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domingo, 28 de julho de 2019

LÍNGUA DE FOGO

Oi, turma!
( Como dizem os políticos “ não tem virgem na zona”... )


Enquanto “teve vida”, a rua São Miguel, foi um dos locais mais seguros de Uberaba. O Delegado Lindolfo Coimbra, designou ao seu “ homem forte”, o escrivão Mário Floriano de Moraes, que por ter uma pinta no canto esquerdo do nariz, tinha o apelido de “ Pinta Roxa”, responsável pela guarda policial da cidade. Este, por seu turno, “nomeou” o cabo Tatá e o sargento Ranulfo, pela segurança, ordem e respeito, da zona do meretrício. Qualquer encrenca, logo era resolvida pela dupla.

Os “gigolôs” das ex-donzelas, tremiam de medo e eram incapazes de achacar a namorada, ou mesmo tentar agredi-la. “Cuidado, que eu chamo o cabo Tatá”, era a senha da mulherada.

 O máximo permitido, era dormir sem pagar o “ michê” das meninas... Fato hilariante que marcou a rua São Miguel, foi protagonizado por um jovem da terrinha, filho de família rica e frequentador assíduo da rua São Miguel. Com seus 20 e poucos anos, bancário, dinheiro no bolso, era querido pela mulherada.
Boa pinta, andava na moda. “Gumex” nos cabelos, barba escanhoada, camisas seda pura, calças de vinco bem passadas, sapatos sempre engraxados, fazia sucesso. Contudo, segundo as putas, tinha um costume estranho para a época, a prática do sexo oral. Seus amigos, quando ficaram sabendo, partiram para a gozação, “ o Cidão ( apelido falso) é um tarado”, diziam.

Apreciador da comia baiana, toda vez que “Cidão” se dirigia ao quarto da “companheira”, sem que ela percebesse, mastigava com gosto, 2 a 3 pimentas “malaguetas”. No auge da prática sexual, a mocinha não se continha e começava a gritar, frenéticamente:-“ai, ai, ai, tá ardendo demais !” ocê tem língua de fogo ! Para ! Para !” “Cidão”, delirava. Ria à cântaros do desespero da pobre coitada...

A fama do bancário correu, célere, em toda a “São Miguel”. Aquelas “sofredoras”, por medo ou vergonha, sei lá, não contavam para a nova parceira do “Cidão” e assim, o “língua de fogo” ia fazendo suas “vítimas”. A queixa das meninas era uma só:- “Credo ! Tô com ardume na perereca, até hoje”, reclamavam quando a “ prática” veio à tona...

“Cidão”, ficou famoso na zona. Chegava cedo. Banho tomado, 8 da noite, já estava na zona. Comia 2 espetinhos do Jaime, esquina da rua com a praça Frei Eugênio e ia para sua habitual aventura. Madrugadão, passava no “Tabu”, comia o delicioso sanduíche de pernil do Shin (alô, Waldir !) e voltava prá casa. Até que um dia...

“Cidão”, começou namorar”firme”, moça rica da terrinha. Casou. Ficou uns tempos, quieto. Não resistiu. Continuou mulherengo. Chegava em casa sempre pela madrugada. A mulher, desconfiada das andanças dele. A desculpa era uma só: estava jogando sinuca no bilhar do Manogra”. (Saudade do Manograsse Honório Campos...) Até que uma certa madrugada...

“Cidão” chega em casa. Pé ante pé, tira a roupa. A mulher acordada, espumando de raiva . Levanta-se e ele espanta:- “quéisso, mulher?!”
-On’cê tava ?” perguntou., séria.
-“Tava na casa do Dentinho de Ouro ! E daí ?”
Ela olhou o marido, de cima em baixo.
-“Mentiroso!”
-“Tá ficando louca, mulher ?”
Olhos marejados de lágrimas, o abraça, ternamente e diz:
-“Ocê tava jogando sinuca no Manogra né , meu amor!”
Daquele noite em diante, foram felizes para sempre! Marquez do Cassú.


Luiz Gonzaga de Oliveira


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Cidade de Uberaba

terça-feira, 3 de janeiro de 2017

ESTRADA ESBURACADA, CARRO VELHO, POLÍTICO MENTIROSO E NORMALMENTE CORRUPTO, ADMINISTRADOR PREGUIÇOSO, NÃO ACABAM NUNCA.

Estrada esburacada, carro velho, político mentiroso e normalmente corrupto, administrador preguiçoso, não acabam nunca. Lembro-me como se hoje fosse, numa quarta feira de cinzas de anos passados, um casamento que marcou época em Uberaba. Ele, G.P.S., ela A.G.S., famílias tradicionais e ricas da cidade. Ele, apesar de casado, nunca abandonou a boemia. Ela, coitada, a tudo suportava. Mas, ultimamente, estava meio “cabreira” com as andanças duvidosas do marido, embora ele afirmasse, quando chegava tarde em casa, estar a trabalho. Para que o “caldo não entornasse” e o casamento fosse “prá cucuia”, ela fingia acreditar. Até que aconteceu aquela noite inesquecível, lembra ele. Trágica , comenta ela. Não dava mais. O casamento estava por um fio. Pediu a ele que saísse de casa. As famílias, dela e dele, contornaram a difícil situação. Incômoda a não mais poder. Até que naquela terça feira gorda, chegando à quarta feira de cinzas, madrugada alta, sem saber o que dizer em casa, passou no bilhar do Manogra ( Monagrasse Honório Campos, de saudosa memória), espalhou pela calça e camisa, aquele pó azul do giz dos tacos e foi prá casa. A mulher, acordada, depois de cansada em ver desfile de carnaval pela televisão, firme a esperá-lo. –“Hoje ele me paga, não agüento mais”, vociferava interiormente.
Pé ante pé, o maridão abre a porta, devagarinho, atravessa a salae entra no quarto. Ela de pé. Impassível, espumando pelo canto da boca. –“On’cê tava?”, pergunta prá lá de raivosa.
-“Tava com as puta lá na casa do Dentinho de Ouro. E daí?”, respondeu calmamente.
Ela olha o marido dos pés a cabeça. De cima em baixo, De trás prá frente, de lado e esbraveja:
“Seu mentiroso !
-“Que foi, mulher”, prá que isso”…
Ela, com os olhos marejados de lágrimas, abraço-o, ternamente e com muita intensidade.
-“Cê tava jogando sinuca, né amor?”
Dalí prá a eternidade, foram felizes para sempre…


Luiz Gonzaga de Oliveira