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quarta-feira, 28 de setembro de 2022

Jorge Henrique Marquez Furtado (1923 - 1990)

Conheça o Patrono De Sua Rua 
                                                                                               
                                                                                                                                             
                                                                                           Uma idealização de Dorival Cicci (1931-2019)
      
                                                                                                                                                         

Pesquisa Maria Antonieta Borges


Nome: Jorge Henrique Marquez Furtado *1923 +1990 Naturalidade: Uberaba/MG Filiação: Henrique Fernandez Perez (Imigrante espa nhol) Georgelina Marquez Fernandes Casado com: Victória Guiraldes (filha de argentinos) nascido no Rio de Janeiro Profissão: Médico. Professor. Político (Prefeito de Uberaba entre 1959 e 1963)

Jorge Henrique Marquez Furtado. Foto: Arquivo Público de Uberaba.


Participação na Comunidade: Sua mãe faleceu logo após o parto, em que nasceram ele e seu irmão gêmeo Raymundo. Foi, então, adotado como filho legítimo, por sua tia materna, Maria Augusta Marquez Furtado (Filhinha), casada com Durval Furtado Nunes, o que explica os seus nome e sobrenome. Com 8 anos, transferiu-se, com os pais para a cidade de Niterói, onde, em 1942, iniciou seus estudos de Medicina. Em 1943, seus pais retornaram a Uberaba, deixando-o com o tio paterno Alyrio Furtado Nunes. Concluiu o curso de Medicina em 1947. em Niterói e em 1948. voltou para Uberaba, onde montou o Laboratório de Análises Clínicas Jorge Furtado. No mesmo ano, colaborou com o Professor Mário Palmério na fundação da Faculdade de Odontologia do Triângulo Mineiro, tornando-se titular das cadeiras de Microbilogia e Imunologia daquela Faculdade, cargos que exerceu até 1974. Foi. também, diretor da mesma Faculdade, entre 1950 e 1958. Foi o primeiro diretor do Serviço de Assistência Médica Domiciliar de Urgência - SAMDU (órgão público de grande importância para a população carente), e um dos fundadores e professor das disciplinas: Histologia e Embriologia e de Microbiologia da Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro, que começara a funcionar em 1954. Filiado ao Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) foi candidato a prefeito de Uberaba, em 1958. Eleito, governou o Município de Uberaba entre 1959 e 1963. Em seu governo deu prioridade à construção de estradas na zona rural e às obras de infraestrutura obras escondidas, como se costuma dizer: rede de águas e esgoto. Inaugurou uma nova adutora no Rio Uberaba, conseguindo resolver o crônico problema da falta d'água, que castigava a cidade há longo tempo. Após este período como prefeito, Jorge Furtado praticamente abandonou a politica partidária, dedicando-se exclusivamente à sua profissão em seu laboratório e na Faculdade de Medicina. Faleceu em 1° de agosto de 1990.

"A memória é quem constroi a História"Jacques Le Goff


Colaboração Arquivo Público de Uberaba, Associação Cultural Casa do Folclore e Marília Cicci Resende e Uberaba em Fotos.

quinta-feira, 13 de junho de 2019

SILVÉRIO CARTAFINA FILHO

Tive e tenho vários amigos. De cada um deles tenho um fato que cimenta a nossa amizade.

Dr. Silvério Cartafina era prefeito de Uberaba em 1980 e eu, um jovem engenheiro de uma Instituição financeira. Na mira do gerente para sofrer gigantesca injustiça recorri-me ao então prefeito, rogando-lhe a sua intervenção para sustar aquela possível barbárie. 

Ato contínuo Silvério e seu chefe de gabinete Reynildo Chaves Mendes foram pessoalmente em meu local de trabalho e sufocaram o intento do gerente em seu nascedouro. “Se eu não for atendido, encerrarei meus negócios com o seu banco!”, bradou Silvério.

Tudo desfeito graças ao homem que demonstrou a mim a mais profunda amizade. Visou ele o que? Só a amizade.

Quando a notícia do seu passamento me veio, senti o mundo desabar. Silvério não era homem de meias palavras e de decisões vacilantes. Um dia lhe cumprimentei pelo Dia dos Pais estando ele em plena lide na fazenda. Senti a sua emoção pelo meu simples gesto.

Essas palavras revestidas de gratidão são poucas para lhe expressar o que lhe devo desde os seus tempos de médico do SAMDU no início da década de sessenta. 

Uberaba perde um de seus filhou mais ilustres que tanto fez para vê-la onde está. 
Obrigado Dr.Silvério. Se cheguei até aqui é porque suas mãos removeram uma “pedra no meio do meu caminho “.

Meus sentimentos pela sua partida dedico à D. Teresinha, aos filhos e netos. Seus amigos choram em coro nesse momento. 

Uberaba está de luto. 
Sempre estarei pronto para servir a seus descendentes. 
A vida segue e eu a seguirei vivenciando a sua lacuna impreenchível.


João Eurípedes Sabino - Uberaba - Minas Gerais - Brasil.
Presidente da Academia de Letras do Triângulo Mineiro.



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Ele estava com a saúde fragilizada, enfrentando problemas renais, e lutava há anos contra Alzheimer.

Silvério Cartafina foi prefeito em Uberaba entre os anos de 1977 e 1983, tendo seu mandato prorrogado por mais dois anos devido à nova reforma constitucional. Ele foi sucedido no comando do Executivo por Wagner do Nascimento. Entre as principais características de seu governo está a criação de extensos conjuntos habitacionais.

Ele deixa a viúva Therezinha Cartafina, que também trilhou vida pública em Uberaba, filhos e netos, entre eles o deputado federal Franco Cartafina



Silvério, Renatinho, Terezinha.

Silvério Cartafina, ex-prefeito de Uberaba nas décadas de 1970/80, cantando sua música preferida, acompanhado de seu filho na viola, Renatinho e de sua esposa Terezinha. Década de 1980 na Casa do Folclore. Uma voz que se fez ouvir em Uberaba, Minas e em todo recanto político brasileiro, se cala de uma vez, deixando saudades para sua família, amigos, admiradores e toda uma comunidade. (Associação Cultural Casa do Folclore)

O velório será a partir das 07h00 no Centro Administrativo da Prefeitura de Uberaba, no Bairro Santa Maria e o sepultamento está marcado para 15h no cemitério São João Batista.



Cidade de Uberaba


segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

O BÊBADO, A SANTA E O CARA DE PAU

O fato vai comemorar 50 anos… Rememoro-o sob a égide do Carnaval que se aproxima.
O local foi aquele trecho da Rua Arthur Machado que hoje tem o trânsito proibido para automóveis e que chamamos Calçadão. O dia, se não me engano, uma sexta (ou um sábado) de carnaval. A hora, estimo, 7 ou 8 da noite. O ano, com certeza, 1963.
Do balcão da banca de jornais de meu avô, assistia deslumbrado o desfilar dos foliões uberabenses. Corsos de carros gerando chuva de confetis. Serpentinas coloridas cruzando a rua. O cheiro inebriante da lança-perfume Rodoro se espalhando no ar…
Era comum naquela época, já numa incipiente ação de marketing, as empresas mais tradicionais da cidade patrocinar blocos caricatos. Não me recordo mais dos nomes “comerciais” desses blocos, com a exceção de um que jamais deixará minha lembrança: O Bloco Carnavalesco do Salão Rex.
Foi justamente nele que o bom baiano, lavador de carros, ajudante de pedreiro, vigia noturno, pau-pra-toda-obra e torcedor fanático do USC, o Marambaia, decidiu extravasar sua euforia. Devidamente fantasiado, convenientemente “abastecido”, nosso folião escolheu um adereço inusitado para complementar a vestimenta: um guarda-chuva onde faltava a seda… E pendurados em cada “barbatana” bonequinhos coloridos.
Porém, abastecido além do necessário, o pobre-diabo custava a evoluir pela rua. Dava dois passos para frente, um para trás, dois para o lado… E seguia naquela marcha tão própria dos borrachos. Atrás dele, gargalhando e soltando assovios, um imenso bando de moleques…
A tentação foi demais para meus nove anos… Saltei o balcão da banca de jornais e corri a me integrar ao grupo dos pestinhas que atazanavam a vida do pobre coitado. Volta e meia, um ou outro molecote mais taludo, chutava os fundilhos do bêbado, que reagia (ou pelo menos tentava) golpeando a esmo seu impagável guarda-chuva.
O que sei a partir daí, naturalmente me foi contado. Em um daqueles volteios, uma barbatana de metal veio se cravar em minha fronte, dois ou três dedos acima da orelha esquerda. Ao me ver cair redondamente no chão, o pobre folião ainda teve um gesto de desespero, puxando para trás seu adereço. Porém, o golpe foi profundo e ele não conseguiu nada além que quebrar a barbatana. Desapareceu correndo por entre a multidão e eu fiquei estirado na calçada com aquele pedaço de metal preso ao crânio.
Um jovem estudante de medicina tentou, na época, num gesto de desespero, arrancar com a mão aquele meu incômodo “acessório”. Mas a resistência foi tamanha que o jovem sentiu-se mal. Passamos a ser dois desmaiados no chão. Foi um sapateiro, cujo nome evaporou-se em minha memória, que conseguiu a proeza de sacar a barbatana tão bem encravada. E gritou desesperado ao ver sair um pouco de massa cinzenta junto.
Com a ajuda de alguns populares e meus parentes aos prantos, fui colocado na ambulância do “SAMDU” e levado até o médico plantonista, Silvério Cartafina, que verificando meu estado, fez toda a assepsia necessária e aconselhou a família buscar ajuda especializada.
Naquele época – e durante muitos anos – o papa da neurocirurgia em Uberaba era o Dr. Guerra, que constatando a gravidade do ferimento optou pela cirurgia, limpeza e fechamento do local. E terminou sua tarefa com um “agora é esperar”, não muito animador.
Foram seis dias de muita angústia para minha pobre mãe, que via o filho naquele estado comatoso, só piorando cada vez mais. Ela não teve dúvidas: correu aos pés de Nossa Senhora da Medalha Milagrosa e garantiu à Santa que, caso eu sarasse, me faria ler diariamente – e pelo resto da vida – o Livreto da Medalha, orando todas as noites em louvor à Santa!
O meu amigo Padre Prata, que entende mais dessas coisas, certamente saberá o grau do castigo que me caberá, porque não consegui, ao longo da vida, cumprir a promessa compulsória…
Porém, muito matreiro, muito cara-de-pau, me agarrei com toda fé à Santinha. Além de não pagar a promessa, não dou um passo sequer sem pedir-lhe a proteção e bênçãos. Sou obrigado a acreditar que o coração de mãe é realmente maravilhoso. Se um devedor fizesse comigo o que faço com Nossa Senhora, já o teria mandado ir buscar graças e bênçãos em outra freguesia… Ou catar coquinhos lá na esquina da banca de jornais…

THARSIS BASTOS BARROS