz suplicante: “é o Leite”. Abadiinha, tremendo de medo, volta perguntar: ”quem é?” . Do lado de fora, voz grossa e forte: “É o Leite”. Otinho, sarcasticamente, responde: -“Deixa só um litro. Depois do Natal, vem buscar o dinheiro”…


Luiz Gonzaga de Oliveira

JOSÉ WILSON PRATA, ERA SEU NOME DE BATISMO

Pratinha


José Wilson Prata, era seu nome de batismo. Até os amigos , com dificuldade, sabiam seu nome. Só diminutivo era conhecido: Pratinha. Doce e simpática figura que já viajou para o outro plano, deixando um vácuo de saudade naqueles que com ele, conviveram. Trabalhador. Sério, honesto, era um fazendeiro bem sucedido. Só não tinha tamanho, no máximo, 1,50 cm. E olhe lá.. Grande era seu coração que suplantava em bondade e dedicação, a falta que o físico não lhe dera.

Solteirão convicto, amava a noite. Frequentador assíduo das casas noturnas, prostíbulos de “primeira”, onde tinha mulher bonita, lá estava o “Pratinha”.”Grana” no bolso, coração inundado de amor, sempre foi muito querido nas rodas boêmias da cidade. Certa noite, depois de visitar todas as casas da rua São Miguel, resolveu dar uma “passada” na casa da Dalila, na praça Frei Eugênio. Papo vai, papo vem, a Dalila encantou-se com a delicadeza do Pratinha. Passou a acariciá-lo com gosto. De repente, colocou-o no colo. Ele, com 50 kilos e ela, só de bunda, em torno de 150… Foram para o quarto. Nem a diferença de peso, intimidou Pratinha.Ele, excitadíssimo. Ela, mais ainda. Nem perceberam que a porta do quarto ficara semi-aberta… Dalila tirou a roupa. Seios avantajados e bunda maior ainda. Pratinha, nem por isso, amedrontou. Ficou peladão. Quando estavam chegando no “quase”, um gaiato que havia chegado na casa, porta entreaberta, grita espantado:


-“Gente, acode, a Dalila ta parindo um menino..


Desnecessário lembrar que a noticia correu solta na cidade…






Luiz Gonzaga de Oliveira

FAMÍLIA ZAIDAN

Elias Zaidan, era uma doce criatura. Dessas que não se esquece jamais. Corpo delgado e um gordo coração.Topete escuro na mocidade, viu chegar ao passar dos anos, rarear a cabeleira e a calvície, herança de família.Elias, nunca abdicou do vasto bigode que vivia a cofiar. Notívago no mais alto teor, amava a noite, a lua, as estrelas, a madrugada. Fosse feminino, Elias adorava. “Neca” do masculino, sol, mormaço, calor, detestava. Solteirão convicto. Apesar das escapadelas ) e que escapadelas!), nunca se comprometeu, seriamente, com “elas”. Fumante inveterado, alérgico ao álcool, o “dia” era para dormir. A noite para passear, andar, conversar, namorar, jogar cartas. Só fazia coisas que gostava.
A família Zaidan veio para Uberaba em 1944, atraída pela “onda” do zebu. Antes, uma pequena passagem por São Benedito da Cachoeirinha e, depois, para a inesquecível Ituverava, até hoje, a”!menina dos olhos “ de toda a família. Em Uberaba, morando na rua Vigário Silva,o casal Habib e Salma, reuniu os filhos, Salim, João, Elias, Jorge,Farah e Ramza, a única mulher. Na sala de jantar fez a advertência que os “meninos” nunca esqueceram:
-“Filhos meus”, disse em ar solene, gestos, palavras e a milenar sabedoria árabe, “estamos chegando em terra estranha, todo cuidado é pouco. Não quero vocês envolvidos em discussões estéreis. Uberaba é uma cidade de muita tradição, onde todas as famílias são parentes. Rodrigues da Cunha é primo de Borges. Borges é cunhado de Prata.Prata é casado com Cruvinel. Cruvinel é concunhado de Sabino. Sabino é primo-irmão de Freitas. Freitas é afilhado dos Cunha. Cunha faz parte dos Machado.Machado é primo dos Bento. Bento tem filho casado com Rodrigues da Cunha e com os Borges.Filhas dos Borges são casadas com os Castro. Castro é aparentado dos Domingos. Domingos que tem cunhado nos Rezende.Rezende, é sogro dos Assunçao que vieram do Prata, juntamente com os Andrade e os Melo, que tem filhos casados com os Caetano. Caetano que “entrou” nos Rodrigues da Cunha e aumentou a família…
A recomendação do árabe Habib Zaidan, valeu. Nunca um Zaidan brigou com ninguém.P.S.Se algum “forasteiro furou a rede familiar”, parabéns e felicidades eternas….

Luiz Gonzaga de Oliveira

OS CARNAVAIS NOS CLUBES SOCIAIS DE UBERABA

Relembro, sem medo de errar, dos velhos carnavais nos clubes sociais de Uberaba. Era uma autêntica festa carnavalesca. Com uma antecedência de meses, as famílias da terrinha, jovens da sociedade, se preparavam para o grande evento. Às festas do carnaval só eram comparadas com os grandes bailes ( do Presidente e do Governador) em maio, quando da Exposição de Zebu. Pena ! Tudo acabou ! Os grandes bailes carnavalescos não acontecem mais. O “glamour” das noitadas de alegria, adormecem nos escombros das calendas gregas… “Agora é cinza”, nome de um velho samba carnavalesco. É o retrato fiel e melancólico do nosso carnaval. Bailes tradicionais no Jockey Club ( o verdadeiro da praça Rui Barbosa), Uberaba Tênis, Sírio Libanês, Associação Esportiva e Cultural e Elite Clube, ficaram apenas nas nossa doces recordações. A “chiqueza” do carnaval jockeano, as sempre lembradas “Jockeanas do Barulho”, as fantasias ricas que rivalizavam m com as apresentadas no Teatro Municipal, do Rio de Janeiro , os blocos animados e famosos das moças do UTC, tornaram-se pó…E as espetaculares odaliscas que coroavam as “turquinhas” do Sírio Libanês. As comerciárias, bancárias , estudantes dos cursos noturnos da cidade, enfeitavam os alegres blocos da Associação, foram como penas jogadas para o alto, não voltaram mais… fantasias de fino bom gosto, o tempo levou…As afro descendentes que brincavam no Elite Clube, eram as mulatas mais bonitas da cidade e faziam inveja às mulatas do Sargentelli ! E as orquestras? Cada uma melhor que a outra. Os músicos da banda do Batalhão, eram os mais requisitados, pelo talento, profissionalismo e disciplina que ostentavam. Fora os profissionais que eram contratados na região…Docinho, no UTC, Rossetti, no Jockey, os irmãos Leopoldo, Lumumba e Leondenis, no Sirio, Geraldo “Glostora”, na Associação e Toinho, no Elite, davam a alegria momesca aos foliões. E o que lembrar dos grandes diretores dos clubes? Fúlvio e Marco Túlio Fontoura, Netinho, Zito Sabino, Laerte Borges, no Jockey, Artur e Aloisio Teixeira, Valdir Vilela, Reynildo Chaves Mendes, no UTC, Salim, Michel e Maurinho Abud, Jayme Moisés e Abrãozinho Árabe, no Sirio, Roberval Ferreira, Iago Reis Leite, Edmundo, Pedro Curi e Romeu Meneghello, na Associação e os incansáveis Elpenor Marquez(Lico), Abadio de Moraes e Oliveiro Neri, no Elite, baluartes inesquecíveis na direção dos seu clubes. As noites do carnaval em Uberaba, continuam escuras, sem luar, sem alegria. Nem chega a morrer na quarta feira de cinzas…
Amanhã, encerro essa série. Vou lembrar-lhes o “dia que Chico Xavier, Peirópolis e Zebu, quase viraram tema de escola de samba. No Rio de Janeiro.


Luiz Gonzaga de Oliveira

O DIA QUE CHICO XAVIER, PEIRÓPOLIS E ZEBU QUASE VIRARAM ESCOLA DE SAMBA

Encerro, hoje, reminiscências do carnaval de Uberaba, com um fato acontecido em 2014. Um daqueles malandros de escolas de samba do Rio de Janeiro, veio a Uberaba “oferecendo” um samba enredo envolvendo os principais pontos turísticos da cidade. Chico Xavier, Peirópolis e Zebu, para desfile na “Marquês de Sapucaí”. O preço, módico, da promoção seria “ apenas” de 10 MILHÕES DE REAIS ! Nossas autoridades municipais entusiasmaram-se com a “proposta” e, não fosse a gritaria de uma parte da imprensa, o “negócio” teria saído… As “otoridades” ficaram tristes por não ter realizado o evento, mas, prometendo para o ano seguinte(2015), que o assunto seria estudado com muito carinho. Felizmente, a vontade gorou. Dias após a desistência uberabense, encontro na caixa postal aqui de casa, o “poeminha” que guardei com carinho e que, agora, vou torná-la pública. Além de real e sincera, encerra uma boa dose de humor:
O DIA QUE CHICO XAVIER, PEIRÓPOLIS E ZEBU QUASE VIRARAM ESCOLA DE SAMBA
I
Noite dessa sonhei que apanhei
De dor, saudade, males outros e infelicidade
Quis reagir- qual nada- em vão – meio tarde
Zombavam da minha dor. Gritei !
Il
UBERABA- como fazem maldade com Você !
Filhos que nem dessa terra são, judiam de ti
Quanta amargura, desventura, não posso esquecer
Tôlo, bobo, tapas, bofetões, sem reagir, não esqueci
III
Agora, eles querem um carnaval bacana
Não mais no Tutunas, nem no ciclo- parque
Querem voar mais longe- pasmem ! – Copacabana
Misturar dinossauro- religião e carne de charque
IV
Casar Chico Xavier com dinos jurássicos
Zebu chupar cana com gás e amônia
Montar fantasias com laços elásticos
Gastar nosso dinheirinho sem cerimônia
V
Quanta insensatez – descaramento- Deus meu !
Ridículo tem limite – vergonha , um pouco mais
Moral, costume, honestidade, tudo morreu?
Desfaçatez ganha força … pudor nunca é demais…
VI
Dinheiro do povo é dinheiro sagrado
Não se joga no ralo da inutilidade
Pobre trabalha e o seu labor é suado
Nunca servir à imoralidade e desonestidade
VII
Quem quiser carnaval, faça do próprio bolso
Cortesia com chapéu alheio é feio
Não deve ser usado para estranho reembolso
É como roubar dos pássaros seu mavioso gorgeio !
VIII
Chico não precisa de samba enredo
Peirópolis quer turismo e atenção
Zebu é mais conhecido que floresta de arvoredo
UBERABA quer progresso – não enredo e ilusão
IX
Chegou a hora de dizer não aos patrões
Pão e circo podem esperar um pouco mais
Nossos problemas carecem soluções
Basta de burrocracia e preguiça formais
X
No desfile da Sapucaí- que é aquilo ?
Chico Xavier – dono de fazenda de dinos ?
Zebu – pastando e flutuando sobre a cana ?
Fazendeiros de chapéu aba larga, ultra finos?
Peirópolis faceira- rainha jurássica- mostrada soberana…
XII
Preocupante é o desfecho do terrível desfile-enredo
Dinossauro procurando o boi zebu
Chico Xavier – divertindo-se – alegremente- no folguedo
O boi escondendo o rabo, à evitar um maior rebu
XIII
Não vi peixe sentado em nelore de tonelada
Chico Xavier, sorridente, não puxava dinossauro pela corrente
Estava de volta a minha Uberaba , hospitaleira, ordeira e decente!
Acordei do pesadelo, confesso, sem nenhuma mágoa guardada…

Luiz Gonzaga de Oliveira

FUAD MALUF – UBERABA

Fuad Maluf, funcionário público municipal, tinha voz bonita e firme, típica de locutor de rádio.Fez teste na saudosa P.R.E.-5, sendo aprovado pelo sempre lembrado Raul Jardim, gerente e filho do dono da emissora, jornalista Quintiliano Jardim. A direção da emissora, estava à procura de alguém que pudesse apresentar o programa oficial do município, “Momento municipal”. Não deu outra. Funcionário da Prefeitura, Fuad Maluf, foi o escolhido. Boêmio, amante do tango, apaixonado pela noite, passou a apresentar , além do oficial, um programa que ficou famoso na radiofonia uberabense: “Melodias Portenhas” Lembrando os velhos tangos de Carlos Gardel, Marianito Mores, Miguel Caló, Alfredo Lepera, Libertad Lamarque e outro scobras do cancioneiro platino, entrecortava o programa, com crônicas e poesias “melosas” e apaixonadas que faziam o delírio da mulherada da rua São Miguel…Os 2 programas, tinham audiência absolutas, pois que, àquela época, só tinha uma emissora na cidade. , Um porém, já na década de 50, existiam os gozadores, os poucos aparelhos telefônicos não fugiam dos “trotes” e por aí. Gente que gosta va de um mal feito, sempre existiu. Certa noite, escolheram para a brincadeira de mau gosto, o nosso glorioso Fuad Maluf! A”coisa” aconteceu assim. “Melodias Portenhas” ia ao ar, das 22 às 23 horas. Mal iniciado o programa daquela indigitada 6ª.feira, toca o telefone chama pelo Fuad.-“Querido, aqui é a Dorinha. Vou contar-lhe uma novidade, acabei de ouvir na rádio Mayrink Veiga, do Rio de Janeiro, o Papa morreu!”. Fuad, na ânsia de dar a noticia, dirigiu-se ao técnico Edson Lúcio Lopes, o “Edinho da Lidia Varanda”, esfregando nervosamente as mãos, contou a novidade.-“Edinho, capricha, prepara o gongo, coloca uma música fúnebre,pois vou noticiar a bomba”.Dito e feito. Edinho, sem pestanejar, cumpriu o pedido. –“Na hora que eu falar, bate o gongo e deixa a marcha fúnebre de fundo musical, ta certo?”
Microfone aberto, Fuad Maluf, pomposamente, voz empostada, anunciou-“E atenção senhoras e senhores! (toca o gongo)Acaba de falecer no Vaticano, Sua Santidade , o Papa PioXII! Aos católicos da nossa diocese, nossas sentidas condolências”. Diminui o fundo musical e retorna o gongo:pooooooom!
Foi a conta. O telefone da rádio.não parou de tocar. Os sinos da Catedral e das outras igejas da cidade, tocavam sem cessar. Os uberabenses foram às ruas, católicos chorando “ O Papa morreu”, “o Papa morreu”. Foi aquele Deus nos acuda. Os sinos dobravam !
No sábado, o desmentido. Tudo não passara de um “trote” maldoso no coitado do Fuad Maluf. O Papa continuava vivo e gozando de boa saúde…
À tarde, em editorial de primeira página, o “Lavoura e Comércio”, dono da P.R.E.-5, pedia desculpas aos ouvintes da emissora e leitores do jornal pela “gafe” cometida pelo seu funcionário…..


Luiz Gonzaga de Oliveira

O ACONTECIDO FOI NA METADE DA DÉCADA DE 60. - UBERABA

O acontecido foi na metade da década de 60, aqui na terrinha. Empresário bem sucedido, seus negócios prosperavam a cada ano. Adorava carro zero. Chegava na concessionária, ele adquiria. À esposa e os filhos pequenos, o “fusquinha”. Nada mais. Domingo de carnaval, a suculenta macarronada e a soneca costumeira.Acordou às 4 da tarde. –“Vou dar umas voltinhas e mostrar o carro aos amigos”, disse à mulher. “Bandeou” pelo São Benedito, Parque das Américas (casa da Vailda), na Abadia , nada que prestasse, chegou aos Estados Unidos, casa da Silvia, na Marquês do Paraná. Velhos amigos pensaram a mesma coisa e lá se encontraram. Nem imaginava que a esposa e os filhinhos, fossem passear de “fusquinha”…Passaram pela Marquês do Paraná e o filho mais velho, 10 anos por aí, viu o “carrão” do pai, ali estacionado. –“Vamos lá, mãe”, pediu o garoto. A esposa estaciona o carro, em frente, atravessa a rua e, calmamente, aperta a campainha da casa. Uma das “inquilinas” observa o “olho mágico” , apavorada, em pleno alvoroço, avisa o “maridão”.Ele desesperou-se. Pulou o muro do vizinho, na ânsia de fugir do”flagrante”. Deu azar. Caiu dentro do chiqueiro, em meio aos porcos. No quintal, um feroz pastor alemão, tentava, a todo custo, pular no chiqueiro. Alvoroço era pouco. Não fosse o compreensivo vizinho “fechando” o cão bravio e o ajudando a sair do chiqueiro, o prejuízo seria maior. Na casa da Sílvia, a desculpa de sempre;-“ele num tá aqui não”…A esposa acreditou, entrou no carro e continuou dando voltas com a meninada. Um chamado urgente para o Bahia, velho motorista da praça Rui Barbosa, levou o assustado cidadão para a sua casa, a mil por hora. Agoniado ao ver as roupas sujas de bosta de porco, sapatos enlameados de barro, camisa rasgada debaixo do braço. Como um azougue, juntou tudo , vestiu um calção e no primeiro terreno vago perto da casa,”despachou a mercadoria”. Adrenalina no Monte Everest, aguardou a chegada da família, maquinando a desculpa que iria dar. Sorte sua! Amigo seu que estava na casa e presenciou o desatino do enlouquecido marido, levou o carro até a sua casa, que, “valha-me Deus”, me confessou dias depois,no exato momento que a esposa chegava em casa. –“Gostei do carro que você me emprestou. Chique!” Levou o inesquecível amigo no hotel, pagou-lhe as diárias da sua estada na cidade e o reconhecimento eterno. Jurou, para ele mesmo, nunca mais exibir carro novo que comprasse e, muito menos, estacionar em porta de bordel…


Luiz Gonzaga de Oliveira

ESTRADA ESBURACADA, CARRO VELHO, POLÍTICO MENTIROSO E NORMALMENTE CORRUPTO, ADMINISTRADOR PREGUIÇOSO, NÃO ACABAM NUNCA.

Estrada esburacada, carro velho, político mentiroso e normalmente corrupto, administrador preguiçoso, não acabam nunca. Lembro-me como se hoje fosse, numa quarta feira de cinzas de anos passados, um casamento que marcou época em Uberaba. Ele, G.P.S., ela A.G.S., famílias tradicionais e ricas da cidade. Ele, apesar de casado, nunca abandonou a boemia. Ela, coitada, a tudo suportava. Mas, ultimamente, estava meio “cabreira” com as andanças duvidosas do marido, embora ele afirmasse, quando chegava tarde em casa, estar a trabalho. Para que o “caldo não entornasse” e o casamento fosse “prá cucuia”, ela fingia acreditar. Até que aconteceu aquela noite inesquecível, lembra ele. Trágica , comenta ela. Não dava mais. O casamento estava por um fio. Pediu a ele que saísse de casa. As famílias, dela e dele, contornaram a difícil situação. Incômoda a não mais poder. Até que naquela terça feira gorda, chegando à quarta feira de cinzas, madrugada alta, sem saber o que dizer em casa, passou no bilhar do Manogra ( Monagrasse Honório Campos, de saudosa memória), espalhou pela calça e camisa, aquele pó azul do giz dos tacos e foi prá casa. A mulher, acordada, depois de cansada em ver desfile de carnaval pela televisão, firme a esperá-lo. –“Hoje ele me paga, não agüento mais”, vociferava interiormente.
Pé ante pé, o maridão abre a porta, devagarinho, atravessa a salae entra no quarto. Ela de pé. Impassível, espumando pelo canto da boca. –“On’cê tava?”, pergunta prá lá de raivosa.
-“Tava com as puta lá na casa do Dentinho de Ouro. E daí?”, respondeu calmamente.
Ela olha o marido dos pés a cabeça. De cima em baixo, De trás prá frente, de lado e esbraveja:
“Seu mentiroso !
-“Que foi, mulher”, prá que isso”…
Ela, com os olhos marejados de lágrimas, abraço-o, ternamente e com muita intensidade.
-“Cê tava jogando sinuca, né amor?”
Dalí prá a eternidade, foram felizes para sempre…


Luiz Gonzaga de Oliveira

O 1º PRÉDIO DA CÂMARA MUNICIPAL DE UBERABA

1º prédio da Câmara Municipal de Uberaba

“O 1º prédio da Câmara Municipal de Uberaba foi construído pelo Capitão Domingos da Silva e Oliveira às custas da população, em 1836, e inaugurado, em 1837, para sediar o Governo Municipal.


O sobrado passou por várias reformas, preservando suas características, tais como: proporção, número de pavimentos, estruturas e decoração interna.


As reformas datam de 1888, 1893, 1918, sendo o prédio atual reinaugurado em julho de 1920. O arquiteto Luís Dorça modificou a antiga forma das edificações portuguesas para um estilo mais moderno.


A planta do prédio é de autoria do engenheiro e arquiteto W. Brosenius. O construtor foi Santos Guido, que introduziu as ordens civis modernas.


No 1º prédio funcionaram as sessões da Câmara, do Júri, Juntas Municipais, de qualificações e outras de caráter público.


Reuniam-se no seu salão os Colégios Eleitorais, e todas as autoridades judiciárias nele davam suas audiências. Em seu andar superior funcionava a Cadeia Pública.”


(Arquivo Público de Uberaba)



“Em julho de 1902, escreveu Antônio Borges Sampaio:


‘Está situado este edifício, de dois pavimentos, no Largo da Matriz (hoje Praça Rui Barbosa), canto da Rua Municipal (Manuel Borges, atualmente), ao lado esquerdo do Jardim Público.


Foi construído em 1837 às expensas dos povos, sob a administração do Capitão Domingos da Silva e Oliveira; reconstruiu-se em 1888 e deu-se-lhe a ornamentação exterior, que atualmente tem, em 1893.


Nele funcionou o Júri e celebraram-se as audiências do foro até 1888, servindo o pavimento inferior até então de prisões dos réus e detenções policiais.


Atualmente serve para a Câmara Municipal celebrar suas sessões, ter sua secretaria e arquivos; servindo também para atos de ordem política, festividades históricas e literárias; muitas vezes se exibem nele concertos artísticos, reuniões populares, etc.


É vasto, modestamente bem ornado, o seu salão nobre.


No pavimento térreo está estabelecida a sub-administração dos correios, desde 6 de dezembro de 1894.’


O velho Paço Municipal foi demolido, em 1918, na administração do Dr. Silvino Pacheco de Araújo.


Ergueu-se, em seu lugar, o atual Palácio Municipal, construído em 1918-1919 por Santos Guido, arquiteto ilustre, homem a quem Uberaba deve uma soma imensa de serviços e de benefícios.


O projeto primitivo é de autoria do Dr. Pujol, arquiteto paulista. Toda a construção, inclusive o belíssimo e artístico forro do salão nobre, foi realizada por Santos Guido.” (MENDONÇA, 1974, p. 70)

MULHER DESTAQUE UBERABA

Mulher Destaque


Glamour. …BPW UBERABA..anos 90… MULHER DESTAQUE…


(Lídia Lucia Oliveira)