sábado, 31 de dezembro de 2016

COMUNICAÇÃO - UBERABA


Na imprescindível e difícil arte da COMUNICAÇÃO, as mulheres tem se sobressaído no cenário da mídia em Uberaba.

Nos jornais, revistas, rádio, internet e TV, destacam-se colunistas, articulistas, bloguistas, repórteres, apresentadoras e editorialistas.
Elas são formadoras de opinião. Elas comandam. Destas mulheres maravilhosas, á guisa de exemplos, vêm à memória os nomes de algumas com as quais tenho um relacionamento de amizade como Lídia Prata, Larissa, Nanda Guaritá, Cristina Vasques, Ellen Gomes, Olésia Borges, Giselda Campos, Rose Dutra, Evacira Coraspe, Alcinéia Cabral, Indiara Ferreira, Arahilda Gomes, Terezinha Hueb, Sandra Abud, Ilcéia Borba, Fabiana Silbor, Fátima Gomes e Luciana Vitali.
Até recentemente este poderoso grupo era reforçado com os nomes de Virginia Abdala, Lisete Resende e Vera Dias. E o que não dizer da pioneira do rádio Lidia Varanda que deixou sua marca e muitas saudades? E o que falar das franco-atiradoras que lutam através da internet em defesa de posição de interesses classistas como a Iraídes Madeira?
Sei que existem outras heroínas cujos nomes foram omitidas mais pela ausência de memória do que pelo seu valor.
Vez ou outra alguma Entidade pública ou privada, reconhece o trabalho desempenhado pelos expoentes de nossa comunicação.
É a oportunidade que se tem de conhecer um pouco do trabalho diuturno de algumas destas guerreiras da comunicação em Uberaba.
A todas elas, nossa nossas homenagens.




Postado em 25-10-3013



‎Gilberto Rezende‎

Mais um Natal!

É mais um Natal! Jesus renasce! E não se cansa de renascer. Vem para mostrar, mais uma vez à humanidade, a trilha que deve ser seguida para que se realizem os projetos que indiquem os caminhos da salvação.

E tudo isso só será possível quando os homens se desamarrarem das peias do egoísmo, do egocentrismo avassalador, da preocupação exclusiva com suas conquistas, principalmente materiais, como se o outro, aquele que está ao seu lado, fosse unicamente coisa descartável.

Enquanto a própria vida se torna o centro de tudo, do lado de fora há os que sofrem todo tipo de indignidade humana: faltam moradias, falta o alimento que sobra em tantas mesas, falta educação, aumentando cada vez mais as desigualdades sociais. E falta saúde! É degradante ver, pelos meios de comunicação, a situação de penúria de tantos irmãos, jogados nos corredores de hospitais, em macas ou até no chão, em meio ao caos de higiene, morrendo, tantas vezes!, sem atendimento.

Enquanto isso, milhões são desviados dos cofres públicos para os bolsos de poucos que, com certeza, se julgam eternos, mas que se esquecem de que a cobrança, um dia, virá.

Mas Jesus não se cansa. Vem vindo de novo, pois em seu pequenino/enorme coração, a esperança jamais se arrefece. Ele confia em que os homens, um dia, façam a opção pelo verdadeiro caminho que conduza ao Pai.

Suas pequeninas mãos estendidas esperam o encontro de outras mãos, que o auxiliem na condução ao Caminho, à Verdade e à Vida; seu pequenino/gigante coração se abre para que os seres humanos antevejam o sacrifício da cruz que viria para libertá-los, mesmo que não se

sensibilizassem com a entrega de Sua vida em favor da salvação de toda a humanidade.

Meu pequenino Menino Jesus, apesar de nossas fragilidades, não desista de nós. Continue com Suas mãos estendidas em nossa direção, mesmo que não mereçamos. Permita que, em vez de nós embalarmos Seu pequenino ser, possamos ser embalados em Seu olhar de ternura e paz.

Olhe por todos os que sofrem, também pelos que se alegram; continue o interminável renascer, mostrando, a cada um de nós, Seu inesgotável amor pela humanidade, amor que é nosso verdadeiro presente de Natal.

A todos os meus familiares, a todas as minhas amigas, a todos os meus amigos, votos de um santo e Feliz Natal.

Sejam quais forem as situações de nossas vidas, estejam todas elas entregues nas mãos do Menino Deus: de sua aparente fragilidade, virá a força de que cada um de nós necessita.

A Sua bênção, Menino Jesus! Mais uma vez, seja bem-vindo em nossas vidas. Amém!


24 de dezembro de 2013



Terezinha Hueb de Menezes

Mais um ano se vai...

... e vem mais um.

 
E fica difícil pensar em anseios pessoais, muitas vezes superficiais, quando a tela da televisão nos mostra as tragédias provocadas pelas chuvas em tantas regiões do Brasil, e tantas em Minas Gerais.
Enquanto o Brasil comemora o Natal e o início do Ano Novo, milhares de irmãos nossos amargam a perda de familiares, a perda de suas casas e de tudo que nelas estava.
Imaginemos a situação: você está em sua moradia, boa ou não, mas com um teto que proteja do sol, da chuva, das maldades humanas e, de repente, se vê num mar de lama e de água, sozinho com seu corpo, sem ter onde se abrigar, como se perdido na direção da vida. Imaginemos a dificuldade para os mais carentes em comprar uma geladeira, um fogão, uma televisão, gêneros alimentícios, roupas e tudo o mais de que uma família necessita! E, de repente, tudo rodopia nas impiedosas águas que devoram rapidamente o que cai em seu bojo.
Não podemos precisar as causas todas: os mais experientes dizem que é a reação da natureza contra o desrespeito que o ser humano tem praticado em relação a ela. Pode ser! Difícil, mesmo, é ver as consequências e lidar com elas. Mas a vida é mesmo “um milagre”: em meio aos escombros e à lama, a oferta de brinquedos às crianças consegue despertar sorrisos de alegria. É a vida se renovando em si mesma.
Apesar de tudo, é preciso também que nos voltemos ao nosso interior. Bem ou mal, é hora de revisão. Revisão de valores. O que fiz ou tenho feito por meu crescimento interior, e pelo crescimento dos que estão à minha volta? Estou apenas presa à minha realidade, ou me preocupo com a realidade também do outro, tantas vezes amargado por problemas de ordem tanto externa quanto interna?
Queiramos ou não, é preciso repensar valores. Repensar que um Menino renasceu para nos apontar o verdadeiro Caminho. E nem sempre queremos segui-lO, com nossa pseudoaura de autossuficiência: eu tudo posso, eu tudo sei, eu tudo quero. O outro que resolva seus problemas.
Em meio ao consumismo exacerbado de final de ano, precisamos, todos nós, sair de dentro de nós mesmos, de nosso mundinho egoísta, e dar uma espiada no mundo lá fora, e ver e refletir em que posso ser útil para melhorar, minimamente que seja, alguma situação, lembrando, sempre, que, aqui, estamos apenas de passagem. 
Aos meus queridos familiares, amigas e amigas, de coração, desejo que 2014 venha escorado em valores permanentes que promovam o crescimento de cada um, em direção a si mesmo, mas também, e principalmente, em direção ao outro.


29 de dezembro de 2013


Terezinha Hueb de Menezes

"Educação é processo"


Quando educamos nossos filhos, nossos alunos, partimos sempre do pressuposto metafórico (didaticamente básico e simples), até mesmo para que eles entendam melhor: a liberdade é o dom maior do ser humano. Com ela, tudo podemos. Há caminhos que conduzem para o bem, há outros que conduzem para o mal, estes últimos, muitas vezes, por influências também maléficas. Em ambos os casos, virão as consequências compatíveis com os atos praticados.

No permeio, vem a questão do discernimento: fazer com que as crianças e os jovens, com o processo educativo tanto de casa quanto da escola, percebam com clareza quando estão praticando ações corretas, que devem ser seguidas, e quando estão abraçando as erradas, que devem ser abandonadas. 

Quem tem filhos e alunos sabe que a tarefa não é fácil: como dizia o mestre Murilo, “educação é processo”, não acontece da noite para o dia. Mas a tarefa é dos educadores, no lar e nas escolas. 

Quando ouço falar em vandalismo praticado por jovens, muitos deles esclarecidos, vem-me logo à mente a ideia do discernimento: confundiram-se as orientações. Algo ficou velado no processo educacional. E fica difícil reconhecer as causas. 

Por que pichar um monumento histórico? Por que pichar paredes? Por que destruir o patrimônio público? Por que agredir o meio ambiente que, depois, se volta contra o homem? (Certa vez, presenciei, passando de carro, um ato que me deu repulsa: “um cidadão” levantou a tampa de bueiro para nele jogar o lixo que trazia nas mãos, em saquinho plástico). 

Quanta energia desperdiçada pelos vândalos que se julgam heróis em comunidades estrábicas e distorcidas. 

E fico pensando no outro lado: naqueles que, também em grupos engajados – aqui em Uberaba há trabalhos belíssimos, com pessoas admiráveis -, praticam o voluntariado em favor dos mais necessitados: nos hospitais, nos asilos, nas escolas de periferia, até nas ruas (lembro-me de Dom Benedito, quando Arcebispo de Uberaba, levando alimento para os moradores de rua, em seu carro, acompanhado por seminaristas, durante a noite). 

Em atividades assim, além do carinho, das palavras benfazejas, há o suporte alimentar, tão necessário quando a saúde está abalada. Todos conhecemos o trabalho dos que levam alegria aos hospitais: palhaços, músicos, pessoas alegres tentando alegrar um ambiente triste. 

Tudo se assenta na questão do discernimento: se eu tenho discernimento, sei com clareza o que posso ou não, devo ou não praticar. E, a partir daí, caminhar em direção, com alegria, sensibilidade, disposição e espírito fraterno, a atividades que auxiliem a sociedade em seus anseios: despender energias e boa vontade em favor de ações válidas, cristãs e enriquecedoras, mirando o outro. Vejam os belos exemplos de solidariedade nos atuais e lastimáveis casos das enchentes! 

No mais, ficar por conta de depredar, de pichar monumentos e logradouros públicos e privados, desacatar a mãe-natureza, no mínimo exige um retorno às origens de determinados processos educacionais que, cambetas e tortos, necessitam tomar novos rumos. 


5 de janeiro de 2014 


Terezinha Hueb de Menezes

A cada manhã


“Quando abro a cada manhã a janela do meu quarto


É como se abrisse o mesmo livro 


Numa página nova...” Mário Quintana 


A vida é assim: como a manhã que se abre a cada dia, pela janela do quarto. E vemos a aparente mesma paisagem que, aos nossos olhos, não é a mesma. Ontem, o bem-te-vi cantava no galho da primavera florida. Hoje, um casal de sabiás encanta o raiar do sol com seu trinado romântico, talvez triste, talvez alegre. 

Não vejo mais o galho vermelho das flores tão viçosas: o vento e a chuva, lavando a terra, levaram para longe, uma a uma, cada flor daquela penca tão viçosa. 

Assim o mesmo livro numa página nova. Nem tão nova assim, mas trazendo ao pensamento e ao coração, pela lente da sensibilidade, o que não fora percebido antes. Leiamos várias vezes a mesma página, e a cada leitura uma nova sensação, uma nova depreensão nos assoberba a mente, como se se renovasse a cada pensar. 

Pela janela da alma, também enxergamos as feições humanas, muitas talvez indecifráveis ao nosso olhar, que pensa estar enxergando uma página nova da vida que se posta diante de nós, mas que o olhar mais atento vê que nada é tão novo, e se repete, e que outro olhar mais atento ainda percebe que uma nova página se abre, talvez melhor, mais voltada para o outro, sorriso franco em direção a quem dele precisa. 

Tudo parece tão igual e, ao mesmo tempo, tão diferente: a janela de nossa alma que se abre, captando alegrias inesperadas, ou melancolias inexplicáveis – quem pode entender a alma humana? -, é um ancoradouro de emoções, como aquelas que uma página daquele mesmo livro, nova naquele momento, nos coloca diante dos olhos aquilo em que não havíamos pensado antes e que, de repente, nos embala em sensações reconfortantes e acolhedoras. 

O filósofo Heráclito de Éfeso disse que ninguém “pode banhar-se duas vezes no mesmo rio”: a margem do rio pode ser a mesma, o horário o mesmo, mas as águas já se foram, são outras. 

Assim a mutação em nossas vidas: enganosamente, julgamos estar vivenciando as mesmas emoções, quando comemoramos uma data, quando olhamos uma foto longínqua no tempo, quando ouvimos palavras já ouvidas antes, quando tentamos recuperar um momento bom vivido no passado. No devir da existência, o passado virou presente que já não é o mesmo que se foi. 

Mas seres limitados, crédulos, continuamos a abrir a janela de nosso quarto e de nossa alma, tentando ler, naquele velho livro, já tão gasto, algo que nos traga a novidade que nos apascente o coração. 



12 de janeiro de 2014



Terezinha Hueb de Menezes

Aprendendo e ensinando sempre

Carlos Drummond de Andrade, sabiamente, disse: “Vida, aprendizado sem conclusão de curso”. E é isso mesmo. Estamos sempre aprendendo e 
também ensinando: com palavras, exemplos, estilo de vida, jeito de ser e agir. Se bem lembrarmos, houve um tempo em que bastava o olhar do pai ou da mãe e a mensagem educativa era rapidamente entendida pelo filho ou filha. Não importa idade ou situação cultural, a cada momento algo de novo está sendo aprendido ou ensinado por alguém, de forma espontânea ou intencional.

Diz-se, popularmente, que ninguém é tão ignorante que nada tenha a ensinar, nem tão sábio que nada tenha a aprender. Talvez mais aprendamos do que ensinemos. Até com as crianças. Quantos fatos vivenciamos com crianças ainda pequenas que, na sua ingenuidade, mas sinceridade de coração, nos passam verdadeiras lições de vida! E quantas vezes pessoas, até mesmo analfabetas, nos passam experiências vivenciadas nas dificuldades do dia a dia as quais não encontraríamos em livro algum.
Viver é uma permuta constante de aprender/ensinar. Nem sempre é necessário haver um receptor para o ensinamento: muitas vezes, cada um de nós é, a um só tempo, emissor e receptor da aprendizagem. Uma palavra mal colocada, um gesto ofensivo em relação ao outro, até mesmo a impaciência diante de algum fato, tudo isso nos coloca diante de nós mesmos, no repensar de nossas vidas e de nossas ações.
E estamos sempre nesse processo que só termina com a nossa morte. Lembro-me do mestre Murilo, contando o que, na verdade, constitui uma dessas histórias tão ao gosto do domínio popular: é comum, no nordeste e em outras regiões do Brasil, principalmente entre pessoas mais simples, colocar uma vela acesa nas mãos de um moribundo, para iluminar sua jornada espiritual. Em uma casa simples, com a velhinha prestes a falecer, ninguém encontrava uma vela. Eis que alguém, mais experiente, encontra solução para o problema: “Comadre, você segura uma brasa e vai passando de uma mão a outra, rapidamente, para não se queimar. E alumia do mesmo jeito.” Assim foi feito, comprovando que, em todos os momentos de nossas vidas, há quem ensine e quem aprenda e vice-versa.
Mas para que o processo se realize, de nós para nós mesmos, ou de nós para o outro, é necessário que nos mantenhamos atentos, procurando, em cada gesto, em cada palavra, ensinamentos que nos melhorem interiormente, melhorando também a vida do outro. Sábio Drummond: “Vida, aprendizado sem conclusão de curso”. Aprendizado que pode ocorrer de forma tranquila, serena, ou na dor e nas dificuldades.
(*)

15 de janeiro de 2014

Terezinha Hueb de Menezes

Quer dar um rolezinho?

Interessante o entendimento do modismo que, de ciclos em ciclos, impera no seio de muitas sociedades.

Não bastasse as modas - algumas bizarras - alguns tentam entender obviedades, e o pior, arranjar formas de discutir seus formatos e lógicas.

Bom, não houve nenhuma lógica no triângulo feito no cabelo do Ronaldo fenômeno, por ocasião da copa do mundo, quando o Brasil conquistou o título pela última vez.

Muitas crianças, do mundo todo, replicaram aquele corte de cabelo que sentido...deixava muito louco ansioso por desbravá-lo em sua origem. Tem coisa, meus amigos, que não tem explicação.

O rolezinho nos shoppings começou por ação de jovens que, por motivos diversos, almejavam encontros com suas tribos.

Simples assim.

Algumas correntes vão identificar jovens querendo encontros para objetivos escusos, como os da promoção de arrastões ou coisa parecida.

Outros, na esfera sociológica, podem perceber vieses comunitários e de natureza coletiva da ratificação na necessidade do encontro das pessoas.

Para uns, loucos...para outros, infratores... noutras visões gente sem ter o que fazer...não se esquecendo daquelas pessoas que não são capazes sequer de julgar... ou seja, sempre visões que nos garantem o estado democrático de direito, estado do pensar livre e desimpedido de fronteiras, desde que não firam direitos.

Aí começa o problema do rolezinho nos shoppings. Vi alguns absurdos escritos em renomadas colunas que me causaram desassossego. Palavras politiqueiras e tendenciosas, pois, mais uma vez, buscam tentativas de holofote e navegações em searas do preconceito. Será?

Cheguei a ver o absurdo de colocações vazias e maldosas de que às polícias estariam, em alguns pontos do Brasil, cerceando o direito de ir e vir...Patavinas..

Vamos a interpretações de quem opera o estado de flagrância.

Bom, nada quanto ao rolezinho se levado a feito de boas intenções de encontro das pessoas. O fato é que não é uníssona a motivação. Digo, no sentido pacífico. Muitas ações são monitoradas de pessoas interessadas na balburdia.

Outra, sempre que o número de pessoas excede o previsto pelas estatísticas de quem planeja receber público, alguém vai sambar. Fato. O tal estado de natureza hobbesiana...instintos a flor da pele e em pequenas necessidades primárias, tão bem explorados por Maslow, farão com que os os indivíduos passem ao estado primitivo. Logo, brigas, confusões, furtos, falta de ambiente agradável a saúde, dentre outras tantas argumentações que nos levariam a produção de mais alguns textos.

Agora, falar em preconceito, pela tentativa judicial de evitar tais aglomerações? Sinceramente. É necessário um pouco mais de percepção coletiva. Se disserem que os shoppings pertencem aos ricos, pelos preços e coisa e tal, voilà... Mas, da frequência é uma tremenda abobrinha. Temos shoppings em diversas zonas das cidades grandes, por exemplo. No Rio de Janeiro temos na zona sul, na norte e na baixada. Onde estãos os muros?

Na minha humilde visão de quem vive os encontros sociais de dia, de noite, nos feriados e dias santos posso afirmar que nos referidos locais, talvez, sejam pontos onde a ética rousseana exista. Não há cores da desigualdade na frequência. Nos shoppings, por mais utópico que possa ser e parecer, as pessoas ganham um "status" de igualdade. Podem até falar que deixar frequentar sem o poder de compra seja um tipo de exclusão.. Entendo e deixo para Ricard Gomà, cientista político catalão, explicar às raias e os tipos de alijamento e exclusões que fazemos no século XXI. A própria utilização da web, nos celulares, pelos rolezeiros pode ser um tipo de exclusão para os não afortunados no mundo digital, ou não??

Então, tecnicamente falando, o encontro de pessoas em ambientes que não suportem determinada quantidade de Seres humanos é uma preocupação. Não por preconceito, por separatismo ou por arrogância, mas por segurança e ponto. Nada mais.

É momento de crescemos com às formas mobilizatórias da web. É hora da união de esforços para condução condoreira de cenários humanitários, mas não anárquicos, desprovidos do mínimo de segurança e civilidade.

O rolezinho é muito bom, mas pode suscitar problemas se o local não oferecer o mínimo de condições de segurança.

19 de janeiro de 2014


Flavio Jackson Ferreira Santiago

Diante das adversidades


Os seres humanos somos limitados. Incompletos. Quebradiços. Frágeis. 


Diante disso, nunca sabemos o que se esconde por detrás de um rosto. Raimundo Correia nos diz em seu soneto, Mal secreto: “Quanta gente que ri, talvez existe / Cuja ventura única consiste / Em parecer aos outros venturosa!” 


É a história da máscara que esconde a verdade num sorriso aberto, numa expressão constante de felicidade, quando, no interior da alma, a tristeza, a infelicidade, as decepções, os desenganos, as frustrações estejam instaladas. 

Muitos pensam que é preciso disfarçar. Evitar que os outros tomem conhecimento das adversidades que afligem a vida, no sofrimento isolado, tumultuado, desesperado na solidão. 

Muitas vezes, os momentos adversos é que nos dão a dimensão exata dos momentos felizes, que precisam ser saboreados na alegria intensa. 

Diante das adversidades, em minha ótica, temos duas alternativas: cair no desespero e na revolta, contra Deus e o mundo. Culpar o universo inteiro, assim, numa lógica estropiada, não encarar os problemas. Ou, na serenidade, na paciência, no compartilhamento com a família e os amigos, e, principalmente na fé, enfrentar as intempéries, como tenho feito. 

Crer que Deus e Nossa Senhora estão sempre ao nosso lado. Crer que os entes queridos que nos precederam, de onde estiverem, estarão intercedendo por nós. 

Crer, ainda, que a vida é o dom maior, e cada dia vivido, um milagre que se renova. Por isso a importância de viver um dia de cada vez. Com fé, esperança, aceitando as palavras do Mestre: “Basta a cada dia sua própria aflição”. Sem preocupação com o amanhã. Amanhã, como diz a música, será um novo dia. Não devemos apressar nem antecipar os fatos. 

Assim tem sido minha vida. Graças a Deus e aos médicos, vencendo o linfoma que, inesperadamente, me visitou. Caminho ótima, com a saúde revigorada, nos caminhos do Senhor, no aconchego da família e no carinho dos inumeráveis amigos que me confortam e rezam por mim: tudo na serenidade, na paciência e na fé. 

Meu querido amigo/irmão, Pe. Prata, me disse: “Peço ao Espírito Santo que lhe dê o dom da Fortaleza.” Estou com esse dom o tempo todo. 

Cada um de nós pode ser maior que suas adversidades, sejam elas quais forem. Cada um de nós pode enfrentar e vencer seus problemas, sejam de ordem psíquica, interior, sejam de ordem física. Cada um de nós precisa ter força suficiente para mostrar-se corajoso diante de qualquer pedra que surja no caminho. E Deus, que é Caminho, nos ajudará a remover a pedra, assim afastando o que nos aflige. É o que tem acontecido comigo. Amém! 



21 de janeiro de 2014




Terezinha Hueb de Menezes

Dr. Edelweiss Teixeira

Dr. Edelweiss Teixeira

Um dos grandes folcloristas que Minas Gerais já conheceu foi o Dr. Edelweiss Teixeira, nascido em 1909 na cidade de Pouso Alegre, MG e falecido em Uberaba em 2 de novembro de 1986.
Edelweiss viveu 35 anos em Belo Horizonte, tendo se formado como violinista, regente de Canto Orfeônico em 1929 e em Medicina em1934.

Foi Oficial Militar Dentista na Revolução de 1930 e atuou nas termas de Araxá.

Em 1943 publicou seu primeiro trabalho como membro do Instituo Histórico de Minas, após 12 anos de pesquisa.


Mudou-se para a cidade do Prata em 1944, onde conheceu Inês e se casou com ela em 1947.
Em 1948 publica seu 2º livro, a História de Minas Gerais e se muda para Ituiutaba em 1951 onde exerceu ainda a regência do Coral do Instituto Marden.

Em 1959 recebe o convite para lecionar na recém formada UFTM e muda-se para Uberaba.
Em 1962 ele cria a 1ª. Semana do Folclore na Praça da Igreja Santa Rita e em 1963, o tema é “Pastorinhas”.

Em 1964 é juiz de grupos de CATIRA na cidade de Barretos, SP. Em 1965 consegue o grande feito de estabelecer a nível estadual a “SEMANA DO FOLCLORE’.
Em Ituiutaba passa a ser Diretor da Faculdade de Filosofia e posteriormente é designado Reitor.

Em junho de 1984 recebe o titulo de “Cidadão Uberabense” outorgado pela Câmara Municipal.
Desde 1970 até sua morte em 1986, viveu com sua família em sua residência localizada na Rua Segismundo Mendes, bem em frente à Igreja São Domingos.

Pai de seis filhos, um já falecido ( Mozart ), apenas Beethoven, agente e “agitador” cultural, hoje em Peirópolis e a Lélia Inês Teixeira herdaram do pai o gosto pela preservação das tradições culturais. Edelweis Teixeira Junior é médico pediatra em Uberlândia.

Em declaração ao JM Terezinha Hueb diz ser Edelweiss extremamente meticuloso, dotado de espírito cientifico em todas suas pesquisas. Ele era amigo de Murilo Pacheco.

Viveu com muita intensidade, disseminando conhecimentos pois alem de Professor, era Poeta, Historiador, Botânico, formado em Medicina, Odontologia, Música e Regência.

Foi em Uberaba, um dos fundadores da Academia de Letras do Triângulo, ocupando a cadeira 32.
Cabe a ele o resgate das Tradições Folclóricas do Triângulo Mineiro e despertou na comunidade o interesse pelas festivas.

Tive a honra da convivência de sua amizade e da sua familia, de participar do Instituto Folclórico por ele implantado e ainda tive a oportunidade de trabalharmos de parceria em alguns programas de natureza cultural.

No 29º Festival de Folias de Reis, realizado em Uberaba nas dependências do UTC- Uberaba Tênis Clube, sob o comando de outro Folclorista, Edson Quirino de Souza, mais conhecido como Edinho, antes do inicio dos trabalhos, é solicitada da platéia “UM MINUTO DE SILÊNCIO” em homenagem ao grande Humanista e Folclorista – EDELWEISS TEIXEIRA – que havia falecido.



Este documentário pertence ao acervo da Casa do Folclore e foi postado em 02-02-2014

Projeto Plantar


É um médico, Dr. Calixto Felipe Hueb. Ginecologista e obstetra, apaixonado pelo seu mister. Uberabense, formado na FMTM (atual UFTM), por sinal, meu irmão. Mora na pouco conhecida cidade de Macatuba, perto de Bauru. O hospital que ele dirige é de eficiência invejável. Ocupa, ainda, o cargo de Diretor Presidente da Unimed de Lençóis Paulista/Macatuba.

Fico sabendo, por ele próprio, de uma prática pioneira, – hoje difundida em outras cidades -, Projeto Plantar - iniciada em 2001: cada criança que nasce, seja paciente particular, de algum convênio e mesmo do SUS, ganha, de presente, uma muda de árvore. Se os pais possuem quintal, a muda geralmente é de árvore frutífera. Se não, vai uma árvore ornamental, para ser plantada na calçada ou em outro lugar.

Assim que foi implantado o projeto, a imprensa escrita e mesmo programas de televisão valorizaram intensamente a iniciativa, com reportagens e entrevistas: algo diferente e muito válido estava sendo implementado, em favor do meio ambiente.

Eu soube do caso de uma criança, já crescida, que abraça a goiabeira recebida, repetindo ter sido presente do Dr. Calixto, chegando a negar partilhar os frutos, naquele egoísmo próprio das crianças.

Vejam o que disse a jornalista Rita de Cássia Cornélio, em trechos de reportagens sobre o projeto no Jornal da Cidade de Bauru (a matéria saiu também na TVtem (regional) da Globo:

“O nascimento de uma criança é um momento muito especial para uma família. Em Macatuba, toda mulher que dá à luz ganha uma muda de árvore graças ao projeto Plantar, idealizado pelo médico ginecologista e obstetra Calixto Felipe Hueb. Outras cidades do País adotaram a mesma prática por entender que beneficia o meio ambiente e ajuda a educar a criança.

Nos 12 anos de existência, o projeto distribuiu aproximadamente quatro mil mudas de árvores das mais diversas espécies. Em tese, essas árvores já têm mais de 10 anos e se forem frutíferas, estarão mostrando seus frutos. ‘É lógico que temos que computar que nem todas eram frutíferas, nem todas foram plantadas e nem todas - infelizmente - foram cuidadas e serviram para educar a criança que nasceu na Santa Casa de Macatuba. Mas não deixa de ser uma contribuição, ainda que pequena,” ressalta seu idealizador’(...)

Já em Macatuba, a doação de mudas não é lei, mas já virou tradição.(...) Em uma praça, por exemplo, a maioria das árvores representa crianças de uma mesma família. É a praça Salvador Santa Rosa da Costa. Ele foi quem criou o local e plantou a maior parte das árvores, doadas às mamães da sua família. Alegria para as mães, mais ainda para os filhos que, de quebra, ganharam uma área de lazer.

(...) O responsável pelo projeto na cidade é Calixto, médico obstetra, que queria tornar a saída da maternidade um momento ainda mais emocionante. “A ideia é que a arvorezinha crescesse junto com a criança e que tomasse consciência do meio ambiente. De como fazer renascer esse meio ambiente que vem tão defasado há tantos anos. E incrementar esse momento do nascimento, que acho tão bonito e importante”, contou o médico.

Fabiana e João Miguel foram da maternidade para casa com o presente. Ela (...) não se conteve e se emocionou. ‘É bonito brincar do lado e saber que você ganhou quando era pequena. É emocionante ver a árvore crescer, a criança crescer junto’, disse a mãe.”

Quem ficou entusiasmado com o projeto Plantar foi meu filho Fernando, que prometeu comentar com nosso prefeito Piau sobre o assunto. Quem sabe Uberaba poderá abraçar a maravilhosa ideia?


3 de fevereiro de 2014


Postado por Terezinha Hueb de Menezes






“MICHOU” O “BOLSA FAMÍLIA “DOS EMPRESÁRIOS E POLÍTICOS”. AMÉM !

No capítulo passado, lembrei-lhes das “boates familiares” de Uberaba. Velhos tempos que se dançava de rosto colado e o romantismo fazia parte do inicio do namoro, a consolidação do noivado , até chegar ao tão sonhado casamento com a pessoa amada. Nada melhor para encontrar o “príncipe ou a princesa encantada” que , à noite, nos barzinhos da vida, boates e, consequentemente, o efetivo e afetivo amor entre homem e mulher. No meio do avanço que foi a introdução das boates familiares na cidade, um outro fato (costume )marcou, definitivamente, a vida de Uberaba: a chegada das churrascarias. Almoçar ou jantar “fora”, era privilégio dos ricos, mormente casais. “-onde já se viu jovens jantar fora?” perguntavam os mais tradicionais. Com o advento das churrascarias e as primeiras casas de chope da cidade, a mocidade se acertou. Os jovens passaram a frequentar esses locais, misturando-se aos mais velhos e o relacionamento melhorando a cada dia. E as casas, lotadas.

Lembram-se os mais entrados em idade quando os amigos Vinicius Piva e Ênio Ribeiro de Almeida inauguraram nos fundos da Casa Piva (do “seo” Heitor, pai de Vinicius), na rua Artur Machado, a Churrascaria “El Toro?”E o grande sucesso da casa, os tocos de madeira roliça servindo de apoio para os enormes espetos de carne de porco, vaca e linguiça calabresa? A “El Toro” inovou em matéria de restaurante popular… Na rua Major Eustáquio, onde é o edifício “Minascaixa”, Ildefonso Gutierrez do alto de sua grande experiência, lançou a Churrascaria “Itararé”. Filas e mais filas se formavam à espera de uma mesa para saborear um suculento churrasco! Depois do Ildefonso, a “Itararé” funcionou alguns anos nas mãos de D.Lina e do genro, Arialdo Caixeta Frazão. Não muito tempos depois, surgiu a terceira churrascaria da cidade, na avenida Fidélis Reis, ao lado do edifício “Irmãos Scussel” e o sugestivo nome de Tocantins. Mesas ao ar livre e comando do saudoso cirurgião-dentista, Chequer Saud. Depois, passou às mãos do também saudoso Renatinho Frateschi, com o nome “Churrascaria Avenida”. Seus últimos proprietários foram Paulinho Marcelino e seu sobrinho Neuchovandes, que “tocavam” também o bar do clube Sirio-Libanês. Longo tempo depois,surgiu uma filial de uma famosa churrascaria de Londrina (PR), em pleno parque “Fernando Costa”, que durou até outro dia, a “Chopim”.

Depois dessas, outras boas churrascarias instalaram-se na cidade. Não sei se com as mesmas lembranças do passado…Agora, saudade mesmo que o uberabense não esquece, que, tristemente, desapareceu foi o misto de churrascaria e restaurante “Galo de Ouro”. Até hoje a cidade pergunta : fechou porque? Porque fechou? 

Marquez do Cassú

RUA VIGÁRIO SILVA - UBERABA

Rua Vigário Silva 
A rua Vigário Silva “começa no canto inferior esquerdo da praça Rui Barbosa e finaliza na rua Floriano Peixoto. É a mais antiga rua de Uberaba. Fica na Colina da Matriz. Desde o princípio se conhecia pelo nome de rua Direita ou rua Grande, como ainda é hoje. A Comissão recenseadora de 1880 deu às atuais ruas Vigário Silva e Coronel Manoel Borges, a denominação de ‘Antiga rua Grande’. O Coronel Borges Sampaio dividindo-a em três, no seu projeto de nomenclatura, deu ao trecho entre as atuais praça Dom Eduardo e rua Major Pena, o nome de Tiradentes; daí à praça Rui Barbosa o de rua Municipal e de Vigário Silva ao que atualmente tem. Em 1855, a rua ‘Grande’ prolongava-se à margem esquerda do Córrego do Capão da Igreja, para além da rua da Constituição. Em 1880, o Coronel Sampaio deu ao trecho que ficava além do Largo da Independência, hoje desaparecido, e a rua Floriano Peixoto, o nome de rua São José, que se fechou em 1899” (PONTES, 1978, p.300 ). A atual rua Vigário Silva começa na Praça Rui Barbosa e finaliza no Bairro São Benedito.

ESCOLA ESTADUAL BRASIL - UBERABA

Grupo Escolar Brasil

Situado na praça Comendador Quintino, o Grupo Escolar Brasil foi construído por iniciativa do Presidente da Câmara e Agente Executivo, Dr. Felipe Aché, com auxílio da Câmara Municipal e do Inspetor Técnico de Ensino, Sr. Ernesto de Melo Brandão. Sua pedra fundamental foi lançada em 13 de setembro de 1908, sendo inaugurado em 03 de outubro de 1909. Passou por reformas em 1932, depois de ter sido ocupado pelas forças policiais, nos anos revolucionários, e, em 1944. Em 1968, quando a edificação foi aterrada, o pátio interno sofreu algumas modificações e as tábuas do piso foram retiradas. O jardim da praça, com seus tanques, coreto e árvores foi também construído por iniciativa do Dr. Felipe Aché" (IEPHA, 1987).

sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

ESCOLA ESTADUAL CASTELO BRANCO - UBERABA


EM 1881 FOI CRIADA EM UBERABA A PRIMEIRA ESCOLA NORMAL OFICIAL QUE TINHA O INTUITO DE PREPARAR OS ALUNOS PARA O CARGO DE PROFESSOR. DEVIDO A MUDANÇAS NO REGIME NACIONAL, A ESCOLA PASSOU POR GRANDES DIFICULDADES ATÉ A DÉCADA DE 40. APESAR DAS TRANSFORMAÇÕES E INTERRUPÇÕES, OS ESFORÇOS DA POPULAÇÃO PARA A SUA REABERTURA ERAM GRANDES. E EM 1948 ACONTECEU A REINAUGURAÇÃO DA ESCOLA NA RUA CORONEL MANOEL BORGES. SEU CRESCIMENTO FOI INSTANTÂNEO E O PEQUENO PRÉDIO NÃO SUPORTAVA MAIS A QUANTIDADE DE JOVENS, ENTÃO NA DÉCADA DE 50 O DIRETOR, MAIS UM GRUPO DE ALUNOS SE REUNIRAM COM O GOVERNADOR PARA PEDIR UMA NOVA SEDE A ESCOLA, NA OCASIÃO JUSCELINO KUBITSCHEK E O AMIGO OSCAR NIEMEYER DOOU UM PROJETO PARA A CONSTRUÇÃO DE UM NOVO PRÉDIO, ESTE FOI SE CONCLUIR 10 ANOS DEPOIS. A ESCOLA PASSOU ENTÃO A FUNCIONAR ONDE É ATÉ OS DIAS ATUAIS, NA RUA PADRE LEANDRO NO ALTO ESTADOS UNIDOS, ASSIM QUE MUDOU DE SEDE A ESCOLA PASSOU A SE CHAMAR ESCOLA NORMAL PROFESSOR LEÔNCIO FERREIRA DO AMARAL, DIRETOR DA ESCOLA NA ÉPOCA. PORÉM, APÓS O GOLPE QUE DEU ORIGEM A DITADURA MILITAR A ESCOLA PASSOU POR ALGUMAS MUDANÇAS DENTRE ELAS O SEU NOME, AGORA PASSA A SE CHAMAR ESCOLA ESTADUAL MARECHAL HUMBERTO DE ALENCAR CASTELO BRANCO, QUE FOI O PRIMEIRO PRESIDENTE DESSE PERÍODO. UMA DE SUAS PROPOSTAS ERA BARRAR O COMUNISMO COM A INTENÇÃO DE RECUPERAR A NOTABILIDADE INTERNACIONAL DO PAÍS. PORÉM O SEU MANDATO FOI O INICIO DE UMA DITADURA QUE UTILIZAVA PRÁTICAS DE TORTURAS DENTRE OUTRAS PARA ELIMINAR OPOSITORES E GRUPOS POLÍTICOS. CASTELO BRANCO MORREU EM 18 DE JULHO, EM UM ACIDENTE ENTRE O AVIÃO DO EXÉRCITO E O DA FORÇA AÉREA BRASILEIRA.

Colégio Nossa Senhora das Dores - Uberaba

Colégio Nossa Senhora das Dores

O Colégio Nossa Senhora das Dores surgiu como colégio particular em Uberaba por iniciativa das Irmãs Dominicanas de Nossa Senhora do Rosário de Monteils, originárias da França, que motivadas pela vocação missionária religiosa e pelos convites insistentes do Bispo da Diocese de Goiás – Dom Cláudio Ponce de Leão – e dos Padres Dominicanos provenientes da mesma região francesa que já estavam aqui desde 1881.

O nome “Colégio Nossa Senhora das Dores” escolhido para o estabelecimento de ensino que fundaram, proveio de uma estatueta encontrada em um dos cômodos da antiga Santa Casa de Misericórdia. A estatueta representava a Mãe de Jesus em seu momento de sofrimento e dor pela morte do Filho. Foi efetivamente, neste antigo prédio hospitalar, que após reformas e adaptações adequadas, teve início em 1885, o trabalho pedagógico das Irmãs Dominicanas em Uberaba.

Alguns anos depois, em 1889, com o processo da Proclamação da República e consequentemente com o rompimento da ligação Igreja – Estado, as Irmãs começaram a ter contestada sua presença no prédio da Santa Casa. Um grupo de médicos da cidade alegou que necessitavam do prédio, obrigando-as a construir seu próprio imóvel – obra iniciada em 1893 e concluída em 1895. Para a consecução desta obra contaram com a ajuda prestimosa dos Padres Dominicanos que, para isto, retardaram a construção da grandiosa Igreja São Domingos, que projetavam executar.

O prédio do Colégio Nossa Senhora das Dores foi inaugurado oficialmente em 26 de dezembro de 1895, e nele, as Irmãs passaram a residir e trabalhar a partir de fevereiro de 1896. Foi o primeiro edifício construído pelas Irmãs Dominicanas e serviu aos fins que lhe foram propostos até 1959, quando foi demolido para que blocos mais modernos e funcionais fossem edificados.

Desde a sua fundação até 1966, o Colégio manteve ao lado do regime de externato, o internato que acolhia anualmente centenas de jovens, a maioria filhas de fazendeiros, advindas do Triângulo Mineiro, Alto do Paranaíba e Goiás. Em 1973, o Colégio que era exclusivamente feminino, iniciou suas atividades com crianças e jovens do sexo masculino.

Atualmente os leigos assumem, não somente as Escolas, mas também a missão que era delas. A motivação desses, para conhecer e aprofundar o carisma da Congregação e fazer dela a base de suas opções, faz surgir através de novos caminhos, uma forma inovadora de atuação das Irmãs. Elas continuam a ter papel essencial. Avocam e garantem as orientações principais do estabelecimento, apoiando ao mesmo tempo esse novo dinamismo. A partir de 2007, iniciou-se uma nova etapa no Colégio Nossa Senhora das Dores, ano em que Marta Queiroz Fabri assumiu com comprometimento a Direção.

Num trabalho exclusivo e ininterrupto, dedicado à infância e à juventude, o CNSD continua honrando a coragem e a determinação de suas primeiras educadoras Missionárias. A história do Colégio Nossa Senhora das Dores é a confirmação de que “só sobrevive ao tempo quem tem raízes fortes e quem sabe semear pra não perder a qualidade dos frutos.”

ESCOLA ESTADUAL QUINTILIANO JARDIM - UBERABA



QUINTILIANO JARDIM NASCEU EM UBERABA, NO FINAL DO SÉCULO XIX. UM AUTENTICO AUTODIDATA QUE DEDICOU SEUS ESCRITOS AO JORNALISMO UBERABENSE. FOI REDATOR, DIRETOR E PROPRIETÁRIO DO “LAVOURA E COMÉRCIO” ATÉ O ANO DE SUA MORTE EM 1966. O JORNAL TEVE 104 ANOS DE TRADIÇÃO E CREDIBILIDADE NA REGIÃO. COM CIRCULAÇÃO ININTERRUPTA DESDE 1899 ATÉ 2003, ANO DE SEU FECHAMENTO ERA O JORNAL MAIS ANTIGO DE MINAS GERAIS E O TERCEIRO MAIS ANTIGO DO PAÍS. QUINTILIANO CONTRIBUIU COM O CRESCIMENTO E ABRANGÊNCIA DO JORNAL QUE FOI FUNDAMENTAL PARA O RECONHECIMENTO DA CIDADE DE UBERABA. UMA DAS FORMAS DE HOMENAGEAR O JORNALISTA FOI DAR SEU NOME A UMA DAS MAIS RECONHECIDAS ESCOLAS DA CIDADE. INICIALMENTE A ESCOLA COMPLEMENTAR DE UBERABA LOCALIZAVA-SE NA RUA SÃO SEBASTIÃO E EM SITUAÇÃO PRECÁRIA. UM ANO DEPOIS, EM 1967 FOI ENTREGUE A ESCOLA UM PRÉDIO NA RUA OSVALDO CRUZ NO BAIRRO ESTADOS UNIDOS, LOCAL ONDE A ESCOLA FUNCIONA ATÉ OS DIAS DE HOJE. E A ENTÃO ESCOLA COMPLEMENTAR PASSA A SE CHAMAR ESCOLA COMPLEMENTAR QUINTILIANO JARDIM, POIS ERAM OFERTADOS CURSOS COMO CORTE, COSTURA, EDUCAÇÃO PARA O LAR, ARTES COMERCIAIS ALÉM DO ENSINO TÉCNICO. LOGO NA DÉCADA DE 70 ESSES CURSOS FORAM EXTINTOS, EXISTINDO SOMENTE OS CURSOS DE EDUCAÇÃO BÁSICA, E A ESCOLA PASSOU A SE CHAMAR ESCOLA ESTADUAL QUINTILIANO JARDIM.

Escola Municipal Urbana Frei Eugênio - Uberaba

Escola Municipal Urbana Frei Eugênio

INICIALMENTE A ESCOLA FREI EUGÊNIO ERA UM COLÉGIO PARTICULAR E FOI CRIADO EM 1968. OFERECIA O ENSINO DE PRIMEIRO E SEGUNDO GRAU. DEZOITO ANOS DEPOIS ELA FOI DOADA AO PATRIMÔNIO PUBLICO EM BENEFICIO DA COMUNIDADE DE UBERABA, ASSIM PASSOU A SER DENOMINADA ESCOLA MUNICIPAL URBANA FREI EUGÊNIO, EM HOMENAGEM AO FREI EUGÊNIO MARIA DE GÊNOVA QUE NASCEU NA ITÁLIA, MAS FOI ENVIADO AO BRASIL PARA UMA AÇÃO MISSIONÁRIA. E EM 1856 CHEGOU A UBERABA E REALIZOU INÚMERAS OBRAS IMPORTANTES NA CIDADE, COMO A DO HOSPITAL DE MISERICÓRDIA DE UBERABA, INICIADA EM 1858 QUE HOJE FAZ PARTE DO COMPLEXO HOSPITALAR E AMBULATÓRIO DA UFTM. ALÉM DISSO, A ANTIGA CASA DE FREI EUGÊNIO HOJE ABRIGA O CENTRO EDUCACIONAL E ADMINISTRATIVO DA UFTM. A BIBLIOTECA DA UNIVERSIDADE FAZ UMA HOMENAGEM AO MISSIONÁRIO E LEVA SEU NOME. FREI EUGÊNIO FALECEU AOS 60 ANOS, APÓS MUITO TER CONTRIBUÍDO E MARCADO O POVO UBERABENSE.

Escola Municipal Frederico Peiró - Uberaba

Escola Municipal Frederico Peiró

                              
A ESCOLA MUNICIPAL FREDERICO PEIRÓ FOI FUNDADA NO ANO DE 1910. LOCALIZADA NO BAIRRO RURAL DE PEIRÓPOLIS A CERCA DE 20 QUILÔMETROS DE UBERABA. OFERECE EDUCAÇÃO INFANTIL ATÉ O 9º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL. A INICIATIVA DE FUNDAÇÃO DA ESCOLA PARTIU DE FREDERICO PEIRÓ, QUE TAMBÉM INSPIROU O NOME DO BAIRRO. PEIRÓ NASCEU NO ANO DE 1859 EM UMA PROVÍNCIA DA ESPANHA, MUDOU-SE PARA O BRASIL RESIDINDO NO INTERIOR DE SÃO PAULO E POSTERIORMENTE NO ANO DE 1892 EM UBERABA. TRABALHOU COMO PINTOR E DEPOIS NA ADMINISTRAÇÃO DE UMA FÁBRICA DE EXTRAÇÃO DE CALCÁRIO. MUDOU-SE PARA O LOCAL ONDE HOJE É  PEIRÓPOLIS   PELA EXPANSÃO DESSA EMPRESA. TORNOU-SE SÓCIO E EM 1906 O ÚNICO PROPRIETÁRIO. DEVIDO AO TRABALHO NA INDÚSTRIA HOUVE A FORMAÇÃO DE UMA COMUNIDADE E A NECESSIDADE DE MELHORIAS COMO A CONSTRUÇÃO DA ESCOLA E DE UMA COMPANHIA DE TELEFONE. PEIRÓ FOI RESPONSÁVEL POR BOA PARTE DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL DA COMUNIDADE DE PEIRÓPOLIS QUE HOJE É CONHECIDA MUNDIALMENTE DEVIDO AS PESQUISAS NA ÁREA DE ARQUEOLOGIA E PALEONTOLOGIA. A ESCOLA QUE ESSE ANO COMPLETA 104 ANOS DE EXISTÊNCIA É UMA IMPORTANTE FONTE A RESPEITO HISTÓRIA DA FORMAÇÃO PEIRÓPOLIS E DE UBERABA.                             

ESCOLA ESTADUAL MINAS GERAIS - UBERABA

Escola Estadual Minas Gerais

NESSE ANO DE 2014 A ESCOLA ESTADUAL MINAS GERAIS COMPLETA 70 ANOS. A ESCOLA FOI INAUGURADA EM 1944, PORÉM O PRÉDIO DA ESCOLA LOCALIZADO NA PRAÇA FREI EUGÊNIO FOI CONSTRUÍDO NO ANO DE 1929 MANTENDO SUAS CARACTERÍSTICAS ORIGINAIS. DURANTE O SÉCULO XX AS ESCOLAS ERAM CHAMADAS DE GRUPOS ESCOLARES, O ENTÃO GRUPO ESCOLAR MINAS GERAIS FOI O SEGUNDO A SER FUNDADO EM UBERABA. A LEI DE CRIAÇÃO DO GRUPO DATA 1927, NO ENTANTO, DEVIDO A UMA SÉRIE DE ACONTECIMENTOS POLÍTICOS A INAUGURAÇÃO DA ESCOLA SÓ FOI POSSÍVEL 17 ANOS DEPOIS. ATÉ ESSA DATA A POPULAÇÃO ANSIAVA POR MAIS UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO PRIMÁRIO EM UBERABA. O PRÉDIO ONDE HOJE ESTA A ESCOLA ABRIGOU SOLDADOS E ENFERMARIA DURANTE A DÉCADA DE 1930 JÁ QUE O BATALHÃO DA CIDADE NA ÉPOCA NÃO SUPORTAVA A DEMANDA DE HOMENS DEVIDO A CHAMADA “REVOLUÇÃO DE 30” PELA QUAL GETÚLIO VARGAS CHEGOU AO GOVERNO DO PAÍS. COM A CONCLUSÃO DAS OBRAS DO NOVO BATALHÃO NO ALTO DO FABRÍCIO O SEGUNDO GRUPO ESCOLAR DE UBERABA PASSOU A RECEBER ALUNOS E ATÉ HOJE É UMA DAS PRINCIPAIS REFERENCIAS EM EDUCAÇÃO BÁSICA EM UBERABA.

ESQUINAS

Esquinas existem, e são muitas, algumas famosas, outras anônimas. Interessam-me as esquinas do tempo, aquelas que são como pontos de inflexão, as que se comportam como as viradas que a vida dá quando menos se espera. Tem também as que são como empuxos de sorte ou de azar, se é que isso existe. E as reviravoltas: parece que são de um jeito, mas mudam de repente. Que o digam os que já passaram por uma delas!
As esquinas nos dizem que o tempo passa, se transforma, some de vista, vai longe, para reaparecer mudado, quando menos se espera. Às vezes desaparece para sempre, fica só a lembrança. Chego à conclusão que se trata de um movimento meio que inevitável, não adianta espernear. O problema é o rumo a tomar, por vontade competente ou não, o que deixa as pessoas perdidas, sem direção, sem saber se dobram uma esquina ou se tomam um café. Vai saber!
Virar uma esquina se compara a passar uma página de um livro. Se a história é boa, a gente vira logo a página, vai rápido, se espanta, se emociona, segue lendo. A curiosidade nos surpreende e a leitura se acelera. Se não empolga, às vezes nem percebemos que passamos por uma esquina. Você sabe quando passou por uma esquina? Percebe quando as coisas estão mudando? Ou se fecha no seu próprio mundinho?
Nos anos 1960, que foi uma época de dobrar esquinas, os meninos eram proibidos de fazer muitas atividades. Quantas regras, quantos cuidados excessivos, crendices e histórias assustadoras para disciplinar o que podia e o que não podia ser feito! Não podia comer manga com leite, não podia andar de costas, não podia apontar para uma estrela senão nascia uma verruga na ponta do dedo, não podia abrir um guarda-chuva dentro de casa… Muito cuidado! Meninos não deviam fazer caretas, pois se batesse um vento era grande o risco de o rosto ficar torto pra sempre. Devia-se evitar pegar o último biscoito da travessa, senão você não se casava. Entrar na água, numa piscina, no mar ou num rio, após o almoço, era uma temeridade. As tias mais velhas diziam que entortava a boca, que causava constipação, que podia provocar cãibras e morrer afogado! Assustador, não acha? Penso até que elas tinham a sua parcela de razão, mas a vigilância e as regras eram exageradas, autoritárias.
Sempre foi necessário dobrar esquinas antes da hora, de subverter as normas e o chamado bom comportamento. Senão o mundo não anda. Quais são as regras hoje? Já pensaram nisso? Como seremos julgados pelos caras do futuro? Quais são nossos medos e preconceitos? Quais são as coisas que reputamos como corretas sem pensar nelas? Aquelas coisas que estipulamos normais de antemão, sem refletirmos sobre seu significado? Já é hora de dobrar algumas esquinas e deixar o velho mundo para trás, pois seu declínio é visível.
Renato Muniz B. Carvalho
10/04/2016

CORREIO GERAL – UBERABA

Correio Geral



Este é o antigo prédio do Correio Geral em Uberaba e foi fotografado em 1930. Até conseguimos ver um dos carteiros que percorriam toda a cidade para entregar as correspondências.


Foto: Autoria desconhecida


Foto: Arquivo Público de Uberaba

CERVEJARIA DIGOLETTO DE MARTINO - UBERABA

Década: 1940



Ela funcionava na rua Artur Machado e era ponto de encontro na cidade. O imigrante italiano que deu seu nome ao negócio, Rigoletto de Martino, também era músico e compôs o hino do Uberaba Sport Club. Hoje existe uma rua no Fabrício com o nome dele.


Foto: João Schroden


Arquivo Público de Uberaba

ACORDO É BOM QUANDO NÃO MUITO ALTO COMO URUBU OU MUITO BAIXO COMO TATU


Antigos pedidos começo a atender, hoje. Com a devida vênia do meu fraterno amigo, engenheiro, escritor e articulista, João Eurípedes Sabino, biógrafo do lendário Zote com um excelente livro que narra toda a trajetória empreendedora do empresário, atrevo-me a contar algumas histórias que não constam do bem elaborado livro do Sabino. São pequenos fatos que , ao vivo, participei. Irei rememorá-los em seis capítulos. Se não gostarem ou se interessarem, por favor, avisem-me.

José Formiga do Nascimento, que a cidade inteira respeitava e admirava pelo apelido Zote, foi um dos mais progressistas empresários da terrinha. Tivesse Uberaba uns dez ou mais Zotes, por certo, o nosso índice de crescimento seria outro. Zote foi o responsável pela criação das primeiras linhas sede ônibus interestaduais partindo de Uberaba para o centro-oeste e o Planalto Central – Brasília, como também para a “locomotiva do Brasil”, São Paulo. Suas empresas de ônibus, inicialmente o Nacional Expresso, mais tarde o Real Expresso, são atestado eloquente de sua capacidade de trabalho. O primeiro motel construído em Uberaba – com a verdadeira finalidade de motel – o pernoite para quem está em viagem e não o sentido pejorativo de hoje, Zote, há mais de 50 anos instalou ao lado posto de abastecimento, cuja finalidade jamais desvirtuou. Quando periclitava a única usina de açúcar e álcool do município, à beira da falência, a Usina Delta, foi convocado à salvá-la. E deu conta do desafio. Mais: os primeiros grandes canaviais do lado mineiro do rio Grande , quando forte era a Usina Junqueira e os canaviais paulistas , despontou Zote com o seu pioneirismo costumeiro a dar emprego a milhares de trabalhadores braçais da região. Esmerando na criação de gado leiteiro, Zote, sem o menor favor, tornou-se um dos maiores pecuaristas da redondeza. Já o lado folclórico do nosso personagem é vastíssimo. Zote nunca “ligou” para a aparência pessoal. Sua simplicidade no vestir, calçar, falar e andar, via nele uma figura “caipira” de Monteiro Lobato. Zote, porém, era um “caipira” moderno, trabalhador, sem preguiça, empreendedor que engrandeceu a Pátria e a cidade que viveu e a fez progredir. Ainda vivo, construiu, sem nenhum recurso oficial, o “Hotel Del Rey”, sua menina dos olhos.

Voltemos ao lado folclórico: bonachão, “mineirinho esperto”, Zote tinha aversão que seus carros, caminhonetes, fossem lavados ou lubrificados, gostar de rodar neles enquanto duravam. Depois, bem… depois “ia para o cemitério dos carros usados do Zote”, ao lado do motel e posto que tem o seu nome na BR-050. Certa ocasião, um empregado novato, não sabendo das manias do patrão, tão logo ele encostou a caminhonete ao lado posto, tratou de lavá-la, lubrificá-la com o maior carinho, certo que estava agradando, “em cheio”, o patrão. Qual não foi a sua surpresa quando, no outro dia, recebeu o aviso de dispensa. Atônito, atordoado, tentou falar com Zote. Em vão, Zote não quis atendê-lo. Insistiu. Outra negativa. Não desanimou, pela madrugadinha, encontrou-o de saída para uma das suas fazendas. Não deixou por menos : – “Seo”Zote, pelo amor de Deus, tenho família, preciso desse emprego, dê-me uma nova chance. Não vou mais lavar a caminhonete, ela vai ficar do jeito que o senhor gosta”…chegando às lágrimas . Zote, coração tamanho do Pão de Açúcar, penalizado com o pedido do rapaz, sorriso maroto, bem ao seu feitio, respondeu:

-“Meu filho, não lhe dispensei por causa da lavagem do carro, não. O seu erro foi matar o grilo que morava atrás do banco e ficava cantando toda vez que eu cochilava lá na roça. Onde é que eu vou arranjar outro grilo afinado igual aquele, sô?”




Marques do Cassú

CINEMA INDEPENDENTE DOS EE.UU. O BALCONISTA


Cinema Independente dos EE.UU.


O BALCONISTA


Guido Bilharinho


O Balconista



O cinema dos Estados Unidos não é representado, como a maioria pensa e a mídia veicula, pelas grandes produções de efeitos especiais portentosos. Isso é produto comercial efêmero, descartável e degradável. Nada significa além do tilintar das caixas registradoras. Mas, em contrapartida, faz enorme mal ao conceito de civilização do país.

Contudo, sua existência e êxito meramente comercial decorrem, tanto lá como em toda parte, da receptividade da maioria da população, intelectualmente ingênua e culturalmente deficiente e despreparada. Essa maioria exige, consome e mantém essa produção, não sendo, pois, apenas problema do país produtor, mas, da sociedade humana de modo geral, em todos os quadrantes, caracterizada principalmente pela desinformação, comodismo mental, desinteresse e falta de curiosidade intelectual.

Para demonstrar que esse fenômeno anti-cultural e anti-artístico não é absoluto no país, está aí grande parte das realizações de seu cinema independente. Em tudo por tudo, antípoda daquela acima referida.

Entre tantos exemplos, cite-se o filme O Balconista (Clerks, EE. UU., 1994), de Kevin Smith (1970-), uma das obras marcantes do cinema contemporâneo. Não por inovações formais, que as não tem, limitando-se, nesse aspecto, a utilizar a câmera apenas com competência, o que não é pouco. Mas, pelo enfoque e tratamento temático.

A captação da realidade humana é das mais adequadas possível, revelando, crua, direta e consistentemente, o mundo social, mental e afetivo de certa juventude contemporânea estadunidense.

A franqueza das colocações, a inteligência, espontaneidade e clareza dos diálogos revelam núcleo social ao mesmo tempo peculiar e permanentemente geral. Naquele, seu estado atual comportamental em dada classe social e determinado local. Neste, o que há de fundamental na natureza humana. Aquilo que, conquanto as diferenças individuais, de classe, de local, de tempo e outras, constitui o cerne nodal da espécie, que o compõe e integra, dando-lhe forma e conteúdo.

É o ser humano a matéria do filme, que não se compraz em mostrar e revelar os protagonistas (o balconista da loja de conveniências, seu colega da vizinha locadora de vídeo e a atual namorada do primeiro), mas, na sua versatilidade e riqueza de criações comportamentais, desnuda diversos tipos de fregueses.

No que tange àqueles, todo seu perfil psicológico e emocional jaz exposto e se é evidente a simpatia do criador por suas criaturas, essa circunstância não impede, ao contrário, aprofunda o corte ontológico de seu modo de ser, descarnando seu invólucro protetor e as expondo tais quais são e como agem.

Já o mesmo não acontece em relação a alguns tipos de fregueses da loja, dos quais são ressaltados graves desvios comportamentais e toda fragilidade humana.


Além de tudo isso, da inteligência (já enfatizada) e da agilidade dialogal, ainda se destacam a fluência narrativa e a naturalidade em que se desenrolam os fatos, se estabelecem os relacionamentos e se armam os diálogos.

O Balconista é uma dessas obras de arte que até se lamenta ter conhecido, porque, ao se fazê-lo, perde-se o prazer de descobri-la, de fruí-la pari passu enquanto desconhecida e novidade, lembrando aquela personagem de Como Era Verde o Meu Vale (How Green is My Valley, EE.UU., 1941), de John Ford, que ao presentear menino acamado exemplar de A Ilha Do Tesouro, de Robert Louis Stevenson, afirma: “eu quase gostaria de estar no seu lugar se isso significasse ler esse livro pela primeira vez”.


(do livro Cinema Contemporâneo dos Estados Unidos, em preparo)




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Guido Bilharinho é advogado atuante em Uberaba, editor da revista internacional de poesia Dimensão de 1980 a 2000 e autor de livros de literatura (poesia, ficção e crítica literária), cinema (história e crítica), história do Brasil e regional.

O PAÍS DO PASSADO


18/04/2016 – 06:29

Este “impeachment” está desde o início condicionado por razões políticas e de oportunidade partidária. Num regime parlamentarista isto não só não seria um problema como faria parte da natureza das coisas.
Escrevo antes de saber o resultado do voto que, na Câmara dos Deputados brasileira, poderá iniciar o processo de impugnação da presidente Dilma Rousseff. Tenho apenas uma certeza: não há um Brasil melhor que possa sair desta iniciativa.
Este “impeachment” está desde o início condicionado por razões políticas e de oportunidade partidária. Num regime parlamentarista isto não só não seria um problema como faria parte da natureza das coisas. Mas de acordo com a Constituição brasileira, que estabelece um regime presidencialista, não pode haver destituição de um presidente sem a prática de determinados crimes. Seguindo atentamente este processo até aqui, não vejo fundamento jurídico sério para considerar que Dilma Rousseff tenha cometido qualquer crime. Um processo que começa por perverter o sentido da Constituição não pode produzir bons resultados.
E essa, por incrível que pareça, é a apenas a melhor das hipóteses.
Quem seguiu os trabalhos parlamentares que decorreram em Brasília não pode deixar de ter ficado espantado com o tribalismo e a falta de decoro do que ali se passou. O circo montado na Câmara dos Deputados pelo seu presidente Eduardo Cunha, ele sim um réu em processos de corrupção e detentor de contas não-declaradas na Suíça e empresas fictícias no Panamá, esconde um sistema político putrefacto que defende com unhas e dentes a sua sobrevivência. Os deputados vociferantes que tentam cavalgar a indignação da população brasileira para destituir Dilma Rousseff não são o início de uma dinâmica de maior exigência contra a corrupção. Pelo contrário, eles são o resultado de um sistema de financiamento partidário corrompido até ao tutano. Não por acaso muitos dos apoiantes do impeachment são citados no processo lava-jato e correm histórias de alguns que esperam por uma presidência de Michel Temer — com autoridade sobre uma Polícia Federal a que Dilma Rousseff deu independência — para poder, sob um manto de “reconciliação do país”, colocar uma pedra sobre o assunto da corrupção política e partidária. Estes deputados não são os glóbulos brancos da República brasileira; só com muita sorte não serão as suas células cancerígenas.
Há quem pense que, afastada Dilma Rousseff, o próximo passo será o de afastar Eduardo Cunha. Pura ilusão. Eduardo Cunha terá assegurada a sua sobrevivência uma vez que tenha posto o chefe do seu partido, Michel Temer, no Palácio do Planalto. Pior do que isso: Cunha será o presidente em exercício de cada vez que Temer se ausentar do país. Nenhum deles, dependente que estará da maioria dos deputados corrompidos do Congresso, fará o mínimo esforço para reformar a política brasileira. Pelo contrário, tudo farão para a manter exatamente como está. Depois das manobras para evitar o julgamento de Eduardo Cunha e fazer subir Michel Temer à presidência, não é agora que esta dupla começará a agir com escrúpulos.
Nos seus anos de presidência, Lula da Silva costumava dizer que o Brasil já não era o “país do futuro” mas sim o país do presente. Esquecia-se de que, para o poder dizer, tinha (como Fernando Henrique Cardoso) compactuado durante os seus governos com as piores práticas e representantes do Brasil do passado. É esse o seu grande erro, que agora o olha de frente na cara.

https://www.publico.pt/mundo/noticia/o-pais-do-passado-1729360


Compartilhado por Guido Bilharinho
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Palavras que nos mobilizam…
A verdade é a melhor camuflagem. Ninguém acredita nela. -Max Frich,um arquiteto e escritor suiço do pós-guerra influenciado pelo existencialismo e por Brecht
partilhado no dialogos lusofonos por José Carlos Bramim

VOCÊ NUNCA DEVE UNIR O INÚTIL AO DESAGRADÁVEL…

Lembro mais uma do Zote, figura maiúscula do folclore dessa Uberaba quase bicentenária. Não é segredo a amizade que sempre uniu Zote à família de Osório Adriano, tradicional na cidade. O “velho” Osório dedicava carinho especial ao jovem Zote. Amizade que extrapolou à figura do patriarca e chegou aos filhos Garibaldi e Jairo. Os outros, doutores Wilton e Osório Filho, saíram jovens de Uberaba e o convívio com Zote foi menor. Com Garibaldi e Jairo, amizade de irmãos. Relação que se estendeu com os netos do “seo” Osório, filhos de dona Olésia e Mário de Almeida Franco, especialmente com o advogado, fazendeiro e empresário Mário Fernando Adriano Franco, também figura de relevo na maçonaria uberabense. Mário Fernando, tinha um carinho especial pelo Zote, ao ponto de encontrarem-se quase diáriamente e, quando isso não acontecia por qualquer motivo, um telefonema entre eles, era inevitável.
Zote adoeceu.Um principio de infarto preocupou os amigos. Exames teriam que ser realizados em São Paulo, no Instituto do Coração , aos cuidados do saudoso Adib Jatene. “Medorréia” no mais alto grau, impôs à família, uma condição:
“Bem, eu vou. Mas o dr. Marinho ( como ele chamava Mário Fernando ), vai comigo. Se não… No avião da família Franco, Zote foi para S.Paulo. Logo nos primeiros exames, a constatação: uma coronária bloqueada, a outra semi bloqueada e uma solução: cirurgia. Zote, suava em bicas e resmungava o tempo todo. Nervoso, seu estado inspirava cuidados. Lá pelas tantas da madrugada, Zote acordou o amigo Mário Fernando, quase suplicando, pediu:
-“Dr. Marinho, vamos fugir daqui?”
A reação inicial de Mário Fernando foi dizer não! Aí veio nele a “dor de consciência”. “E se eu disser não e acontecer algo pior… vou sentir remorso pelo resto a vida “, pensou rapidinho.
-“Vamos sim, Zote. É prá já. . Arruma a mala que estou arrumando a minha”.
Zote, mais que depressa, começou a jogar tudo dentro da mala. Pijama, camisas, calças, cuecas, meias, cuecão de doente, escova de dente e tudo mais que tinha direito.
Mário Fernando, amigo e confidente, companheiro inseparável de Zote, arrependeu-se da atitude que estava tomando e pensou em segundos:
-“E se o Zote morrer no caminho? Serei culpado e não me perdoarei pelo resto da vida…”A dúvida assomou-se à cabeça do amigo. Segundo seu relato, teve uma ideia luminosa: jogou as malas no corredor do hospital. Porta do quarto fechada, “combinavam” a melhor maneira de deixar aquela casa, sem ser notados. Eis que a porta se abre e um brutamontes, segurança do hospital, acompanhado da enfermeira-chefe, postaram-se à porta e lascaram a célebre frase:
-“Onde o senhor pensa que vai, “seo” José Formiga?”
Na manhã seguinte , Zote estava operado, cirurgia que correu maravilhosamente bem nas mãos do competente Adib Jatene e, à cabeceira da cama, o amigo de todas as horas, Mário Fernando Adriano Franco. Feliz início de semana e o meu abraço “Marquez do Cassú”…