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terça-feira, 3 de janeiro de 2017

FUAD MALUF – UBERABA

Fuad Maluf, funcionário público municipal, tinha voz bonita e firme, típica de locutor de rádio.Fez teste na saudosa P.R.E.-5, sendo aprovado pelo sempre lembrado Raul Jardim, gerente e filho do dono da emissora, jornalista Quintiliano Jardim. A direção da emissora, estava à procura de alguém que pudesse apresentar o programa oficial do município, “Momento municipal”. Não deu outra. Funcionário da Prefeitura, Fuad Maluf, foi o escolhido. Boêmio, amante do tango, apaixonado pela noite, passou a apresentar , além do oficial, um programa que ficou famoso na radiofonia uberabense: “Melodias Portenhas” Lembrando os velhos tangos de Carlos Gardel, Marianito Mores, Miguel Caló, Alfredo Lepera, Libertad Lamarque e outro scobras do cancioneiro platino, entrecortava o programa, com crônicas e poesias “melosas” e apaixonadas que faziam o delírio da mulherada da rua São Miguel…Os 2 programas, tinham audiência absolutas, pois que, àquela época, só tinha uma emissora na cidade. , Um porém, já na década de 50, existiam os gozadores, os poucos aparelhos telefônicos não fugiam dos “trotes” e por aí. Gente que gosta va de um mal feito, sempre existiu. Certa noite, escolheram para a brincadeira de mau gosto, o nosso glorioso Fuad Maluf! A”coisa” aconteceu assim. “Melodias Portenhas” ia ao ar, das 22 às 23 horas. Mal iniciado o programa daquela indigitada 6ª.feira, toca o telefone chama pelo Fuad.-“Querido, aqui é a Dorinha. Vou contar-lhe uma novidade, acabei de ouvir na rádio Mayrink Veiga, do Rio de Janeiro, o Papa morreu!”. Fuad, na ânsia de dar a noticia, dirigiu-se ao técnico Edson Lúcio Lopes, o “Edinho da Lidia Varanda”, esfregando nervosamente as mãos, contou a novidade.-“Edinho, capricha, prepara o gongo, coloca uma música fúnebre,pois vou noticiar a bomba”.Dito e feito. Edinho, sem pestanejar, cumpriu o pedido. –“Na hora que eu falar, bate o gongo e deixa a marcha fúnebre de fundo musical, ta certo?”
Microfone aberto, Fuad Maluf, pomposamente, voz empostada, anunciou-“E atenção senhoras e senhores! (toca o gongo)Acaba de falecer no Vaticano, Sua Santidade , o Papa PioXII! Aos católicos da nossa diocese, nossas sentidas condolências”. Diminui o fundo musical e retorna o gongo:pooooooom!
Foi a conta. O telefone da rádio.não parou de tocar. Os sinos da Catedral e das outras igejas da cidade, tocavam sem cessar. Os uberabenses foram às ruas, católicos chorando “ O Papa morreu”, “o Papa morreu”. Foi aquele Deus nos acuda. Os sinos dobravam !
No sábado, o desmentido. Tudo não passara de um “trote” maldoso no coitado do Fuad Maluf. O Papa continuava vivo e gozando de boa saúde…
À tarde, em editorial de primeira página, o “Lavoura e Comércio”, dono da P.R.E.-5, pedia desculpas aos ouvintes da emissora e leitores do jornal pela “gafe” cometida pelo seu funcionário…..


Luiz Gonzaga de Oliveira

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

UBERABA, AO TEMPO QUE A MÚSICA ERA EXECUTADA POR INSTRUMENTOS MUSICAIS, AO VIVO, TEVE MAGNÍFICAS ORQUESTRAS.


O mundo avança celeremente. Tudo acontece muito rápido, “prafrentex”. Raramente se ouve ou vê comentários de grandes orquestras para bailes ou acontecimentos sociais. Nem vou lembrar em Ray Conniff, Tommy Dorsey, Glenn Miller, Harry James, Francisco Canaro, Miguel Caló e outras típicas mais. Contentar-me-ei em lembrar de Simonetti, Cipó, Tabajara, Valdir Calmon, Casino de Sevilha , que fizeram enorme sucesso e deixaram indeléveis marcas no calendário dos bailes brasileiros e por extensão ( e por que não?) suas apresentações nos clubes da santa terrinha…
Atualmente o que manda mesmo é a música eletrônica. Nos salões, boates e casas de dança, a “moda” é o “DJ”- abreviatura do inglês- “disck-jockey”, aquele rapaz ( ou moça )que se encarrega do som, da musica de sucesso e do “agito” da moçada…
Uberaba, ao tempo que a música era executada por instrumentos musicais, ao vivo, teve magníficas orquestras, Vilaça, “Glostora”, Chaguinha, “Docinho”, Miguelzinho Reis. Depois… bem, depois, vieram os “conjuntos” musicais da terrinha, alguns músicos importados. Todos com rótulo de sucesso. “Os Mugstones”, de quem falarei ,especificamente, amanhã, encantou o Brasil. Mais: Rosseti, hoje em Brasilia (DF), liderou um “senhor” conjunto:Geraldo Barão e Cristina Cabral, cantando; sopro e cordas com Gabriel, Jaime “Touro sentado”, Gibinha, Urano Silva, Helvecinho Almeida ( grande baterista !), deixaram saudade… O “Móbile 70”, grande rival do Rossetti, era formidável ! Andrézinho Novaes, Janinho, Osvaldinho, Zé Nilton, Djalminha, Dinho, Heli Rocha… “bons pacas”. Ligeira distensão no grupo e surge o “Som Especial 7”: Janinho, Dinho, André, “Pão Velho”, Irene, mais sucesso! O “Bossa 6”, também fez a juventude dançar, papear, namorar e “ficar” no “Chop-Center”, da Ângela Gutierrez, no inicio da Odilon Fernandes.. que acabou ( acabou porque, porque acabou?…)
Não dá prá esquecer o último grande conjunto da terrinha: o “Prisma”. Jorginho Zaidan, Andrézinho Novaes, Lumumba ( que grande sax !), Osvaldinho na bateria… Cantores bons nunca faltaram: Roberto Rodrigues, Maria Irene, Mara Foroni, Ivete, Marcelo Prado, Helinho Chaves…Não! Não dá prá esquecer esses artistas da música. Cabinho, com a sua excepcional banda.“Quem ousa discordar? Craques de uma grande geração de excelentes músicos !
Repito: agora vale a eletrônica. Aquele barulhão insuportável: bum, bum, bum, bum, que, mesmo a gente gritando, o outro (a) não consegue ouvir…
Não se “fazem” conjuntos e nem orquestras como antigamente. Nem por isso deixo de registrar que, na história de Uberaba, nossos músicos tiveram presença gloriosa, ainda que tenha eu omitido nomes e “trocado” em nome dos conjuntos em que atuaram.Perdoem-me.
Amanhã, lembro a grande trajetória d”Os Mugstones”. Até lá. Abraços do “Marquez”…
*Luiz Gonzaga de Oliveira