Mostrando postagens com marcador Jornal de Uberaba. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Jornal de Uberaba. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 3 de maio de 2022

Macaco Chico é acusado de fazer baderna no parque Mata do Ipê, em Uberaba

Acusado de furto, macaco será "julgado" em Minas

O animal é acusado de fazer baderna no parque Mata do Ipê, em Uberaba

Reunião feita ontem para decidir qual seria o destino do macaco-prego Chico, que vive no local há 5 anos, acabou sem solução

Foto: Enerson Cleiton / Jornal de Uberaba.

Terminou em impasse a audiência pública promovida ontem pela Secretaria do Meio Ambiente de Uberaba (MG) que decidiria o futuro de um antigo morador do parque Mata do Ipê. Ele é acusado de promover invasões na vizinhança, em prédio público, furtar e destruir objetos e documentos e de atacar visitantes.

Na reunião que debateria a situação de Chico, macaco-prego que vive no parque há cinco anos com sua irmã, Chica, a única decisão foi que a solução só poderia ser tomada na presença de um biólogo especialista na espécie daquele macaco.

Uma outra reunião foi convocada para segunda-feira. Três possibilidades serão estudadas: o fechamento provisório da Mata do Ipê para a construção de uma área separada com tela, onde Chico ficaria longe dos visitantes; capturá-lo e colocá-lo na natureza; ou recolocação em outro parque.

Será levado em conta se o deslocamento para a mata natural poderia resultar em problemas para o macaco ou se ele conseguiria conviver com outros animais da mesma espécie.

Participaram da audiência mais de 60 pessoas, entre eles o secretário do Meio Ambiente, Ricardo Lima, integrantes da ONG Geasu (Grupo de Estudos de Animais Selvagens de Uberaba) e o promotor de Justiça Emmanuel Carapunarla.

Foi Carapunarla quem argumentou aos presentes que a continuidade de Chico no parque causaria transtornos.

Segundo ele, o comportamento agressivo do animal decorre da própria relação com as pessoas: ao receber alimento, o macaco responde com mordidas, o que assusta as crianças, gera reações nos pais, que agridem o animal. Chico, por sua vez, responde com novas agressões.

Somente no mês de julho, 18 ocorrências de mordidas foram registradas por parte dos freqüentadores da Mata do Ipê.

Com as mordidas, as pessoas podem contrair raiva e precisam tomar soro anti-rábico. Na cidade, o estoque do medicamento já se esgotou e a prefeitura teve de buscar soro em outros municípios.

Vícios

Além disso, há relatos de visitantes que dão bebidas alcoólicas ao macaco, segundo a assessoria da prefeitura. Os "vícios" ensinados pelos visitantes levam Chico a revirar latas de lixo em busca de comida; dia desses, foi flagrado comendo sapólio.

O macaco tumultua ainda o trabalho na Secretaria Municipal da Saúde, vizinha do parque. Pega e danifica objetos. Portas e janelas precisam ficar fechadas durante o expediente.

Na audiência, Cairo Oliveira, 8, que visita o parque todos os dias junto com ambientalistas, leu um texto, escrito por ele mesmo, sobre o "colega" Chico.

Na redação, o garoto disse saber que o macaco-prego não tinha pai nem mãe e, por isso, sempre dava conselhos para ele, como o de cuidar da alimentação. Cairo não deixava o amigo comer doce porque temia vê-lo com cárie.


Texto: Matheus Pichonelli / Folha de São Paulo.

Agosto de 2007.

sábado, 1 de fevereiro de 2020

UMA DAMA NA BARBEARIA

Já falamos aqui sobre os “anos dourados” da pecuária do zebu durante o início da década de 1940. Com os grandes países do mundo envolvidos numa guerra interminável, a demanda e o preço da carne bovina no mercado internacional foi às alturas.

Capa do jornal "Lavoura e Comércio" do dia 19 de abril de 1944

O governo brasileiro, por meio do Banco do Brasil, oferecia crédito fácil e barato a qualquer interessado em investir na criação de gado. O resultado foi uma “bolha especulativa” com o boi indiano: milhares de pessoas, muitas sem nenhuma familiaridade com o negócio, tomavam empréstimos ou aplicavam suas economias na criação de zebu, em busca de fortuna rápida. Como era de se esperar, o preço dos reprodutores disparou.

Um detalhe da foto de capa, tirada pelo fotógrafo Prieto.

De um momento para o outro, os pecuaristas do Triângulo Mineiro tornaram-se celebridades nacionais. A imprensa contava histórias e lendas sobre os novos milionários e seus touros transformados em verdadeiras minas de ouro. Dizia-se que, em Uberaba, havia estábulos com ar refrigerado – na época, um luxo que pouquíssimas casas dispunham – e que algumas reses tomavam banho com champanhe. Num tempo em que andar de avião era um sonho, divulgavam-se fotos de touros sendo transportados em aeronaves para fazer coberturas. Alimentando a fama, grupos de “zebuzeiros” fechavam bares e cassinos no Rio de Janeiro, em festas onde comentava-se que charutos finos eram acesos com notas de dólar americano.

Avenida Leopoldino de Oliveira, no final dos anos 1940. No canto esquerdo, o prédio da Associação Comercial, que tinha no térreo o Restaurante Ribamar.

Certamente havia excessos de novos-ricos deslumbrados com o dinheiro fácil, mas boa parte dessas lendas era simples invenção, ou exagero em cima de fatos reais. Houve, de fato, alguns casos em que reprodutores vendidos para regiões distantes do Brasil foram levados de avião – até porque eram poucas as opções de transporte. Mas a especulação com o preço dos animais gerou situações inusitadas. Algumas delas podem ser resgatadas nos jornais da época, como o velho “Lavoura e Comércio” de Uberaba.

Tantos eram os interessados na Exposição de Gado Zebu em 1944, que a SRTM solicitava à população que recebesse os visitantes em suas casas.

Em abril de 1944, a euforia estava no auge e nossa cidade se preparava para a abertura de mais uma Exposição. Eram tantos os interessados em conhecer “a Meca do Zebu” que os hotéis e pensões não davam conta. A Sociedade Rural do Triângulo Mineiro, antecessora da ABCZ, publicou anúncios nos jornais pedindo às famílias uberabenses que se dispusessem a alugar quartos em suas casas para alojar os visitantes. No dia 19, o “Lavoura” estampou na capa uma grande notícia com direito a foto, onde se via uma jovem bezerra sendo atendida em uma barbearia no centro da cidade. E contava em detalhes a história.

O Salão Rex continua em funcionamento, mas desde os anos 1970 está na Galeria do Edifício Rio Negro. O cabeleireiro Vasco, veterano do estabelecimento, confirmou algumas das informações dessa história. Foto: divulgação Galeria Rio Negro

O criador José Campos, filho de uma família de fazendeiros da vizinha cidade de Veríssimo, contou que estava almoçando no restaurante Ribamar – na época um dos melhores da cidade, no lugar onde mais tarde funcionou o Bar Tip-Top – quando viu passar pela calçada da Avenida Leopoldino de Oliveira um homem conduzindo uma bezerra zebu. Largou os talheres, correu atrás do moço e disse que queria comprar o animal. O dono, José de Paula, relutou em vender – alegando que a havia ganho de presente, que a bezerra chamava-se “Boneca” e era criada em casa, como bicho de estimação. Mas não resistiu a um cheque de 10 mil cruzeiros oferecido pelo pecuarista.

Capa do jornal "Lavoura e Comércio" do dia 19 de abril de 1944

Criador experiente, José Campos achou que Boneca – uma Indubrasil bem puxada para o Gir – estava maltratada, que a aparência descuidada e os pelos longos escondiam suas boas qualidades. Sem muitas alternativas nas imediações, Campos levou a bezerra ao Salão Rex – tradicional barbearia que ficava na própria Av. Leopoldino, próximo à esquina da Rua Artur Machado, onde hoje há uma loja de celulares – e convenceu o proprietário Artur Riccioppo a “dar um trato” na menina. A cena foi flagrada pelo fotografo Prieto.

De banho tomado e com a toilette feita, Boneca despertou a cobiça de quem passava pelo local. Teve início na calçada um leilão improvisado, onde o novo proprietário teria “enjeitado” uma oferta de 40 mil cruzeiros pela nova estrela do seu plantel. “Boneca tem qualidades excepcionais” – dizia – “bem tratada, dentro de pouco tempo estará figurando entre as bezerras mais cotadas de região, e seu preço superará a casa dos 100 mil cruzeiros”. Para se ter uma ideia, com esse valor comprava-se na época um pequeno apartamento com vista para o mar no Rio de Janeiro.

Já no ano seguinte, com o fim da guerra e o corte nos financiamentos, a “farra do boi” terminou de forma trágica. O preço do gado despencou, inúmeros fazendeiros e investidores perderam tudo o que tinham e a classe dos pecuaristas passou uma década pendurada em dívidas e penhores – até conseguir um generoso perdão do governo em 1954.

(André Borges Lopes_Uma primeira versão desse texto foi publicada da na coluna "Binóculo Reverso”do Jornal de Uberaba, em 19/01/2020

quarta-feira, 23 de outubro de 2019

JORNAL DE UBERABA, 33 ANOS A SERVIÇO DA INFORMAÇÃO

No meu artigo de hoje, escrevo sobre minha passagem com muita honra no Jornal de Uberaba, desde sua fundação no dia 7 de setembro de 1986. O JORNAL DE UBERABA iniciou suas atividades no prédio onde funcionava o Colégio Cristo Rei, depois mudou-se para o Palácio Episcopal, e em 1995, para sua sede própria, na avenida Leopoldino de Oliveira. Com muito orgulho, sou um dos fundadores do JU, onde trabalhei por muitos anos como repórter, repórter fotográfico e subeditor, cobrimos muitos acontecimentos nacionais, sempre com o aval de Fabiano Fideles, como sua grande e experiente visão jornalística, aprovava sempre nossas coberturas nos principais acontecimentos no país, principalmente as decisões de campeonatos esportivos em Belo Horizonte, São Paulo e Rio de janeiro, além da seleção brasileira.

Paulo Nogueira - Jornalista - Membro da Associação Brasileira de Jornalismo Científico.
Fui um dos primeiros jornalistas a ser convidado a integrar a equipe do jornal. Trabalhava com o Fabiano Fideles no Jornal de Brasília, como correspondente em Uberaba e na região, quando o Fabiano teve a ideia de montar um jornal diário em Uberaba. Fomos a luta e conseguimos o prédio onde funcionou o Colégio Cristo Rei. Ali ficamos por alguns anos, depois passamos para o Palácio Episcopal, onde após trabalhar algum tempo, fui para o Jornal O Triângulo, em Uberlândia, adquirido pelo Fabiano, onde trabalhei na redação como subeditor.

Posteriormente, retornei a Uberaba, para a Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro, a convite do professor Valdemar Hial, diretor na época, para ser o assessor de Comunicação da Instituição.

No esporte por exemplo há várias passagens inéditas que acontecerem comigo. Precisando vencer o Brasil em pleno Maracanã para se classificar para a Copa do Mundo da Itália de 1990, o Chile protagonizou uma das maiores farsas da história do futebol. Com sua equipe perdendo de 1 a 0 e dando adeus ao sonho de disputar o Mundial, o goleiro Roberto Rojas se aproveitou do fato de um foguete sinalizador ter sido atirado no gramado próximo a ele, tirou da luva uma gilete, e se cortou, simulando ter sido atingido pelo artefato.

Durante o tumulto, os jogadores do Chile que estavam no banco, tentaram me tirar o equipamento fotográfico, quando notaram que havia sido o único jornalista a ter clicado o lance polêmico. Retirei o filme da máquina e coloquei dentro da meia, para minha garantia, eles queriam o filme de toda maneira. A CBF solicitou as fotos e as mesmas foram colocadas no processo contra o Chile.

Outro fato, foi uma entrevista exclusiva que fizemos com o então deputado Ullisses Guimarães, que fez na época revelações bombásticas sobre a política nacional. Registramos com exclusividade a visita do então presidente Fernando Collor ao médium Chico Xavier, também as fotos foram cedidas a todas as agências noticiosas do mundo. Foram muitas as matérias exclusivas e importantes que cobrimos, que em sua maioria eram cedidas para várias agências noticiosas. 

No dia 15 de agosto de 2016, após alguns dias internado, falece Fabiano Fideles, uma perda irreparável. Sua esposa Nancy, passa ser a diretora do jornal, até abril de 2017. Nesta data, o advogado uberabense Lawrence Borges, adquire o jornal, que com muito equilíbrio, continua fazendo do JU um órgão de imprensa sério, com um só compromisso, o de bem informar, com transparência e a credibilidade. Parabéns ao Lawrence e toda sua equipe, fazendo com que o leitor esteja diariamente sempre por dentro dos principais acontecimentos da cidade, da região, do País, e, do mundo. Meu abraço ao experiente e competente editor do JU, jornalista Júlio César de Oliveira, sua equipe, e a todos os funcionários deste prestigioso órgão de imprensa que engrandece a nossa cidade. 


Paulo Nogueira - Jornalista - Membro da Associação Brasileira de Jornalismo Científico.

==========================

Fanpage: https://www.facebook.com/UberabaemFotos/

Instagram: instagram.com/uberaba_em_fotos

Cidade de Uberaba


quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

Um dos maiores laterais-direitos da história do futebol, Djalma Santos

O NOME DE BATISMO era Dejalma dos Santos, mas no futebol ficou conhecido como Djalma Santos. Nasceu em São Paulo, no dia 27 de fevereiro de 1929 e faleceu em Uberaba, minha terra amada. Morreu em 23 de julho de 2013. Estaria hoje com 90 anos. Lateral-direito que nunca foi expulso de campo. Terminou como treinador de jovens em Uberaba.

Dejalma dos Santos - Foto: Wikipédia.
Eleito pela FIFA como o maior lateral-direito de todos os tempos, tendo participado de quatro copas do mundo, 54, 58, 62(anos em que sagrou-se bi campeão mundial) e também em 66. Ídolo do Palmeiras, onde se consagrou, também jogou pela Portuguesa, no início da carreira, e pelo antigo Atlético Paranaense, já se despedindo da bola. O grande Nelson Rodrigues, um dia, escreveu sobre ele: "Djalma Santos põe, no seu arremesso lateral, toda a paixão de um Cristo Negro". Nossa saudade, nossa reverência...!


( jornalista e comentarista esportivo Fernando Antonio Vanucci Braz )


====================

Paulo Nogueira e Djalma Santos
90 anos, estaria fazendo hoje se estivesse entre nós, o zagueiro Dejalma dos Santos. No futebol, ficou conhecido como Djalma Santos. Nasceu em São Paulo, no dia 27 de fevereiro de 1929 e faleceu em Uberaba no dia 23 de julho de 2013.

(Jornalista Paulo Nogueira)


==================

 Djalma Santos e esposa Dona Esmeralda - Parque de Exposição Fernando Costa (Abcz) - Última foto em vida de Djalma Santos - 3 de maio de 2013 - Foto - Autoria: Antonio Carlos Prata.

====================

Tive a honra de entrevista-lo para o então, "Jornal dos Baixinhos" - semanário que editei no Jornal de Uberaba, quando Djalma Santos , anos 90, era professor na Escola de Futebol para crianças e adolescentes, através da Prefeitura Municipal!

( Jornalista Márcia Ribeiro Borges)

====================

A última entrevista do Djalma Santos foi no meu programa. Ademir de Meneses participou. Foi fantástico.

(Comentarista e colunista esportivo Carlos Ticha)

====================


Cidade de Uberaba