terça-feira, 27 de setembro de 2022

Gabriel Toti (1889-1967)

Conheça o Patrono De Sua Rua
                                                     
                                                                                                                      

                                                                                         Uma idealização de Dorival Cicci (1931-2019)  
Pesquisa Guido Bilharinho


Nome: Gabriel Toti 1889-1967 Naturalidade: Uberaba-MG Filiação: Pascoal Toti e Artemida Toti Casado com: Maria Rosa BiIharinho Toti Profissão: Empresário e jornalista

Gabriel Toti. Foto: Arquivo Público de Uberaba.

Participação na comunidade: For aluno de primeiras letras da Professora Emelina des Genettes, filha de Henrique Raimundo des Genettes, fundador da imprensa em Uberaba. Estudou em diversos co legios de Uberaba, em São Paulo e na Itália, pais onde permaneceu três anos. De volta à cidade dedicou-se a atividades industriais e co merciais, participando, no decorrer dos anos, da fundação de inumeras entidades de classe e clubes sociais e esportivos, a exemplo da Associação dos Empregados no Comércio, Associação Comercial e Industrial. Joquei Clube e Uberaba Sport Club. Militou ativa mente na imprensa, colaborando, desde 1914 em quase todos os jornais e revistas aqui editados, tendo dirigido, por muitos anos, a Gazeta de Uberaba. Compositor, historiador, poeta, contista e pro jetista, deixou inúmeras obras em todas essas atividades. Compôs diversas músicas entre elas o Hino de Uberaha, com letra do jornalista Ari de Oliveira. E autor, entre outras poesias, de duzentos sonetos so sobre as rosas, além de diversos ensaios sobre a história de Uberaba, a exemplo de Homens (que Ajudaram Uberaba a Crescer. A Música, em Uberaba, A Medicina em Uberaba e Histórico das igrejas de Uberaba. Organizou e publicou duas edições do Álbum de Uberaba, Foi sócio correspondente dos Institutos Históricos e Geográficos de Minas Gerais e São Paulo. Membro da Academia de Letras do Triángulo Mineiro, ocupou a Cadeira 34, cujo patrono e Dom Eduardo Duarte da Silva.

"A memória é quem constroi a História"
Jacques Le Goff

Colaboração Arquivo Público de Uberaba, Associação Cultural Casa do Folclore e Marília Cicci Resende e Uberaba em Fotos.

Uberaba

Maurílio Cunha Campos de Morais e Castro

Nasceu em Uberaba (MG), em 17 de maio de 1924, onde faleceu em 10 de julho de 1994.

Estudou Meteorologia nos Estados Unidos, tendo sido presidente da Sociedade Brasileira de Meteorologia. Residiu no Rio de Janeiro nos anos 50, onde, como empresário, produziu e di- rigiu, em junho de 1958, a revista musical "Peguei um Ita no Norte", que mereceu critica bastante favorável da imprensa local.

Maurílio Cunha Campos de Morais e Castro.
 Foto: Acervo da Academia de Letras do Triângulo Mineiro.


Nos anos 60, já residindo em Uberaba, foi tabelião e teve atuação importante na vida da sociedade ubera- bense.

Liderou a campanha para erradidicação da paralisia

infantil, tendo conseguido a adesão de entidades liga- das à saúde, contribuindo para que a cidade fosse um dos primeiros municipios do interior a receber a vacina Sabin. Batalhou também pela fundação e manutenção do Hospital do Folclore. Pênfigo.

Foi grande fomentador da cultura e arte nesta cidade. e um dos fundadores do Teatro Experimental de 1977/1978. Uberaba (TEU), em abril de 1965, conseguindo re- gistrá-lo em cartório em 30 de junho de 1969 e tornan- do-se seu primeiro diretor- presidente.

Sob o pseudónimo de Mon-tenegro, manteve, durante alguns anos, uma coluna de

textos vanguardistas no jornal "Lavoura e Comércio".Juntamente com Edelweis Teixeira e Edson Prata, fundou o Instituto de Folclore do Brasil Central, que realizou, durante alguns anos, a Semana do Folclore.

Foi fundador da cadeira 14 da Academia de Letras do Triângulo Mineiro, da qual foi presidente no biênio

Bibliografia

História da Academia de Letras do Triângulo Mineiro- Ed. 2014 - Maria Antonieta Borges Lopes

Fonte: Site Academia de Letras do Triângulo Mineiro -  Colaboração Acadêmico Gilberto Rezende

domingo, 4 de setembro de 2022

Chico Para Sempre chega aos cinemas em 13 de outubro!

Documentário sobre vida e obra do médium

mais famoso do Brasil estréia 20 anos depois de sua morte.

Vinte anos após a sua morte, o mineiro Chico Xavier tem sua vida contada no longa metragem documentário Chico Para Sempre, com direção e roteiro de Wagner de Assis (Nosso Lar, Kardec, A Menina Índigo) e participação do jornalista Marcel Souto Maior, autor de uma das biografias mais bem sucedidas do médium.

O filme estreia nos cinemas no dia 13 de outubro e conta com mais de 50 entrevistas, algumas raras, relembrando não só fatos cronológicos da vida do médium mais importante do Brasil, mas principalmente traçando um painel das diversas vertentes que o acompanharam em sua vida: a mediunidade que impactou o Brasil desde os seus 17 anos, as crises com a fama, as reportagens polêmicas, o fato de ser uma celebridade de “dois mundos”, as histórias “sobrenaturais”, até o legado de sua obra literária que, hoje, já conta com 536 títulos publicados (quando morreu, em 2002, chico tinha oficialmente 412 livros).

Com participações de artistas como Ana Rosa, Wanderléia, Carlos Vereza, Renato Prieto, além de médicos, cientistas, críticos literários, historiadores, pesquisadores, autoridades do movimento espírita, outros médiuns e amigos pessoais, além de pessoas que simplesmente o conheceram e mudaram suas vidas, e muitos que acompanharam por anos o médium, Chico Para Sempre apresenta também momentos inéditos como o depoimento de Juselma Coelho, amiga particular que estava dentro do quarto de hospital quando uma luz sobrenatural foi captada por uma câmera que estava do lado de fora do prédio. Horas depois deste fenômeno, o testemunho da entrevistada relata como foi a “melhora súbita” de Chico. Há também entrevistas inéditas de alguns parentes diretos, que aceitaram participar do filme, como a sobrinha de Chico, Cidália Xavier.

A produção visitou as cidades de Pedro Leopoldo e Uberaba e encontrou materiais que estavam num sótão durante anos – numa chuva, o local cedeu e originais, recortes de jornais e até um projeto do arquiteto Oscar Niemeyer para Chico Xavier estavam guardados ali por décadas. Há entrevistas em Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro e alguns locais no exterior, como Miami e Nova York – quando o assunto é o legado internacional do médium. O filme não deixa de abordar temas polêmicos, como a questão das vidas passadas de Chico.

Com 2h20 de duração, o documentário revive também momentos icônicos do médium na televisão, como o famoso programa Pinga Fogo – um dos maiores recordes de audiência de toda a história da TV Brasileira, e depoimentos antigos, como o do cantor Roberto Carlos falando sobre sua amizade com o médium - ou ainda quando o astro Fabio Junior compôs uma música para ele. “Não é uma homenagem porque o Chico mesmo diria que não precisa de uma. Mas é uma constatação: sua presença na vida do país, mesmo 20 anos depois de ir embora, só aumenta, se intensifica e não é errado afirmar que é praticamente imensurável”, avalia o diretor e roteirista Wagner de Assis.

Com participações de Marcel Souto Maior, Ana Rosa, Fábio Jr, Haroldo Dutra Dias, Jorge Godinho, Cidalia Xavier, José Carlos De Lucca, Alexandre Caldini, Juselma Coelho, Geraldo Campetti, Oceano Vieira de Melo, Eurípedes Higino, Geraldo Lemos Neto, Dora Incontri, Guiomar Albanesi, Nena Galvez, Saulo Cesar, Cesar Perri, Jhon Harley, Celia Diniz e mais outros 50 participantes, num momento inédito que só um homem como Chico Xavier poderia proporcionar.

A produção é da Cinética Filmes E Produções (Página Oficial) !

Só nos cinemas ! 13 de outubro !!!

sexta-feira, 2 de setembro de 2022

UBERABA PERDE UM GRANDE FILHO



Neste momento nossos corações quase não são capazes de suportar tanta dor. Ter uma pessoa tão querida levada de nós de forma tão brusca e inesperada é algo que nos paralisa, e nos fazer sentir impotentes diante daquilo que o destino nos reserva. Mas cada um de nós tem uma missão, e se ainda estamos aqui é porque a nossa ainda não está cumprida. O nosso amigo de muitos anos o “delegado” da Casa do Agricultor, cumpriu a sua missão, e sua missão sempre foi de trazer alegria, paz, amizade, generosidade e muitos aprendizados para os seus amigos e familiares, ele cumpriu com perfeição.

É impossível não lamentar a sua falta. O que conforta nossos corações é saber que ele era um ser que iluminava as nossas vidas, e que continua sendo um anjo, mas foi convocado para voltar para o lado do Senhor.

A sua luz é tão forte que ela vai continuar guiando os nossos passos, e aquecendo os nossos corações com o seu amor. Que ele esteja em paz ao lado do Senhor. Nossos sentimentos aos familiares do nosso sempre querido “delegado”. (Paulo Nogueira)

terça-feira, 30 de agosto de 2022

POR RUAS E BECOS DE UBERABA

Ele parou, fez pose especial, olhou diretamente para a lente da câmera e sequer poderia imaginar que essa foto pudesse alcançar os dias atuais, tendo já decorridos quase 130 anos da época em que foi batida. Nela é possível ver um condutor de gêneros se preparando para transportar sacas de sal grosso que acabara de retirar junto à Casa Comercial de José Severino Soares, mais conhecido por Juca Severino, autor da foto, em 1894. Na imagem superior temos o local exato em que a carroça foi estacionada, ou seja, na Rua Municipal, 13, atual Manoel Borges, bem defronte ao comércio mantido pelo fotógrafo.

 Rua Manoel Borges (acervo APU – Arquivo Público de Uberaba) e 2 – Condutor de Gêneros (acervo Arquivo Público Mineiro)
Fonte: Jorge Henrique Prata Soares (Pratinha)

De relho na mão esquerda, barba por fazer e gorro na cabeça, o carroceiro se prepara para transportar pesada carga pelas ruas e becos da cidade. Usa traje simples, mas apropriado e tem nos pés sua indefectível botina mateira. Tudo indica ter sido previamente avisado que seria fotografado.

Será seu destino o Beco dos Aflitos, depois convertido em José Solé, no bairro do Fabrício? Ou a mercadoria seria destinada ao abatedouro? Nesse caso, era preciso sair em direção à Rua do Boi, atual Afonso Rato. Pode ser que a esteja levando-a ao Beco Zé de Sousa, hoje prosseguimento da Rua Veríssimo. Talvez ao Beco do Braga, no alto do São Benedito! Ou seria para o Beco do Bezerra de Menezes, perto do Centro Espírita!? Quem sabe ao da Liberdade, próximo ao Fórum Melo Viana!? Se entrega fosse na rua das flores, atual João Pinheiro, ele certamente teria que passar pela Coronel Ataliba, hoje Artur Machado, pois ali existia ponte favorável e resistente, a permitir o traslado sobre o Córrego das Lajes. Vai saber!

Penso então nas sábias palavras de Max Aub para dizer “Há três categorias de homens: os que contam a sua história; os que não a contam; os que não a têm.” E em seguida passo a imaginar: qual seria a história desse pobre trabalhador, cujo nome o registro fotográfico não anotou? E nessa hora me vem a memória os tristes versos de Chico Buarque, em “Gente Humilde”, que dizem:

... “E aí me dá / Como uma inveja dessa gente / Que vai em frente / Sem nem ter com quem contar / ... / E aí me dá uma tristeza / No meu peito / Feito um despeito / De eu não ter como lutar / E eu que não creio / Peço a Deus por minha gente / É gente humilde / Que vontade de chorar.”
Mas creio que lamentar não é o bastante. Melhor será retribuir o seu distante olhar, perdido no tempo, para fixá-lo, de forma indelével, em Coisas e Fatos Antigos de Uberaba.
Moacir Silveira




Rua Cel. Manoel Borges, em foto da primeira metade do século XX.

À direita, a loja Notre Dame de Paris (antiga casa de Major Eustaquio, fundador de Uberaba), demolida para a construção do Hotel Chaves, hoje Hotel Monte Carlo. O prédio seguinte é o cine Politeana, também demolido. Hoje o terreno abriga uma filial das Lojas Têxtil.

Rua Cel. Manoel Borges, em foto da primeira metade do século XX.


Rua Coronel Manoel Borges

“Começa no canto inferior direito da Praça Rui Barbosa e finaliza na praça Dom Eduardo. É atravessada em ponte de cimento armado pelo Córrego da Manteiga e pelas ruas Senador Pena e Das Mercês. Antes da primeira destas sai, à esquerda, a rua Major Eustáquio. Pertence à colina da Matriz até ao córrego e daqui até ao fim ao alto das Mercês. É a segunda mais importante da cidade, toda calçada a paralelepípedos e arborizada a partir da Senador Pena.

Teve, primitivamente, o nome de ‘Rua Grande’, ou ‘Direita’, com a extensão das atuais ruas Vigário Silva e Cel. Manuel Borges até a das Mercês, somente, pois era aí o limite.

A Comissão recenseadora de 1880 contemplou-a com o nome de – ‘Antiga Rua Grande’ e dividiu-a em três: ‘Vigário Silva’ (até a Praça Rui Barbosa), ‘Municipal’ (até a Senador Pena) e ‘Tiradentes’ (a parte restante que, mais tarde, se conheceu pelos nomes de rua das ‘Monteiras’, do ‘Felício’ etc.)
Nos primeiros anos da República a Rua Municipal tomou o nome de ‘Quinze de Novembro’.

Pela nomenclatura de 1900, esta e a Rua Tiradentes passaram a chamar-se ‘Municipal’. Arquivo Púbico de Uberaba este nome se mudou para – rua ‘Coronel Júlio Bueno Brandão’, em homenagem ao mesmo, quando presidente de Minas, em visita a Uberaba, inaugurou naquele ano a Exposição Agropecuária, no dia 03 de maio.

Arquivo Público de Uberaba


José Estanislau de Jesus era conhecido como "FUMANCHU".

Fumanchu tinha alguns cachorros, mas um era lhe especial, o “Brinquinho”, e eles ajudavam a vigiar a Biblioteca.

Fumanchu adoeceu e foi levado para o Hospital Escola. Chegou a voltar, mas dias depois veio a falecer, com problemas cardíacos. Logo em seguida, seu cachorro preferido, morreu também, atropelado na Avenida Leopoldino de Oliveira. Após a morte do Fumanchu, o mato cresceu, o jardim sumiu e a Biblioteca foi assaltada várias vezes.

José Estanislau de Jesus era conhecido como 
"FUMANCHU".

Fumanchu e estagiárias do Lavoura e Comércio. Elas eram estudantes de jornalismo
 e se formaram em julho de 1979. 

Deixou saudades, fez muita falta a todos nós. Deve estar cuidando de “algum jardim lá no céu...”. Maria Elena Carvalho Ex-funcionária da Biblioteca “José Estanislau de Jesus era conhecido como FUMANCHU, Torcedor do Uberaba Sport Club, trabalhava como engraxate na Rua Manoel Borges.

Em 1º de maio de 1980 tive o prazer de conhecê-lo e tornar- me sua amiga. A partir desta data, convivi com ele anos e anos. Era um homem humilde de muito respeito, que morava nos fundos da Biblioteca Municipal na Rua Alaor Prata. Trabalhava em troca de moradia, era devoto de Medalha Milagrosa, Santa Bárbara e do Menino do Pastoreio.

Devido à sua fé, nada lhe faltava. Ele recebia alimentação de uma senhora caridosa, todos os dias. Ele tinha dois cachorros de estimação. Os comerciantes do Mercado Municipal davam alimento para seus cães.

FUMANCHU era alcoólatra, mas não prejudicava ninguém. Ficava alegre e conversava muito. Deixou seus pais quando ainda era criança. Os seus pais conviveram com o regime de escravidão e ele herdou deles a comemoração da data de 13 de maio.

Foi um uberabense que deveria ser lembrado, mas foi esquecido. Gostava de agradar às pessoas com flores e frutas que ele plantava. Quando faleceu em janeiro de 1988, senti muito a sua perda e sempre trago suas lembranças”. Marivone Fernandes Matias Ex-funcionária da Biblioteca

Ana Amália Matheus

VOZ MARCANTE

Ela sabe muito bem o tanto que lutou para chegar onde chegou. As esquinas dobradas, os obstáculos enfrentados, os muros de indiferença e discriminação enfrentados. Sobretudo por trilhar por um caminho que, para muitos, é reto, suave e quase sempre bafejado por posição social privilegiada.

Imagens: fotos do álbum de família em sua página no Facebook.

Filha de família humilde, mais velha dentre seis mulheres e um único irmão homem, teve que trabalhar e estudar para ajudar nas despesas da casa. Mulher de fibra, guerreira, ainda jovem prestou concurso para o serviço público, logrando classificar-se entre as primeiras colocadas. Trabalhou quase a vida toda na Prefeitura de Uberaba, até alcançar sua merecida aposentadoria nos quadros da Procuradoria Municipal. Antes disso e, paralelamente, com garra e muita força de vontade, cursou a Escola Normal, hoje Castelo Branco, onde graduou-se com louvor. Mas isso não seria o bastante para ela. Só o emprego público não era o suficiente para ajudar no sustento da família. Foi quando então descobriu ser portadora de um excepcional timbre vocal e dele resolveu tirar proveito profissional. Desde então passou a atuar também como locutora da Rádio 7 Colinas e, posteriormente, como apresentadora de telejornal no extinto Canal 5, TV Uberaba.

Não fora sua personalidade tímida, avessa à badalação dos meios artísticos, poderia muito bem ter alcançado o estrelato nacional só com a força de seu inegável talento e voz marcante.

Ana Amália Matheus me faz lembrar as muitas mulheres guerreiras desse nosso imenso país, aquelas brilhantemente lembradas nos versos da canção de Milton Nascimento e Fernando Brant, que dizem:

“Maria, Maria, é um dom, uma certa magia / Uma força que nos alerta / Uma mulher que merece viver e amar / Como outra qualquer do planeta / Maria, Maria, é o som, é a cor, é o suor / É a dose mais forte e lenta / De uma gente que ri quando deve chorar / E não vive, apenas aguenta / Mas é preciso ter força, é preciso ter raça / É preciso ter gana sempre / Quem traz no corpo a marca, Maria, Maria / Mistura a dor e a alegria / Mas é preciso ter manha, é preciso ter graça / É preciso ter sonho sempre / Quem traz na pele essa marca possui / A estranha mania de ter fé na vida” ...

E é por ter lutado com garra, com raça, demonstrando sua inabalável fé na vida é que Ana Amália Matheus merece figurar em Coisas e Fatos Antigos de Uberaba.
Moacir Silveira



terça-feira, 23 de agosto de 2022

BUTANTÃ

O nome já indica: "Um time de cobras". Esse time foi criado pelo Tetente (Joaquim Vicente Prata Cunha) e amigos, no final dos anos 60. Era um time varzeano, que jogava amistosamente nos fins de semana.

 Em pé da esquerda para direita. Nenê (meu Pai), Tonho, Hugo, Djalma Cruz, Vicentinho e Romeu. Agachados: Evaldo, Gilberto, Nifan, Tetente e Zé Teófilo. Foto: Celso Coelho


Uniforme Preto (Calções e camisas, Meias brancas). E cujo distintivo para fazer jus ao nome, era uma cobra. Neste dia o jogo foi no saudoso Estádio Boulanger Pucci.

Que saudade desse tempo. Eu e meus irmãos ainda adolescentes acompanhavamos quase sempre os jogos. Com a missão de cuidar das bolas, das chuteiras (principalmente às de nosso Pai) e da água e refrescos nos intervalos dos jogos. Tempo Bom.  (Celso Coelho)

ETERNA ALIANÇA

Como num conto de fadas ou em um romance de amor, ele tinha um real motivo para voltar quando foi em busca de seu sonho. Pena que o cruel destino tinha outros planos para ele.


Antes de partir para Calcutá, na Índia, onde pretendia comprar bois da raça zebu, João Martins Borges depositou em mãos de sua amada um belo anel de brilhante. E o fez como imorredoura prova de seu amor e sua firme intenção em desposá-la, quando voltasse. Infelizmente isso acabou não acontecendo, em face de sua morte inesperada naquela cidade, em 1918.


Fotos: 1 – Dulce Guaritá (álbum de família); 2 - João Martins Borges
 (Acervo do Museu do Zebu, Uberaba, MG); 3 – Anel de brilhante.


Ante fatídico acontecimento, num gesto de recato, pudor ou por entender não ser justo reter tão valioso presente, a nobre donzela resolveu devolver a joia aos familiares de seu falecido noivo.
Essa valiosa peça, que deveria ser símbolo de uma eterna aliança, encontra-se muito bem guardada e em poder de Dulce Guaritá, feliz sobrinha de ambos os noivos, pois na linha de descendência das duas famílias.

Tão linda, embora trágica, história de amor não concretizado me fez lembrar versos de Vinicius de Moraes, em seu “Soneto da Fidelidade”, que diz:

“De tudo, ao meu amor serei atento / Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto / Que mesmo em face do maior encanto / Dele se encante mais meu pensamento / Quero vivê-lo em cada vão momento / E em seu louvor hei de espalhar meu canto / E rir meu riso e derramar meu pranto / Ao seu pesar ou seu contentamento / E assim, quando mais tarde me procure / Quem sabe a morte, angústia de quem vive / Quem sabe a solidão, fim de quem ama / Eu possa me dizer do amor (que tive) / Que não seja imortal, posto que é chama / Mas que seja infinito enquanto dure”
E para que a beleza de tão nobre gesto não seja esquecida é que eu o registro entre as Coisas e Fatos Antigos de Uberaba.

Moacir Silveira


Condomínio Edifício Rio Negro

Edifício Rio Negro. Foto: Antônio Carlos Prata.

Galeria. Foto: Antônio Carlos Prata.


Edifício Rio Negro, em estilo Moderno. É um prédio comercial. Localizado na avenida Leopoldino de Oliveira, 3490.(centro). Foi inaugurado em novembro de 1967, com seus 11 andares, e uma galeria com várias lojas comerciais de diferentes segmentos. Antônio Carlos Prata

sexta-feira, 19 de agosto de 2022

"Superlua de esturjão" brilhando no céu sobre Uberaba

“Superlua de esturjão”- Foto: Antonio Carlos Prata.

Uma noite agradável de “Superlua de esturjão” brilhando no céu sobre Uberaba. Com temperatura amena marcando 14°C . O flagrante abaixo foi clicado por volta das 20h11 – em 11/08/2022.

(Clique na foto para ampliar e na tecla Esc para voltar ao normal)

HOJE É O DIA MUNDIAL DA FOTOGRAFIA

A fotografia é uma das invenções mais extraordinárias da história da humanidade e que revolucionou a sociedade a partir de meados do século XIX, assim como a cultura, a economia, as arte e etc. Normalmente, durante este dia, acontecem palestras, workshops e demais atividades relacionadas à fotografia. As fotografias podem ser utilizadas para informar, recordar ou como uma expressão artística. Sejam fotógrafos profissionais ou amadores, no Dia Mundial da Fotografia, todos os amantes desta arte comemoram a data fazendo muitas fotos.

Antiga 'Mata do Carrinho - Foto: Paulo Nogueira.

Os brasileiros ainda celebram o dia 8 de janeiro como o Dia Nacional da Fotografia, também conhecido como o “Dia do Fotógrafo”. Na imagem abaixo, clicada por Paulo Nogueira. Na antiga 'Mata do Carrinho, que era localizada do lado de traz do Aeroporto local, foi premiada pela TV BBC de Londres, em um concurso realizado mundialmente no ano de l984, em originalidade. O referido concurso solicitava mostrar a pobreza vivida na época nos países da América do Sul, e o Jornalista Paulo Nogueira enviou a matéria (texto e foto) como jornalista e repórter fotográfico do Jornal da Manhã) UBERABA EM DESTAQUE MUNDIALMENTE

ANAC VENDE AEROPORTO DE UBERABA

... Aeroporto de Uberaba foi leiloado nesta quinta-feira, 18/08/2022. Agência Nacional de Aviação Civil/Anac realizou a sétima rodada do programa de concessões aeroportuárias, com a venda de 15 terminais, entre os quais, aquele que é considerado a “joia da coroa” da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária/Infraero: o Aeroporto de Congonhas, localizado na zona sul da capital paulista, um dos mais movimentados do país.

  Aeroporto de Uberaba - Foto Antônio Carlos Prata.

O leilão aconteceu na Bolsa de Valores de São Paulo.
BLOCOS
O Bloco SP-MS-PA-MG, liderado pelo Aeroporto de Congonhas, incluiu ainda os aeroportos de Campo Grande, Corumbá e Ponta Porã, em Mato Grosso do Sul; Santarém, Marabá, Parauapebas e Altamira, no Pará; e Uberlândia, Uberaba e Montes Claros, em Minas Gerais. Esse bloco foi arrematado pelo grupo espanhol Aena, por R$ 2,45 bilhões.

O Bloco Aviação Geral foi formado pelos aeroportos de Campo de Marte, em São Paulo, e Jacarepaguá, no Rio de Janeiro.

O Bloco Norte II foi integrado pelos aeroportos das capitais do Pará, Belém, e do Amapá, Macapá

(Matéria extraída do Facebook da jornalista Giselda Campos)

DIA DA FOTOGRAFIA

O experiente e competente repórter fotográfico Peixotinho, do saudoso jornal Lavoura e Comércio, enviou-me essa foto para lembrar que hoje, 15 de agosto, é o Dia Mundial da Fotografia.

A escolha da data está vinculada a Niepce e Daguerre que, no longínquo ano de 1837, nesse mesmo dia, comunicaram ao mundo que tinham conseguido fixar numa laje fotossensível o que fosse colocado diante de uma câmera fotográfica.


Da esquerda para a direita, em cima, os fotógrafos: Alfredo, Jesus, Akira, Jair, Lindomar, Amadeu; Em baixo: Hélio Silva, Moacir Silva, Nelson, Peixotinho, Zezinho e Amadeu.

Dois anos depois Talbot, com seu calótipo, permitiu que esse tipo de registro pudesse ser reproduzido ou copiado. Embora muitas pessoas associem o início da fotografia com o nascimento do negativo isso não procede pois, como dito, o dia 15/8/1837 é o marco inaugural da fotográfia.

Nesse belo registro fotográfico, de 1979, aparecem, da esquerda para a direita, em cima, os fotógrafos: Alfredo, Jesus, Akira, Jair, Lindomar, Amadeu; Em baixo: Hélio Silva, Moacir Silva, Nelson, Peixotinho, Zezinho e Amadeu.

Tive o imenso prazer de conhecer quase todos esses grandes profissionais da arte fotográfica e posso dizer, repetindo Roland Barthes que:

“A Fotografia não fala (forçosamente) daquilo que não é mais, mas apenas e com certeza daquilo que foi”.

Alfredo, Jesus, Akira, Jair e Amadeu já não estão mais entre nós, mas saibam que os vejo e deles me lembro exatamente como aparecem nessa foto, cheios de vida e sorridentes, e é por isso que recebo a foto e a registro, com especial destaque, em Coisas e Fatos Antigos de Uberaba.

Moacir Silveira 

Imagem: segundo o fotógrafo Zezinho essa foto foi clicada pelo colega Ricardo Prieto em um intervalo de solenidade de formatura no Santuário da Medalha Milagrosa.

terça-feira, 16 de agosto de 2022

TRÁGICO DESTINO

É bem provável que tenha pensado nas palavras do general romano Pompeu, “navegar é preciso, viver não é preciso”, quando empreendeu viagem por mais 18.000 km, distância a separar Uberaba da cidade de Calcutá, na Índia e para onde se dirigiu em 1914. Para tal era preciso vencer o Atlântico, passar pelo Mediterrâneo, atravessar o Canal de Suez, singrar o mar Vermelho, enfrentar a barreira da língua, as exigências sanitárias e longos períodos de quarentena. Tudo isso em busca de um sonho. Era o que faziam os jovens de então ao partir em busca de redenção econômica representada pelo majestoso gado zebu. Vale lembrar que tais viagens chegavam a durar até três longos anos.

Imagens: - 1 e 2 (no alto): os irmãos Virmondes, João e Otaviano; - 3 e 4 (ao centro): 
Virmondes e Otaviano em solo indiano; e - 5 e 6 (em baixo): lápide e cerimônia de sepultamento em Calcutá, Índia (acervo do Museu do Zebu).


E foi assim que ele, aos 27 anos, viajando sozinho e com saúde frágil, saiu em busca de seu destino. Chegou, viu, gostou, selecionou e comprou o mais belo lote de animais que encontrou. Mas, infelizmente, não pode trazê-lo em face da eclosão da Primeira Grande Guerra Mundial. Saudoso de casa, após longa espera, resolveu voltar ao Brasil.

Tempos depois, em 1917, comunicou sua intenção de retornar à Índia para recuperar seu vultoso investimento. Seus familiares impuseram-lhe uma condição, teria que viajar escoltado por dois irmãos. Assim foi feito e, embora fluente na língua inglesa, idioma corrente nas repartições públicas indianas, muito penou ante os inúmeros entraves burocráticos exigidos para a liberação. Como num sonho premonitório ou em uma tragédia anunciada, ele tanto sofreu que acabou falecendo no ano seguinte, 1918, sendo velado e enterrado na distante cidade de Calcutá.

Decorridos quase 60 anos desse infausto acontecimento e reconhecendo a grandeza do empreendimento levado à efeito por um dos primeiros pioneiros na introdução do Zebu no país, a ABCZ resolve transladar, em 1975, seus restos mortais para o Brasil. E o faz com pompa e circunstância pois, na chegada à Uberaba, feita em carro aberto do Corpo de Bombeiros, ladeado por pelotão dos Dragões da Independência da PMMG, foi finalmente sepultado no jazigo da família, no cemitério local de São João Batista.

Ante tão grandioso feito, fazendo minhas as palavras de Kethlene Vanzeler, eu diria que: ... “Tudo bem deixar o tempo passar... / ou viver apenas a espera do que virá... / Tudo bem se afastar, ir bem longe... voar! / Desde que você tenha sempre um lar para voltar!”

Embora trágico, entendo que merece registro e é por isso que incluo os nomes do pioneiro João Martins Borges e de seus irmãos Virmondes e Otaviano Martins Borges nas Coisas e Fatos Antigos de Uberaba.
Moacir Silveira


Para maiores detalhes dessa história clique no Vídeo:



Padaria Brasil e Sinuca Manogra

Foto acervo Uberaba em Fotos.

O prédio ao lado esquerdo; funcionou o Salão Globo, do barbeiro, português "Seu" Eurico. Depois de um pequeno beco, (Bilhar do Manogra). À direita; a tradicionalíssima Padaria Brasil, na rua Cel. Manoel Borges de “Seu” Clarimundo e D. Thomázia, que infelizmente fechou as portas na década de 1980. Antônio Carlos Prata

Última foto dos dois casarões históricos demolidos em Uberaba

Foto: Paulo Nogueira

Última foto dos dois casarões históricos (já demolidos) nas décadas de 80/90) onde funcionou a farmácia São Sebastião, Roma pizzaria, loja de calçados Calce Bem e Sorvete Italiano, na rua Cel. Manoel Borges. Localizados em frente o bar do Mosquito, Tabacaria Sumaré e Grutinha Santa Luzia e Sociedade Rural. 

Antônio Carlos Prata

quinta-feira, 16 de junho de 2022

TV UBERABA, CANAL 5

TV Uberaba, Canal 5

LUZ, CÂMERA, AÇÃO!

“Boa tarde, senhoras e senhores: somos, a partir de agora, a mais nova realidade da televisão brasileira. A TV Uberaba, Canal 5, se integra no presente momento a um Brasil grande e poderoso pelo milagre da multiplicação sonora e visual”, foi o que disse, com voz emocionada, o jovem locutor de cabine Paulo Sarkis. E na noite do mesmo dia o apresentador do telejornal Constantino



Imagens de cima para baixo e da esquerda para direita: 1 – Élcio Botta (Miudinho) e Jorge Gabriel, mais conhecido por Jim (já falecido);
 2 – visor com imagem de Constantino Calapodopulos e 3 – Vanderley Alves.
Fotógrafo: Itamar Rogério Vicente (Acervo particular de Constantino J Calapodopulos


Calapodopulos reafirmou a mensagem. Isso há exatos 50 anos atrás.
E com muito pouco tempo de treinamento lá estavam eles, prontos para entrarem em ação os jovens cameraman que colheram as primeiras imagens da mais nova estação de TV do Brasil.

Manuseando modernos equipamentos eletrônicos, recém adquiridos pela emissora, sob a orientação técnica de uma equipe especialmente vinda da capital mineira, entrava no ar a TV Uberaba, na tarde de um dia como o de hoje, mas em 9 de junho de 1972.

À postos na cabine de controle o supervisor artístico e diretor de tv Kefel Filho deu a esperada voz de comando: luz, câmera, ação! Dando vida à mais nova afiliada da Rede Tupi de Televisão, transmitindo para os lares da cidade e região.

Cheios de engenho, entusiasmo e arte esses valorosos jovens puderam confirmar, como nas palavras do genial Charles Chaplin, que:
“A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos.” Moacir Silveira.

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FACTORAMA

Imagens: 1 – Celinha, Eduardo Gomes e Glenda Garbe; 2 – 
ao centro: Jota Carvalho (já falecido) e 3 – Glenda Garbe e Celinha


Outra atração de grande sucesso do Canal 5, TV Uberaba, era o telejornal Factorama, apresentado diariamente ao meio-dia.

Em seu início ele contou com a presença das narradoras Adriana Cecílio, Maria Helena Barra e Ângela Terra. Mais tarde, alternando com elas Juarez José e Brígido Bianco. Tempos depois, passou a contar com apresentação de Jota Carvalho, Vieira Machado, Glenda Garbe, Maria Célia (Celinha) e Eduardo Gomes.

Esse importante telejornal era redigido pelos jornalistas Januário Molinero, Élcio Moronte, Paulo Silva, Paulo Nogueira, João Cid e Maurício de Oliveira, competente equipe de profissionais sob a batuta do editor-chefe Symphronio Veiga.
Moacir Silveira

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TIO MÁRIO



Ele tem mais sobrinhos que o mundialmente famoso Tio Patinhas, herói dos quadrinhos de Walt Disney, que só possuía os conhecidos Donald, Huguinho, Zezinho e Luisinho.

Mário Salvador nasceu em Araguari, MG, em 14/1/1935, tem nacionalidade portuguesa, adquirida em 20/10/2003, títulos de cidadania das cidades de Veríssimo e Uberaba, além de ser uma das figuras mais prestigiadas e conhecidas em nossa cidade.

Técnico em contabilidade, advogado, jornalista, eleito industrial do ano em 1968, ex-diretor da ACIU, professor do SENAC (1966/68), da Faculdade de Ciências Econômicas (1972/78), do Colégio São Judas Tadeu (1985/86), diretor executivo e editor do Jornal da Manhã (1972/82), consagrou-se de forma definitiva como apresentador de TV, e desde então sendo mais conhecido pelo carinhoso apelido de Tio Mário.

No Canal 5, TV Uberaba, ele criou e apresentou o programa infantil Roda Gigante (1972/84), líder de audiência nas manhãs de domingo e um grande sucesso entre a garotada da cidade e região. Por isso é merecidamente homenageado no mês em que se comemora os 50 anos da emissora.

Levando alegria ao coração da garotada, Tio Mário por certo sempre concordou com os versos de Fernando Pessoa:
“Quando as crianças brincam / E eu as ouço brincar. / Qualquer coisa em minha alma / Começa a se alegrar / E toda aquela infância / Que não tive me vem, / Numa onda de alegria / Que não foi de ninguém. / Se quem fui é enigma, / E quem serei visão, / Quem sou ao menos sinta / Isto no meu coração.”

E que nessa singela homenagem ele possa ouvir o coro entusiasmado da garotada dizendo: muito obrigado Tio Mário! Moacir Silveira.


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TOINZINHO

Imagem: Constantino e Toinzinho, em foto de Itamar Rogério Vicente
 (acervo particular de Constantino Calapodopulos)


Sou dos que entendem ser o operário, trabalhador anônimo, elemento essencial na formação da imagem de uma empresa ou organização. Sem ele o que resta são prédios, máquinas ou equipamentos.

No Canal 5, TV Uberaba, inúmeros foram os que deram forma e vida na construção da história da emissora. Cada um destes teve papel relevante na construção dessa fábrica de sonhos e entretenimento.
Com o intuito de prestar-lhes merecida homenagem e reconhecimento, começo por Toinzinho, o mais humilde e simples de todos.

Tímido, reservado, de personalidade retraída, ele era encarregado de serviços gerais e prestava serviços em nome da Conservadora Carijós.

De maneira discreta e trabalhando nos bastidores ele em muito contribuiu para que os apresentadores pudessem, diante das câmeras, brilhar sob as luzes dos holofotes.

Para esse estimado e humilde colega de trabalho eu diria, fazendo minhas as palavras de George Sand, que:

“Um dia virá em que o trabalhador poderá ser um artista, senão pela expressão (o que cada vez importará menos) mas pelo menos para sentir o belo”.

Me caro Toinzinho, muito embora você não tenha sido um astro da tv, receba o nosso reconhecimento por seu trabalho, que deixou marca indelével em nossa memória e nos corações dos seus inúmeros colegas e amigos, merecendo entrar também para história das Coisas e Fatos Antigos de Uberaba.
Moacir Silveira.


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NICO TROVADOR

Imagens: 1 – Nico Trovador; 2 – Neném e Manuelzito e 3
 – Manuelzito, Nico e Romeu Gomes.


Seu verdadeiro nome era Pedro Luiz Henrique, mas ficou conhecido mesmo como Nico Trovador. Natural de Jubaí, MG, onde nasceu no dia 21/1/1931 ele veio para Uberaba no em 1976. Com sua inseparável viola já fazia muito sucesso bem antes de ingressar nos quadros do Canal 5, TV Uberaba, ao ser contratado por Ney Junqueira, então diretor da emissora.

Em seu programa ele ampliou em muito o espaço para apresentação do segmento sertanejo local e regional, isso sem falar nos inúmeros e grandes artistas do cenário nacional que convidava, quando passavam pela cidade.

Foi dele a iniciativa de abrir espaço para os famosos Festivais de Viola, Catira e Folias de Reis.
Alegre e comunicativo, além de competente músico e cantor, ele também compunha, nos deixando belas composições nos gêneros bolero, rancheira e sertanejo.

Vítima de um acidente doméstico, onde caiu e fraturou a coluna, ele muito padeceu antes de vir a falecer em 6/8/2008, aos 77 anos de idade.

Por todos os bons momentos de entretenimento que ele nos proporcionou eu só posso dizer, fazendo minhas as palavras de um autor desconhecido, que:

“Não sei... Se a vida é curta / Ou longa demais pra nós, / Mas sei que nada do que vivemos / Tem sentido, se não tocarmos o coração das pessoas.” /...
Por ter levado a alegria ao coração de muita gente ele merece o nosso mais caloroso reconhecimento. Muito obrigado, Nico Trovador!
Moacir Silveira.

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TOTINHO

Imagens: 1 – Vanderlei, Totinho, Edson Quirino e sua esposa Lázara, Arlei e filhos dos funcionários;
 2 – Totinho em destaque; e 3 – Nico Trovador, Dezinho, Edinho, Paulo Cabral e Totinho (de costas)


Outro grande companheiro dos tempos do Canal 5, TV Uberaba, a merecer destaque é José Antônio Costa, o popular Totinho.

Segundo Januário Molinero, da equipe de jornalismo à época, ele “era gente muito fina. Acho que merece ser citado. Era muito amigo do Deizinho e acabou sendo meu amigo também. Considerado o ‘apoio’ da redação – papel exercido hoje por produtores. Como conhecia todo mundo, ligava para as pessoas dizendo: ‘Tem alguma notícia aí pra mim?’ E sempre tinha! Bebemos muita cerveja e doses juntos, naquele bar que funcionava na Av. Fidelis Reis, debaixo da Rádio 7 Colinas. Um excelente companheiro. Humilde e muito prestativo.”

Totinho infelizmente morreu cedo. Vítima de alcoolismo, em crise de abstinência, foi internado no ano passado em uma clínica especializada, na cidade de Ribeirão Preto. “Saiu do abrigo à noite para tomar uma e, quando voltou, errou o caminho, caindo em um apiário. Morreu picado por abelhas”, complementou Januário.

Também o tinha em grande estima. Figura simples, bem humorada e comunicativa.

É realmente com profundo pesar e grande tristeza, pois ele não está mais aqui entre nós, que relembro o seu nome dizendo em alto e bom som: José Antônio Costa, Totinho, agora vc também faz parte da história de Coisas e Fatos Antigos de Uberaba.
Obrigado meu amigo! Descanse em paz!
Moacir Silveira.


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DIRETO DA REDAÇÃO

Imagens: 1 – Paulo Nogueira; 2- Symphronio Veiga; 3
 – Paulo Silva e 4 – Januário Molinero Neto.


Em 1972 as notícias chegavam à emissora via rádio, fax ou pelo telefone fixo, mas ligações interurbanas só por intermédio das telefonistas da CTBC.

Sem o hoje onipresente celular e muito menos internet os repórteres e jornalistas de então saíam à cata de notícias. Contavam apenas com caneta e bloco de anotações ou, alguns poucos privilegiados, precários gravadores em fitas cassete. Quando retornavam para a redação era preciso datilografar tudo usando pesadas máquinas de escrever.

Em cima da hora, saiam os textos que seriam lidos pelos apresentadores dos telejornais. A rotina podia ser estressante, mas era reconfortante ver a alegria dos jornalistas quando obtinham um furo de reportagem.

Ao pessoal da redação, da valorosa equipe da TV Uberaba de então, eu diria, aproveitando os versos de Joaquim, que:

“Estou aqui para falar / de uma classe importante / que em nosso dia a dia / nos informa a todo instante / sobre os acontecimentos por / este mundo errante, seja dia / ou seja noite, na cidade ou / no sertão, em tempos de paz / ou na guerra em toda ocasião, / lá estão os detentores da verdade / e da razão; Aos amigos (as) / jornalistas do rádio ou televisão, / aqui deixo o meu abraço em nome / de toda a nação, por esses / guerreiros que fazem / da coragem, a razão.”
Moacir Silveira.


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HORA DOS COMERCIAIS



A propaganda é a alma do negócio! Um dito por demais conhecido no meio publicitário. Na vida de uma emissora de televisão nem se fala, pois de fundamental importância para sua sobrevivência.
Desde os primeiros instantes de seu funcionamento a propaganda e a publicidade tiveram relevante papel na história do Canal 5, TV Uberaba.

Dentre os pioneiros nessa área podemos destacar as figuras de Marco Antônio e Vicente Campos Ribeiro. Depois vieram Miguel Ângelo Amoni, Arlei Reinaldo Seta, Moacir Silveira, Roberto Teles Zuardi e Humberto Jardim.

Alguns anos depois é que surgiram as primeiras agências de publicidade e propaganda trazendo o necessário conhecimento técnico profissional para o desenvolvimento dessa área. E alguns desses pioneiros aparecem em destaque nas imagens abaixo.
Moacir Silveira


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PAULO CABRAL JÚNIOR


Imagem: Paulo Cabral Júnior em foto de Itamar Rogério Vicente
 (acervo particular de Constantino Calapodopulos)


Para melhor falar sobre ele ninguém melhor do que o colega Januário Molinero Neto, a quem passo a palavra:

“Parecia que tudo estava indo bem. Mas em dado momento veio a notícia que os primeiros diretores, Antônio Carlos, Marco Antônio e, inclusive, o próprio superintendente Dr. Renê Barsan seriam substituídos por Paulo Cabral de Araújo Júnior. Embora muito jovem, ele era diretor comercial da TV Itacolomi, de BH, e que vinha para incrementar o faturamento da emissora. Foi assim que tive a notícia da chegada do Paulinho. Uma figura excepcional. Bravo na condução das coisas, mas tratava todos como seus filhos. Um paradoxo, sistemático e exigente com relação à qualidade a ser apresentado pela empresa que dirigia, mas um pai generoso para com os funcionários que dele precisavam.

Numa das piores crises financeiras da TV, eu me lembro quando ele me chamou em sua residência para que pudéssemos conversar. ‘Meu bom criôlo, vamos ter que reduzir o horário da TV. Penso em começar a transmissão por volta de 17h.’ Quis saber o motivo, o faturamento não cobria as despesas. Sugeri então um programa estilo pinga-fogo, ocupando todo o horário da tarde, no estilo ‘Marreta na Bigorna” do padre Galvão. ‘Que tal reduzirmos o nome para Bigorna’, foi sua pronta resposta. Decidimos que o apresentador seria o Netinho, comandando uma bancada com 4 convidados diferentes e com perguntas gravadas feitas pelo povo nas ruas. Foi um sucesso durante muito tempo, possibilitando equacionar o problema do faturamento.

Falar de Paulo Cabral? Ele era assim: um dia o Neto não pode comparecer e Paulinho não se fez de rogado: vestiu um terno foi pra bancada e tivemos, naquela noite, o exemplo do que é companheirismo sadio, pronto para resolver os nossos problemas.
Na época eu produzia, editava e dirigia o programa, mas tamanha era sua confiança em meu trabalho que ele me pediu para assumir a assessoria artística junto com a de jornalismo, porque o companheiro Moacir Silveira iria para o comercial.”

E como bem disse Augusto Cury: “A confiança é um edifício difícil de ser construído, fácil de ser demolido e muito difícil de ser reconstruído.”

Foi com base nesse espírito de confiança e companheirismo que restou no coração dos uberabenses uma bela memória histórica da nossa querida TV Uberaba e de seu jovem diretor, que ora também fazem parte das Coisas e Fatos Antigos de Uberaba.
Moacir Silveira.


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DR. RENÊ BARSAN
 
Dr. Renê Barsan

Ele foi o primeiro diretor superintendente da TV Uberaba e eu o conheci em 1972, quando aqui cheguei para a inauguração da emissora. Tempos depois vim a saber de sua origem Armênia, pois nascera na cidade de Elasik, em 14/6/1930, de onde sua família fugira por ocasião do genocídio provocado pelos turcos.

Formou-se em medicina em 1950 e especializou-se em ortopedia, dedicando grande parte de seu tempo ao Hospital da Criança de Uberaba. Dotado de espírito associativista, reuniu colegas para criar a SMTM (Sociedade de Medicina do Triângulo Mineiro. Mais tarde empenhou-se na captação de recursos junto à comunidade e implantou a emissora local.

De espírito empreendedor ele também ocupou papel de destaque no cenário empresarial, esportivo e educacional na cidade. Chegou mesmo a ter expressiva participação nas empresas de ônibus Líder e São Geraldo, na criação da Itemel (fábrica de para-raios), presidindo a ACIU e conseguindo aprovação do curso de Ciências Contábeis para a FCETM. Participou ainda na elaboração do projeto municipal de consolidação do Código Tributário e na informatização do SPC, marcante atuação na instalação de um centro coletor para tancagem de álcool e na presidência da ACIU no período de 1980/1981.

Segundo informa o empresário Gilberto Rezende, “Renê nutria também um grande amor pelo Uberaba Sport Clube, no qual começou como assistente de jogadores com fraturas e acabou como presidente em 1978. Para dar sustentabilidade ao USC, criou o Cascata Club. Em sua gestão ficou registrada a façanha de ter sido o primeiro e único presidente do USC a vender um jogador para o exterior, Henrique Pires de Barros, que foi transferido para o Canadá.”

Dr. Renê Barsan, com quem tive a honra de trabalhar na TV Uberaba, faleceu em 22/9/1988, deixando esposa e três filhos e merecidamente foi homenageado emprestando seu nome à FETI (Fundação de Ensino Técnico Intensivo) e à Unidade Básica de Saúde instalada no bairro Santa Marta.
E como diz J. Nascimento: “A Doutrina forma homens honrados. A Educação forma homens dignos da mais alta honraria.”

Exemplo de honradez e retidão, homem de caráter firme e elevado espírito deixou indelével marca nos corações de todos aqueles que o conheceram.
Moacir Silveira

Fonte de pesquisa: Uberaba em Fotos - 28/4/2019


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EDINHO

Imagens: 1 – Edinho recebendo Netinho em seu programa; 2 – 
Edinho (em destaque) e 3 – Toninho e Marieta com grupo de Folia de Reis.


Sempre foi grande a resistência dos dirigentes da Rede Tupi de Televisão em incluir programas sertanejos na grade de sua programação. Em Uberaba isso não foi diferente. Só depois de muito insistir é que Edson Quirino conseguiu convencer o então diretor local da emissora, Paulo Cabral Júnior, a abrir espaço para apresentação de seu programa, na recém inaugurada TV Uberaba.Então, pela primeira vez na história da televisão brasileira, a música rural conquistava o seu espaço no mais novo e moderno meio de comunicação social do Brasil Central.

Foi assim que Edson Quirino, o popular Edinho, passava a receber de braços abertos todos músicos, cantores e compositores dedicados ao segmento sertanejo.

Só alguns anos depois é que o consagrado Rolando Boldrin lançaria o seu Som Brasil, consolidando em definitivo a presença da música rural ou caipira na tv brasileira.

O que veio depois já faz parte da história. A música sertaneja consagrou-se de forma definitiva, conquistando seu merecido lugar no meio artístico e hoje reina em lugar de destaque em nossa MPB. Pode-se dizer que ela iniciou no meio rural, passou pelo colegial e hoje conquistou seu diploma superior com o Sertanejo Universitário, líder inconteste nas paradas de sucesso.

Quem diria que tudo isso teria início nos estúdios do Canal 5, TV Uberaba, há 50 anos atrás.

E para homenagear o nosso estimado Edson Quirino e aos valorosos homens do campo eu diria, fazendo minhas as palavras de Flávio Mattes:

“Por isso estamos cantando pra ti grande guerreiro / Que alimenta o mundo inteiro com frutos puros do chão / Não estou falando em vão é com certeza que eu falo / Tu provas isso com calos que maltratam tuas mãos. / Também sou homem do campo, conheço o cabo da enxada / E hoje de vida mudada me tornei um cantador / Receba esta homenagem que pra ti eu escrevi / Enquanto eu existir serei o teu defensor.”
Moacir Silveira


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GR1000


Luiz Antônio Guimarães

A importância do Canal 5 na história da cidade e região pode ser melhor avaliada através do anúncio publicado no jornal Lavoura e Comércio, em 1980, pela agência de publicidade e propaganda GR1000, que dizia:

PALAVRAS DE UM PUBLICITÁRIO
SOBRE A TV UBERABA NO SEU
8º ANIVERSÁRIO

Falar sobre a TV Uberaba é acima de tudo muito gostoso. É falar de uma emissora que tem muita iniciativa e muita vontade.

A TV Uberaba é, hoje, acredito, a única emissora do interior do país com 120 horas de programação sua, mensal, quer dizer, está criando e produzindo programas.

O esforço de uma emissora para uma produção própria é dignificante. E de longe, aqui do outro lado, podemos sentir os frutos sendo colhidos.

Vamos ressaltar, aqui, alguns programas que necessitam de muito “gás” para serem produzidos.

O Bigorna (excelente nível), O Jornalismo (virou a mesa), Nico Trovador (um repentino fenômeno de comunicação), o jornalismo esportivo (sempre presente), a grande linha de programas rurais e de folclore.

Enfim é gostoso falar de quem trabalha, de quem dá duro e de quem tenta.

A TV Uberaba vem dando, numa hora difícil, uma lição de trabalho, talento e suor. Uma mistura mineira e que mostra excelentes resultados.

(Luiz Antônio Guimarães, Diretor de Operações da GR.1000 Assessoria de Comunicação).