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quinta-feira, 16 de novembro de 2017

O POLÍTICO “NENÊ MAMÁ”...

Waldomiro Campos, o eterno “Nenê Mamá”,figura folclórica do esporte uberabense, era de uma fidelidade canina aos seus amigos.”Amigo meu não tem defeito”,dizia.Em antiga eleição,atendendo pedido do seu fraternal amigo,Artur Teixeira,candidato à prefeito de Uberaba,”entrou de corpo e alma” na campanha eleitoral do Partido Social Democrático,o PSD “véio de guerra”,segundo o saudoso Álvaro Barra Pontes.Distribuia planfetos,visitava amigos e fazia discurso em cima de caixote em qualquer lugar onde juntasse um”tiquinho” de gente.

João Adalberto de Andrade e Waldomiro Campos, o eterno “Nenê Mamá”

A campanha eleitoral na terrinha,”pegava fogo”.Celso Rodrigues da Cunha,pela UDN, Jorge Furtado,pelo PTB,disputavam com Artur,palmo a palmo a preferência do eleitorado local.Campanha acirrada,xingatório por todos os lados,denúncia de cá, revide de lá, “coisas”,aliás, próprias das disputas políticas desde antanho.Uberaba tinha na ocasião,perto 50.000 eleitores, se tanto.A tradição familiar de um grupo da UDN, o discurso progressista do PTB e a”maneira mineira” do PSD, davam a tônica da campanha.

Oradores brilhantes faziam a festa nos palanques.Desde a “fala erudita” dos partidários da UDN,passando pelo tom agressivo dos trabalhistas ,ao discurso moderador pessedista.Dr.José Humberto,Celso Rodrigues a Cunha,Amilcar Decina,Ataliba Guaritá Neto,eram as “estrelas” udenistas.MárioPalmério,Hélio Angotti,Ivo Monti,Jorge Furtado,pontificavam entre os petebistas.Porém, o “time organizado”era o das velhas raposas pessedistas...

Final de campanha,um grande comício foi anunciado pelo PSD,para o “Abadião”,naquela época, o mais carente da cidade.Poucas ruas calçadas, esgoto à céu aberto, iluminação precária,água de cisterna e o” falta tudo”de uma periferia urbana. O PSD, em peso,no caminhão.Artur Teixeira,Dr.Bilharinho,Bolão,Nagib Cecilio,Lauro Fontoura,”Coronel” Ranulfo Borges,João Henrique,Jão Laterza e outros “caciques” do partido. A praça,sem calçamento,apinhada de gente.

Os primeiros a discursar são sempre os candidatos à vereador.Entre eles, “Nenê Mamá”,que,para ajudar o amigo Artur Teixeira,aceitara o sacrifício de candidatar-se.Treis ou quatro candidatos, o antecederam. Quando Aráudio Pereira Melo,o saudoso e sempre simpático”Xim”,locutor oficial dos comícios do PSD,preparava para anunciá-lo, Nenê,cochicou no ouvido do amigo:

-“Capricha na minha apresentação,Xim, olha que somos parceiros no Uberaba Sport”...

“Xim”,caprichou.Falou do “grande desportista”, uberabense por adoção,do amor que dedicava ao clube querido da cidade,o amigo de todas as horas” e outros adjetivos mais. Muito aplaudido, “Nenê Mamá” começou o seu discurso:

-“Povo querido do meu bairro da Abadia!Quero ajudar a acabar com o sofrimento de vocês !Vou fazer algumas perguntas e quero respostas sinceras dos meus amados eleitores:

-“Vocês tem água encanada nas suas casas ?

O povão a uma só voz: Não !

-“Vocês tem energia elétrica para iluminar suas casas?”

O povão: Não

-“Tem rua calçada por aqui ?”

A mesma resposta dos moradores: Não !

-“Vocês tem rede de esgoto nas suas casas ?”

Outra resposta negativa dos populares:Não !

Aí “Nenê Mamá” não agüentou e soltou a frase mais lapidar da sua curta vida política:

-“ Com essa falta de tudo, porque “oceis” “num muda daqui, cambada ?”

Na mesma hora,a turma do PSD, retirou a candidatura de “Nenê”,pois, se continuasse,Artur Teixeira não seria eleito prefeito de Uberaba.....Coisas da política..


Luiz Gonzaga de Oliveira                                            

                             

sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

“NENÊ MAMÁ”, BALUARTE DO UBERABA SPORT

“Nenê Mamá”, baluarte do Uberaba Sport

Essa foto foi tirada em cerimônia de entrega de título de cidadania ao Nenê Mamá – Waldomiro Campos, baluarte do Uberaba Sport Club, título este concedido pelo então vereador João Adalberto de Andrade em 1981
(Foto cedida por João Adalberto de Andrade de seu arquivo pessoal)

segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

O SAUDOSO E SEMPRE BEM LEMBRADO ABEL DOS SANTOS ANJO

Ontem, narrei-lhes lembranças do “Zé Pereira”, entrada dos roceiros e outras festas mais. Hoje, lembro figuras conhecidas, famosas por que não dizer? que deram brilho enorme ao carnaval de rua de Uberaba. O saudoso e sempre bem lembrado Abel dos Santos Anjo, (pai do também lembrado advogado Nelson Santos Anjo), animou por anos a fio os festejos carnavalescos da terrinha. Nos idos de 50/60, quisesse brincar no Carnaval, que se arranjasse às próprias custas. Sem essa mordomia que escolas de samba, rei momo, rainha do Carnaval, recebessem verbas do município, bancando a folia. “Neca de pitibiribas”, como dizia o comendador Nestor.Brincasse quem quisesse, com o seu dinheiro, fazendo a sua fantasia…Abel Santos Anjo, foi um par de anos,Rei Momo, às suas expensas. Os acompanhantes também. Alugava um caminhãozinho , carroceria curta, ele mesmo enfeitava, colocava som e saía, alegremente, pelas ruas da cidade, visitando clubes, muito confete, serpentina e lança-perfume.Aliás, naquele tempo, lança-perfume era para se jogar em moça bonita, inicio de “paquera” ou coisa parecida.Agora, desviaram o seu uso, aspiração desmedida do éter cheiroso. A sua proibição tinha que acontecer. Bem, depois do Abel, outros vestiram a farda da realeza de sua Majestade, Rei Momo, Primeiro e Único, como, pomposamente, a imprensa se referia ao personagem .Três deles figuram ainda na lembrança dos foliões. Embora por apenas dois anos, Wanderley Martinelli, fez sucesso. À época, pesava mais de 150 quilos. Sorriso largo, a alegria em pessoa. Só perdia o semblante real, quando alguém gritava: Rei “Maisena!”. Ele perdia a compostura e soltava o seu conhecido bordão:”Vai a puta que o pariu”! Ninguém continha as gargalhadas… Depois, o gordo e bonachão Allan Kardec. Massagista na hora de folga. Lidava com os cadáveres da Federal de Medicina, onde era lotado na seção de anatomia. Seu reinado, é muito lembrado. Mas. Waldomiro Campos, o lendário Nenê Mamà, deixou indelével saudade. Nenê, era a alegria em pessoa, figura altamente carismática. Super popular na cidade, foi a grande e grata revelação dos nossos velhos carnavais. Desempenhou com indisfarçável competência, o seu papel. Rainhas e princesas que com ele conviveram nos folguedos carnavalescos, lembram, até hoje , a alegria jovem do velho Nenê Mamá. Os tempos mudaram. O carnaval também e com ele a alegria inocente dos que queriam brincar o Carnaval sua verdadeira essência. Se é bom ou ruim, só o verdadeiro, o autêntico carnavalesco, pode dar o seu depoimento. O meu tempo já passou…
Amanhã, relembro a alegria das nossas escolas de samba, ta bom?

Luiz Gonzaga de Oliveira