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domingo, 3 de janeiro de 2021

José Mendonça: História de Uberaba

O advogado José Mendonça nasceu em Uberaba em 1904, aqui falecendo em 1968



O AUTOR 

José Mendonça nasceu em Uberaba em 1904, aqui falecendo em 1968. Estudou no então Grupo Escolar Brasil e no Colégio Marista Diocesano, formando-se em Direito no Rio de Janeiro, em 1926. Exerceu a profissão até 1930 na cidade do Prata, transferindo-se em seguida para Uberaba. Paralelamente ao exercício profissional, lecionou na Escola Normal e nas faculdades de Filosofia e de Direito.
Participou da fundação, integrou as diretorias e também presidiu a 14ª Subseção da OAB, o Rotary Clube de Uberaba e a Academia de Letras do Triângulo Mineiro.

José Mendonça discursando.
 Foto Arquivo Público de Uberaba



História de Uberaba

OBRAS



Além das obras inéditas que deixou − Soluções Econômicas e Sociais, Ação Declaratória e História das Américas − escreveu e publicou os livros Ação Nacional (1937), que suscitou o entusiasmo de Monteiro Lobato e de vários outros intelectuais brasileiros, 

A Prova Civil (1940), considerado um clássico no assunto, e, ainda, os ensaios históricos O Centenário do Município de Uberaba (1936), Santa Casa de Misericórdia de Uberaba (1949) e O Visconde de Taunay e o Triângulo Mineiro em 1865 (1964).




PESSOAS E INSTITUIÇÕES FOCALIZADAS

O livro abrange a maioria dos acontecimentos e instituições mais importantes da cidade.
Além disso, são ressaltadas em capítulos especiais as atuações do major Eustáquio (fundador da cidade), vigário Silva (seu primeiro vigário e primeiro historiador), frei Eugênio (missionário e gênio empreendedor, construtor do primeiro cemitério e do hospital da Santa Casa), des Genettes (fundador da imprensa), dom Eduardo (primeiro bispo), dr. José Ferreira (um dos maiores médicos do país e o visconde de Mauá do Brasil Central), Fidélis Reis (introdutor do ensino técnico profissional no país) e Quintiliano Jardim (notável jornalista), focalizando também, ao final do volume, mais de trinta outras figuras históricas na seção “Pequenas Notas Biográficas”, como as denominou.


Fidélis Reis, Quintiliano Jardim, José Mendonça e Valdemar Vieira.  
Foto Arquivo Público de Uberaba


Guido Bilharinho é advogado em Uberaba e autor de livros de literatura, cinema, fotografia, estudos brasileiros, História do Brasil e regional editados em papel e, desde setembro/2017.




segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

O cheque do Madruga

O apelido foi trocado por razões óbvias e o nome real do personagem era um nome bíblico que remete às sábias decisões e honestidade, porem o Madruga não era nada disso, pelo contrário, era useiro e vezeiro em dar calotes nos incautos.

Já de meia idade, no alto dos seus 1,80m, sempre de barba feita e cabelos engomados com brilhantina, usava sempre sapatos e calças brancas e no lugar do cinto, um vistoso suspensório.
Para recordar uma definição antiga - um perfeito finório.

Contava meu pai (sempre ele), em tom de galhofa e para ilustrar a figura, que certa vez morreu uma amiga em comum dos dois e a senhora, como era seu desejo, foi enterrada com seu impecável casaquinho preto que ela fazia questão de ostentar nas ocasiões em que se exigia um traje mais requintado.

Acontece que uns anos depois, aventou-se a hipótese da mesma ter sido envenenada e por conseguinte, tiveram que exumar a falecida.

Ao fazê-lo, qual não foi a surpresa dos presentes quando depararam com moradora da “cidade dos pés juntos” praticamente igual ao dia do enterro, isto é: sem deterioração alguma.

Depois de algumas hipóteses levantadas, descobriu-se, em um dos bolsos do casaquinho, um cheque do Madruga que ajudou a elucidar o mistério: o cheque era tão frio que congelou a defunta!

Pois, acreditem vocês que mesmo com esse histórico pouco abonador do caloteiro, meu pai caiu na lábia dele e num dia de bilhetes encalhados, ofereceu uma quina (cinco bilhetes com o mesmo número) e o Madruga disse que pagava na lista, ou então daria um cheque para descontar com um prazo de cinco dias.

Como já estava quase na hora de correr a loteria, meu pai achou por bem vender os bilhetes mediante o pagamento com o cheque pré-datado.

Antes tivesse corrido com o bilhete, pois o mesmo deu o final e salvou o mesmo dinheiro.
Na segunda feira à tarde meu pai pegou o cheque e foi até o bar do Madruga, que ficava no começo da Quintiliano Jardim, para devolver o cheque e pegar os bilhetes.

O Madruga, espertamente, disse ao meu pai que ele já havia trocado os bilhetes com um cambista que conferiu pra ele e que ficasse tranquilo pois o cheque seria compensado normalmente.

É claro que vocês já perceberam que meu pai entrara numa senhora “gelada” e naturalmente, depois de receber em dinheiro o prêmio na loteria do Abel Toledo, o cheque do Madruga voltou mais frio que abraço de sogra.

Bem que meu pai tentou receber o “borrachudo”, mas o Madruga fazia-se de rogado. Dizia que devolveram um cheque na conta dele e ele estava cobrando o devedor, mas assim que ele recebesse, meu pai podia ficar tranquilo pois ele pagaria tudo com juros e correção.

Pois sim! A compra foi em novembro e já estávamos em fevereiro e nada do Madruga “explicar” o pagamento.

Eu contava na época com 16 ou 17 anos e o carnaval já estava batendo na porta e eu como sempre estava “mais duro que beira de sino”, então propus ao meu pai receber o cheque, mediante uma módica taxa de 50%.

Já considerando a minha empreita como fadada ao insucesso, meu pai me entregou o cheque e disse que se eu recebesse, que ficasse com tudo.

Não me lembro agora de quanto seria a dívida, mas atualizando aos dias de hoje, o montante girava em mais ou menos R$500,00 que cobriria com folga as despesas com o carnaval e ainda sobraria para comprar uns dois ou três LPs na “A Musical” do meu amigo Bilo Miranzi.

Pensei um pouco e bolei o plano: reunir os amigos de farra, que eram muitos, fazer um esquenta no bar do Madruga, dividir a conta com os amigos, receber o dinheiro e chuchar o cheque sem fundos no pagamento da despesa da mesa.

Custei a convencer a turma que sempre se reunia no Fon-Fon a mudar de lugar o esquenta só naquela sexta-feira, e para ele não desconfiar de nada deixei para chegar mais tarde um pouco.
Lá pelas oito da noite o Marquinhos encabeçou a mesa tendo por companhia o Gontijo e o Caim.
Aos poucos foi chegando o resto da turma e quando dei as caras às oito e meia, as três mesas emendadas já contavam com uns dez ou onze amigos.

Eu assentei, tentando ficar de costas para o Madruga que estava no caixa e pedi o Campari de sempre que, competindo com o “rabo de galo”, duas bebidas da época, ganhava minha preferência por uma pequena margem.
Na sexta feira que antecedia a festa de momo, havia um banho à fantasia na Associação Esportiva e Cultural sendo que baile mesmo na cidade, só no Elite e no Lange (ah que saudades).

Lá pelas 22:30 da noite, conforme o plano, recolhi o dinheiro da turma e dei o cheque para o Marquinhos pagar a conta e receber o troco que era irrisório, pois a despesa quase alcançou o valor do cheque.

Marquei de encontrar o Marquinhos e quem fosse no banho à fantasia na Associação e saí na frente com o Ernesto e com o bolso estufado com o dinheiro recolhido.

Meia hora depois chega o Marquinho e mais uns três e eu pedi o resumo da ópera para ele:
- Deu certo Marquinhos?

-Deu sim, disse ele, - mas parece que ele não achou muito bom, não; - quando eu passei o cheque para ele, ele sem nem olhar o cheque, já espalhou comigo:

- Você sabe que eu não pego cheque.
- Mas o cheque é seu, Madruga!

Disse o Marquinhos que ele ficou vermelho, deu uma arrumada no suspensório, passando o polegar de baixo a cima nas alças do mesmo e exclamou uns dez tons acima do normal:
- Por isso mesmo!!!

- E o troco Madruga? perguntou o Marquinhos em tom de gozação, atirando o cheque em cima do balcão e já adivinhando a resposta dele, que foi exatamente a que vocês estão imaginando.

Eu só sei que aquele foi um dos melhores carnavais que brinquei, com dinheiro no bolso e rindo do Madruga, em cujo bar, nunca mais voltamos.

Deu-se ainda que por conta de alguns aluguéis atrasados o bar logo seria fechado para dar lugar ao bar K-Nequinho do Luiz e como o Luiz não desfilava no mesmo bloco do Madruga, ali permaneceu por muitos anos.

Marcelo Caparelli

sexta-feira, 29 de março de 2019

Por que Quintiliano?

No dia 08/11/2016, em Belo Horizonte, vivi a honra insigne de tomar posse na Academia Municipalista de Letras de Minas Gerais, junto aos meus pares uberabenses: Ilcea Sônia Maria de Andrade Borba Marquez, José Humberto Silva Henriques e Luiz Gonzaga de Oliveira.

Dia memorável vivenciei na Casa de Cultura, presidida pelo também uberabense César Vanucci. Ali nos perfilamos junto a eminentes intelectuais mineiros e soubemos que por aquela egrégia confraria também passou Juscelino Kubitschek de Oliveira.

Cada ingressando teve a prerrogativa de indicar o patrono de sua própria cadeira, esse nascido e com exercício literário neste município. Prestei homenagem ao acadêmico Quintiliano Jardim (09/02/1881-09/10/1966), Príncipe dos Jornalistas do Brasil Central. Enumerei suas atividades no mundo da imprensa, lutas essas vividas num tempo em que a condução era o lombo de burros e ele mesmo levava o jornal “Lavoura e Commércio” (iniciado em 1899) aos rincões de Goiás, na antiga capital goiana. Passei pelos anos trinta, quando Quintiliano fundou a pioneira PRE-5 – ZYV-37 – Rádio Sociedade do Triângulo Mineiro e a dirigiu por décadas. Seus filhos: George, Raul e Murilo Jardim prosseguiram com a obra de Quintiliano até 2003, quando o “Lavoura”, depois de 104 anos, encerrou suas atividades.

Quintiliano Jardim 

Do livro “Cinzas de sonhos”, escrito por Quintiliano com o pseudônimo de Flávio, extraí e declamei em plenário a trova que todo uberabense ama: “Uberaba de ontem, Uberaba de hoje! Das duas não sei qual quero mais; Se a Uberaba dos meus tempos de menino. Se a Uberaba dos meus dias outonais!”.

Dentre os dados que compilei sobre o meu combativo patrono, tenho as suas certidões de: Nascimento, Casamento e Óbito. Descobri que Quintiliano Jardim não nasceu em Ouro Preto ou Goiás Velha, como me afiançaram. Era uberabense nato e, não fosse a argúcia do colega jornalista João Camelo, teria perdido a vida num atentado. Como se constata, a missão de informar sempre custou caro.

Lembro-me de Quintiliano. Um homenzarrão elegante, que não desprezava o terno e sempre exalava o aroma do perfume Lancaster. Numa foto ilustrativa dos 60 anos do jornal (06/07/1959), cedida a mim pela amiga Dra. Ceres Mary Cunha, está ele com a postura do impecável jornalista, ciente de que os seus veículos informativos (rádio e jornal) cumpriam a missão importantíssima de ilustrar consciências no Brasil emergente, àquela época abarrotado de analfabetos. Sua luta foi árdua. Por que escolhi Quintiliano Jardim? Devemos-lhe gratidão.


João Eurípedes Sabino

Cidade de Uberaba

sábado, 25 de fevereiro de 2017

MINHA CIDADE


MINHA CIDADE 

( a propósito do pseudo aniversário de fundação de Uberaba )...

Perguntaram-me o por quê esse amor por Uberaba. –“Não sei”, respondi.-“Minha cidade é como se não fosse só minha.É ínfima doçura e me dá vontade de chorar como uma criança dormindo em sonhos e fantasias”... É a minha Uberaba , minha cidade, meu chão, minha paixão. Fora daqui, sou peixe fora ‘água, sinto-me no exílio e choro de saudade da terra amada. Se insistirem perguntar ,direi:- “-não sei a razão. Extrapola sentimento”. Confesso-lhes , não sei mesmo. Minha Uberaba , isso sim, eu sei: é a minha terra santa, sagrada terrinha, minha cidade, quase a minha Pátria !”.
Uberaba para mim é a luz, o sol, o sal,a água, o vento, a brisa, o vento que se tornam mais azuis quando os vejo, os sinto, esqueço as mágoas, longas e penosas mágoas, traições, ingratidões, maldades, maledicências, deslealdades, covardias...

Uberaba é a minha terra-mãe, que tenho vontade de beijar-lhe os olhos, passar as mãos nos seus longos e lisos cabelos, acariciar seu rosto sofrido, às vezes, em prantos de tantas maldades de seus filhos naturais e ou adotivos; mudar as cores do seu vestido, tão roto e mal tratado... 
Uberaba sem meias e sem sapatos, ruas esburacadas, praças mal iluminadas, trânsito conturbado, segurança tão insegura, doentes sem assistência, porque tanta pobreza, minha querida Uberaba !... e agora “aquela humilhante cerca na principal avenida da cidade!...

Mas, amo-a tanto,minha Uberaba, tanto, tanto... Mesmo que não tivesse Pátria, Estado, teria a minha cidade: eu que nasci do ventre de minha mãe, não do vento que assopra, de onde vou e nem venho, mas permaneço com o tempo sofrido e sôfrego.. Eu, elemento de ação, têmpera e temperamento , tenho pensamento,vontade,pois não vivo ao léo, já que tenho espaço, minha casa, minha família, meu lar, minha cidade !...

Apesar de todos os pesares, tenho fé, coragem, dogma e vontade de servir a minha cidade, mesmo ouvindo coisas que não precisava ouvir, lendo e vendo coisas tão desnecessárias...
Uberaba minha fonte de doces desejos ,de mel que entranha nos meus lábios, cidade amada !
Mal de esperança em futuro brilhante mesmo contra a vontade daqueles que a traem, aproveitam da sua misericórdia e bondade, ainda que machucado, ofendido, criticado, esqueço tudo. Fico calado, cego, mudo (nem sempre), estropiado, ainda assim, sempre defenderei “cara a cara”, “peito a peito”, “frente a frente”, poemas de glórias, horizonte sem fim, fé inabalável, tal qual o poeta “ príncipe dos jornalistas triangulinos”, Quintiliano Jardim, “Uberaba, não sei das duas quero mais
Se a Uberaba das minhas brincadeiras de criança
Ou a Uberaba dos meus dias outonais”...
Estou recolhido ao meu bloco...Entro em recesso. Até 4ª.feira de “cinzas”. “Marquez do Cassú”

sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Lavoura e Comércio

Em 27 de outubro de 2003 - Lavoura encerra suas atividades - Da esquerda para direita: Valquir Antonio Boccati (Distribuidor de jornal); André Luiz Rosa (Dobrador de jornal) Claudinei Osório de Oliveira (Dobrador de jornal) Karley Augusto Moura (Gravador de chapa) Iramar Eurípedes de Jesus Rosa (Dobrador de jornal) Caetano Banclato (Arquivista) Edson Luiz Santanta (Jornalista) Tony.(.....) Evaldo Garrincha Silva (Dobrador de jornal) Roney de Oliveira Arruda (office boy) Carlos Ticha (Gerente da gráfica) Túlio Micheli (Jornalista) Suzanne Marie Jardim (Diretora Proprietária) Murilo Jardim (diretor-administrativo) Luiz Roberto Gomes, famoso “Quiabo”(Fotógrafo) - Rua: Vigário Silva, 45 - Bairro: Centro - Uberaba - Minas Gerais - Brasil. Imagem véspera do encerramento das atividades do Lavoura e Comércio) Foto: Renato Peixoto Junior, Peixotinho.


Fundado por pequenos e grandes produtores rurais que tinham algo em comum, eram contra o governo mineiro, por causa do fisco estadual. Resolvem fundar um jornal para ser o porta voz de seus interesses, o periódico Lavoura e Comércio, transformou-se em muito mais que um jornal,foi muito além, foi a expressão e o perfil de Uberaba e região, durante a passagem de 3 séculos distintos.


Antônio Garcia Adjunto, foi o primeiro diretor do Lavoura e Comércio. Em 1906, o jornal passa para a família Jardim. Os irmãos Francisco e Quintiliano Jardim, melhoraram ainda mais a linha editorial e ampliaram a abrangência do jornal para alem das fronteiras de Minas Gerais. Quintiliano Jardim dirigiu o Lavoura até sua morte, em 1966, passando para seus filhos George de Chirée, Raul e Murilo Jardim a direção. O Lavoura possuía então uma credibilidade tão grande que seu lema na época era, “Se o Lavoura não deu, em Uberaba não aconteceu”. Desde a fundação até aos quase 104 anos de existência, o jornal somente não circulou durante dois dias, na década de 1980, devido a uma greve dos gráficos.

Em 27 de outubro de 2003, a ultima notícia: “Após 104 de veiculação ininterrupta, o Lavoura e Comércio paralisa suas atividades por questões econômicas e financeiras”. O jornal outrora importante, que fora distribuído em diferentes cidades de diferentes estados, que vendeu milhares de exemplares, e que se constituiu em dos mais ricos arquivos brasileiros, estava fechado. Era o mais antigo jornal de Minas Gerais e o terceiro mais antigo do país ainda em circulação. (Arquivo Público de Uberaba)


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Cidade de Uberaba

quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

CINEMA POLYTEAMA (RUA CORONEL MANOEL BORGES) UBERABA

Cinema Polyteama 
“O Cinema Polyteama foi inaugurado no ano de 1917, segundo a revista da época, Via Láctea; e jornais, citados por Heliana Angotti, dão notícias de que ainda em 1918, ele estava em pleno funcionamento.
‘O seu frontispício é digno de registro, na época, contíguo à requintada confeitaria de Antônio Damiani. Apresenta platibanda vazada em arcos com vasos nas extremidades e frontão central com apliques de estuque encimado por grande concha. As portas são encimadas por envazaduras de estilo Art Nouveau’. (SALGUEIRO, 1984, p.217). O Cinema localizava-se na Rua Cel. Manoel Borges.
Mesmo tendo vida breve, foi o querido do povo… ‘foi um dos cinemas que mais se perpetuou na memória popular’ (NABUT, [19–], p.59).
Em 13 de outubro de 1928 inaugurava-se o Cine Alhambra, na rua Artur Machado, provocando, assim, o fim do Cinema Polyteama.
Na década de 1980, o prédio permanecia com a mesma fachada, funcionando ali, o ‘Barracão do Samba’. Nessa mesma década, foi demolido para dar lugar ao prédio onde funcionaram as Lojas Brasileiras.”
(Arquivo Público de Uberaba)
“[…] onde funcionou o ‘Politeama’, de propriedade dos Senhores Antônio Damiani, Quintiliano Jardim, Sebastião Brás e Teobaldo Bossini.
Era, realmente, confortável e o nosso povo gostava de freqüentá-lo pois exibia os melhores filmes que vinham ao Brasil e tinha uma ótima orquestra.
Lá, também se realizavam festas e solenidades cívicas.
Todos lastimaram o seu desaparecimento.” (MENDONÇA, 1974, p. 136)

terça-feira, 3 de janeiro de 2017

FUAD MALUF – UBERABA

Fuad Maluf, funcionário público municipal, tinha voz bonita e firme, típica de locutor de rádio.Fez teste na saudosa P.R.E.-5, sendo aprovado pelo sempre lembrado Raul Jardim, gerente e filho do dono da emissora, jornalista Quintiliano Jardim. A direção da emissora, estava à procura de alguém que pudesse apresentar o programa oficial do município, “Momento municipal”. Não deu outra. Funcionário da Prefeitura, Fuad Maluf, foi o escolhido. Boêmio, amante do tango, apaixonado pela noite, passou a apresentar , além do oficial, um programa que ficou famoso na radiofonia uberabense: “Melodias Portenhas” Lembrando os velhos tangos de Carlos Gardel, Marianito Mores, Miguel Caló, Alfredo Lepera, Libertad Lamarque e outro scobras do cancioneiro platino, entrecortava o programa, com crônicas e poesias “melosas” e apaixonadas que faziam o delírio da mulherada da rua São Miguel…Os 2 programas, tinham audiência absolutas, pois que, àquela época, só tinha uma emissora na cidade. , Um porém, já na década de 50, existiam os gozadores, os poucos aparelhos telefônicos não fugiam dos “trotes” e por aí. Gente que gosta va de um mal feito, sempre existiu. Certa noite, escolheram para a brincadeira de mau gosto, o nosso glorioso Fuad Maluf! A”coisa” aconteceu assim. “Melodias Portenhas” ia ao ar, das 22 às 23 horas. Mal iniciado o programa daquela indigitada 6ª.feira, toca o telefone chama pelo Fuad.-“Querido, aqui é a Dorinha. Vou contar-lhe uma novidade, acabei de ouvir na rádio Mayrink Veiga, do Rio de Janeiro, o Papa morreu!”. Fuad, na ânsia de dar a noticia, dirigiu-se ao técnico Edson Lúcio Lopes, o “Edinho da Lidia Varanda”, esfregando nervosamente as mãos, contou a novidade.-“Edinho, capricha, prepara o gongo, coloca uma música fúnebre,pois vou noticiar a bomba”.Dito e feito. Edinho, sem pestanejar, cumpriu o pedido. –“Na hora que eu falar, bate o gongo e deixa a marcha fúnebre de fundo musical, ta certo?”
Microfone aberto, Fuad Maluf, pomposamente, voz empostada, anunciou-“E atenção senhoras e senhores! (toca o gongo)Acaba de falecer no Vaticano, Sua Santidade , o Papa PioXII! Aos católicos da nossa diocese, nossas sentidas condolências”. Diminui o fundo musical e retorna o gongo:pooooooom!
Foi a conta. O telefone da rádio.não parou de tocar. Os sinos da Catedral e das outras igejas da cidade, tocavam sem cessar. Os uberabenses foram às ruas, católicos chorando “ O Papa morreu”, “o Papa morreu”. Foi aquele Deus nos acuda. Os sinos dobravam !
No sábado, o desmentido. Tudo não passara de um “trote” maldoso no coitado do Fuad Maluf. O Papa continuava vivo e gozando de boa saúde…
À tarde, em editorial de primeira página, o “Lavoura e Comércio”, dono da P.R.E.-5, pedia desculpas aos ouvintes da emissora e leitores do jornal pela “gafe” cometida pelo seu funcionário…..


Luiz Gonzaga de Oliveira

sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

ESCOLA ESTADUAL QUINTILIANO JARDIM - UBERABA



QUINTILIANO JARDIM NASCEU EM UBERABA, NO FINAL DO SÉCULO XIX. UM AUTENTICO AUTODIDATA QUE DEDICOU SEUS ESCRITOS AO JORNALISMO UBERABENSE. FOI REDATOR, DIRETOR E PROPRIETÁRIO DO “LAVOURA E COMÉRCIO” ATÉ O ANO DE SUA MORTE EM 1966. O JORNAL TEVE 104 ANOS DE TRADIÇÃO E CREDIBILIDADE NA REGIÃO. COM CIRCULAÇÃO ININTERRUPTA DESDE 1899 ATÉ 2003, ANO DE SEU FECHAMENTO ERA O JORNAL MAIS ANTIGO DE MINAS GERAIS E O TERCEIRO MAIS ANTIGO DO PAÍS. QUINTILIANO CONTRIBUIU COM O CRESCIMENTO E ABRANGÊNCIA DO JORNAL QUE FOI FUNDAMENTAL PARA O RECONHECIMENTO DA CIDADE DE UBERABA. UMA DAS FORMAS DE HOMENAGEAR O JORNALISTA FOI DAR SEU NOME A UMA DAS MAIS RECONHECIDAS ESCOLAS DA CIDADE. INICIALMENTE A ESCOLA COMPLEMENTAR DE UBERABA LOCALIZAVA-SE NA RUA SÃO SEBASTIÃO E EM SITUAÇÃO PRECÁRIA. UM ANO DEPOIS, EM 1967 FOI ENTREGUE A ESCOLA UM PRÉDIO NA RUA OSVALDO CRUZ NO BAIRRO ESTADOS UNIDOS, LOCAL ONDE A ESCOLA FUNCIONA ATÉ OS DIAS DE HOJE. E A ENTÃO ESCOLA COMPLEMENTAR PASSA A SE CHAMAR ESCOLA COMPLEMENTAR QUINTILIANO JARDIM, POIS ERAM OFERTADOS CURSOS COMO CORTE, COSTURA, EDUCAÇÃO PARA O LAR, ARTES COMERCIAIS ALÉM DO ENSINO TÉCNICO. LOGO NA DÉCADA DE 70 ESSES CURSOS FORAM EXTINTOS, EXISTINDO SOMENTE OS CURSOS DE EDUCAÇÃO BÁSICA, E A ESCOLA PASSOU A SE CHAMAR ESCOLA ESTADUAL QUINTILIANO JARDIM.