Mostrando postagens com marcador Marquês de Sapucaí. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Marquês de Sapucaí. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 3 de janeiro de 2017

O DIA QUE CHICO XAVIER, PEIRÓPOLIS E ZEBU QUASE VIRARAM ESCOLA DE SAMBA

Encerro, hoje, reminiscências do carnaval de Uberaba, com um fato acontecido em 2014. Um daqueles malandros de escolas de samba do Rio de Janeiro, veio a Uberaba “oferecendo” um samba enredo envolvendo os principais pontos turísticos da cidade. Chico Xavier, Peirópolis e Zebu, para desfile na “Marquês de Sapucaí”. O preço, módico, da promoção seria “ apenas” de 10 MILHÕES DE REAIS ! Nossas autoridades municipais entusiasmaram-se com a “proposta” e, não fosse a gritaria de uma parte da imprensa, o “negócio” teria saído… As “otoridades” ficaram tristes por não ter realizado o evento, mas, prometendo para o ano seguinte(2015), que o assunto seria estudado com muito carinho. Felizmente, a vontade gorou. Dias após a desistência uberabense, encontro na caixa postal aqui de casa, o “poeminha” que guardei com carinho e que, agora, vou torná-la pública. Além de real e sincera, encerra uma boa dose de humor:
O DIA QUE CHICO XAVIER, PEIRÓPOLIS E ZEBU QUASE VIRARAM ESCOLA DE SAMBA
I
Noite dessa sonhei que apanhei
De dor, saudade, males outros e infelicidade
Quis reagir- qual nada- em vão – meio tarde
Zombavam da minha dor. Gritei !
Il
UBERABA- como fazem maldade com Você !
Filhos que nem dessa terra são, judiam de ti
Quanta amargura, desventura, não posso esquecer
Tôlo, bobo, tapas, bofetões, sem reagir, não esqueci
III
Agora, eles querem um carnaval bacana
Não mais no Tutunas, nem no ciclo- parque
Querem voar mais longe- pasmem ! – Copacabana
Misturar dinossauro- religião e carne de charque
IV
Casar Chico Xavier com dinos jurássicos
Zebu chupar cana com gás e amônia
Montar fantasias com laços elásticos
Gastar nosso dinheirinho sem cerimônia
V
Quanta insensatez – descaramento- Deus meu !
Ridículo tem limite – vergonha , um pouco mais
Moral, costume, honestidade, tudo morreu?
Desfaçatez ganha força … pudor nunca é demais…
VI
Dinheiro do povo é dinheiro sagrado
Não se joga no ralo da inutilidade
Pobre trabalha e o seu labor é suado
Nunca servir à imoralidade e desonestidade
VII
Quem quiser carnaval, faça do próprio bolso
Cortesia com chapéu alheio é feio
Não deve ser usado para estranho reembolso
É como roubar dos pássaros seu mavioso gorgeio !
VIII
Chico não precisa de samba enredo
Peirópolis quer turismo e atenção
Zebu é mais conhecido que floresta de arvoredo
UBERABA quer progresso – não enredo e ilusão
IX
Chegou a hora de dizer não aos patrões
Pão e circo podem esperar um pouco mais
Nossos problemas carecem soluções
Basta de burrocracia e preguiça formais
X
No desfile da Sapucaí- que é aquilo ?
Chico Xavier – dono de fazenda de dinos ?
Zebu – pastando e flutuando sobre a cana ?
Fazendeiros de chapéu aba larga, ultra finos?
Peirópolis faceira- rainha jurássica- mostrada soberana…
XII
Preocupante é o desfecho do terrível desfile-enredo
Dinossauro procurando o boi zebu
Chico Xavier – divertindo-se – alegremente- no folguedo
O boi escondendo o rabo, à evitar um maior rebu
XIII
Não vi peixe sentado em nelore de tonelada
Chico Xavier, sorridente, não puxava dinossauro pela corrente
Estava de volta a minha Uberaba , hospitaleira, ordeira e decente!
Acordei do pesadelo, confesso, sem nenhuma mágoa guardada…

Luiz Gonzaga de Oliveira