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quinta-feira, 6 de outubro de 2022

Homenagem especial ao saudoso apresentador Edson Quirino de Souza

Clique no Vídeo: 

 Para ver e ouvir uma homenagem especial prestada ao saudoso Edson Quirino, em narração de Paulo Sarkis, sonorização de Helcio Vittorazzi e gravação do estúdio Canarinho Produções.


Fotos do Acervo da família Quirino de Souza.

No início da década de 1970 era grande a resistência dos dirigentes da então Rede Tupi de Televisão e demais emissoras de Tv da época em incluir programas sertanejos na grade de suas programações. E em Uberaba isso não foi diferente. Só depois de muito insistir é que Edson Quirino conseguiu convencer o então diretor local da emissora, Paulo Cabral Júnior, a abrir espaço para apresentação de seu programa no então recém inaugurado Canal 5, TV Uberaba.

Então, pela primeira vez na história da televisão brasileira, a música sertaneja ou rural conquistava o seu espaço no mais novo e moderno meio de comunicação social do Brasil Central. Foi assim que Edson Quirino de Souza, o popular Edinho, passou a receber de braços abertos músicos, cantores e compositores dedicados ao universo do homem do campo.

Somente anos depois é que o consagrado Rolando Boldrin lançaria o seu Som Brasil, consolidando em definitivo a presença da música rural ou caipira na tv brasileira.

O que aconteceu depois já faz parte da história. A música sertaneja consagrou-se de forma definitiva, conquistou seu merecido lugar no meio artístico e hoje reina em lugar de destaque em nossa MPB. E foi assim que música sertaneja foi aos poucos ocupando o seu espaço no meio artístico televisivo. Como num processo evolutivo começou pelo primário, passou pelo colegial e hoje conquistou seu diploma superior com o Sertanejo Universitário, líder inconteste nas paradas de sucesso. E quem diria que tudo isso teria início nos estúdios do Canal 5, TV Uberaba, em princípio dos anos de 1970.

E para homenagear o nosso estimado Edson Quirino de Souza e os valorosos homens do campo, faço minhas as palavras de Flávio Mattes, para dizer:

“Por isso estamos cantando pra ti grande guerreiro / Que alimenta o mundo inteiro com frutos puros do chão / Não estou falando em vão, é com certeza que eu falo / Tu provas isso com calos que maltratam tuas mãos. / Também sou homem do campo, conheço o cabo da enxada / E hoje de vida mudada me tornei um cantador / Receba esta homenagem que pra ti eu escrevi / Enquanto eu existir serei o teu defensor.”

E é por isso que faço questão de incluir o nome de Edinho como o pioneiro em divulgar a música sertaneja na tv brasileira e a merecer especial registro em Coisas e Fatos Antigos de Uberaba.
Moacir Silveira

terça-feira, 30 de agosto de 2022

Ana Amália Matheus

VOZ MARCANTE

Ela sabe muito bem o tanto que lutou para chegar onde chegou. As esquinas dobradas, os obstáculos enfrentados, os muros de indiferença e discriminação enfrentados. Sobretudo por trilhar por um caminho que, para muitos, é reto, suave e quase sempre bafejado por posição social privilegiada.

Imagens: fotos do álbum de família em sua página no Facebook.

Filha de família humilde, mais velha dentre seis mulheres e um único irmão homem, teve que trabalhar e estudar para ajudar nas despesas da casa. Mulher de fibra, guerreira, ainda jovem prestou concurso para o serviço público, logrando classificar-se entre as primeiras colocadas. Trabalhou quase a vida toda na Prefeitura de Uberaba, até alcançar sua merecida aposentadoria nos quadros da Procuradoria Municipal. Antes disso e, paralelamente, com garra e muita força de vontade, cursou a Escola Normal, hoje Castelo Branco, onde graduou-se com louvor. Mas isso não seria o bastante para ela. Só o emprego público não era o suficiente para ajudar no sustento da família. Foi quando então descobriu ser portadora de um excepcional timbre vocal e dele resolveu tirar proveito profissional. Desde então passou a atuar também como locutora da Rádio 7 Colinas e, posteriormente, como apresentadora de telejornal no extinto Canal 5, TV Uberaba.

Não fora sua personalidade tímida, avessa à badalação dos meios artísticos, poderia muito bem ter alcançado o estrelato nacional só com a força de seu inegável talento e voz marcante.

Ana Amália Matheus me faz lembrar as muitas mulheres guerreiras desse nosso imenso país, aquelas brilhantemente lembradas nos versos da canção de Milton Nascimento e Fernando Brant, que dizem:

“Maria, Maria, é um dom, uma certa magia / Uma força que nos alerta / Uma mulher que merece viver e amar / Como outra qualquer do planeta / Maria, Maria, é o som, é a cor, é o suor / É a dose mais forte e lenta / De uma gente que ri quando deve chorar / E não vive, apenas aguenta / Mas é preciso ter força, é preciso ter raça / É preciso ter gana sempre / Quem traz no corpo a marca, Maria, Maria / Mistura a dor e a alegria / Mas é preciso ter manha, é preciso ter graça / É preciso ter sonho sempre / Quem traz na pele essa marca possui / A estranha mania de ter fé na vida” ...

E é por ter lutado com garra, com raça, demonstrando sua inabalável fé na vida é que Ana Amália Matheus merece figurar em Coisas e Fatos Antigos de Uberaba.
Moacir Silveira