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domingo, 1 de janeiro de 2017

HOJE, O “CAUSO” É INTERNACIONAL…

O médico Antônio Sabino de Freitas Júnior, educado, competente e muito simpático, além da profissão inicial, dividia-se como gerente da única – até então – gerência da Caixa Econômica Federal – onde aposentou-se – e a presidência do Uberaba Tênis Clube. Membro atuante do PSD, “véio de guerra”, sua filha residindo em Miami (EE.UU.), comprou um carro último modelo e precisava trazê-lo para o Brasil e, mais propriamente, para Uberaba. Documentação emperrada, burocracia mais ainda, estava difícil regularizar a papelada, além de outros impedimentos legais. Dr,Antônio Sabino recorreu ao amigo e correligionário, prefeito Artur Teixeira, de quem Nenê Mamá, era motorista. Conhecendo as matreirices e competência do amigo, pediu-lhe que “entrasse no circuito”, tentasse resolver a situação e trouxesse o carro para o Brasil.
Dinheiro no bolso, lá se vai Nenê Mamá. Primeiro, no Rio de Janeiro, onde afirmava “ter amigos prá quebrar qualquer galho”. Depois, era tirar o passaporte, avião, Miami e …trazer o carro. Nenê, sempre teve uma filosofia muito prática e própria “dinheiro é como azeite; onde passa, tudo amolece”, Sem falar um “ok” em inglês, mas com dólares no bolso, nosso herói está em Miami…
“- Foram 10 dias de muito sofrimento”, lembrava sempre. –“Com fome eu fazia gestos com as mãos e a boca, mostrava o dólar e eles me davam um “hot-dog”. Dava sede, a mesma coisa”.
Passado período, conseguiu regularizar a documentação, “louco” de vontade em retornar ao Brasil. Malas prontas, no elevador do hotel onde estava hospedado, Nenê Mamá percebeu, constrangido, uma senhora de meia idade, a fitá-lo com insistência. Por todo lado que se mexia, a mulher não tirava os olhos dele. “Saco cheio”, contou depois, não se conteve e soltou num bom português:
-“Véia feia, chata, enjoada, nojenta, manqueba, que será que ta me olhando assim, uai”.
A mulher arregalou os olhos de espanto e num misto de decepção e surpresa, respondeu:
-“O senhor e muito mal educado, viu? Sou brasileira, de Ribeirão Preto e conheço o senhor lá de Uberaba”…
Nada mais foi dito e nem lhe perguntado…. 


Luiz Gonzaga de Oliveira