segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

BANCÁRIO É UMA PROFISSÃO QUE ESTÁ PERTINHO DE CAIR EM DESUSO

Bancário é uma profissão que está pertinho de cair em desuso. A era da informática me leva a essa conclusão. Caixa eletrônico, pagamento via internet, etc . e tal corroboram o meu entendimento. Além de mal remunerado, normalmente, o bancário passa por dificuldade financeira, é obrigado a andar bem vestido, bem calçado e barbeado, cabelos nunca em desalinho. Já houve tempo em que bancário era obrigado a trabalhar de gravata! (sim senhor!), perguntem aos mais antigos… Das 9 da manhã, às 7 da noite, era um duro danado e que acabava fortalecendo uma grande amizade entre eles. No inicio da minha puberdade, trabalhei em banco. O ex-Triângulo, cuja sede era aqui, capital uberabense e fundado por nossos industriais, comerciantes e fazendeiros. Capitaneado pelo sempre lembrado Fidélis Reis, uberabense grau 10, marcou época na economia regional. Trabalhei com Euclides Prata dos Santos, José Sexto Batista de Andrade, Armando Silva, José Pinot Clávis, Geraldo Santos Rosa,José Uberabino Ferreira, Dioclécio Campos, Walter Paiva, Luiz Dorça, Wilson de Paiva, Hélio Tarquinio, Zezinho Matos, Jose dos Santos Rosa, Orcílio Fernandes, Sherlock Marinho, homens probos, conduta ilibada e profissionais do mais alto teor. Tive a felicidade de partilhar a companhia dessa figuras simpáticas, que tenho saudades enormes. Em 1956, aconteceu um fato que não esqueço.Véspera do dia dos Pais, o gerente, “seo” Batista para fomentar ainda mais o companheirismo entre os funcionários, promoveu uma “enquete” a saber qual o companheiro que tinha mais filhos. Apurado o levantamento, José Francisco,.Encarregado da limpeza do banco e a quem, carinhosamente, chamávamos “Zé Faxineiro”, venceu disparado:10 filhos! Na entrega do prêmio, sempre educado, o gerente, “seo” Batista, derramou fartos elogios ao “Zé Faxineiro”:
-“José, você é um herói, nossos parabéns pela grande prole!”
Humilde, meio desajeitado, mas, feliz, agradece:
-“Que nada, chefe.A minha prole é tamanho normal, 14 centimetros quando está dura”.
Gargalhada geral. Nada mais foi dito e nem lhe foi perguntado.


Luiz Gonzaga de Oliveira

CARRO DE GUERRA EM FRENTE À CASA DA FAMÍLIA RICCIOPPO - UBERABA

Carro de Guerra


Revolta de 32 – isso mesmo 1932, aonde Uberaba minha cidade natal, lutou contra São Paulo!
Nesta foto podemos observar os soldados que passavam com esse carro de guerra em frente à casa dos meus bisavós, que por acaso se encontravam na janela observando tudo que acontecia!
Bisavô Francisco e Madaglena Riccioppo, primos e depois se casaram após chegarem da Itália ao Brasil!
Esse casarão de 1900, mais conhecido como Notre Dame de Paris, tem grandes histórias, onde minhas Irmãs, Sandra Riccioppo Coelho,Sandra e Vandinha Riccioppo chegaram a morar e que eu cheguei a brincar quando pequena!
Mas brasileiro não gosta de proteger patrimônios e demoliram descaracterizando uma das principais praças da cidade!
Linda foto! Grandes memórias!
(Victória Rossetti)

MERCADO MUNICIPAL DE UBERABA

Mercado Municipal de Uberaba é um ponto turístico da tradicional cidade mineira, além de ser um espaço de convivência e negócios;

Trata-se de uma construção octogonal com 53,62 m de comprimento, 31,15 m de largura, com área total de 1400 m².

Clique no link e assista o vídeo

Mercado Municipal de Uberaba. 
 

A primeira sede surgiu e 1882, no Alto do Rosário e na rua Alegre, atual Dr. Lauro Borges;

Em 02/08/1924 foi inaugurada sua sede definitiva;

O local passou por várias reformas (1936 e 1992), com remodelações interna e externa, ampliações, construção de sanitários e um mezanino metálico. É Patrimônio Histórico desde 1999. O Uso dos boxes é autorizada mediante permissão precedida de licitação. Nos boxes se comercializam carnes, queijos, frutas, doces, peixes, artigos religiosos, artigos de pesca e hortaliças, além de bares e produtos artesanais.

O local é um marco turístico onde acontecem novas amizades.

No seu entorno, encontram-se outros prédios históricos como a Igreja de Santa Rita, Igreja São Domingos, Prédio da Faculdade de Medicina, antiga cadeia pública.

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Designação: MERCADO MUNICIPAL E PRAÇA MANOEL TERRA
Endereço: Praça Manoel Terra, s/n° - Centro
Lei de Tombamento: Lei nº 5.350, de 19 de maio de 1994, ratificada pelo Decreto 1.903, de 19 de agosto de 1999.
IPAC /MG: 1987/1988
Processo: 007 – CONPHAU/URA
Proprietário: Prefeitura Municipal de Uberaba

Créditos: Vídeo: Antonio Carlos Prata.  

RODEIO NO PARQUE “FERNANDO COSTA” - UBERABA

Gosto de assistir rodeios, embora nunca tenha visto o de Barretos. Contentava-me com os realizados aqui na terrinha, quando a ABCZ fazia festa para o povão…Informo-lhes que rodeio não é prerrogativa de Barretos. Em Uberaba, já na década de 70, os irmãos Tibert, Pilinha e o saudoso Murilo, já realizavam esses eventos no parque “Fernando Costa” e, depois, disseminados para todo o Brasil. O rodeio era na pista central, onde se exibiam os animais de raça, vencedores da Exposição. A`tardinha, começava o movimento dos cavalos. Naquele tempo, rodeio era só prá cavalos. Depois é que inventaram para montar em burro bravo e, hoje, em touros bravios. Voltemos ao tempo. Atualmente os locutores de rodeio, são profissionais e ganham um dinheirão. Antigamente , o locutor dos rodeios no parque “Fernando Costa” era o Elias Tavares, velho funcionário do Ministério da Agricultura, que deve ter transmitido uns 500 rodeios na vida. Além de animar rodeios, dava o resultado dos bois premiados, apresentava as solenidades oficiais e anunciava os discursos oficiais… tudo nas mãos e voz do Elias, altamente competente.
No rodeio, tinha um cavalo super bravo, baio, quando lhe encostavam, pulava mais que cabrito em beira de cerca. “Cacete”, era o seu nome. Toda vez que peão montava no “Cacete”, lá vinha o Elias:- “cuidado peão, cê só ganha o prêmio se ficar muito tempo em cima do “Cacete”.Era aquela festa ! “Asa Branca”, famoso locutor de rodeios, foi um excelente peão, preferido do Elias. Ganhou um bom dinheiro por aqui. Outro garanhão danado de bravo, foi o “Bolseto”. Era o cavalo abrir as pernas , soltar um relincho e a peãozada ficava assustada. Presentemente, as regras são outras. A arena de Barretos é espetacular. A melhor do Brasil e uma das mais bonitas do mundo. Quanto a Uberaba….bem…deixa prá lá… Sabem, hoje, a profissão de peão é regulamentada, eles ganham rios de dinheiro, principalmente os que montam em touros bravos. Gosto de rodeio, a minha formação roceira me induz ao esporte. Só tem uma coisa que me entristece. Muito! Estão judiando dos touros e sabem porquê os animais estão saltando mais alto? Pois é, amarram o saco do boi quando entra na arena, no cotucão do peão, a dor aumenta. Já imaginaram a dor do boi com o saco amarrado, alguém em cima, dando espoeada? Assim eu não gosto, é judiação !

Luiz Gonzaga de Oliveira

GLOSSÁRIO PARA O ANO QUE VEM

No ano que vem, vamos evitar o riso cínico, o abraço protocolar, o aperto de mão frouxo, o desdém imotivado, os olhares enviesados, a indiferença humilhante e os gestos rudes. Vamos evitar também a frieza, o açodamento dos bate-bocas em tarde festivas. Vamos fugir da ira reformista dos moralistas, vamos nos proteger da visão generalista do clínico geral, da missa repetitiva do pároco, da ira legal do promotor, da condenação sumária do juiz, do recurso intempestivo do advogado, da burocracia encardida do funcionário público.
No ano que vem vamos evitar o ódio condescendente dos arrependidos, a raiva oportunista dos inimigos invisíveis, a agressividade cenográfica dos detratores. No ano que vem vamos desvendar o anonimato providencial dos agressores, a luxúria dos exibicionistas, o lucro fácil dos capitalistas, a prática totalitária dos comunistas. Vamos reconstruir a possibilidade, cimentar a perspectiva de dias melhores, trabalhar contra a escuridão, vamos apoiar a diversidade, prestigiar as minorias, abraçar a multidão.
No ano que vem vamos evitar os espasmos violentos. Vamos conter o avanço dos skinheads, a tensão permanente dos policiais, a raiva incontida dos bandidos, a pressa constante dos mototáxis. Vamos combater os ácaros, a dengue, os maus súbitos, a indolência doentia, a rebeldia covarde, os pernilongos, as baratas e, sobretudo, os ratos. Vamos contestar os impostos extorsivos, os juros escorchantes, as taxas degradantes, o custo alto dos pequenos prazeres. Vamos fazer regime, correr nas primeiras horas do dia e prestar atenção no crepúsculo, desligar a TV e passar tardes amenas nas varandas.
Francisco Marcos Reis
31 de dezembro de 2015

COMUNISTA DE JESUS

Vítor Martins


Calor de 40 graus em Uberaba! Subia a avenida com um andar meio cambaleante. Pinga não era…. eu tinha certeza. O andar dos bêbados é diferente. Era cansaço mesmo. Me aparentava estar entre 85 e 90 anos. Levava uma sacola plástica nas mãos. Liguei o “pisca-alerta” e atrapalhei um pouco o tráfego. Cheguei-me a ele : – O senhor está indo para onde? Quer uma carona?
– Olha eu posso aceitar… mas quem é o senhor? Falei meu nome, apertei a mão dele e insisti na carona.
– Você pode me levar… mas leva só até perto da minha nora. Eu moro lá. Mas se parar carro me levando ela pode se assustar…
Entendi a preocupação do idoso. Uma delicadeza com a nora. Instalei-o no carro e ajeitei o cinto de segurança. – Vamos?
E lá fomos para o endereço que me indicou. Fiquei pensando se eu mesmo tivesse que cumprir aquele trajeto, a pé, mal me sustentando nas pernas… Creio que eu desistiria.
– O senhor tem filhos?
– Tenho. Mas não quero falar dele.
Respeitei, naturalmente. Mudei o panorama da conversa: – Qual era sua profissão ?
– Eu era militante comunista. (!) E prosseguiu:
– Fui preso com o Prestes, fui preso com a Dilma… mas eu fiquei meio decepcionado com o comunismo depois. As loucuras do Stalin acabaram com o Partido!
Dei uma velocidade menor no veículo. A conversa estava me interessando.
– Mas, o senhor participou ativamente da política?
– Já sim. Fui candidato a prefeito de Uberaba… Faz muitos anos… Na época o Lula me convenceu. O PT era uma partido inexpressivo aqui… como é até hoje! Mesmo assim fui candidato. Foi pela causa… pelo socialismo!
Fiquei intrigado. Fui dando corda ao ancião. Fui ouvindo coisas que conheço apenas de leitura. Pessoas que sei apenas pela História. Falou-me de Lênin, de Trotsky, da invasão de Varsóvia, do Paralelo 38…
Depois perguntei-lhe de quem ele era amigo aqui em Uberaba. Contou-me como foi libertado de algumas prisões políticas pelo advogado Helvecio Moreira de Almeida; falou-me da mãe do Calixto Rosa, sua companheira de prisão; do Afrânio Azevedo…
Sua memória, privilegiada, registrou com perfeição frases do antigo Cavaleiro da Esperança; lembrou-se de Francisco Julião, de Miguel Arraes, de Leonel Brizola…
Lembrou-se de quando, por perseguição política, foi internado em um hospício, no Rio de Janeiro e falou os nomes de muitas pessoas “graúdas e sonhadoras como eu”, que foram suas companheiras de internato.
– Mas hoje, tudo isso passou. Fixei-me apenas na militância para o Líder Maior. Esse é o que vai consertar o Brasil, é o que vai acabar com a pobreza, que vai distribuir fartura para todos, que trará a felicidade para nosso país.
Xi…. pensei. Meu novo amigo é um ferrenho defensor do Lula!
– Mas o senhor não está escandalizado com essas denúncias de corrupção?
– Corrupção sempre houve, amigo! Começou lá atrás, quando uma cobra ofereceu uma maçã para um ser humano se corromper…
– Mas o líder que o senhor escolheu está rico, a família dele hoje é poderosa!
Olhou-me de forma estranha.
– Rico? Meu líder? Não…. é o mais pobre entre os pobres; é o maior socialista entre os socialistas e o maior pregador do comunismo que este mundo já viu!
– Ué, então não estamos falando do Lula?
– Lula? Não !!!!! Esse é um vigarista! Meu maior líder se chama Jesus Cristo!
Chegamos ao ponto indicado. Lá no bairro de Lourdes.
– Posso tirar uma foto do senhor?
– Pode, claro!
– Como é mesmo o seu nome?
– Vítor Martins!
– Prazer senhor Vítor! Vai com Deus…

22 de outubro de 2015

Tharsis Bastos Barros

CHICO XAVIER – LUZ MISTERIOSA FILMADA EM HOSPITAL - UBERABA

Algo estranho foi visto na webcam do programa “Breakfast News” do canal regional Look North da BBC, no dia 04 de agosto de 2009. Um feixe de luz prateada passou diante da tela no momento em que o apresentador Colin Briggs lia as manchetes. A BBC Look North chegou a pedir aos telespectadores para que eles dissessem o que eles acharam que a webcam mostrou.

Quando assisti ao vídeo da webcam, lembrei daquele outro feixe de luz prateada que filmaram voando rumo ao quarto do hospital onde o médium Chico Xavier se encontrava internado no dia 30 de junho de 2001 em Uberaba, vítima de uma pneumonia, ficando entre a vida e a morte . Logo após o incidente da luz, Chico melhorou de maneira espantosa!

Como estes dois feixes de luz se parecem tive então a idéia de editar este vídeo, colocando as duas filmagens para comparação. O vídeo que editei está com qualidade ruim, mas mesmo assim dá pra notar a semelhança entre estes dois misteriosos feixes de luz.

Espíritas e espiritualistas dizem que o que as câmeras filmaram podem ser espíritos de Luz, espíritos estes que já são tão elevados que nem possuem mais uma forma humana.

Já vários ufólogos dizem também que o que as câmeras filmaram são na verdade Rods. Na ufologia, Rod (em inglês: Bastonete) São estranhos objetos em forma de bastão que voam em altíssima velocidade e que são filmados em todo mundo, sendo geralmente vistos somente em câmera lenta. Os Rods tem um aspecto meio transparente, sendo possível ver o céu que está por detrás deles. Eles também são chamados de “aeroformas”, podendo ser classificados em Nebulosos, Translúcidos e Gelatinosos. Os Rods se comportam de maneira “inteligente”. A ideia de os Rods serem bioformas não é exatamente uma novidade.

Neste vídeo, alguns estudiosos analisam a filmagem da luz misteriosa que voou rumo ao hospital, verificando se o filme trata-se de uma fraude ou ilusão de ótica.

Espíritos? Fenômenos da natureza? Ilusões de ótica? Objetos extraterrestres? Rods?

Um clima de muito mistério ronda estes dois vídeos!


Fernando Lima Ribeiro

CASA DE SAÚDE SANTA RITA – HOSPITAL SÃO JOSÉ -UBERABA

Casa de Saúde Santa Rita – Hospital São José

“A Segunda Casa de Saúde Santa Rita foi construída pelos sócios, Dr. Olavo Rodrigues da Cunha, Dr. Jorge Frange, Dr. Luiz de Paula e Dr. Carlos Terra.
A construção ficou a cargo do construtor Santos Guido. Sua inauguração aconteceu no dia 11 de setembro de 1932. O Dr. José Humberto Rodrigues da Cunha, proprietário da Casa de Saúde São José, situada na Praça Rui Barbosa nº 57, necessitando ampliar o hospital, adquiriu em novembro de 1941, a Casa de Saúde Santa Rita.
No início de 1952, o Dr. José Humberto contratou os serviços do Engenheiro Dr. Alberto de Oliveira Ferreira e deu início à construção de um edifício anexo à Casa de Saúde São José, que foi inaugurada em 19 de julho de 1953.”

ARNALDO MANUEL DE SOUSA MACHADO BORGES

                   Arnaldo Borges e Romulo Kardec

Sua trajetória profissional foi reconhecida com o Mérito Pecuário ABCZ concedido em maio de 2000 (Expozebu) na gestão de Rômulo Kardec de Camargos, e com o Mérito Cebu de Oro Asocebu-Bolívia conferido em setembro de 2001 (Expocruz) na gestão de Eduardo Ciro Añez pelo trabalho de melhoramento das raças zebuínas realizados na Bolívia desde 1987.

GERMANO GULTZGOFF, FOI O GRANDE ARQUITETO E PROJETISTA DE UBERABA

Germano Gultzgoff, foi o grande arquiteto e projetista de Uberaba. Filho de russos, nascido na ilha de Córsega, a mesma de Napoleão Bonaparte (seriam parentes? Sei lá…), aportou em Uberaba no ano de 1954, pelas mãos sérias e progressistas dos irmãos Salomão. Gilberto, figura maiúscula do empresariado de Brasilia (DF) e Urbano, “curtindo” com sabedoria e inteligência, até hoje, sua sempre doce Uberaba…
Country Clube, Sirio Libanês, repaginação do Jockey, da praça Ruy Barbosa, Hospital “Hélio Angotti” e as mais bonitas mansões da cidade, tiveram os traços de Germano. Educado, criação esmerada, educação requintada, vir morar no interior de Minas, só mesmo um gênio(aliás, todo gênio tem um pouco de louco…)para aceitar tamanho desafio. Germano, aceitou. Provou, gostou e não saiu mais da terrinha. Inovador, irriquieto, irreverente, pensador, criador, culto, inteligente, leal, sincero, “bom de copo”, sem papas na língua e outros adjetivos mais, Germano os tinha. Os que conviveram com ele, sabe o que estou dizendo. Já maduro em idade, enveredou-se pela política, candidatando-se à prefeito. Teve menos votos que o vereador eleito com a menor votação… Na eleição seguinte, tentou a vereança. Nem na suplência ficou. “ – Meus amigos continuam os mesmos”, consolava-se. Adquiriu uma fazenda com a lei dos incentivos fiscais, que, diga-se, deixou muita gente daqui, “bem de vida”, a tal lei do reflorestamento… Agricultura, pecuária, apicultura, foram as atividades. Não sendo do ramo, logo desistiu. Porém, antes de vender a fazenda, colocou na entrada principal, um enorme canhão. Verdade! Canhão grandão, mesmo.Viajantes que vão com destino a Goiás, BR-050, quase defronte ao posto das Bandeiras, ficam intrigados com a ousadia de Germano.- “Canhão na entrada da fazenda?Praquê?” diziam todos. À custo, Germano explicou: – “Ninguém vai tirar o canhão Dalí. Sabe cumé, né, Uberlândia ta crescendo prós nossos lados, mas, só até no posto das Bandeiras. Se passar, meu canhão ta cheio de balas e passo a atirar. Pros lado de Uberaba, ninguém vai botar banca, não”.
A fazenda não é mais do Germano, mas, o canhão está lá. Até hoje.Por medida de segurança…


Luiz Gonzaga de Oliveira

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CRIADORES DE ZEBU (ABCZ)


A Associação Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ), sediada em Uberaba (MG), é uma das maiores entidades representativas de gado no mundo, com mais de 20 mil associados. Sob sua tutela, estão as oito raças zebuínas que deram origem aos mais de 200 milhões de bovinos existentes no Brasil, responsáveis por colocar o país na liderança das exportações mundiais de carne bovina e ao mesmo tempo abastecer a gigantesca demanda interna, próxima dos 40kg de carne/habitante/ano, o consumo per capita brasileiro.
Altamente representativa junto ao governo e às demais entidades defensoras dos interesses dos pecuaristas e dos produtores rurais em geral, a ABCZ é quem solicitou a inserção da “Pecuária”, na nomenclatura do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e também comandou os acalorados debates que envolveram o setor na Conferência Rio+20 e na defesa da carne brasileira em Anuga, perante pecuaristas e parlamentares europeus. “A ABCZ participa ativamente das grandes lutas em defesa dos produtores. É um trabalho diário e que ainda precisa se consolidar, visto que os desafios atuais são muito maiores do que os de 20 ou 30 anos atrás”, define o criador Frederico Cunha Mendes, ou apenas Fred, como é conhecido.
E para materializar uma ABCZ cada vez mais atuante, representativa, transparente e unida, em todas as frentes, é que Fred é candidato à presidência da associação nas próximas eleições, em agosto. E para essa missão tem o apoio de 15 dos 17 membros da diretoria atual, incluindo o presidente Luiz Cláudio Paranhos, que também dirige a Câmara Setorial da Carne Bovina no MAPA. Já estão confirmados na Chapa “ABCZ Unida: Fred Presidente” outros nomes de peso: Jonas Barcellos, empresário de sucesso e um dos mais respeitados neloristas do Brasil, e Pedro Gustavo de Britto Novis, presidente da Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB).
A indicação de Fred não ocorreu por acaso. Ele já participou de duas gestões e tem o zebu no DNA. É neto de Torres Homem Rodrigues da Cunha, fundador da centenária “Marca VR”, e filho de José Olavo Borges Mendes, que deixou legados como presidente da ABCZ em três gestões. Fred não é apenas uma jovem liderança, ele entende as necessidades da pecuária brasileira. É médico-veterinário pela Universidade Federal de Minas Gerais, pós-graduado em Reprodução Animal pela Universidade de Saskatchewan (Canadá); é pioneiro no uso técnicas de ultrassonografia e transferência de embriões e, além de empreendedor, possui MBA em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas.
Propostas
Dentro do Parque Fernando Costa, onde fica a sede da ABCZ, em Uberaba (MG), assim como acontece na pecuária moderna, uma das grandes metas de Fred é fazer mais com menos, ou seja, desonerar o associado através de parcerias, patrocínios e quando não for possível, agregar mais serviços pelos preços já vigentes. Uma forma de conseguir tal objetivo é a desburocratização do Serviço de Registro Genealógico, algo que já vem sendo realizado por Fred como diretor de Tecnologia da Informação da ABCZ, após ouvir reclamações dos associados.
Essas mudanças impactam diretamente o Sistema Produz, o software de gestão oficial da ABCZ, o qual possui interface com o Programa de Melhoramento Genético das Raças Zebuínas (PMGZ), que já roda avaliações genéticas próprias e intensificará o foco na avaliação de carcaça, uma necessidade da pecuária sustentável. O Produz será ampliado para atender áreas fora da genética bovina como adubação de pastagens, manejo, sanidade e nutrição. Iniciativa pioneira que transporá a barreira dos computares para os campos da Estância Orestes Prata Tibery, de 70 ha, onde serão oferecidos aos associados cursos gratuitos nestas linhas. Para tanto, também necessitará de um corpo capacitado, hoje formado por 105 técnicos espalhados pelo Brasil.
A proposta é que os profissionais estejam aptos a entender os pontos críticos do sistema produtivo da propriedade do associado e propor soluções imediatas. Estar mais próximo do associado é uma preocupação que vai resvalar, inclusive, na comunicação e relacionamento com as oito associações promocionais de raça delegadas à ABCZ. A intenção de Fred é criar maior transparência quando das importantes tomadas de decisão inerentes a cada raça. “Não tem mágica. Não tem promessa. É trabalho, capacidade de gestão e foco naquilo importante ao associado”, avisa Fred.
A evolução continua!
Entre as iniciativas que deram certo e vão permanecer na pauta do candidato estão:
  • Promoção: Divulgar e defender a pecuária com planos de comunicação consistentes e voltados tanto para que a sociedade conheça mais sobre nossa pecuária quanto à defesa de interesses do agronegócio brasileiro no restante do mundo;
  • Representação: Diálogos e cobranças em todos os Poderes da República (em todas as esferas governamentais) sobre as necessidades do campo, articuladas em conjunto com as demais entidades da Sociedade Civil Organizada;
  • Captação: Angariar recursos e executar projetos com verbas governamentais destinadas via emendas parlamentares. Estes projetos beneficiam criadores e pecuaristas em geral, em todo o Brasil, sem onerar os associados;
  • Atenção: atender o associado plenamente, com cursos, eventos, programas, informação, serviços de qualidade, cursos de capacitação ao associado e colaboradores, além de prover excelente estrutura;
  • Transparência: Estar sempre próximo do associado e sistematicamente medir a qualidade dos serviços, permitindo melhorias contínuas nos processos da associação e na resolução de problemas;
  • Parceria: Apoio contínuo para as exposições e eventos das Associações Promocionais (Nelore, Gir, Gir Leiteiro, Guzerá, Tabapuã, Brahman, Sindi e Indubrasil). Atuação conjunta no colégio de jurados, logística e, repasses de participação nos resultados comerciais.
“A ABCZ tem se norteado com uma visão estratégica de mercado, atuando ao longo de toda a cadeia produtiva, em conjunto com outras entidades do setor, de forma articulada, com força e representatividade para defender e valorizar a pecuária comercial. Precisamos continuar sendo uma entidade aberta, transparente e comunicativa com os associados e a sociedade”, conclui Fred.

PRAÇA RUI BARBOSA - UBERABA

Praça Rui Barbosa - Década: 1940

“É o mais antigo logradouro público de Uberaba, pois, foi na sua parte inferior que se começou a edificação do primeiro prédio que Uberaba teve. Dele partem as seguintes ruas, a saber, canto inferior direito, a Coronel Manuel Borges; centro, a Artur Machado. Esquerda, a Vigário Silva, lado sul, ao meio, a rua de Santo Antônio. Canto superior direito, a rua Olegário Maciel e superior esquerdo, a rua Tristão de Castro; lado norte, no meio, a rua São Sebastião. É inteiramente calçada a paralelepípedos e com luxuoso jardim à frente da Catedral do Bispado. Nos alinhamentos em diferentes lugares ficam o Paço Municipal, hoje Prefeitura, o Teatro São Luís e custosos prédios particulares. Primitivamente chamava-se ‘Largo’, mais tarde ‘Largo da Matriz Nova’, ‘Largo da Matriz’, praça ‘Afonso Pena’ (1894-1916) e finalmente praça Rui Barbosa.” (PONTES, 1970, p.287).

GERSON DAIA FOI UM DOS TIPOS POPULARES MAIS INTELIGENTES QUE CONHECI NESSA NOSSA UBERABA

Gerson Daia foi um dos tipos populares mais inteligentes que conheci nessa nossa Uberaba. Confesso-lhes não o conheci na minha mocidade. Quando para minha felicidade, privei da sua amizade. Ele com 50 ou mais pedrada e eu, um pouco menos de 40. Melhor de humor e graça depois dos “enta”, tenho certeza. Gerson Daia, fez de tudo na vida, menos roubar e matar. O que gostava mesmo era fazer os outros rirem, alegrar com as histórias que contava e personagens que encarnava. Gerson tinha o rosto cravado por pequenas cicatrizes, que, segundo contava, fruto de uma varicela violenta que contraíra ainda jovem. Gerson não tinha feições delicadas, pelo contrário, era feio e aproveitava da sua feiúra para fazer os outros rirem. Piadista de primeira, tirava de cada fato do cotidiano, fosse bom ou ruim, verve para suas anedotas… Aprendiz de ventríloquo, Gerson, quando o dinheiro escasseava e a situação apertava, passava a mão no seu inseparável boneco preto e um arremedo de violino, feito de penico velho e um cabo de vassoura e três cordas e improvisava uma canção da moda e dos desarranjados sons emitidos daqueles pedaços de fios ligados ao fundo penico. Gerson, era alegre. Se recebesse chutes ou tapas, não se queixava, sabia fazer “ do limão uma doce limonada”. Jamais rejeitou contar uma piada se tivesse duas ou mais pessoas á sua volta. Piadas, diga-se, sempre novas…Uma ocasião, quando a cadeia pública ainda funcionava na praça do mercado, prédio atual da nossa Federal de Medicina, Gerson, devidamente “trolado”,foi preso pela enésima vez na sua carreira de boêmio. Fim de tarde, quase na hora da sida do famoso delegado, dr. Lindolfo Coimbra de Souza. O”homem” mandou chamar o preso e deu-lhe tremenda “ bronca”.

.-“Gerson, vê se toma jeito. Nem sei quantas vezes já te vi aqui., Você não fica com vergonha?” inquiriu, duramente, o delegado.

Gerson, na maior tranqüilidade do mundo, olhou o delegado de “cima em baixo” e savou:

-“Não fico não, dotô”.

Foi a conta. Esbravejando, o dr. Lindolfo, insistiu na clássica pergunta:

-“Você não fica envergonhado de vir aqui na cadeia quase todo mês?”

Gerson, de bate pronto, na bucha, retrucou:

-“E o senhor não vem todo dia?

A prisão terminou em gostosas gargalhadas do delegado e Gerson, uma vez mais, imediatamente solto..

Luiz Gonzaga de Oliveira

BÊBADO É A FIGURA MAIS CHATA E INCONVENIENTE QUE SE TEM NO MUNDO

Bêbado é a figura mais chata e inconveniente que se tem no mundo. O bêbado, rico, pobre,alto, baixo, preto, branco, mulato,amarelo, gordo, magro, é sempre um chato de galocha. Agora, chato mesmo é você, sóbrio, tolerar um bêbado O bêbado nunca “se acha” bêbado.É o famoso “ desmancha roda”, sabe de tudo, conta segredos, dá palpite, interfere na conversa dos outros,dá aquelas mal cheiradas baforadas de cigarro barato, pisa no seu pé, ou pior ainda! ,derrama o copo da cerveja na sua calça e camisa novinhas que sua mulher passou com tanto cuidado!Pior que suportar bêbado só mesmo “papo” de político. Esses também são “dose”, fingidos e falsos até não mais poder. Deixa prá lá. Voltemos aos bêbados…que ainda são melhores que os políticos, principalmente os da terrinha… Bêbado enjoado é pleonasmo.Bêbado adora azucrinar o garçom. Se serve cerveja gelada, ele quer, estupidamente, gelada. Se pede uísque, ele deseja o “choro”, se for “caipirinha”, ele quer mais limão. Se é chope, pede com o “colarinho” bem alto. O “tira gosto” se não vem quente, reclama. Bêbado e político, são , nojentamente, chatos!
Nos anos 60, auge do restaurante “Galo de Ouro”, o “Buraco da Onça”, era ante-sala. O aperitivo era com o Romeu e o filho Cebola. Ali era o “foco” dos diaristas bêbados. O fato que narro em seguida, é verdadeiro. Seguinte:
Acreditado advogado uberabense, morava no “Grande Hotel”, aperitivava no “Buraco da Onça” e jantava no “Galo de Ouro”. O saudoso Jesuino, era o seu garçom preferido. Mais prá do que prá cá, ziguezagueando até chegar à mesa, pediu o “rango”. O prato chegou e figura notou algo passeando pelo prato da sopa pedida.
-“Jesuino, por favor, venha cá”.-“Às ordens, doutor, em que posso servi-lo?””-
-“Amigo, que mancha grande é essa na minha sopa?”
Malandramente, Jesuino respondeu: “Uai, doutor, é desenho do prato, num ta vendo?”
-“Vendo até que estou. Só que ele ta mexendo”…
Jesuino, sem perder a pose , mãos às costas, de supetão, respondeu:
-“È desenho animado, doutor”.
O restaurante, aquela noite, fechou mais cedo……

Luiz Gonzaga de Oliveira

UBERABA TÊNIS, ALGUNS LANCES DOS VELHOS CARNAVAIS DE UBERABA

Lembrarei, a partir de hoje, a pedido do meu amigo José Natale, do Uberaba Tênis, alguns lances dos velhos carnavais de Uberaba, das décadas 50/60. 0não vivi os áureos tempos dos grandes corsos, das baratinhas carregando as moças bonitas da terrinha, profusão de lança-perfumes, confetes e serpentinas à rodo, colorindo as principais ruas e avenidas da cidade de alegria, euforia e a natural confraternização que só uma festa popular como o carnaval pode atrair. Saudade dos carnavais dos anos 60, onde a banda da Maria Giriza era uma das principais atrações de rua de Uberaba, a “entrada dos roceiros” com o “casamento caipira” e o “Zé Pereira”, antecedendo aos dias do carnaval, davam o sinal certo como iriam transcorrer os folguedos. Roil Cussi, Márcio Perigoso, Rafael “Bolão” Angotti, Caio Guarda, Joel Lóes, Reynildo Chaves Mendes, preparavam com carinho, a entrada do “Zé Pereira” com as máscaras, as fantasias de Pierrot, Arlequim, os palhaços, homens vestidos de mulher, no melhor estilo, antecediam o carnaval . A banda do Langerton, enxertada com músicos do Batalhão, os caminhos alugados, a relação dos foliões entregues à Delegacia para aprovação, a casa do Caio Guarda, nos fundos da rua São Miguel, quartel general para o “ponche amigo”( mistura de cachaça, rum, guaraná e um pouco de groselha para dar cor), a turma chegando, a bebidinha amiga, vestidos espalhafatosos, aguardando a ordem do Bolão e do Reynildo à subir nas carrocerias de três caminhões , um com os músicos e os outros dois com os foliões fantasiados… A farra era boa e bem carnavalesca. Da rua Santo Antônio, chegando à Vigário Silva, a primeira parada era na porta do “Lavoura e Comércio” para as fotos de praxe. Dalí, a pé, praça Ruy Barbosa.Na esquina da Artur Machado, o bar “Indubrasil”, dos irmãos Salim e parada “fica Farah Zaidan. A descida na Artur Machado, era apoteótica! Próxima parada, bar Marabá, do Renatinho Frateschi. Gritos, alegria, confeti, serpentina, a farra carnavalesca era contagiante. Derradeira “esticada”, bar da “Viuva”. Fara Zaidan , Renatinho Frateschi, Felipinho e Gilberto Vasques, sabiam para quem estavam vendendo. Os foliões eram todos conhecidos…Sabiam quem se ocultava debaixo daquelas horrendas máscaras, vestidos nas canelas cabeludas , sutiãs e seios recheados de panos… Eram duas semanas de intensa alegria e um “código de ética”, era proibido delatar nomes de companheiros.. Eram quatro as nossas saídas. Sexta e sábado do pré carnaval e, sexta e sábado de carnaval. Começava às quatro da tarde e só terminava quando algum companheiro, gostando da brincadeira, resolvia ficar na “São Miguel”, mostrando às inquilinas das casas, os seus “dotes femininos”…

Luiz Gonzaga de Oliveira

O SAUDOSO E SEMPRE BEM LEMBRADO ABEL DOS SANTOS ANJO

Ontem, narrei-lhes lembranças do “Zé Pereira”, entrada dos roceiros e outras festas mais. Hoje, lembro figuras conhecidas, famosas por que não dizer? que deram brilho enorme ao carnaval de rua de Uberaba. O saudoso e sempre bem lembrado Abel dos Santos Anjo, (pai do também lembrado advogado Nelson Santos Anjo), animou por anos a fio os festejos carnavalescos da terrinha. Nos idos de 50/60, quisesse brincar no Carnaval, que se arranjasse às próprias custas. Sem essa mordomia que escolas de samba, rei momo, rainha do Carnaval, recebessem verbas do município, bancando a folia. “Neca de pitibiribas”, como dizia o comendador Nestor.Brincasse quem quisesse, com o seu dinheiro, fazendo a sua fantasia…Abel Santos Anjo, foi um par de anos,Rei Momo, às suas expensas. Os acompanhantes também. Alugava um caminhãozinho , carroceria curta, ele mesmo enfeitava, colocava som e saía, alegremente, pelas ruas da cidade, visitando clubes, muito confete, serpentina e lança-perfume.Aliás, naquele tempo, lança-perfume era para se jogar em moça bonita, inicio de “paquera” ou coisa parecida.Agora, desviaram o seu uso, aspiração desmedida do éter cheiroso. A sua proibição tinha que acontecer. Bem, depois do Abel, outros vestiram a farda da realeza de sua Majestade, Rei Momo, Primeiro e Único, como, pomposamente, a imprensa se referia ao personagem .Três deles figuram ainda na lembrança dos foliões. Embora por apenas dois anos, Wanderley Martinelli, fez sucesso. À época, pesava mais de 150 quilos. Sorriso largo, a alegria em pessoa. Só perdia o semblante real, quando alguém gritava: Rei “Maisena!”. Ele perdia a compostura e soltava o seu conhecido bordão:”Vai a puta que o pariu”! Ninguém continha as gargalhadas… Depois, o gordo e bonachão Allan Kardec. Massagista na hora de folga. Lidava com os cadáveres da Federal de Medicina, onde era lotado na seção de anatomia. Seu reinado, é muito lembrado. Mas. Waldomiro Campos, o lendário Nenê Mamà, deixou indelével saudade. Nenê, era a alegria em pessoa, figura altamente carismática. Super popular na cidade, foi a grande e grata revelação dos nossos velhos carnavais. Desempenhou com indisfarçável competência, o seu papel. Rainhas e princesas que com ele conviveram nos folguedos carnavalescos, lembram, até hoje , a alegria jovem do velho Nenê Mamá. Os tempos mudaram. O carnaval também e com ele a alegria inocente dos que queriam brincar o Carnaval sua verdadeira essência. Se é bom ou ruim, só o verdadeiro, o autêntico carnavalesco, pode dar o seu depoimento. O meu tempo já passou…
Amanhã, relembro a alegria das nossas escolas de samba, ta bom?

Luiz Gonzaga de Oliveira

O BÊBADO, A SANTA E O CARA DE PAU

O fato vai comemorar 50 anos… Rememoro-o sob a égide do Carnaval que se aproxima.
O local foi aquele trecho da Rua Arthur Machado que hoje tem o trânsito proibido para automóveis e que chamamos Calçadão. O dia, se não me engano, uma sexta (ou um sábado) de carnaval. A hora, estimo, 7 ou 8 da noite. O ano, com certeza, 1963.
Do balcão da banca de jornais de meu avô, assistia deslumbrado o desfilar dos foliões uberabenses. Corsos de carros gerando chuva de confetis. Serpentinas coloridas cruzando a rua. O cheiro inebriante da lança-perfume Rodoro se espalhando no ar…
Era comum naquela época, já numa incipiente ação de marketing, as empresas mais tradicionais da cidade patrocinar blocos caricatos. Não me recordo mais dos nomes “comerciais” desses blocos, com a exceção de um que jamais deixará minha lembrança: O Bloco Carnavalesco do Salão Rex.
Foi justamente nele que o bom baiano, lavador de carros, ajudante de pedreiro, vigia noturno, pau-pra-toda-obra e torcedor fanático do USC, o Marambaia, decidiu extravasar sua euforia. Devidamente fantasiado, convenientemente “abastecido”, nosso folião escolheu um adereço inusitado para complementar a vestimenta: um guarda-chuva onde faltava a seda… E pendurados em cada “barbatana” bonequinhos coloridos.
Porém, abastecido além do necessário, o pobre-diabo custava a evoluir pela rua. Dava dois passos para frente, um para trás, dois para o lado… E seguia naquela marcha tão própria dos borrachos. Atrás dele, gargalhando e soltando assovios, um imenso bando de moleques…
A tentação foi demais para meus nove anos… Saltei o balcão da banca de jornais e corri a me integrar ao grupo dos pestinhas que atazanavam a vida do pobre coitado. Volta e meia, um ou outro molecote mais taludo, chutava os fundilhos do bêbado, que reagia (ou pelo menos tentava) golpeando a esmo seu impagável guarda-chuva.
O que sei a partir daí, naturalmente me foi contado. Em um daqueles volteios, uma barbatana de metal veio se cravar em minha fronte, dois ou três dedos acima da orelha esquerda. Ao me ver cair redondamente no chão, o pobre folião ainda teve um gesto de desespero, puxando para trás seu adereço. Porém, o golpe foi profundo e ele não conseguiu nada além que quebrar a barbatana. Desapareceu correndo por entre a multidão e eu fiquei estirado na calçada com aquele pedaço de metal preso ao crânio.
Um jovem estudante de medicina tentou, na época, num gesto de desespero, arrancar com a mão aquele meu incômodo “acessório”. Mas a resistência foi tamanha que o jovem sentiu-se mal. Passamos a ser dois desmaiados no chão. Foi um sapateiro, cujo nome evaporou-se em minha memória, que conseguiu a proeza de sacar a barbatana tão bem encravada. E gritou desesperado ao ver sair um pouco de massa cinzenta junto.
Com a ajuda de alguns populares e meus parentes aos prantos, fui colocado na ambulância do “SAMDU” e levado até o médico plantonista, Silvério Cartafina, que verificando meu estado, fez toda a assepsia necessária e aconselhou a família buscar ajuda especializada.
Naquele época – e durante muitos anos – o papa da neurocirurgia em Uberaba era o Dr. Guerra, que constatando a gravidade do ferimento optou pela cirurgia, limpeza e fechamento do local. E terminou sua tarefa com um “agora é esperar”, não muito animador.
Foram seis dias de muita angústia para minha pobre mãe, que via o filho naquele estado comatoso, só piorando cada vez mais. Ela não teve dúvidas: correu aos pés de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa e garantiu à Santa que, caso eu sarasse, me faria ler diariamente – e pelo resto da vida – o Livreto da Medalha, orando todas as noites em louvor à Santa!
O meu amigo Padre Prata, que entende mais dessas coisas, certamente saberá o grau do castigo que me caberá, porque não consegui, ao longo da vida, cumprir a promessa compulsória…
Porém, muito matreiro, muito cara-de-pau, me agarrei com toda fé à Santinha. Além de não pagar a promessa, não dou um passo sequer sem pedir-lhe a proteção e bênçãos. Sou obrigado a acreditar que o coração de mãe é realmente maravilhoso. Se um devedor fizesse comigo o que faço com Nossa Senhora, já o teria mandado ir buscar graças e bênçãos em outra freguesia… Ou catar coquinhos lá na esquina da banca de jornais…

THARSIS BASTOS BARROS

CANALIZAÇÃO DO CÓRREGO DAS LAGES DEFRONTE AO GRANDE HOTEL - UBERABA

Canalização do córrego das Lages            

A antiga revista CRUZEIRO está digitalizada no site da Biblioteca Nacional, com acesso gratuito (https://bndigital.bn.br/). Para quem gosta de fotos e reportagens antigas, é uma diversão. No mês de maio de 1938 – quando Getúlio Vargas era ditador e Whady Nassif era prefeito – a revista fez uma longa matéria sobre o desenvolvimento de Uberaba, com fotos de Hans Peter Lange.
Nessa imagem aqui da pra ver a canalização novinha do Córrego das Lages defronte ao Grande Hotel, sem a mureta e com os paralelepípedos ainda sendo colocados. Ao fundo o Mercado, a Penitenciária (que depois virou Faculdade de Medicina) e o colégio Nossa Senhora das Dores.
(André Borges Lopes‎)

UBERABA TÊNIS CLUBE - UBERABA

Aulas no colégio Nossa Senhora das Dores


Beldades uberabenses, divididas entre as aulas no colégio Nossa Senhora das Dores e o sol nas piscinas do Uberaba Tênis Clube. Da revista “O Cruzeiro”, maio de 1952
(André Borges Lopes‎)

“BANDA DA MARIA GIRIZA” - UBERABA

Ojeriza, substantivo feminino, sentimento de má vontade, aversão, antipatia, intolerância. Como o brasileiro escreve mal,mas, entende tudo bem, a palavra foi abreviada no linguajar popular simplesmente “giriza”, com “z”. Daí, surgiu a “banda da Maria Giriza”, que conto:1936, bairro do Fabricio. Jorge Montes, pintor de paredes, residia no final da rua Delfim Moreira. Diariamente, prá trabalhar, descia a Almirante Barroso. Na esquina da avenida Lucas Borges, morava a família de dona Joana Felisbina. A mãe dela, cujo nome preservo, bebia prá valer. Quando devidamente “tocada”, saia à rua cantarolando e levantando a roupa até a cintura., sem nenhuma proteção às partes baixas…Quem ousasse com ela brincar, recebia um repertório impublicável.-“Tenho giriza de ocê, da sua família e vai praquele lugar, seo vagabundo”… era a frase final. Jorge Montes, aliado a outros 17 amigos, criaram, então, uma banda bem satírica, quase humorística para em alto grau de gozação, homenagear aquela folclórica figura. Pediram licença ao Delegado, organizaram um pequeno estatuto e, naquele ano, desfilaram pelas ruas da cidade.Surdos,caixas, tambores e muita algazarra que acontece até hoje. Homens que “roubavam” as roupas das irmãs, esposas, namoradas, sutiãs com enchimento de pano, saias curtas, pernas cabeludas, turbantes improvisados, os figurantes da “Giriza”, faziam de tudo. Em 38, entra para o grupo, um funcionário da Prefeitura, eletricista. Que abafou na sua fantasia de jacaré. Ele era todo iluminado, luzinhas coloridas, intermitentes, da boca grande ao rabo comprido do jacaré. Era o maestro Submarino, que marcou época na banda.Com a morte de Jorge, o fundador, seu sobrinho , Walden Montes, o “Dico”, juntamente com os companheiros Milteira e Milteira e durante dezenas de anos, comandaram a “Giriza”, o mais antigo grupo carnavalesco do interior do Brasil. Organizada, mesmo com o “vai quem quer”, sempre foi a alegria do carnaval de rua de Uberaba. Tinha hino que era cantado pelos foliões que começava assim “ essa banda é de Uberaba, fundada em 36/chama-se Maria Giriza/ foi o Jorge Montes quem a fez/ seus instrumentos são muito engraçados/ suas vestimentas também/ fizemos esse hino/ saudando o maestro Submarino. A “Giriza” tem sede própria, rua Haiti, no Fabricio. ´E de lá que a banda sai , percorrendo quase todo o centro da cidade, com toda a sorte de foliões, diga-se, hoje, reduto preferido para divertir, da comunidade “gay” da cidade. Euripedes Gomes, nos últimos anos, preside a banda. Mesmo com sacrifício e sem apoio oficial, neste final de semana, a “Giriza”, com seu ritmo inconfundível, estará nas ruas da cidade, mostrando que a “Giriza”, continua viva !

Luiz Gonzaga de Oliveira

O CARNAVAL DE RUA DE UBERABA

O carnaval de rua de Uberaba continuou animado ao final dos anos 60 e primeiros anos de 70. Ora Grêmio, ora Bambas, como campeões. Bando da Lua, sem crescer. Zinego e Luzia Cardoso, afastaram Geraldo Brecha do comando, assumiram o destino da escola e lhe deram um novo nome:”Brasil Moreno”, nas cores verde e rosa, em homenagem a lendária escola carioca.Em 75, desfile na avenida Fidélis Reis, a disputa pelo título, “pegou fogo”. Grêmio, Bambas e as “novatas” Brasil Moreno e Àguias de Uberaba, fundada por militares baseados no nosso aeroporto, Eustáquio Rocha, Reis e Camargos. O enredo, “Santos Dumont”, trazia no carro “abre alas”, o hoje radialista, Eustáquio Rocha…Grêmio e Bambas, já não estavam sozinhos. “Brasil Moreno” entrou prá valer, na luta pelo título. O azul e branco da escola do Osvaldo Leal e o grená do Nelson Garcia, enfrentavam um forte concorrente. Além dos conhecidos nomes da escola, o “Grêmio”, vinha com um grande reforço. “Nego Léo”, tinha trocado de camisa…Os “Bambas”, porém, ainda contava com Fátima Gelatina e adquirira um grande reforço: Milton Leal, o saudoso “Nenê Chaparral”, passou a ser o grande destaque no carro “abre alas”. Inovado, modificado, fome de vitória, ensaiado e bem organizado, o “Brasil Moreno”, arrasou na avenida. O destaque, sambando no asfalto, Lindor, ganhou aplausos que não acabava. Com ele, o novo batuque, comandado pelo garoto Saruca, filho da Luzia Cardoso, marca, com classe categoria, o ritmo da escola. Fátima Gelatina, enfrentou uma nova e forte adversária, Beth Furacão, que sambava divinamente bem. Quarta feira de cinzas, parte da tarde, na Prefeitura, a apuração e conseqüente decisão do júri. Apesar da grande apresentação dos Bambas, a estréia alegre do “Àguias”, a ótima performance do Grêmio, a vitória foi do Brasil Moreno, com exibição sem falhas. A chiadeira veio instantânea. Osvaldo Leal, não concordou com o resultado. Xinga de cá, acusa de lá, ameaça de agressão entre os carnavalescos, a coordenação do carnaval, intercedeu. Ameaças de ir à Justiça, “embananar” o carnaval da cidade, não podiam acontecer. Uma solução salomônica, foi encontrada: um novo desfile entre as duas escolas…Os dirigentes toparam com uma condição: os jurados seriam todos de fora de Uberaba…Solicitação aceita, nova data foi marcada: sábado de aleluia seguinte. Quase 40 dias de ensaios cansativos. Chegou o grande dia ! À tarde, muito sol. À noite, clara, quente e acolhedora. A Fidélis Reis, apinhada de gente dos dois lados, desde os Correios até à João Caetano. Neca de arquibancadas, separação do público, apenas umas cordinhas finas e muita educação do uberabense. Juri? Conto: Ribeirão Preto, Belo Horizonte, Araxá, Uberlândia e Araguari, conforme pedido e sem que as escolas soubessem os nomes..Desfile que deixou saudade. Grêmio, maravilhoso na passarela, impecável! Brasil Moreno, deslumbrante de ponta a ponta, do começo ao fim do desfile.Exibição nota 10! Venceu o desafio, campeão sem contestação. Sem choro e sem vela. Nas Mercês. Reduto do Brasil Moreno e reza dos Mapuaba, a festa foi noite adentro, varou a madrugada e só terminou ao por do sol do domingo de Páscoa…


Luiz Gonzaga de Oliveira

domingo, 1 de janeiro de 2017

ANTIGA RUA DO COMÉRCIO, ATUAL ARTUR MACHADO, VISTA AQUI EM SEU PRIMEIRO QUARTEIRÃO, ATUAL CALÇADÃO EM DIREÇÃO À CATEDRAL - UBERABA

ARTUR MACHADO, VISTA AQUI EM SEU PRIMEIRO QUARTEIRÃO        

“Começa na praça Rui Barbosa e finaliza na praça Siqueira Campos, pertencendo à colina da Matriz e aos altos dos Estados Unidos e da Estação da Mogiana. É a mais importante da cidade, inteiramente calçada a paralelepípedos. Dela partem, à direita, a avenida Leopoldino de Oliveira, as ruas Alaor Prata e Dr. Lauro Borges, a avenida João Pessoa, a ladeira dos Estados Unidos, é atravessada pela rua Padre Zeferino; passa ao fundo da praça Afonso Pena. À esquerda, em frente à rua Alaor Prata, dá nascimento à Saldanha Marinho, e em frente a avenida João Pessoa à rua Dr. João Caetano.
Desde os primórdios de Uberaba se conheceu pelo nome de rua do ‘Comércio’. Em meados do século próximo findo* era a rua do ‘Fogo’, onde se cumulava, de preferência, o povo farrista, separado, assim, do que ficava à rua ‘Grande’, de viver pacato.
Em 1889, perdeu a denominação de rua do ‘Comércio’ e tomou a de ‘Barão de Ataliba’. Em 1894 voltou a chamar-se ‘Comércio’ que se mudou, em 1916, para rua ‘Artur Machado’, em homenagem ao coronel Artur Batista Machado, eminente chefe político uberabense.
O trecho de entre as praças Afonso Pena (Gameleira) e Siqueira Campos, se conhece por ladeira da ‘Estação’.”
(PONTES, 1978, p.279).

HOJE, O “CAUSO” É INTERNACIONAL…

O médico Antônio Sabino de Freitas Júnior, educado, competente e muito simpático, além da profissão inicial, dividia-se como gerente da única – até então – gerência da Caixa Econômica Federal – onde aposentou-se – e a presidência do Uberaba Tênis Clube. Membro atuante do PSD, “véio de guerra”, sua filha residindo em Miami (EE.UU.), comprou um carro último modelo e precisava trazê-lo para o Brasil e, mais propriamente, para Uberaba. Documentação emperrada, burocracia mais ainda, estava difícil regularizar a papelada, além de outros impedimentos legais. Dr,Antônio Sabino recorreu ao amigo e correligionário, prefeito Artur Teixeira, de quem Nenê Mamá, era motorista. Conhecendo as matreirices e competência do amigo, pediu-lhe que “entrasse no circuito”, tentasse resolver a situação e trouxesse o carro para o Brasil.
Dinheiro no bolso, lá se vai Nenê Mamá. Primeiro, no Rio de Janeiro, onde afirmava “ter amigos prá quebrar qualquer galho”. Depois, era tirar o passaporte, avião, Miami e …trazer o carro. Nenê, sempre teve uma filosofia muito prática e própria “dinheiro é como azeite; onde passa, tudo amolece”, Sem falar um “ok” em inglês, mas com dólares no bolso, nosso herói está em Miami…
“- Foram 10 dias de muito sofrimento”, lembrava sempre. –“Com fome eu fazia gestos com as mãos e a boca, mostrava o dólar e eles me davam um “hot-dog”. Dava sede, a mesma coisa”.
Passado período, conseguiu regularizar a documentação, “louco” de vontade em retornar ao Brasil. Malas prontas, no elevador do hotel onde estava hospedado, Nenê Mamá percebeu, constrangido, uma senhora de meia idade, a fitá-lo com insistência. Por todo lado que se mexia, a mulher não tirava os olhos dele. “Saco cheio”, contou depois, não se conteve e soltou num bom português:
-“Véia feia, chata, enjoada, nojenta, manqueba, que será que ta me olhando assim, uai”.
A mulher arregalou os olhos de espanto e num misto de decepção e surpresa, respondeu:
-“O senhor e muito mal educado, viu? Sou brasileira, de Ribeirão Preto e conheço o senhor lá de Uberaba”…
Nada mais foi dito e nem lhe perguntado…. 


Luiz Gonzaga de Oliveira

ESPECIAL À VALÉRIA LOPES E À FANÁTICA TORCIDA DO UBERABA

No campeonato mineiro, divisão especial, na década de 60, presidência do saudoso Laurinho Fontoura, o “colorado” (ano 62) ficou à frente dos grandes Atlético e América, só perdendo posições para o Siderúrgica, de Sabará, campeão estadual pelas mãos de Yustrich e o Cruzeiro.
Segundo alguns dos próprios jogadores da época, o time alvirrubro só “tinha bandidos”. Bandidos que, aliás, na gíria futebolística quer dizer “cobra criada”, “boleiro malandro”, “esticador”, “come e dorme”, “chinelinho” e outros adjetivos mais que definem na linguagem esportiva, toda a sorte de malandragem dos jogadores.
Nas viagens então é que se percebia a notória e clara diferença de comportamento entre os profissionais da bola. Os que procuram lugares à frente do ônibus, são os “quietinhos”, aqueles que querem chegar, jogar , descansar e voltar prá casa. Os do “meio do ônibus” são os que gostam do baralho. Improvisam uma tábua preparada, ligam-na de um lado ao outros dos bancos, interrompem o corredor e partem para um inocente carteado, “vendo tempo passar”.
Bem, os que vão para o “fundão”, são os “mineirinhos come quieto”, no dizer do Ziraldo. Geralmente, combinam antes quem vai levar a”birita”. Cachaça, vinho, vodca, conhaque ou a inocente cervejinha. difícil é o chefe da delegação flagrar alguém com a “boca na garrafa”…
Contou-me o presidente Laurinho Fontoura, que,”de olho”nos jogadores do “fundão”, surpreendeu o zagueiro Wilton Dedão, de saudosa memória, com a garrafinha de cachaça na mão e, de sopetão, sério e carrancudo, perguntou-lhe em tom inquisitório:
-“Quem mais bebe com você, Dedão?” Assustado com o flagrante , Dedão não teve outra saída a não ser “abrir o bico”.
-“Presidente, no nosso time quem não bebe é só Tati, o Quincas e bola!”.
Obs. Tati e Quincas, estão”vivinhos da silva” pra confirmar o fato…


Luiz Gonzaga de Oliveira

Rua Vigário Silva - Uberaba

Rua Vigário Silva - Ano: 1929 -  Foto/reprodução: Akira

A rua Vigário Silva “começa no canto inferior esquerdo da praça Rui Barbosa e finaliza na rua Floriano Peixoto. É atravessada pelas ruas Segismundo Mendes, Cel. Carlos Rodrigues da Cunha e São Miguel. Entre as duas primeiras sai, à esquerda, a Rua Padre Jerônimo. É calçada de paralelepípedos até o cruzamento da rua Coronel Carlos Rodrigues da Cunha, à macadame até a São Miguel e além sem qualquer melhoramento.

É a mais antiga rua de Uberaba. Fica na Colina da Matriz. Desde o princípio se conhecia pelo nome de rua Direita ou rua Grande, como ainda é hoje.

A Comissão recenseadora de 1880 deu às atuais ruas Vigário Silva e Coronel Manoel Borges, a denominação de ‘Antiga rua Grande’. O Coronel Borges Sampaio dividindo-a em três, no seu projeto de nomenclatura, deu ao trecho entre as atuais praça Dom Eduardo e rua Major Pena, o nome de Tiradentes; daí à praça Rui Barbosa o de rua Municipal  e de Vigário Silva ao que atualmente tem.
Em 1855, a rua ‘Grande’ prolongava-se à margem esquerda do Córrego do Capão da Igreja, para além da rua da Constituição.

Em 1880, o Coronel Sampaio deu ao trecho que ficava além do Largo da Independência, hoje desaparecido, e a rua Floriano Peixoto, o nome de rua São José, que se fechou em 1899” (PONTES, 1978, p.300 ).

A atual Vigário Silva começa na praça Rui Barbosa e finaliza no Bairro São Benedito, nas proximidades da rua Bom Retiro.

Arquivo Publicou de Uberaba

SANATÓRIO SMITH – ERA UM HOSPITAL DO MÉDICO CARLOS SMITH -- UBERABA

Hospital sanatório Smith              


Funcionou onde hoje é o edifício Manhatan, ao lado da Praça Frei Eugênio na Rua Tristão de Castro. Segundo descrição da obra “História da Medicina”, de José Soares Bilharinho, o edifício era composto da seguinte maneira:
“Na parte térrea do novo pavilhão ficaram localizados os consultórios médicos, gabinete de raios X e de eletricidade médica, capela, seção de quartos, copa e cozinha. Na parte superior, 14 quartos, 2 apartamento, salas de operação e anestesia, quarto para enfermeiras de plantão, 2 ante-salas, sala de jantar, instalações sanitárias e dois terraços. Os corredores do pavilhão mediam 1 metro de largura. O serviço de vigilância foi fornecido pela General Eletric. Até mesmo a geladeira especial foi importada. O Sanatório Smith, onde trabalharam, além do proprietário, os Drs. Djalma Smith, Duarte Tomás Miranda, José de Paiva Abreu, Vicente Nesi e João Jorge Miziara, funcionou de 9 de novembro de 1933 a novembro de 1961, quando foi adquirido pela Santa Casa de Misericórdia, pela importância de seis milhões de cruzeiros. (BILHARINHO,1983, p. 1637)

PEQUENO POEMA PARA NOSSOS DIAS

Eu vi um povo na rua
Não sei como um polvo atua
Tentáculos que se engalfinham
Dedos que surrupiam…
Um brada todo em vermelho,
Outro treme qual coelho
Panelas retinem à noite
Conturbada segue a horda
A polícia estica corda
Ameaça com o açoite
Eu vi um povo na rua
Desorientado, gritando
A sua tristeza vã
Num ir e vir sem destino
Num soluço repentino
De quem não sabe o amanhã
Indigitada nação
Tantos filhos sem leitura
Cavam a sepultura
De seu futuro doentio
Na faixa em diagonal
Do pavilhão nacional
Escreveu-se o desafio:
Ordem! Mas quem diria !
Progresso! Quanta ironia…
O país se corrompeu
O povo que se vendeu
Buscou o inferno nos céus
Os filhos roubaram tanto
Que para o geral espanto
Somos todos tristes réus !
(17/03/2016)
Tharsis Bastos Barros