sexta-feira, 8 de março de 2019

Deputado José Marcus Cherém lutava contra as injustiças

José Marcus Cherém, descendente de libaneses, nasceu em Lavras, MG, em 1919. O seu emprego de representante comercial o trouxe para Uberaba. Logo tornou-se amigo dos comerciantes estabelecidos na cidade, especialmente patrícios seus. Essa amizade fez nascer uma grande paixão: Nacional FC, time fundado por imigrantes libaneses e comerciantes da rua Tristão de Castro.

Assumiu a diretoria do Nacional FC e uma de suas principais ações foi a construção do Estádio JK, inaugurado em 1953.

Deputado José Marcus Cherém, de terno, durante o plantio do gramado no Estádio JK

Sua ascensão foi meteórica. Pela portaria nº 227/1956, de 15 de fevereiro de 1956, foi designado superintendente geral de pessoal operário, pelo prefeito Artur de Mello Teixeira. Em seguida, elegeu-se vereador em 1954 para o mandato de 1955 a 1959.

Segundo o jornal "Lavoura e Comércio" do dia 9 de dezembro de 1969, o seu espírito de liderança e o excelente trabalho executado na Câmara de Uberaba, chamou atenção da população e dos eleitores uberabenses, o que lhe garantiu mais uma conquista eleitoral, desta vez para a Câmara de Deputados de Minas Gerais:

"Distinguiu-se imediatamente no Legislativo Municipal pela verticalidade de suas atitudes, pelo denoto que punha em tôdas as questões que defendia, pela sua vibração e entusiasmo. No edil pode-se vislumbrar com segurança o autentico lider que havia no nosso prezado amigo, bem como a sua capacidade de identificar-se a fundo com todas as questões de interesse coletivo." (Lavoura e Comércio, 9 de dezembro de 1969)

Foi eleito deputado estadual em Minas Gerais em 1959. Depois disso, tornou-se chefe de gabinete do Interior no Estado de Minas Gerais, tendo, inclusive, exercido interinamente a função de secretário do Interior no governo Magalhães Pinto. 

Com aproximadamente 12 mil votos elegeu-se novamente deputado estadual para o mandato de 1967 a 1971. No mês de outubro de 1969, posicionou-se contra a cobrança abusiva os impostos e denunciou a indústria das multas no Estado de Minas Gerais. Sugeriu a revisão da legislação sobre o assunto a que ele chamou de "absolutista" (Lavoura e Comércio, 28 de agosto de 1969). Questionou os baixos salários recebidos pelos fiscais, que complementavam sua renda com a participação direta e indireta sobre a arrecadação, o que favorecia o descontrole na aplicação das mesmas. De acordo com o jornal "Lavoura e Comércio do dia 28 de agosto de 1969:


O deputado José Marcus Cherém, ao sugerir a revisão da legislação, argumentou que "as multas de 40 e 60 por cento estabelecidas pela Lei nº 5043 e as da Lei nº 4337, que chegam a ser quase um confisco, precisam ser revistas e alteradas imediatamente. Salientou também ser necessária a revisão imediata do artigo 58 da Lei nº 4337, que considera infração punível até mesmo a falta involuntária do contribuinte, esclarecendo que não pode ter caráter absolutista o princípio estabelecido pelo artigo 136 do Código Tributário Nacional, segundo o qual as penalidades por infrações independem da intenção do agente, da efetividade e extensão dos efeitos do ato. (Lavoura e Comércio, 28 de agosto de 1969)

Quatro meses depois da denúncia, faleceu o Deputado José Marcus Cherém, no dia 7 de dezembro de 1969, em Belo Horizonte, aos 50 anos de idade, não tendo concluído o seu mandato. 

A Pelo decreto 447/72 de 16 de agosto de 1972, a avenida de acesso ao Estádio, antiga estrada Uberaba - Delta, anteriormente denominada Nações Unidas, passou a ser chamada avenida Deputado Marcus Cherém.

A biografia desse personagem permite aprofundar a análise das lideranças políticas da cidade que dedicaram sua vida na luta contra as injustiças praticadas ao longo da nossa história.

Historiador Luiz Cellurale
Superintendência do Arquivo Publico de Uberaba


Cidade de Uberaba

Joubert de Carvalho

Biografia

Joubert Gontijo de Carvalho (Uberaba MG 1900 - Rio de Janeiro RJ 1977). Compositor e médico. É o segundo dos dez filhos de um fazendeiro mineiro. Desde criança toca piano e se interessa pelas bandas locais. Em 1913, muda-se com a família para São Paulo, onde estuda no tradicional Ginásio São Bento. Tem aulas de música com uma tia pianista e compõe sua primeira canção, Cruz Vermelha, inspirada no hospital infantil homônimo. Conclui os estudos no Colégio Osvaldo Cruz e, em 1920, influenciado pelo pai, vai para o Rio de Janeiro para cursar a faculdade de medicina. Em 1925, defende a tese de conclusão do curso Sopros Musicais do Coração, e passa a conciliar a carreira de médico com a de compositor.

Em 1922, grava o foxtrote Príncipe, pela Orquestra Augusto Lima (Francisco Alves a grava em 1931 e o violonista Garoto, em 1954). Em seguida, Gastão Formenti grava Canarinho e Rolinha (ambas de 1927) e Casinha do Meu Bem (1928); e Francisco Alves, Traição e Castelo de Luar, parceria com Catulo da Paixão Cearense (ambas de 1928), e Dor de Recordar (1929). Nesse período, conhece o poeta Olegário Mariano (1889 - 1958), com quem compõe Zíngara (1931), Tutu Marambá, Hula (ambas de 1929) e De Papo pro Ar (1931), iniciando uma produtiva parceria. Em 1930, compõe para Carmen Miranda a canção Pra Você Gostar de Mim, seu primeiro grande sucesso, que se torna conhecida popularmente como Taí. Carmen grava 28 canções do compositor. Nessa década, Carvalho compõe Pierrot, interpretada por Jorge Fernandes, escrita para a peça homônima de Paschoal Carlos Magno, e Maringá, feita para os flagelados da seca nordestina e gravada por Gastão Formenti, em 1932, com o objetivo de agradar José Américo de Almeida, tendo em vista uma nomeação no Instituto dos Marítimos. Em 1933, Carvalho é nomeado médico do instituto, torna-se diretor e lá se aposenta.

Na década seguinte, suas canções são gravadas por Orlando Silva (Em Pleno Luar, Maria, Maria) e Silvio Caldas (Minha Casa, Nunca Soubeste Me Amar). Nos anos 1950, torna-se membro e diretor da Sociedade Brasileira de Autores, Compositores e Escritores de Música (Sbacem) e membro do Conselho Federal da Ordem dos Músicos. Participa, em 1969, do 4º Festival Internacional da Canção (FIC), com Fragrância (parceria com Mario Rossi), interpretada por Francisco Petrônio. Em 1970, a canção A Flor e a Vida vence o 2° Festival da Seresta na voz de Antônio João. Carvalho a registra em piano em gravação de 1971 para o fascículo História da MPB, da Editora Abril. É autor do romance Espírito e Sexo.

Paulo Tapajós grava o disco 10 polegadas Melodias Imortais de Joubert de Carvalho, com arranjos de Léo Peracchi, em 1956. No ano seguinte, Alexandre Gnattali lança outro 10 polegadas, A Música de Joubert de Carvalho. Em 1959, o maestro Carlos Monteiro de Souza grava com orquestra e coro o LP Olegário Mariano (o Príncipe dos Poetas) e a Música de Joubert de Carvalho, um songbook dessa parceria. Carlos Galhardo grava em 1962 Joias Musicais de Joubert de Carvalho. Dez anos depois, é lançado o LP Maringá, a Cidade que Nasceu de uma Canção, no jubileu de prata da cidade paranaense, só com composições de Joubert, nas vozes de Agnaldo Rayol, Jairo Aguiar, Ângela Maria, Cyro Monteiro, Ataíde Beck e Silvio Caldas. Dentro da série Grandes Autores, Grandes Intérpretes, a Copacabana lança em LP, em 1978, só composições de Joubert cantadas por José Tobias.


Comentário Crítico


Joubert de Carvalho é um daqueles casos em que se consegue conciliar produção musical com outra profissão. Conclui curso universitário, situação rara entre os artistas populares da primeira metade do século XX, forma-se em medicina e exerce a profissão, até se aposentar, simultaneamente à vida artística. Apesar da formação educacional formal, não estuda música de maneira regular. Tem aulas em São Paulo com sua tia, a pianista e compositora Dinorah de Carvalho, e, no Rio de Janeiro, estuda com o maestro Paulo Silva. Suas composições obedecem à intuição presente nos músicos populares, que o próprio compositor identifica como "escutar o ouvido interno". Acompanhado desse tipo de experiência intuitiva, Carvalho cria vários sucessos. Pode-se dizer que ele soube operar com essa realidade ao compor, por exemplo, o foxtrotePríncipe. De relativo sucesso no Brasil em 1922, ele é musicado em francês e apresentado em Paris, é gravado na Europa, circula em diversos países a ponto de, segundo o autor, ser considerada música originária da Tchecoslováquia. Também compõe tangos, como Zezé e Agonia, este gravado, em 1926, por Pedro Celestino, irmão de Vicente Celestino.

Mas as criações que recebem mais reconhecimento do público e da crítica são as identificadas com os chamados "gêneros nacionais". Com o poeta Olegário Mariano, ele forma inventiva dupla que compõe uma série de canções de sabor sertanejo, entre elas Cai, Cai Balão, Zíngara, Tutu Marambá e De Papo pro Ar. Estas duas integram definitivamente o imaginário sonoro brasileiro, chegando algumas vezes a ser confundidas com o folclore. Ainda nesse universo, compõe outra música importante, a toada Maringá. A canção tem história complexa e curiosa. Ela expõe ao mesmo tempo as relações clientelistas existentes na sociedade brasileira, a eficácia de penetração dos meios de comunicação no período e a força criativa da canção de Carvalho. Ambicionando um posto de médico no Instituto dos Marítimos, recomendam-lhe que faça uma música com o objetivo de agradar o poeta e político paraibano José Américo de Almeida. O resultado é a composição que conta a história da migrante paraibana Maria do Ingá (cidade paraibana), que foge da seca, e a consequente nomeação de Carvalho no posto pretendido. A fusão dos nomes, Maringá, batiza a canção, que fica famosa. Ela alcança tamanho sucesso que por vias oblíquas acaba influenciando na decisão do nome de uma cidade recém-inaugurada no norte do Paraná.

Há duas versões que procuram apresentar as razões para sua escolha. A primeira diz que a esposa do presidente da Companhia de Melhoramentos do Paraná, responsável pela construção da cidade, teria sugerido o nome Maringá, pois é fã da música. A outra variante defende que os pedreiros que trabalhavam na construção da cidade cantavam permanentemente a canção e, por isso, o município teria sido batizado com seu nome. Não resta dúvida de que a música é a inspiração para o nome da cidade e pouco importa a veracidade das versões. O importante, nesse caso, é perceber o alcance da canção de Carvalho, que posteriormente compõe A Cidade que Nasceu de uma Canção, na qual conta essa trajetória.

Compõe inúmeras músicas líricas como Dor, Olha-Me Bem nos Olhos, Nunca Soubeste Me Amar, Não Me Abandones Nunca e, por isso, também é identificado como compositor romântico e seresteiro. Porém, seu maior êxito da carreira é a brejeira e animada marchinha carnavalesca Pra Você Gostar de Mim, gravada por Carmen Miranda, quando a cantora ainda é desconhecida. A canção fica conhecida popularmente como Taí, já que a letra da canção inicia com "Taí, eu fiz tudo pra você gostar de mim". A marchinha é um dos maiores sucessos da época, vende aproximadamente 40 mil cópias e se torna uma referência de marchinha de Carnaval. O compositor cria ainda outros sucessos desse gênero, como Coco Pelado (1929), com Sadi Fonseca, interpretado por Artur Castro; É com Você que Eu Queria (1930), com Carmen Miranda; e Juriti, gravada por Francisco Alves e Ana S. Cabrera, em 1927.

A produção de Carvalho cresce consistentemente até o fim da década de 1940. Em razão de sua capacidade de acumular êxitos, suas canções são gravadas por inúmeros intérpretes, como Francisco Alves, Gastão Formenti, Jorge Fernandes, Carlos Galhardo, Alda Verona e Silvio Caldas. Em sua carreira, faz parcerias com Olegário Mariano, Paulo Roberto, J. Távora, David Nasser e Osvaldo Orico, além de um número surpreendente de colaboradoras - Ana Amélia Carneiro de Mendonça, Ieda Fonseca (A Flor e a Vida, 1967) e Maria Eugênia Celso (C'Est Toi l'Amour e N'Aimez que Moi, ambas de 1932). A música De Papo pro Ar é gravada por Suzana Salles (1994), Inezita Barroso (1998), Ney Matogrosso (2001) e Maria Bethânia (2006 e 2007).


Itaú Cultural

Para quem não conhece a magistral obra musical do compositor uberabense Joubert de Carvalho

Apresento aqui uma coletânea contendo as mais belas canções desse que é um dos grandes, dentre os maiores de nomes de nosso cancioneiro popular.

Entre as mais de trezentas composições devidamente registradas e catalogadas destaco nesse Álbum Especial algumas das quais que foram gravadas pelos maiores ídolos da nossa Música Popular Brasileira.

Joubert Gontijo de Carvalho nasceu em Uberaba, no estado de Minas Gerais, no dia 06 de março de 1900 e faleceu no dia 20 de setembro de 1977 no Rio de Janeiro/RJ. Filho do fazendeiro Tobias de Carvalho e de Dona Francisca Gontijo de Carvalho, casal que teve treze filhos.

Joubert aprendeu a tocar de ouvido o piano que seu pai havia comprado quando ele tinha 9 anos de idade; interpretava os dobrados que ouvia, e que eram tocados pela banda local.

As mais belas canções de Joubert de Carvalho

Joubert Gontijo de Carvalho (Uberaba MG 1900 - Rio de Janeiro RJ 1977)
Quando se mudou com a família para São Paulo/SP, (pois o Sr. Tobias fazia questão de uma excelente educação e formação dos filhos que foram estudar no Ginásio São Bento), Joubert chegou a compor uma valsa intitulada “Cruz Vermelha”, a qual teve a renda revertida para a instituição homenageada. Estava no início da adolescência e o relativo sucesso obtido incentivou o menino para a música.

Em 1919, mudou-se para o Rio de Janeiro/RJ, onde estudou Medicina e também fez sucesso com o fox “Príncipe”, composição gravada em 1922, que foi o ano do Centenário da Independência do Brasil. Concluiu o curso universitário em 1925 e defendeu a tese intitulada "Sopros Musicais do Coração"; foi aprovado com distinção, apesar do título humorístico da tese. E, mesmo com o exercício da profissão, continuou com as composições musicais ao piano e a publicação das mesmas, as quais faziam sucesso entre os editores.

Sua versatilidade e talento musical podem ser dimensionados através da imensa obra que ele nos legou, dentre as quais destaco a seleção baixo:
1 – MARINGÁ

2 – BOM DIA MEU AMOR (c/ Olegário Mariano)

3 – OLHA-ME BEM NOS OLHOS (c/ Adelmar Tavares)

4 – AMOR, AMOR

5 – ZÍNGARA (c/ Olegário Mariano

6 – DE PAPO PRO AR (c/ Olegário Mariano

7 – DIA FELIZ 8 – NUNCA SOUBESTES AMAR (c/ Olegário Mariano)

9 – TABUADA (c/ Adelmar Tavares)

10- DOR (c/ Cleómenes Campos)

11- NÃO ME ABANDONES NUNCA

12- MINHA CASA

13- PIERRÔ (c/ Pascoal Carlos Magno)

14- CANTIGA DA MINHA TERRA

15- CANÇÃO DE ANIVERSÁRIO

16- TAÍ


(Moacir Silveira)


Cidade de Uberaba

Hoje, 08/03/2019, o seu Dia Internacional.

A você mulher, que habita todos os mundos, de um extremo a outro no universo, de um casebre a um suntuoso palacete e que é capaz de conquistas só reservadas ao seu gênero, dedico-lhe estas palavras. 

MULHER ... 

Na sua magna eficiência / Concilia extremos com maestria / Usa o coração por excelência / Eis a mulher exercendo a sabedoria. Mãe, filha, irmã, esposa e companheira / Avó, sogra, nora, tia e amiga presente / De todos é fidedigna escudeira / Onde está emite luz reluzente. O lugar seu é intransferível / Ocupa-o sem concorrente / Ao homem dá força invencível / Ante os obstáculos ele se faz valente. O mundo outro mundo seria / Sem a sapiência da mulher / Para outros rumos o universo iria / E teríamos um destino qualquer. Mulher você é a rainha / De um reinado exclusivamente seu / Estando acompanhada ou sozinha / Usa a supremacia que Deus lhe deu. 

Mulher; que o seu Dia Internacional seja comemorado não só hoje, mas em todos os dias. 

João Eurípedes Sabino-Uberaba/MG/Brasil. 

Membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro. 

Cronista do Jornal da Manhã e Rádio Sete Colinas. 



Cidade de Uberaba


sábado, 2 de março de 2019

HISTÓRIA DE UBERABA - 199 ANOS

Uberaba está inserida em uma região que já pertenceu à Capitania do Espírito Santo, São Paulo, Goiás e finalmente Minas Gerais.

De 1660 a 1670 a Região do Triângulo Mineiro, onde está localizada a cidade de Uberaba, era conhecida como Sertão do Novo Sul, Sertão Grande, Sertão Sul e Geral Grande. Posteriormente, passou a ser conhecida como “Sertão da Farinha Podre”, termo nascido em 1807, quando uma bandeira saiu do Desemboque e invadiu os sertões do Pontal do Triângulo Mineiro até as margens do Rio Grande. Para justificar a denominação “Sertão da Farinha Podre” os viajantes deixavam sacos de farinha no caminho para se alimentarem na volta. Ao retornarem ao local encontravam a farinha apodrecida. Outra explicação mais plausível para a denominação é que seria originária de uma região portuguesa de onde vieram alguns portugueses exploradores.

Finalmente, em 1884 a região ficou conhecida como Triângulo Mineiro, denominação idealizada pelo Dr. Raymond Henrique Des Genettes, médico francês, jornalista e político, radicado em Uberaba, por saber que a região situava-se entre os rios Grande e Paranaíba, terminava na junção desses dois rios, formando o Rio Paraná, e apresentava a forma aproximada de um triângulo.

Os primeiros habitantes da região foram os índios tupis, depois os tremembés, os caiapós e os araxás, de tradições seminômades, cujas tribos se movimentavam de um local para outro. Eles viviam em grupos de poucas famílias, com simplicidade e sobreviviam do que a natureza oferecesse.

Portugal passou a ter interesse pela Região a partir dos fins do século XVI, tendo como objetivo encontrar os minerais preciosos, amansar os índios e, se fosse preciso, até exterminá-los para que as metas da Coroa Portuguesa fossem cumpridas.

A primeira investida do colonizador português, ou seja, do homem branco, sobre a Região do Triângulo Mineiro, começou em fins do Século XVI, precisamente a partir do ano de 1590, data da primeira “bandeira” (expedição), chefiada pelo capitão Sebastião Marinho, que partiu de São Paulo e atingiu o Rio Tocantins, em Goiás.

Por volta de 1600 surgiu a Aldeia de Santana do Rio das Velhas (hoje Araguari), considerado o primeiro núcleo de povoamento branco na área que seria o futuro Estado de Minas Gerais, fundado pelos padres jesuítas com o objetivo de aculturar os índios, ou seja, catequizá-los.

Posteriormente, inúmeras “bandeiras” paulistas foram organizadas ao longo dos séculos XVII e XVIII, com a mesma finalidade. As mais significativas para a Região do Triângulo Mineiro são descritas abaixo:

-Em 1615 partiu de São Paulo uma “bandeira” liderada por Antônio Pedroso de Alvarenga que atravessou a Região do Triângulo Mineiro com destino a Goiás.

-Outra “bandeira” partiu de São Paulo em 1682 e também atravessou o Triângulo Mineiro até alcançar Goiás, sendo liderada por Bartolomeu Bueno da Silva (o velho Anhanguera) que levou seu filho Bartolomeu Bueno da Silva Filho de apenas 12 anos.

-Em 1722 partiu outra “bandeira” de São Paulo rumo a Goiás, visando para a abertura de uma estrada para a exploração de minas de ouro, prata e pedras preciosas. Essa missão ficou a cargo de Bartolomeu Bueno da Silva Filho (filho de Anhanguera). Ao passarem pela região se depararam com os índios caiapós. Essa expedição era composta por 152 homens, entre os quais 20 índios carregadores, 3 religiosos, 20 índios, 1 mascate francês e 39 cavalos. Ela partiu de São Paulo seguindo os rios Atibaia, Camanducaia, Moji-Guaçu, Grande (Porto da Espinha), passando em Uberaba, a sessenta metros dos fundos do atual cemitério São João Batista. Depois a expedição continuou a viagem em direção ao Rio das Velhas e penetrou em Goiás pelo Rio Corumbá. Segundo alguns relatos da época, a expedição passou por terras de Uberaba. Esta rota ficou conhecida como Estrada Real ou Anhanguera, que consistia em um importante caminho para que as autoridades portuguesas implantassem a colonização, a produção e escoamento dos minerais preciosos. Na verdade, a maioria das riquezas minerais do Brasil-Colônia foi levada para Portugal e utilizada para o pagamento de suas dívidas em relação à Inglaterra.

-Posteriormente, a expedição do filho de Anhanguera fundou em 1725 o povoado de Vila Boa em Goiás. Dessa forma foi aberta a estrada que passava pelas terras de Uberaba. Por esse feito, Bartolomeu Bueno da Silva Filho recebeu como recompensa a nomeação de Capitão-Mor Regente das minas de Goiás e o direito de conceder “sesmarias” (concessão de terras para povoamento).
-Em 1727, Antônio de Araújo Lanhoso foi o primeiro homem branco que se fixou na região de Uberaba e um dos primeiros a receber sesmarias ao longo da estrada de Anhanguera, a 15 km de Uberaba, no córrego do Lanhoso, que corre paralelo à rodovia para Uberlândia. 

-Outra estrada denominada Picada de Goiás foi aberta em 1736, saindo de Minas Gerais e passando do lado oriental da Serra da Canastra, atingindo terras de Araxá em direção à Vila Boa. A estrada foi terminada em 1738, ligando as minas goianas a São João Del Rei e Vila Rica. Ao longo dessas estradas foram concedidas também sesmarias, ou seja, terras que aos poucos foram sendo ocupadas pelo colonizador branco.

 Uberaba tem, então, a sua origem na ocupação do Triângulo Mineiro, que ficou sob a jurisdição de Goiás até 1816, quando a região passou a pertencer à província de Minas Gerais, de acordo com o Alvará de D. João VI, de 04/04/1816.

  A exploração e o povoamento de todo o Triângulo Mineiro, de modo geral, ocorreu, como em todo o “Brasil-Colônia”, pelo amansamento e extermínio das populações indígenas e dos negros nos quilombos. As estradas para a Região do Triângulo Mineiro e Goiás tornaram-se palco de batalhas entre os exploradores dos sertões e os índios. A invasão de terras indígenas provocou muitas vezes sangrentas guerras contra os caiapós, no antigo Sertão da Farinha Podre (Triângulo Mineiro). Vários quilombos também foram ameaçados pelos exploradores brancos.

Diante dessa insegurança, o governo de Goiás viabilizou o policiamento das estradas e nomeou, em 1742, o coronel Antônio Pires de Campos Filho para policiar, amansar e até mesmo exterminar os índios caiapós da região do Triângulo Mineiro. Fato constatado com a matança dos caiapós, sendo em sua maioria derrotados, submetidos e alojados também com tribos bororo, do Mato Grosso, em 18 aldeias ao longo da estrada. Uma dessas aldeias de índios mansos (Aldeia de Uberaba Falso) ficava onde se fundou Uberaba, próxima à Barra do Córrego da Lage. O coronel instalou apenas quatro dessas 18 aldeias ao longo da Estrada de Anhanguera para proteger as caravanas que nela trafegavam. Mais tarde, em 1751, o coronel Pires de Campos faleceu em Paracatu, vítima de uma flechada, ocasionando septicemia.

Em 1766 foi criado o Julgado de Nossa Senhora do Desterro das Cabeceiras do Rio das Velhas (Desemboque), sob a administração de Goiás, abrangendo a região do Triângulo e quase todo o sul de Goiás. Era um local rico em minas auríferas e de intensa exploração. A posse desse arraial pelo governo de Goiás era vantajosa aos moradores de Minas Gerais, pois estavam livres do pagamento de imposto sobre minerais, denominado "derrama", cobrado em Minas Gerais. Desemboque teve o seu esplendor até 1781, quando as minas auríferas se esgotaram. Algum tempo depois grande número de pessoas migrou para outras terras, ou seja, para o Arraial de Uberaba, fundado por Major Eustáquio. Portanto, a história do Desemboque é de fundamental importância para compreender o povoamento de Uberaba.

-Em 1807 um grupo de homens (Januário Luís da Silva, Pedro Gonçalves da Silva, José Gonçalves Heleno, Manuel Francisco, Manuel Bernardes Ferreira e outros) oriundos de Desemboque adentrou e ficou no Córrego da Lage. Segundo o historiador Borges Sampaio, o cirurgião prático Pedro Gonçalves da Silva, cujo apelido era Pedro Panga, aproveitando-se da vizinhança de índios mansos, se fixou e construiu, em 1809, uma casa, próxima de onde se encontra atualmente o Hospital Dr. Hélio Angotti.

Prosseguindo a exploração das terras, o governo de Goiás para dinamizar a administração dos Sertões, nomeou em 1809, Antônio Eustáquio da Silva Oliveira (major Eustáquio), para a função de comandante “Regente do Sertão da Farinha Podre” (Triângulo Mineiro) e, em 1811 foi nomeado por Ato Governamental, “curador de índios”. Ele era natural de Ouro Preto e residente em Desemboque.
-Em 1810, major Eustáquio organizou no Desemboque uma “bandeira”, passando por terras de Uberaba e seguindo até o Rio da Prata, formado pelos rios Piracanjuba e do Peixe.

-Outra expedição chefiada por José Francisco Azevedo, atingiu a cabeceira do Ribeirão Lajeado, fundando o arraial da Capelinha em 1812, aproximadamente a 15 km do Rio Uberaba, próximo ao povoado de Santa Rosa. O povoado chegou a ter vinte casas e foi erguida uma capelinha com as imagens de Santo Antônio e São Sebastião. O Arraial era conhecido como Lageado ou Capelinha. Entretanto, não se desenvolveu por falta de água e terras férteis, conforme constatou major Eustáquio em visita ao local.

-Para prosseguir a colonização, o “Regente dos Sertões” major Antonio Eustáquio da Silva Oliveira (conhecido como major Eustáquio e fundador de Uberaba), comandou outra expedição em fins de 1812, composta por 30 homens, com o objetivo de procurar novas terras para se estabelecerem. A expedição chegou ao Rio Uberaba e fixou-se na margem esquerda do Córrego das Lages com o Rio Uberaba, onde foi edificada a Chácara da Boa Vista (hoje Fazenda Experimental da Epamig na Univerdecidade). Major Eustáquio constatou que Uberaba tinha três condições para o povoamento: recursos hídricos, terras férteis e posição estratégica favorável. Junto com o major Eustáquio (considerado o fundador de Uberaba) vieram fazendeiros e aventureiros que passaram a produzir e comercializar com as caravanas que ligavam Goiás a São Paulo.

 Em 1816 o major Eustáquio construiu um retiro para o gado, uma tenda de ferreiro e a sua residência na Praça Rui Barbosa. A sua função consistia em dar proteção para os colonos e índios mansos, além de expulsar para longe do arraial os índios bravos e quilombolas. Consequentemente, grande número de pessoas e famílias do arraial da Capelinha e do Desemboque, sabendo das condições propícias do arraial de Uberaba, e do prestígio e segurança que o comandante major Eustáquio oferecia, migraram para o novo arraial. Era uma população muito heterogênea: mineiros que se estabeleceram como fazendeiros, boiadeiros, mascates, comerciantes, criadores de gado, ferreiros e até criminosos foragidos. Os moradores construíram suas casas térreas de pau-a-pique ao redor do retiro de major Eustáquio, formando a “Rua Grande” (atualmente Rua Manoel Borges e Vigário Silva). Edificaram suas casas e estabelecimentos comerciais acompanhando as ondulações dos terrenos e serpenteando os pequenos regatos.

Os moradores do Arraial da Capelinha trouxeram para Uberaba os seus santos protetores e com autorização do major Eustáquio construíram uma Capela (atual Praça Frei Eugênio, hoje Escola Estadual Minas Gerais), tendo como oragos Santo Antônio e São Sebastião. Posteriormente a capela foi transformada em Matriz, com a criação da Paróquia, benzida em 1818 pelo vigário do Desemboque Hermógenes Cassimiro de Araújo Brunswick. Assim foi estabelecido o reconhecimento do povoado pela Igreja, instituição que tinha prestígios decisórios junto aos governos. A Igreja Católica estava unida ao Estado e a bênção de uma capela oficializava, na administração, o nome do Arraial, que passou a chamar-se “Arraial de Santo Antônio e São Sebastião da Farinha Podre”, designação ostentada até 1820.

Segundo o historiador Borges Sampaio, “o Arraial se desenvolveu e tinha 30 casas e já contava com 1.621 habitantes, dos quais 417 eram escravos”, o que demonstra a riqueza dos proprietários de terras e a grande exploração da mão-de-obra escrava. A atividade econômica predominante era a agricultura de subsistência, necessária para alimentar a sua população, além das tropas que passavam pelo arraial. Em 1819 havia criadores com 500 e até 1.000 cabeças de gado, fato que demonstra grande atividade pecuarista. As casas eram construídas com material simples e sem jardim, erguendo-se no alinhamento das ruas e serpenteando a naturalidade dos córregos.

O colonizador branco foi ocupando as terras à medida que os índios eram aculturados ou expulsos de suas terras formando-se extensas propriedades, devido o baixo valor da terra e a isenção de impostos sobre elas. 

O arraial foi crescendo e isso permitiu que em 2 de março de 1820, o rei D. João VI decretasse a elevação do Arraial de Santo Antônio e São Sebastião à condição de Freguesia (Paróquia). (documento oficial mais antigo de Uberaba)

Freguesia era o termo eclesiástico que designava o território de atuação de um vigário. Com isso ocorreu um desligamento dos laços religiosos que subordinavam o Arraial de Santo Antônio e São Sebastião (Uberaba) à Vila do Desemboque. O decreto constituiu um grande avanço para a comunidade. Significou a emancipação e gerência própria em assuntos de ordem civil, militar e religiosa. Foi o reconhecimento oficial tanto pela Igreja, quanto pelo Governo Real. Dada a importância histórica de 02/03/1820, quando a cidade foi elevada à Freguesia, (Decreto: documento oficial mais antigo do Município), instituiu-se oficialmente tal data para que se comemorasse o aniversário de Uberaba a partir de 1995.

A Catedral (Igreja do Sagrado Coração de Jesus) também comemora 199 anos em 2019, pois em 1820 foi criada por decreto, a Freguesia (termo eclesiástico), que deu autonomia em relação a Desemboque em assuntos eclesiásticos na Freguesia. 

O fundador e comandante de Uberaba major Eustáquio e os fazendeiros mais importantes passaram a exigir a criação da Câmara Municipal. Entretanto, o fundador de Uberaba faleceu em 1832 e assumiu a liderança da Freguesia o seu irmão capitão Domingos da Silva Oliveira. Nessa época o Governo Regencial (1831 a 1840) implantou no Brasil uma política descentralizadora, viabilizando a elevação de Vila em muitos locais do País. A Freguesia de Uberaba em pouco tempo mostrava grande desenvolvimento e já contava com um número considerável de habitantes: agricultores, pecuaristas, comerciantes e de outras profissões, reunindo as condições para ser elevada à condição de Vila. Devido a esses fatos o Governo Provincial de Minas Gerais elevou Uberaba (Freguesia) à condição de Município (Vila) de Santo Antônio de Uberaba em 02 de fevereiro de 1836, tornando-se autônomo, com território demarcado e com a Câmara Municipal. Esta foi instalada em 1837, em um prédio na Praça Rui Barbosa, que também abrigou a cadeia, uma tradição dos tempos coloniais. Os primeiros vereadores eleitos eram comerciantes prósperos, fazendeiros e representantes do clero. A Vila cresceu e assumiu importância pela posição geográfica e pela grande atividade econômica.

Uberaba, em 1840 passou a sediar uma Comarca pela Lei provincial mineira nº 171, com a finalidade de implantar a justiça na região, tendo como primeiro juiz de Direito Joaquim Caetano da Silva Guimarães.

O crescimento econômico e populacional da Vila de Santo Antônio de Uberaba viabilizou em 1846 a conquista de um Colégio Eleitoral, vindo a ser sede de grande colégio, que era responsável pela nomeação de um Deputado Geral e de um suplente para a Assembléia Legislativa. Tornou-se um importante centro comercial, com uma população de aproximadamente duas mil pessoas e 337 habitações.

Em 1850 teve início a industrialização, com a implantação da fábrica de chapéus por Luís Soares Pinheiro.

A primeira escola pública feminina de Uberaba foi criada em 1953 e o engenheiro Fernando Vaz de Melo funda em 1854 o 1º estabelecimento de ensino Secundário de Uberaba.

A Catedral Metropolitana do Sagrado Coração de Jesus, situada na Praça Rui Barbosa, iniciou a celebração dos atos paroquiais em 1856, muito antes do término de sua construção iniciada em 1827.
Devido ao seu grande crescimento de Uberaba que era uma vila, mereceu o título de Cidade em 02 de maio de 1856, pela Lei Provincial Mineira nº 759.

A Igreja Santa Rita, construída em 1856, é a primeira edificação de Uberaba tombada em 1939 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Iphan pelo seu grande valor histórico, arquitetônico e cultural.

Na década de 1860 a cidade tentou produzir algodão para a exportação, atendendo os interesses das indústrias de tecelagem. 

Teatro São Luiz, localizado na Praça Rui Barbosa entrou em funcionamento em 1864 promovendo eventos e espetáculos.

Em 1865 passou a funcionar o primeiro Centro Espírita de Uberaba, por iniciativa do professor João Augusto Chaves.

Sabe-se que a história e o desenvolvimento de Uberaba na década de 1870 estão diretamente ligados à guerra do Paraguai, que ocorreu entre 1865 a 1870, com o consequente bloqueio do Rio da Prata que desviou todo o trânsito destinado à Província de Mato Grosso para Uberaba, esta passou a ter sua atividade comercial intensamente ampliada e serviu como ponto de passagem das tropas rumo ao Mato Grosso. Aconteceu em Uberaba o encontro de tropas que compuseram o Corpo Expedicionário, tendo como um dos membros o visconde de Taunay. Houve a construção do Cruzeiro do Cachimbo, próximo do 4º Batalhão, considerado um marco histórico pela celebração da missa em intenção ao Corpo Expedicionário que seguiu para a guerra do Paraguai. Hoje, o Cruzeiro do Cachimbo é um bem tombado pelo Conphau e instalado na Praça Magalhães Pinto.

O jornal Gazeta de Uberaba foi fundado em 27/04/1879 por João Caetano de Oliveira e Sousa e Tobias Antônio Rosa.

Entre 1881 e 1882 foi construída a igreja em homenagem a Nossa Senhora da Abadia, padroeira de Uberaba. A primeira festa ocorreu em 15 de agosto de 1882 e as obras foram concluídas em 1899.
Em 1882 foi inaugurada a iluminação pública por meio de vinte e cinco lampiões a querosene.
A Fábrica de Tecidos do Cassu foi fundada em 1882 pelos irmãos Zacarias. Mais tarde, a fábrica, foi denominada Cia. Têxtil do Triângulo Mineiro e funcionou até 1993.

O Colégio Nossa Senhora das Dores foi fundado em 1885, pelas irmãs dominicanas, e está em pleno funcionamento até hoje.

O progresso de Uberaba se acentuou com a inauguração da Estrada de Ferro em 1889, um acontecimento que viabilizou:

- A partir de 1890, desenvolvimento da pecuária zebuína a pecuária que buscou melhoria da qualidade bovina, nascendo a zebuinocultura, que projetou o criatório uberabense e transformou Uberaba em centro difusor de tecnologia e pesquisa genética das raças de origem indiana;

- O desenvolvimento comercial e intercâmbio com os grandes centros de Minas Gerais e São Paulo;
- A aceleração da urbanização. Crescimento de edificações urbanas e comerciais;

- A vinda do imigrante europeu para a Uberaba. Os primeiros imigrantes foram os italianos que criaram inclusive um consulado na cidade. Depois vieram os portugueses, espanhóis, árabes, alemães, chineses, japoneses. Consequentemente, acentuou-se o desenvolvimento cultural e econômico de Uberaba que passou a refletir na estrutura urbana, onde surgiram requintadas construções no estilo eclético. Muitas dessas edificações foram projetadas e construídas pelos imigrantes italianos e espanhóis que trouxeram de seus países de origem a técnica e a experiência. Muitos fazendeiros uberabenses transferiram suas residências do campo para a cidade e passaram a morar nos palacetes em estilo eclético. Estas requintadas residências constituíam locais de encontros políticos, sociais e festivos, eventos que permitiram muitas decisões que definiram a história do município.

A população do município crescia, assim como os atos ilegais e devido a isso era preciso um aparato policial para resguardar os cidadãos uberabenses. Em 06 de maio de 1890 o governador de Minas Gerais, João Pinheiro da Silva, institui um decreto s/nº, que em seu artigo 8º organizou “quatro corpos militares” e estabeleceu os locais de estacionamento, com o objetivo de dar maior segurança para as regiões de Minas Gerais.

- Primeiro Corpo - Capital (Ouro Preto);

- Segundo Corpo - Uberaba (Triângulo Mineiro);

- Terceiro Corpo - Juiz de Fora;

- Quarto Corpo –Diamantina.


Uberaba foi contemplada com o Segundo Corpo Militar, respondendo por todo o Triângulo Mineiro. Entretanto, teve uma efêmera permanência na cidade, pois o Decreto nº 1.631 de 26/08/1903, assinado pelo Dr. Francisco Sales, o transferiu para a capital do Estado de Minas Gerais, a população de Uberaba desassistida de proteção militar. Apenas permaneceu em Uberaba um pequeno efetivo da corporação. Foi somente em 25 de novembro de 1909 que a Força Militar se estabeleceu definitivamente na cidade, quando foi criado o 4º Batalhão da Polícia Militar de Minas Gerais, sediado em Uberaba. Inicialmente, a força policial se estabeleceu em um prédio na Rua Arthur Machado até o ano de 1932. Depois o 4º Batalhão foi instalado na Praça Frei Eugênio (Prédio do Senai) até 1947, quando foi instalado definitivamente em prédio próprio na Praça Magalhães Pinto e permanece, até a presente data.

O Instituto Zootécnico de Uberaba, proposto por Alexandre Barbosa, foi inaugurado no dia 5 de agosto de 1895, com a finalidade de formar profissionais cientificamente preparados para orientar a produção pecuária. O Instituto foi instalado em uma fazenda desapropriada pelo governo do estado de Minas Gerais para abrigar essa nova instituição de ensino.

Em 1899 foi fundado o Clube Lavoura e Comércio com o objetivo de defender a lavoura e a pecuária, combatendo os altos impostos e as interferências do novo governo republicano na atividade rural. Foi lançado o jornal Lavoura e Comércio que, em seu primeiro número, ocupou toda sua primeira página, expondo os ideais dos ruralistas.

O Colégio Marista iniciou o ensino para 86 alunos internos e externos, em 1903, por iniciativa dos irmãos maristas que vieram da França.

Em 1904 inaugurou-se a Igreja São Domingos, um marco para os dominicanos, pelo fato de ser a primeira igreja da ordem dominicana construída no Brasil.

Em 1905 foi implantada a energia elétrica pela empresa Ferreira, Caldeira & Cia, fato que impulsionou o desenvolvimento da cidade.
Em 1906, tiveram início as exposições de gado bovino, que foram muito prestigiadas, notadamente pelo Presidente da República Getúlio Dorneles Vargas, nas décadas de 1930 a 1950.
A Diocese de Uberaba foi criada em 1907, tendo como primeiro bispo D. Eduardo Duarte Silva e foi elevada à categoria de Arquidiocese em 1962.

O Agente Executivo Felipe Aché criou em 1909 a primeira Biblioteca Pública Municipal de Uberaba, denominada “Bernardo Guimarães”, estabelecendo-a em um porão da Câmara Municipal de Uberaba, um fato que denotou na época a pequena importância dada à educação e à cultura do município.
Em 1909 foi inaugurado pelo estado de Minas Gerais o primeiro grupo escolar de Uberaba, denominado Grupo Escolar Brasil, localizado até hoje na Praça Comendador Quintino.

Pela iniciativa de José Maria dos Reis, o governo do Estado de Minas Gerais criou, em 1917, a primeira instituição de ensino agrícola de Uberaba, denominada Aprendizado Agrícola Borges Sampaio.

Em 1926 criou-se a primeira instituição de ensino superior na área da saúde bucal e da farmacologia, conhecida como Escola de Farmácia e Odontologia, que recebia alunos das mais diversas regiões do Brasil e até do exterior.

Os primeiros protestantes de Uberaba foram os metodistas, cujos missionários iniciaram seus trabalhos em 23/08/1896 nas casas de fiéis e amigos. O templo foi inaugurado em 1924, na Rua Moreira César, no bairro Fabrício.

Mário Palmério fundou em 1947 a Faculdade de Odontologia do Triângulo Mineiro, oportunizando mais tarde o ensino em outras áreas do conhecimento, na década de 1950, com as Faculdades Integradas de Uberaba (Fiube) e, desde 1988 Universidade de Uberaba (Uniube).

Em 1949 as irmãs dominicanas fundaram a Faculdade de Filosofia e Letras São Tomás de Aquino.
As irmãs concepcionistas chegaram a Uberaba em 1949 e em 1961 inauguraram a Igreja da Medalha Milagrosa.

A Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro se estabeleceu em 1954 e foi transformada em Universidade Federal do Triângulo Mineiro em 2005, oferecendo cursos em diversas áreas do conhecimento.

Nas décadas de 1970 e 1980 foram instalados os primeiros distritos industriais da cidade, apoiados com investimentos do Governo Federal.

Na década de 1990 nasceu a Univerdecidade-Parque Tecnológico de Uberaba para viabilizar a pesquisa e o ensino técnico-profissionalizante, relacionados à ciência da informação e à agroindústria, notadamente para a genética vegetal e animal.

O Centro de Pesquisas Paleontólogicas Llewellyn Ivor Price e Museu dos Dinossauros foram criados em 1992. O museu é um dos mais importantes do Brasil, possuindo fósseis de 65 a 72 milhões de anos de idade. Localizado em Peirópolis, o museu é conhecido pela população regional e por visitantes de outros estados e países.

Uberaba conta com marcos reconhecidos no Brasil e no mundo: a expressão espiritual de Chico Xavier, o desenvolvimento da pecuária zebuína e a paleontologia.

Nos primórdios da sua história fora um Arraial, e hoje, no terceiro milênio (Século XXI) representa um centro comercial dinâmico; uma agricultura produtiva; uma pecuária seletiva, com importação de reprodutores e matrizes da Índia; um parque industrial diversificado, uma estrutura de ensino desenvolvida; uma planejada estrutura urbana, com características culturais sui generis, que têm atendido as demandas nos aspectos econômicos, culturais e de serviços essenciais à população.


Marta Zednik de Casanova
Superintendente do Arquivo Público de Uberaba


Cidade de Uberaba

sexta-feira, 1 de março de 2019

Supermercado ABC - Parabeniza Uberaba pelos seus 199 anos!

 Uberaba faz 199 anos com esporte, cultura e diversão em família


Música, dança, poesia, lazer e atividades recreativas formam o eixo de comemorações do aniversário da cidade

A Prefeitura de Uberaba promove no sábado, dia 2 de março, extensa programação para toda a família, em comemoração ao aniversário de 199 anos da cidade. Será um dia especial recheado de atividades, ações recreativas e culturais que acontecerão durante todo o dia, para adultos e crianças, especialmente no período da tarde, com programação no Cemea Abadia. O espaço foi escolhido para acolher as famílias com qualidade e estrutura para que a festa siga até 18h em ambiente preparado, coberto e amplo.

                                                     Vídeo/Créditos: Supermercado ABC 

A realização do evento municipal é por meio da Chefia de Gabinete, Fundação Municipal de Esporte e Lazer (Funel), Fundação Cultural de Uberaba, Secretaria de Educação (Semed), Fundação de Ensino Técnico Intensivo “Dr. Renê Barsam" (Feti), com apoio das Secretarias de Defesa Social (SDS), Serviços Urbanos e Obras (SESURB), Companhia Operacional de Desenvolvimento, Saneamento e Ações Urbanas (Codau) e Secretaria de Saúde (SMS).

A Funel é quem abre as festividades com uma corrida comemorativa. A concentração será às 8h na Praça do Esporte – rotatória da avenida Santos Dumont, e as inscrições devem ser feitas pelo site http://www.sportbro.com.br. As 300 primeiras pessoas vão ganhar uma camiseta do evento, mediante doação de 1 litro de leite, que será doado para duas instituições. A largada acontecerá às 9h.

Das 10h às 11h, ocorrerá a missa oficial em comemoração ao aniversário de Uberaba, na Catedral Metropolitana, e abertura do ano jubilar do bicentenário da criação da Paróquia do Sagrado Coração de Jesus e de Santo Antônio e São Sebastião. Na saída da missa haverá participação do coral de crianças da Secretaria Municipal de Educação (Semed), abrilhantando o dia festivo.

Cemea Abadia em festa – Os 199 anos de Uberaba serão marcados por uma tarde de alegria, comemoração em família e muita diversão no Cemea Abadia, que terá programação multicultural das 11h às 18h. Durante toda a tarde os presentes poderão aproveitar uma praça de foodtrucks, apresentações culturais, brinquedos, atividades esportivas,recreativas e pintura facial com as crianças, que vão se deliciar com distribuição de pipoca, algodão doce e chup-chup.

A festa será aberta com apresentação da Orquestra Jovem da Escola de Cultura e Arte de Uberaba (Ecau), das 11h30 às 12h, e das 12h às 14h a mágica acontecerá com ações interativas do Circo do Povo. A Orquestra Municipal de Uberaba brinda o público com apresentação especial das 12h às 13h, e a partir das 13h30 quem comanda o palco é a cantora Leslye de Paula.

A partir das 14h30 uma turma de super heróis e princesas vão encantar a criançada: a festa receberá o Homem Aranha, Superman, Mulher Maravilha, Batman, Capitão América, Ana e Elza (Frozen) e a Branca de Neve. Já as 15h está programado o grande Parabéns, que será celebrado com bolo de aniversário e muita animação no Cemea Abadia. Logo depois, a partir 16h, o palco será da banda Graves & Agudos.

Uberaba Cultural - No Cine Teatro Vera Cruz, às 20h, aberto para o público em geral e com entrada gratuita, o “Uberaba Cultural” traz como proposta a valorização das diversas modalidades de arte e apresenta; música clássica e contemporânea, balé e poesia. A noite será aberta com concerto da Orquestra Municipal de Uberaba e em seguida haverá uma declamação de poesia com Júlia Sofia.

Por volta das 21h é hora de a Academia Beth Dorça entrar no palco, trazendo a leveza do ballet para o evento. Colocando em pauta a tradição sertaneja, os próximos a se apresentarem são a Dupla João Batista e Lúcio Borges.

Em seguida, entra o cantor Thiago Neves e depois a cantora Mariana Sawan. Já o encerramento é com as vozes do Coral Maracanã. O Projeto Maracanã é uma idealização das musicistas Cristina Arruda e Rosana Caetano, iniciativa que transforma a vida de crianças através da música.

Casarões de Uberaba – Também no sábado, a sede da FCU inaugura logo depois da Missa na Catedral a exposição “Uberaba de ontem, Uberaba de hoje”, composta por maquetes de José Eduardo de Araújo. O artista nasceu em São Paulo e em 2001 mudou-se para Uberaba, formado em Piano e Eletrônica, José Eduardo também se apaixonou pela arte e pelo artesanato. Desenvolve trabalhos de réplicas decorativas em papelão e a matéria prima principal são caixas descartadas, onde desenvolve esculturas, vasos e flores. A FCU fica localizada na Praça Rui Barbosa, 356.

27/02/2019

Equipe Secom/PMU


Cidade de Uberaba

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

UBERABA NA MESMICE ...

( É muito triste ouvir o canto do cisne ...)

São três os fatores de crescimento de uma cidade. O primeiro, presta-se à atividade agro rural em que a agricultura familiar e a pecuária, servem de sustentação às famílias que concentram-se em pequenos núcleos de serviços domésticos. Sobressaem-se, mormente, na economia rural. Foi, historicamente, a primeira grande fase de Uberaba, quando homens de têmpera forte, viajaram às Índias , à busca de uma nova raça zebuína que viesse à substituir o nosso já ultrapassado “gado pé duro”. Vislumbraram vantagens , pois que, a pouca rentabilidade de peso, a baixa produção leiteira e bezerros fracos, sem “pedigree”, se fazia sentir.

O sucesso da indômita empreitada, o aconchego das terras da região, parecidas com as fazendas indianas, a adaptação do gado importado, revelou-se num lucrativo negócio . Os fazendeiros da terrinha, enfrentaram grandes e temíveis percalços e obtiveram sucesso. A riqueza aumentava, o progresso no campo chegava e o ruralista sorria de orelha à orelha. Estava instalada a “ era da prosperidade”. A euforia tomou conta da cidade. Os filhos dos ricaços da época, tão logo concluídos os cursos nos Maristas ou no N .Senhora das Dores, iam estudar nos grandes centros, Rio, São Paulo, Belo Horizonte, de onde só retornavam “doutores”. A chegada era apoteótica; foguetes espocavam pelos ares, banda de música, a “gare” da Mojiana, lotada de parentes e o tradicional corso pelas ruas e avenidas da cidade .O filho do “coronel fulano de tal”, era o grande orgulho da família...

Uberaba, crescendo e prosperando. Iniciamos a fase terciária, aquela da prestação de serviços, bons colégios, lojas comerciais modernas, iluminação pública de primeira, ruas calçadas, praças arborizadas, centro médico respeitado, dinheiro “rolando à solta”. Ninguém previa a derrocada do zebu. Na década de 40/50, do século passado, veio a “ quebradeira” da nossa fazendeirama .O crescimento de Uberaba, rastejou. Foi quando surgiu a “ salvação da lavoura” pelas mãos e visão do “imortal” Mário Palmério, trazendo o ensino superior para o interior; sua querida e amada Uberaba. Palmério, a quem a terrinha devia conhecer melhor sua história.

A fase secundária, a industrialização, fazia-se presente. Empolgados com as conquistas das fases primária e terciária, desprezamos o setor que dá sustentação , progresso, desenvolvimento, economia, emprego e renda, “mola mestra” de uma cidade que quer crescer. As poucas e grandes indústrias que tínhamos, não soubemos conservá-las, nem ampliá-las. Produtos Céres, Cia.Textil, Miusa, Cimento Ponte Alta, Indústria de Papel “São Geraldo”, Botinas “Zebu”, Copervale, "Doces Zebu”, entre outras e gloriosas memórias, ficaram na saudade ! Sem missa de “réquiem”, assistimos, pacifica e covardemente, suas mortes . A pálida compensação veio anos depois, com a chegada da Fosfértil, levantando um pouco, a nossa moral. No resto, continuamos patinando, entregue em mãos preguiçosas e lentas de forasteiros...

Amigo de infância, o empresário Amaury Fidélis, descreveu com competência, a Uberaba de hoje. “O ritmo era promissor, as possibilidades imensas, pensávamos que nada haveria de segurar a força da liderança regional. Não houve continuidade e assim a cidade perdeu a chance de ser o maior centro de expansão do Triângulo Mineiro. Uberaba, precisa ser recriada, renascer, com novos personagens, com espírito de progresso, longe das vaidades pessoais, onde o poder seja um dever e não uma simples vaidade .O espírito público seja norte para sacudir a população cansada do continuísmo que não leva a lugar nenhum. “ Tivesse a atual “elite política” de Uberaba, sentimento de cidadania, por certo, “descalçaria as chuteiras” e daria lugar aos jovens da terrinha, que amam, verdadeiramente, o torrão onde nasceram. (Marquez do Cassú)


Luiz Gonzaga de Oliveira



Cidade Uberaba

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

Câmara presta homenagem a ex-vereador Calixto Rosa Neto

A Mesa Diretora da Câmara decretou luto oficial em homenagem ao ex-vereador de Uberaba, dentista Calixto Rosa Neto, que morreu na noite de quarta-feira (20) de fevereiro de 2019 em Uberaba.

Calixto, filho da comunista e primeira mulher, no país, a ocupar um cargo de parlamentar municipal, Lucília Rosa, teve o mandato de vereador pelo PSD, em Campo Florido cassado pelo Golpe Militar e ainda acabou preso. Como vereador em Uberaba, na Legislatura de 1983 a 1989, Calixto participou da composição da Mesa Diretora da Casa e marcou época no Legislativo. “Sempre defendeu e reconheceu o Poder Legislativo como uma escola de Ciências Políticas e Cidadania. Em seus discursos mencionava constantemente sobre a necessidade de se democratizar a Câmara. Calixto queria ver uma maior participação dos uberabenses, em especial estudantes, durante as sessões plenárias”, contou Evacira Coraspe, jornalista e servidora do Poder Legislativo de Uberaba. 

Calixto Rosa Neto

Evacira destacou a preocupação que o ex-legislador possuía com as questões sociais. “Ele participou de muitos movimentos sociais. Era uma pessoa extremamente engajada. Calixto sempre dizia que a Câmara é uma escola, que ensina para todos como viver, como se relacionar e como compreender o poder enquanto representatividade importante para o desenvolvimento do País. Era também muito ligado às questões didáticas e pedagógicas”, encerrou a jornalista, que conviveu com o ex-vereador durante seu mandato na Câmara. 

O Legislativo, durante três dias, estará com suas bandeiras Nacional, de Minas Gerais e Uberaba à meia haste em homenagem ao ex-vereador, que foi enterrado na tarde de ontem.


PMU

Cidade de Uberaba

Afrânio de Almeida (1938-2010)

Afrânio de Almeida (1938-2010) foi o principal incentivador do judô em Uberaba desde a década de 1950, quando fundou o Centro Uberabense de Judô. O professor ensinava aos discípulos a necessidade de se estudar. Instalado na rua Governador Valadares, em 1969 tornou-se Centro Educacional Desportivo de Judô Oriente. Ele também atuou no setor de postos de combustíveis.

Afrânio de Almeida (1938-2010) 


Foto: Autoria desconhecida

(Foto do acervo pessoal de Tranquilo Baliana)


Cidade de Uberaba

Um dos maiores laterais-direitos da história do futebol, Djalma Santos

O NOME DE BATISMO era Dejalma dos Santos, mas no futebol ficou conhecido como Djalma Santos. Nasceu em São Paulo, no dia 27 de fevereiro de 1929 e faleceu em Uberaba, minha terra amada. Morreu em 23 de julho de 2013. Estaria hoje com 90 anos. Lateral-direito que nunca foi expulso de campo. Terminou como treinador de jovens em Uberaba.

Dejalma dos Santos - Foto: Wikipédia.
Eleito pela FIFA como o maior lateral-direito de todos os tempos, tendo participado de quatro copas do mundo, 54, 58, 62(anos em que sagrou-se bi campeão mundial) e também em 66. Ídolo do Palmeiras, onde se consagrou, também jogou pela Portuguesa, no início da carreira, e pelo antigo Atlético Paranaense, já se despedindo da bola. O grande Nelson Rodrigues, um dia, escreveu sobre ele: "Djalma Santos põe, no seu arremesso lateral, toda a paixão de um Cristo Negro". Nossa saudade, nossa reverência...!


( jornalista e comentarista esportivo Fernando Antonio Vanucci Braz )


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Paulo Nogueira e Djalma Santos
90 anos, estaria fazendo hoje se estivesse entre nós, o zagueiro Dejalma dos Santos. No futebol, ficou conhecido como Djalma Santos. Nasceu em São Paulo, no dia 27 de fevereiro de 1929 e faleceu em Uberaba no dia 23 de julho de 2013.

(Jornalista Paulo Nogueira)


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 Djalma Santos e esposa Dona Esmeralda - Parque de Exposição Fernando Costa (Abcz) - Última foto em vida de Djalma Santos - 3 de maio de 2013 - Foto - Autoria: Antonio Carlos Prata.

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Tive a honra de entrevista-lo para o então, "Jornal dos Baixinhos" - semanário que editei no Jornal de Uberaba, quando Djalma Santos , anos 90, era professor na Escola de Futebol para crianças e adolescentes, através da Prefeitura Municipal!

( Jornalista Márcia Ribeiro Borges)

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A última entrevista do Djalma Santos foi no meu programa. Ademir de Meneses participou. Foi fantástico.

(Comentarista e colunista esportivo Carlos Ticha)

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Cidade de Uberaba

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

Rua Artur Machado, em 1948

Antiga rua do Comércio, Rua Baixa, Rua do Centro e Rua do Fogo.

"Os dois primeiros nomes tinham razão de ser, porquanto mesmo naquela época já era centro, como também era e é a rua mais baixa da cidade. Rua do Fogo, dizem, provinha de que um dos seus primeiros moradores era ferreiro e na sua 'tenda' nunca faltava fogo, onde os vizinhos e moradores iam 'buscar fogo'. Naquele tempo em que não havia fósforos era um achado.
 
Rua Artur Machado, em 1948

A Rua do Comércio ia da praça da Matriz até a Rua Padre Zeferino. Com a vinda da Mojiana é que foi prolongada até onde é atualmente." (Mendonça,2008)

Foto doada por Ângela Beatriz Borges Cherulli Filassi do acervo de Marco Antônio Borges Cherulli, de autoria do fotógrafo Henriot Cherulli.


Cidade de Uberaba

Uberaba a capital da Folia de Reis

A tradição das Folias remonta ao nascimento de Cristo, quando Baltazar, Gaspar e Melchior, conhecidos como os Três Reis Magos, ofereceram a Jesus: extrato de mirra, uma planta usada como remédio e muito perfumada; ouro, símbolo da riqueza, e insenso, que expressa o desapego, a humildade e a esperança.

 Uberaba a capital da Folia de Reis - Família Toninho e Marieta. Foto:Autoria desconhecida - Praça Rebouças - (Praça da Mogiana)

O objetivo do cortejo é reproduzir a viagem dos Magos a Belém, ao encontro do Filho de Deus. Geralmente, ele é o resultado de uma promessa, na qual o folião, para obter a graça, se compromete a organizá-lo.
 
Toninho e Marieta. Foto: Acervo pessoal da família Quirino.
 

Os foliões reúnem-se nas vésperas de Natal, rezam, cantam ladainhas e oram diante do presépio. Depois de abençoada a bandeira, iniciam a peregrinação que dura até o dia 06 de janeiro, dia de Reis.

Foto: Autoria desconhecida

(Arquivo Público de Uberaba)


Cidade Uberaba

História do Sanatório Espírita de Uberaba

A idéia de se fundar um hospital espírita em Uberaba, teria nascido de uma sugestão de Eurípedes Barsanulfo a Maria Modesto Cravo em 1918.

Em 1919, Maria Modesto e grande número de médiuns fundaram o Ponto Bezerra de Menezes, à Rua Bernardo Guimarães, 36, ao lado de sua residência, onde funcionava a gráfica de seu pai João Modesto das Santos. A idéia foi levada para os associados do Centro Espírita Uberabense e acatada pelo seu presidente, Prof. João Augusto Chaves.

Em 1926, o presidente do CEU, Henrique von Kruger, nomeou uma comissão para angariar fundos para a construção do Hospital de Dementes, constituída por Adelino de Carvalho, João Augusto Chaves e Leônidas Antônio Rosa.

Em 1927 foi adquirido o terreno e escolhido Henrique Castejon para diretor do Pavilhão de Alienados, a fim de que se levasse adiante a construção do edifício.

 Sanatório Espírita de Uberaba 

Em 1927 foi realizada uma reunião extraordinária, que tinha por fim autorizar a fundação de um pavilhão de alienados, denominado Hospital de Dementes, sob a direção do CEU, sendo nomeada uma comissão: Emerenciano Ferreira Junqueira, presidente; Abdon Alonso y Alonso, vice; Antônio Sebastião da Costa, 1° Tesoureiro; Eliziário Nascimento, 2° Tesoureiro; Ariosto Palombo, Orador; Leônidas Antônio Rosa. 1° Secretário; Henrique von Kruger, 2° Secretário; Henrique Castejon, procurador geral; Anselmo Trezzi, procurador; Servilio Finotti, diretor da obra; Dr. Boulanger Pucci, Diretor Clínico.

As dificuldades financeiras foram enormes até a sua inauguração em 1933. Vale ressaltar que o Projeto Arquitetônico foi obtido por via mediúnica, através de Maria Modesto Cravo.
Terminada a obra, Henrique von Kruger, convidou Dr. Inácio Ferreira, jovem psiquiatra formado em medicina na Universidade Federal do Rio de Janeiro, para ser o primeiro Diretor Clínico. Como enfermeiro-chefe, foi nomeado Manoel Roberto da Silva.

Durante todos esses anos de funcionamento, o Sanatório já atendeu milhares de pacientes, de todo país e propiciou ao Dr. Inácio Ferreira, produzir vários trabalhos científicos, publicados no Brasil e no exterior, nas quais confirma a causalidade espiritual nos sofrimentos mentais.

O Sanatório Espírita de Uberaba, sempre se manteve fiel aos seus princípios, nunca se afastando de seus objetivos para com o tratamento das doenças mentais.

Fonte: Sanatório Espirita de Uberaba


Cidade de Uberaba

Rua Afonso Rato

Década: 1930

Foto:Autoria desconhecida

"Começa na rua São Sebastião e termina em frente ao Aprendizado ‘Borges Sampaio’. É uma das ruas mais antigas de Uberaba. Nenhum melhoramento conta a não ser um pequeno pontilhão que fica entre as ruas Vinte Um de Abril* e Três de Maio**, que dá passagem às diminutas águas do córrego do Brejinho. É atravessada pelas ruas Cel. Manoel Borges e Três de Outubro***. Dela partem, à esquerda, as ruas Barão do Triunfo, Quinze de Junho, Vinte e Um de Abril e Três de Maio.

Rua Afonso Rato


Em 1855 chamava-se ‘rua Dos Bois’ ou ‘do Boi’, como ainda hoje se conhece. Teve, em 1880, a denominação oficial de ‘rua Das Mercês’, que se mudou, em 1895, para rua do Instituto Zootécnico. 
Na nomenclatura de 1900 voltou a ter o nome de Mercês, que até hoje se conserva." 
(PONTES, 1978).


(Arquivo Público de Uberaba)


Cidade de Uberaba

Almoço realizado na chácara do Sr. Mário de Almeida Franco

Almoço realizado na chácara do Sr. Mário de Almeida Franco
Almoço realizado na chácara do Sr. Mário de Almeida Franco, em homenagem a visita do presidente Getúlio Vargas a XVIII Exposição de Feira Agropecuária. Sentados da esq. para dir.: Carlos Smith (presidente da Sociedade Rural do Triângulo Mineiro), presidente Getúlio Vargas, governador de Minas Gerais Juscelino Kubitschek, Ministro da Justiça Negrão de Lima e o prefeito de Uberaba Antônio Próspero.

Ano: 1951

Foto: Autoria desconhecida


Fonte: Universidade de Uberaba (Uniube)


Cidade de Uberaba

Igreja de Santa Rita - Uberaba - Minas Gerais.

Igreja Santa Rita onde está instalado o MAS- Museu de Arte Sacra de Uberaba desde 1987 por iniciativa de D. Benedito de Ulhoa Vieira. Passou por várias restaurações e a última foi finalizada em 13 de maio de 2015.

Igreja de Santa Rita - Uberaba - Minas Gerais. Foto: Antonio Carlos Prata.

Está aberta ao público de terça a sexta das 12 às 17h30. A entrada é gratuita. É o cartão de visita de Uberaba e a imagem mais usada como meio de identificação da cidade. Carece de benfeitores e de uma associação de amigos da cultura para colocar em prática sua extensa programação cultural.



Cidade de Uberaba

Armazém de secos e molhados de Fernando Sabino

À esquerda, Loja Au bon Marché. O lugar acabou tornando-se parada obrigatória para esses tropeiros – viajantes encarregados de fazerem a transição de alimentos e materiais de necessidades. Em geral comercializavam quase os mesmos produtos e os moradores costumavam comprar nas vendas de costume, ficando fregueses á estes armazéns a vida inteira, pagando por mês ou por ano.

Loja Au bon Marché e o Armazém de secos e molhados de Fernando Sabino



Praça Rui Barbosa


Ano:1904


Foto: Autoria desconhecia

Escola Técnica de Comércio José Bonifácio

“A Escola Técnica de Comércio José Bonifácio (Rua Coronel Manoel Borges) foi fundada em 2 de fevereiro de 1924, pelo Professores Valdemar Vieira, José Macciotti e Enoque de Morais e Castro. Em janeiro de 1928, retiraram-se da sociedade os Professores Valdemar Vieira e Enoque de Morais e Castro, passando a Escola a ser dirigida, a partir de março de 1928, pelos Professores José Macciotti e Amadeu Pascoalini, na qualidade, respectivamente, de diretor-técnico e diretor-secretário [...].

 Escola Técnica de Comércio José Bonifácio

Em dezembro de 1927 a Escola diplomou a sua primeira turma de guarda-livros.

Até junho de 1931, a Escola funcionou como sucursal do Instituto Comercial do Rio de Janeiro, da Capital Federal. Nesse período, manteve o Curso Geral de Guarda-Livros, em 3 anos, na forma do regímen estabelecido pelo Decreto Nº 17.329, de 26 de maio de 1926. Em 1931, em virtude do decreto Nº 20.158, de 30-6-1931, passou a funcionar sob o regímen de inspeção federal. Começou, então, a manter os cursos Propedêutico e de Guarda-Livros. Em 1933, instalou o Curso de Perito-Contador, instituído pelo mencionado Decreto Nº 20.158, de 1931.
Em 1943, em virtude do disposto do Decreto-Lei Nº 6.141, de 28-12-1943, foi considerada Escola ‘reconhecida pelo Governo Federal’, e, em obediência à nova lei Orgânica do Ensino Comercial, aprovada pelo citado decreto-lei, instalou o Curso Comercial Básico e o Curso Técnico de Contabilidade, os quais começaram a funcionar em 1944, com as adaptações exigidas pela mencionada lei.” (MENDONÇA, 1974

Foto: Autoria desconhecida

Acervo Público de Uberaba


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Cineasta que irá contar a história do Zebu no Brasil visita ABCZ esta semana

A Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) recebe na próxima semana parte da equipe de um projeto cinematográfico que irá contar a história do Zebu no Brasil. A visita está marcada para os dias 25 e 26 de fevereiro, como uma das etapas de pesquisa para o projeto. Na comitiva estará o cineasta e produtor Gil Ribeiro, que irá conduzir o documentário intitulado ‘Da Índia ao Brasil: 170 anos de história das raças zebuínas no território brasileiro’, e o editor Fábio Ávila, da editora Bela Vista Cultural.

“Essa é uma história muito rica, e toda iniciativa que tem como objetivo contá-la tem nosso apoio. Boa parte do desenvolvimento econômico do país passa pelo agronegócio e, consequentemente, pelo zebuinocultura, justamente por isso é muito importante que ela seja amplamente difundida”, destaca Thiago Riccioppo, gerente do Museu do Zebu.


ABCZ recebe cineasta que irá produzir
 documentário sobre o Zebu

Além de Riccioppo e da equipe de pesquisadores do Museu, os responsáveis pelo projeto irão se reunir com membros da diretoria da ABCZ e colaboradores da entidade. “A proposta é de que durante esses dois dias esses profissionais consigam fazer uma imersão ainda mais profunda no universo das raças zebuínas. Obviamente que ambos já conhecem essa história, sendo que o Fábio, inclusive, já desenvolve outros projetos em parceria com o Museu do Zebu, mas durante esse encontro, terão a oportunidade de se aprofundarem ainda mais em detalhes, que fazem toda a diferença em um projeto como esse”, ressalta Goretti dos Santos, coordenadora pedagógica do Museu do Zebu.

Sobre o produtor. Com mais de 30 anos de experiência no mercado audiovisual, Gil Ribeiro foi um dos precursores da produção independente de TV , desenvolvendo, dirigindo e produzindo importantes projetos no Brasil e exterior. Entre os atuais trabalhos de destaque do profissional está a produção executiva do filme ‘Vai que Cola’, com o humorista Paulo Gustavo, ‘Sob pressão’, de Andrucha Waddington e que traz no elenco atores como Andréa Beltrão, Marjorie Estiano e Stepan Nercessian, e ‘Penetras 2’, do mesmo autor e com a atuação dos comediantes Eduardo Sterblitch, Marcelo Adnet e os atores Danton Melo e Mariana Ximenes.

Ribeiro também possui vasta experiência em produção publicitária e programas de TV, com produções para os canais GNT, Multishow e Globo.

Jornal da Manhã



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