sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

LUGAR ONDE MANDA A CORRUPÇÃO, QUALQUER RESULTADO É ESPERADO

Mais uma historinha do meu sempre lembrado e saudoso amigo José Formiga do Nascimento, o mítico “Zote” que Uberaba inteira respeita, admira e reverencia. O fato aconteceu comigo, esse insignificante contador de “causos”, em meados dos anos 60, quando do recém criado Nacional Expresso e a linha Uberaba-São Paulo-Uberaba. “Zote”, segundo ele mesmo, tinha dois escritórios: um oficial, no posto que leva, até hoje, seu nome; o outro, os dois enormes bolsos das calças larga que usava, feitas, naturalmente, por encomenda. Bolsos grandes que abaixo dos joelhos. Neles, “Zote”, “guardava” documentos. Seguro de vida, seguro dos ônibus, escrituras de terrenos, fazendas, posto de gasolina, talões de cheques e, evidente, dinheiro, muito dinheiro das suas transações comerciais. Precisando recorrer a um documento importante, o mítico “Zote”, enfiava a mão e o braço calça abaixo e, solenemente, dizia –“Peraí, deixa procurar no escritório da “direita” onde tá “. Se, por ventura, não encontrava, trocava de mão e repetia:-“calma, deve t’aquí no escritório da esquerda”… Normalmente encontrava o que procurava. Certa ocasião fui apresentar-lhe – a seu pedido – , um plano de publicidade para o Nacional Expresso. Chegando ao escritório, assustei. “Zote”, ao telefone, em meio a uma pilha de papéis e, à mesa, centenas de documentos, notas de um, cinco e dez cruzeiros, esparramadas até pelo chão, notas fiscais do posto de gasolina, jogadas ao canto do escritório, enfim, uma bagunça generalizada. Pus-me a apanhar o dinheiro no chão, recolhia as notas fiscais e comecei a colocá-las em cima da mesa. “Zote”, quando viu o meu gesto, ainda no telefone, tapou a boca do aparelho e dirigiu-se a mim :

-“Para Luiz, para! Não mexa nos papéis, por favor,”.

Sem graça e surpreso com o pedido, larguei, de pronto, a minha “arrumação” e esperei que ele terminasse a ligação. Em minutos, finda a “fala”, voltou-se, educadamente prá mim e disse:

-“Trouxe o orçamento que lhe pedi?”

Respondi afirmativamente e não “aguentei” e perguntei-lhe:

-“Zote” porque ‘cê” não quis que eu arrumasse seus papéis, homem de Deus!”.

-“Arrumando nada”, respondeu. –“Cê tava era bagunçando meu escritório, moço”…

Se fez a publicidade, não me lembro, mas, se Uberaba tivesse uns DEZ “Zote”…

Bom final de semana a todos. As historinhas “zoteanas” estão acabando… ”Marquez do Cassú”.

CÂMARA RECEBE ‘RELÍQUIAS’ DEIXADAS POR FOTÓGRAFO E CINEASTA JOÃO SCHRODEN JR. UBERABA

O presente ao Legislativo foi entregue esta tarde pelo neto de Schroden Jr, Fabiano Schroden

Fabiano Schroden e  Luiz Humberto Dutra

O presidente da Câmara, Luiz Humberto Dutra (SD) recebeu no Gabinete da Presidência, na tarde de hoje, o jornalista e fotógrafo Fabiano Schroden. Na oportunidade, Dutra recebeu das mãos de Fabiano rico material, entre fotos, revistas e filmes, na intenção de ajudar a valorizar ainda mais o acervo da Câmara.
Inspirado pela vida e obra de seu avô, falecido em 1986, João Schroden Jr, que foi um dos primeiros fotógrafos-cineastas atuantes no Brasil, na década de 20 – profissional com 60 anos dedicados à fotografia e ao cinema – Fabiano iniciou sua carreira na fotografia em 1996.
Com um projeto de resgate e valorização da sua ancestralidade e história familiar, o fotógrafo curitibano veio em busca das obras de seu avô na cidade.
Para o presidente da Casa, é de suma importância a preservação do nosso passado, pois, segundo ele, “quem não tem história, não tem memória. Fabiano tem um grande interesse em nos ajudar a contar a história de Uberaba. Quando conheci seu avô eu era uma criança. João Schroden foi um excelente fotógrafo que conseguiu retratar um incêndio na Câmara, por volta dos anos 30 ou 40. Iremos colocá-la em um porta-retrato e fará parte da nossa coleção de fotografias. Tenho muito que agradecê-lo pelos presentes de hoje”, disse ele a Fabiano.
Dutra fez questão de retribuir o apreço do jornalista com um DVD, o qual conta com quase cinco  mil fotos de Uberaba. E aproveitou para divulgar o produto: “Os curiosos sobre a nossa Uberaba podem retirar esse DVD aqui mesmo na Câmara”, conclui.
A jornalista Evacira de Coraspe, que coordena projeto de memória e cultura na CMU, acompanhou o encontro.
Publicado em seg, 25/05/2015 – 19:00

REVISTA “LAVOURA E COMÉRCIO ILUSTRADO”. UBERABA

Capa da Revista “Lavoura e Comércio Ilustrado” 
Trata-se do volume nº 7 da Revista, um documento raríssimo, de elevado valor histórico e único da série que irá compor o acervo da instituição. O exemplar foi publicado em 1911 pelo tradicional jornal da cidade que levava o mesmo nome do magazine.

Capa da Revista “Lavoura e Comércio Ilustrado” de 1911. Destaque para a ilustração de uma típica fazenda de criação de Zebu e do belo Palacete de Antônio Pedro Naves, que ficava numa esquina da rua Major Eustáquio.

Acervo doado por Jorge Alberto Nabut ao Arquivo Público de Uberaba.


Fonte: Arquivo Público de Uberaba

O ZEBU NAS RELAÇÕES BRASIL & ÍNDIA: “A ÍNDIA QUE EU VI”.



Você é convidado do Museu do Zebu para visitar a 33ª Mostra – O Zebu nas relações Brasil & Índia: “A Índia que eu vi”. Serão apresentadas peças raríssimas, obras de arte e vestígios que contam a história e a cultura do Zebu sagrado na Índia e como este gado transformou a pecuária no Brasil. Não perca, o lançamento oficial da mostra do Museu do Zebu será no dia 30 de abril às 09 h.

O PIXULECO ERA O PODER MAIOR E, POR ELE, ERA TUDO EXERCIDO…

Estou no finzinho das histórias folclóricas do saudoso José Formiga do Nascimento (Zote). Começou ajudando o pai Sinomar em parquinho, depois virou consertador de bicicletas, até tornar-se num dos maiores empresários de Uberaba. Ônibus, postos de gasolina, motel, usineiro, fazendeiro e outros “eiros” mais. Se bom ou mau patrão, respeitador ( ou não) dos direitos trabalhistas aos seus funcionários, dúvidas foram colocadas (alô Olimpio !) não ouso comentar por absoluta falta de conhecimento. Atenho-me às “tiradas” dele. Engraçadas e espirituosas, por sinal. Lembro-me que, entre Ribeirão Preto (SP)a Catalão (GO), o primeiro motel sério, construído no trecho foi o de Uberaba. Quem construiu? Zote…
Para que os seus motoristas não atrasassem em escalas, Zote construiu algumas casas no “fundo” do posto. A vida rolando, os ônibus rodando, o dinheiro entrando, a empresa prosperando, Zote enriquecendo… tudo ia às mil maravilhas ! Um senhor de meia-idade, sempre bem vestido, calça de tergal com vinco bem feito, camisa de linho, manga comprida, olhos esverdeados, cabelos lisos sempre bem penteados, entrada para a calvície, Malaquias Pontes, era o “lugar tenente” de Zote. Tomava conta do “caixa”, “olheiro” dos empregados, era de uma fidelidade canina ao patrão. Com as casas construídas trás do posto, “seo” Malaquias começou a perceber que os motoristas do Nacional Expresso, estavam tendo demasiadas regalias. Começou a observar e não gostou do que viu. Certa entrada de noite, findo o expediente, Zote se preparando para ir à fazenda, foi abordado pelo Malaquias:
-“Zote, estou preocupado. Não queria falar, porém o dever me obriga. Seus motoristas estão lhe passando prá trás. Tão lhe roubando, homem !”. Zote espantou e quis saber mais.
-“Sabe, Zote, o “Zé Comprido comprou televisão novinha em folha. O “Quinca” reformou toda a mobília da sala, sofá novo, cortinas nas janelas, o “João Chicoso”, tá de fogão à gás, ocÊ num há de ver que o Chicão, tá com rapariga por conta,sô! A moçada está lhe metendo a mão, Zote!”. José Formiga, esboçou um leve sorriso no canto da boca, puxou Malaquias para um canto do pátio e, calmamente, falou baixinho no ouvido dele:
-“Incomoda não, Malaca. Tô vendo tudo, mas vou lhe dizer uma coisa: esse pessoal meu é tudo porco gordo, come pouco. ‘Cê imaginou se eu troco e coloco uma porcada magra, o que vai virar isso aqui?” O papo encerrou ali.

Luiz Gonzaga de Oliveira

PRIMEIRA SEDE ESCOLA DE PHARMACIA E ODONTOLOGIA DE UBERABA

Escola de Pharmacia e Odontologia

Fundada em 1926 pelo médico Francisco Mineiro de Lacerda, a Escola de Pharmacia e Odontologia, foi a primeira instituição de ensino superior do gênero em Uberaba. Desta escola foram diplomados profissionais odontólogos e farmacêuticos de inúmeras regiões do país e até do exterior, isto significava um grande avanço para época, uma vez que era comum a existência de profissionais práticos.
Foto: Autoria desconhecida
Fonte: Arquivo Público de Uberaba

21 DE ABRIL DE 1792: TIRADENTES É ENFORCADO NO RIO DE JANEIRO


História:


Joaquim José da Silva Xavier, conhecido por Tiradentes, nasceu na Fazenda do Pombal, Capitânia de Minas Gerais, em 1748 foi considerado mártir da independência e patrono cívico da nação.

Órfão de pai e mãe aos 11 anos de idade foi criado pelo padrinho, cirurgião, de quem aprendera noções de medicina. Foi tropeiro, mascate, minerador e médico prático.

Com pouco mais de 30 anos, assentou-se praça no posto de Alferes da Sexta Companhia do Regimento de Cavalaria Regular da Capitania de Minas Gerais. Não tinha formação escolar, porém era assíduo frequentador de livrarias no Rio de Janeiro.

A constituição americana era seu livro de bolso e, baseado nela, defendia a tese de que se o Brasil fosse um país livre e republicano, seria ainda maior que a “América”.

Preso em 10 de maio de 1789, foi condenado a morte em 1791, morreu por enforcamento, seguido de decapitação e esquartejamento, a 21 de abril de 1792.

Conheça o livro de batizados (Assento de batizados) da reg. de N. S. do Pilar, onde na página 151 consta o registro de Batismo de Tiradentes:

Tiradentes

Leia também os Autos da devassa relativa à premeditada conjuração de Minas Gerais de 1789:

http://objdigital.bn.br/acervo_digital/div_manuscritos/mss1289278/mss1289278.pdf


Fonte: Fundação Biblioteca Nacional







IGREJA SANTA RITA – (ANTES DA RESTAURAÇÃO) UBERABA

Ano:1939

Iniciou-se a construção da Igreja de Santa Rita, em 1854, pelo agente dos correios, em Uberaba, Cândido Justiniano da Lira Gama, em pagamento a uma promessa de deixar o vício do alcoolismo. A conclusão da obra aconteceu 20 anos depois, quando o templo ganhou os contornos arquitetônicos que mantém atualmente.

Por ter sido construída por iniciativa particular, a Igreja ficou abandonada até a chegada da Ordem dos Dominicanos, em Uberaba, no ano de 1881, quando passaram a celebrar seus ofícios litúrgicos, no local. Enquanto isso, esses padres construíram a monumental Igreja de São Domingos concluída em 1904, ocasião em que transferiram os cultos religiosos para a sede definitiva, deixando mais uma vez abandonada a velha igrejinha.

Sem utilização, foi se deteriorando. Em 1939, um movimento em defesa da preservação do imóvel, integrado por Gabriel Toti e outros intelectuais, resultou no tombamento, oficializado pelo SPHAN (Hoje IPHAN). No mesmo ano, deu-se início à reforma e a reinauguração aconteceu em 1941.

Na década de 1970, passou por mais um restauro, concluído em 1987. A partir dessa data, foi celebrado um convênio entre a Prefeitura Municipal de Uberaba, a Fundação Cultural e a Arquidiocese Metropolitana no qual a edificação foi transformada em Museu de Arte Sacra, aberto à visitação pública. Além dos objetos doados pela comunidade e pelos padres da cidade, o Museu manteve em seu acervo 2 bens móveis tombados pelo município: os anjos tocheiros e as indumentárias eclesiásticas.

Em 2009, a Igreja-Museu passou por um novo restauro e teve suas portas fechadas até o dia de Santa Rita, 22 de maio, quanto foi novamente entregue aos uberabenses.
Sem demérito nenhum aos outros bens culturais de Uberaba, mas a igreja de Santa Rita simboliza, charmosamente, o patrimônio cultural uberabense.


Foto: Autoria desconhecida

Fonte: Arquivo Público de Uberaba

Danilo Ferrari
Luiz H. Cellural

José Formiga do Nascimento, Zote - Uberaba

Encerro, hoje, a série Zote. Embora pareçam fantasias e ou anedotas, são crivadas da mais pura e cristalina verdade. Aliás, José Formiga do Nascimento, Zote, se não tivesse nascido, o mais justo, real e sincero , seria confeccionar um protótipo, nem que fosse de matéria plástica, tamanha a autenticidade de suas histórias. Veio-me à memória um fato religioso, de fé, igreja e devoção vivida por Zote. Seguinte: o nosso homenageado era devoto fervoroso de São Sebastião, santo trabalhador, guerreiro, batalhador e vencedor. Era se ver “apertado”, situação financeira que requeria cuidado, Zote invocava o santo. Zote era “cliente preferencial” do Banco Mercantil de Minas. “Amigo especial” do gerente Djalma Guimarães, que o socorria a qualquer hora. “Segurar um cheque por alguns dias”, “fingir de morto à duplicata vencida” e pelai. Djalma, sabia e tinha certeza que o amigo nunca iria “mancar”. Certa feita, alguns cheques estavam na “gaveta” a pedido de Zote. Só que, inesperadamente, chega à agência, um inspetor do banco e a usual conferência do “caixa”. Djalma, ficou ansioso..onde encontrar o Zote? Na fazenda? No posto? Na usina de açúcar?na empresa de ônibus? Telefona prá cá, telefona prá lá , demorou um bom tempo à encontrar o Zote.

-“Zote, meu amigo, corra aqui na agência. Estou com inspetor na casa e aqueles cheques…”
Hora e meia depois, chega o Zote, sorridente, calmo, calça abaixo da barriga, botina “mateira”, camisa prá fora da calça, chapéu de aba curta, barba por fazer, estende a mão ao amigo gerente e, folgado, perguntou:

-“E aí compadre, que foi que aconteceu?”.

Antecipando qualquer esposa, o inspetor atravessou e foi direto ao assunto:

-“Sabe, “seo”José, encontrei uns cheques emitidos pelo senhor sem cobertura e preciso solucionar essa pendência”…

Zote tirou o chapéu, coçou o couro cabeludo, pigarreou e, de pronto, começou a falar:
-“Sabe, “seo” inspetor, o Djalma é o melhor gerente que o Mercantil tem em Minas Gerais, ajuda todo mundo que precisa. Eu precisei e pedi um prazo de 3 dias para “cobrir” os cheques. Vence depois de amanhã. Num dá pro senhor esperar?”
-“Dá não, “seo” José, senão complica a vida do gerente”. ..
Foi aí então que entrou a “lábia” e o “proseado”do Zote-“
“-O senhor é católico ?”, perguntou.
A afirmativa veio em seguida.

-“Pois é. O Djalma tá me ajudando a carregar o andor de São Sebastião, há muito tempo. Saiu da Catedral, tá vendo a torre da Igreja? Desceu a praça Rui Barbosa, contornou a Notre Dame, ganhou o lado direito do casarão do Coronel Geraldino, num esforço danado, subiu comigo, segurando o andor, as escadarias da Catedral e no momento que a gente ia colocar o santo no altar, o senhor quer que eu deixe ele cair?”

O riso foi geral. O inspetor compreendeu a situação e, na 6ª.feira, conforme o combinado, Zote “cobriu” os cheques…

Luiz Gonzaga de Oliveira

OS VENCEDORES

Os Vencedores

Jânio de Freitas
Compartilhado com Guido Bilharinho

HISTÓRICO DOS CONGRESSOS EUCARÍSTICOS DIOCESANOS - UBERABA

I Congresso Eucarístico Diocesano


O I Congresso Eucarístico Diocesano foi realizado em 1949, em Uberaba, por ocasião do decênio de ordenação episcopal de Dom Alexandre G.Amaral, na festa de Cristo-Rei. Como consequência direta do evento, foi possível a arrecadação de recursos que permitiria o estabelecimento da Igreja da Adoração Perpétua e sua entrega à congregação dos sacramentinos em 1951. No mesmo ano, de modo a celebrar a fundação da igreja, foi realizado o II Congresso Eucarístico que igualmente foi decisivo para constituir no fiel povo de Uberaba o hábito da adoração ao Santíssimo. Entretanto, seria em 1961 que aconteceria a maior edição do evento, ainda sob o episcopado do grande entusiasta Dom Alexandre, visto que nesse ano se comemoravam dez anos de fundação da Igreja da Adoração Perpétua. Tal foi a dimensão desse congresso que houve grande participação de religiosos e leigos em sua preparação, com a formação de quatorze comissões. O congresso teve oração e escudos próprios e o Jornal Correio Católico promoveu concurso popular com prêmios para a escolha do hino do Congresso, o que permitiu integrar ainda mais a comunidade uberabense. Nesse mesmo sentido, os alunos de todas as escolas do município foram convidados a participarem de uma competição de redação voltada ao tema do III Congresso: Ave verum corpus natum de Maria Virgine (Salve, ó verdadeiro corpo nascido da Virgem Maria) e foram dispensados das aulas no decorrer do Congresso de modo que pudessem preencher as fileiras das igrejas nos momentos de adoração. As autoridades foram também convocadas a participarem através de uma sessão solene na Câmara Municipal na qual Dom Alexandre conclamou a participação do poder público. Todas as seis paróquias que existiam naquele momento fizeram, por determinação episcopal, seus próprios congressos eucarísticos de modo a prepararem os fieis para o Congresso Diocesano que então sucederia, através de pregações direcionadas, adorações, vinda da imagem de Nossa Senhora de Água Suja e de conferências com padres, professores e teólogos. O encerramento do Congresso deu-se com a presença do então cardeal-arcebispo de São Paulo Dom Carlos Carmelo de Vasconcelos Motta, em 29 de outubro de 1961.

Vitor Lacerda – Historiador.

HOTEL DA ESTAÇÃO - UBERABA

Hotel da Estação  

Este é o Hotel da Estação, famoso estabelecimento em Uberaba que ficava na rua Arthur Machado. Esta foto foi tirada em 1930
Foto:Autoria desconhecida
Fonte: Arquivo Público de Uberaba

SER “FICHA SUJA” É IGUAL TER MÃE NA ZONA DO MERETRÍCIO…


Continuo com o meu “baú de recordações” de Uberaba. A terrinha sempre foi pródiga em histórias, causos e lendas. O trecho da Leopoldino entre a Artur Machado à Segismundo Mendes, então… Uma passagem engraçada aconteceu no “Buraco da Onça”. Os irmãos Jeovah e Toninho Ferreira, o “Buqueta” (favor não confundir…)negociaram o bar com o saudoso e sempre simpático Romeu Ribeiro de Almeida. Alegre, solícito e prestativo, suportava bem os alguns “chatos” que freqüentam o bar (moleque ainda, o “Cebola” já ajudava o pai ). Só vendia balas, chicletes e outras guloseimas para quem ia assistir filme no “Metrópole”, na parte interna na sala de espera do cinema. A parte externa, o atendimento era normal. Dentre os fregueses assíduos, o musculoso lutador de artes marciais, Delo Gaona de Almeida, depois professor e dona de sauna. Gaona, ganhou na Loteria Federal uma “bolada”, diziam. O vendedor do bilhete, um jovem de baixa estatura, José Azevedo. Pela estatura e corpo frágil, ganhou logo apelido:”Zé Gigante”. Sempre limpinho, chapéu de aba curta, carregava, costumeiramente, um saco às costas contendo biscoitos de sal, maisena e polvilho. Não o largava em nenhuma hipótese. A “cervejada” do Gaona com os amigos, foi na rua São Miguel, claro ! “Zé Gigante” se rejubilava com a gorjeta recebida e contava para os seus outros fregueses, que a “grana tava morando no bolso do Gaona”…

Gozadores de “plantão” não faltam nos botecos da vida. Diziam que o “largo” do Gaona dera pouca recompensa ao pobre do “Zé Gigante”, que era “munheca”, “pão duro”, “mão fechada” e outros pejorativos mais. Gaona, não gostou da brincadeira. “Zé Gigante”, como de costume, naquela manhã de abril, num sábado, meio-dia, sol a pino, calor causticante, chega ao “Buraco da Onça”. Sorvia , calmamente, seu refrigerante , quando entra, pé ante pé, o “sortudo” Gaona e dá-lhe um apertado abraço pelas costas. Voz grossa e forte, anuncia:

-“E aí, Zé, cê tá espalhando que eu não lhe dei a gorgeta da Loteria, né?”.

“Zé Gigante”, assustado, chorando começa a gritar :” me larga, me larga, me larga, você quebrou, você quebrou”. Gaona, ao ouvir o estalo no franzino corpo do “Zé Gigante”, parou. Devagarinho, devagarinho, foi “soltando o Gigante” no chão e, aflito, perguntou:

-“Zezinho, desculpa eu… não queria… onde quebrou?”

Ele, livre do abraço do tamanduá, limpando as lágrimas que lhe caiam no rosto, olhar meigo, delicadamente para todos que estavam no bar, ouvissem, tristemente falou:

“-Seo Gaona, o senhor quebrou “tudinho” os biscoitos que eu custei prá comprar”..

Delo Gaona de Ameida, de saudosa memória, além de ter dado uma nova e “gorda gorgeta” ao “Zé Gigante”, presenteou-lhe com dois enormes sacos de biscoitos…



Luiz Gonzaga de Oliveira

SESMARIAS

Sesmarias

Talvez o documento mais antigo das Sesmarias da região. Pág.1
Fonte: Conselho do Patrimônio Histórico e Artístico de Uberaba

TIME DE FUTEBOL DO UBERABA SPORT CLUB


                         


Uberaba Sport Club



Imagem do time de futebol do Uberaba Sport Club publicada


no interior do Revista Lavoura e Comércio Ilustrado.


Fonte: Arquivo Público de Uberaba

quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

A MAIOR ENCHENTE JÁ REGISTRADA NA HISTÓRIA DE UBERABA, MINAS GERAIS – 18 DE NOVEMBRO DE 1996


18 de novembro de 1996


A maior enchente já registrada na história de Uberaba, Minas Gerais.


Vídeo créditos a TV Integração, afiliada Rede Globo.

DOCUMENTÁRIO MINHA TERRA MINHA HISTÓRIA – UBERABA, PRINCESA DO SERTÃO




Direção:


Alexandre Saad


Eduardo Ferreira


Roteiro


Alexandre Saad


Direção de Fotografia


Diego Aragão


Direção de Arte/Edição


Bruno Nascimento




Atores


Alexandre Saad


Carlos Fernando


João Vitor



Depoimentos


André Azevedo


Guido Bilharinho


João Araújo


Marta Casanova


Paulo Piau


Sandra Mara


Sumayra Oliveira


Thiago Ricciopro



Agradecimentos



Renato Carneiro e sua equipe de colaboradores da fazenda Zebu.


Superintendência do Arquivo Público.



Este filme foi produzido bom base no acervo do Arquivo Público de Uberaba.


Realização


Guti produções


Prefeitura de Uberaba


Fundação Cultural


Produção


Hobby Filmes


Digital Vídeo



Apoio


Arquivo Público


Tv Integração




Publicado em 1 de mar de 2015

REINAUGURAÇÃO DO MERCADO MUNICIPAL DE UBERABA EM 1993

20 de maio de 1993

Depois de anos de total abandono e descaso, o Mercado Municipal foi reformado e ampliado, sem sofrer alterações em seu padrão arquitetônico. Esta reforma foi executada na administração do Prefeito Municipal, Dr. Hugo Rodrigues da Cunha, sendo concluída pelo Prefeito Municipal, Engenheiro Luís Guaritá Neto, em 20 de maio de 1993.


(Antônio Carlos Prata)

EM MOMENTO RARO CHICO XAVIER CANTA LINDA CANÇÃO - UBERABA

Chico Xavier





Em momento raro Chico Xavier canta linda canção com suas usuais doçura e delicadeza.


(Foto do acervo pessoal de Eurípedes Higino dos Reis Xavier)

INAUGURAÇÃO DA MAIOR PARADA DE GADO ZEBU DO MUNDO – UBERABA – DÉCADA DE 1970

Parque Fernando Costa

Participaram do evento o governador mineiro Rondon Pacheco, o ministro da Agricultura, prefeitos e representantes das secretarias de Estado.

(Antonio Carlos Prata)

EM 1996 CHICO XAVIER DÁ LIÇÃO DE CIDADANIA - UBERABA

Chico Xavier


Imagens sem cortes de uma reportagem em Uberaba-MG nas eleições de 03 de Outubro de 1996, com médium Chico Xavier.

(Antonio Carlos Prata)

RECEITAS PARA VIVER MELHOR COM CHICO XAVIER - UBERABA


Chico Xavier


Reportagem rara e gostosa com e sobre Chico Xavier

Programa Terra Minas – Como viveu Chico Xavier?


Quer resolver os seus problemas? Começe resolvendo os dos outros!

Importância da assistência espiritual e física aos outros

Confira as receitas para a corpo e para a alma de Chico Xavier





CHICO XAVIER COM CHICO XAVIER EM 1971 CASO DO AVIÃO COM MUITO HUMOR

                                                                    Chico Xavier

Pinga Fogo com Chico Xavier em 1971 – Caso do Avião – com muito humor...


“Cala a boca e morra com educação”…

22 DE ABRIL DE 1500: ESQUADRA DE PEDRO ALVARES CABRAL CHEGA AO BRASIL


, PEDRO ALVARES CABRAL






A chegada da esquadra portuguesa na costa brasileira foi relatada ao Rei de Portugal por Pero Vaz de Caminha em carta :


” Senhor:


Posto que o Capitão-mor desta vossa frota, e assim os outros capitães escrevam a Vossa Alteza a nova do achamento desta vossa terra nova, que ora nesta navegação se achou, não deixarei também de dar disso minha conta a Vossa Alteza, assim como eu melhor puder, ainda que — para o bem contar e falar — o saiba pior que todos fazer…


E assim seguimos nosso caminho, por este mar, de longo, até que, terça-feira das Oitavas de Páscoa, que foram 21 dias de abril, estando da dita Ilha obra de 660 ou 670 léguas, segundo os pilotos diziam, topamos alguns sinais de terra, os quais eram muita quantidade de ervas compridas, a que os mareantes chamam botelho, assim como outras a que dão o nome de rabo-de-asno. E quarta-feira seguinte, pela manhã, topamos aves a que chamam fura-buxos.


Neste dia, a horas de véspera, houvemos vista de terra! Primeiramente dum grande monte, mui alto e redondo; e doutras serras mais baixas ao sul dele; e de terra chã, com grandes arvoredos: ao monte alto o capitão pôs nome – o Monte Pascoal e à terra – a Terra da Vera Cruz…


Dali avistamos homens que andavam pela praia, obra de sete ou oito, segundo disseram os navios pequenos, por chegarem primeiro… Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes cobrisse suas vergonhas…


Então lançamos fora os batéis e esquifes, e vieram logo todos os capitães das naus a esta nau do Capitão-mor, onde falaram entre si. E o Capitão-mor mandou em terra no batel a Nicolau Coelho para ver aquele rio. E tanto que ele começou de ir para lá, acudiram pela praia homens, quando aos dois, quando aos três, de maneira que, ao chegar o batel à boca do rio, já ali havia dezoito ou vinte homens. Eram pardos, todos nus, sem coisa alguma que lhes cobrisse suas vergonhas. Nas mãos traziam arcos com suas setas. Vinham todos rijos sobre o batel; e Nicolau Coelho lhes fez sinal que pousassem os arcos. E eles os pousaram…


Um deles trazia um arco e seis ou sete setas; e na praia andavam muitos com seus arcos e setas; mas de nada lhes serviram. Trouxe-os logo, já de noite, ao Capitão, em cuja nau foram recebidos com muito prazer e festa.


A feição deles é serem pardos, maneira de avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem-feitos. Andam nus, sem nenhuma cobertura. Nem estimam de cobrir ou de mostrar suas vergonhas; e nisso têm tanta inocência como em mostrar o rosto. Ambos traziam os beiços de baixo furados e metidos neles seus ossos brancos e verdadeiros, de comprimento duma mão travessa, da grossura dum fuso de algodão, agudos na ponta como um furador. Metem-nos pela parte de dentro do beiço; e a parte que lhes fica entre o beiço e os dentes é feita como roque de xadrez, ali encaixado de tal sorte que não os molesta, nem os estorva no falar, no comer ou no beber…”


Leia a transcrição da carta de Pero Vaz caminha ao rei de Portugal:




Conheça a carta manuscrita por Caminha:




Leia mais sobre a vida de Pedro Alvares Cabral:




Entenda um pouco da história do Brasil no livro História do Brasil [Manuscrito], Salvador, Vicente do. Bahia : [s.n.], 1624:




Fonte:Fundação Biblioteca Nacional

PRAÇA RUI BARBOSA - UBERABA

Praça Rui Barbosa
Década de 1970


Foto: Autoria desconhecida


Foto: Arquivo Público de Uberaba


Cidade de Uberaba

UM NOVO BRASIL



Onde vamos parar com tanta corrupção! Ela está por todo lado e as consequências vão se tornando cada vez mais visíveis. As denúncias de projetos superfaturados, de construções mal feitas, de desvios públicos, de pontes que caem matando pessoas, de asfalto sem resistência etc. A população vai perdendo a esperança porque está sendo ludibriada a todo momento e sofrendo com tudo isso.

Dentro desse emaranhado de práticas desonestas e injustas para com o país e toda a sua população, fica até difícil falar de um novo Brasil. Jesus falava da construção de uma nova humanidade, mas que dependia de abertura para a prática da Palavra inspirada, que supõe a produção de frutos de qualidade na comunidade. Isso é impossível acontecer no meio de atos desonestos e egoístas.

Enquanto as pessoas, principalmente autoridades, quem tem poder de decisão, tem poder econômico, poder político, não derem primazia para a verdade, os rumos da nação não serão mudados. A Palavra de Deus está centrada nos princípios da autenticidade e do bem comum. Palavra que deve tocar os corações e tirar as maldades que não deixam a natureza cumprir sua missão.

Falta no país uma experiência concreta de fé. Sem isto a pessoa não consegue entender a dimensão profunda do amor e da coletividade nos negócios. Reina o individualismo, que prioriza atos interesseiros, egoístas e com forte atitude de diabólica esperteza. Até parece que vencem os mais espertos, jogando por terra todos os princípios necessários para construir uma sociedade com dignidade.

A proposta cristã da Palavra de Deus não está conseguindo espaço de irradiação. Ela não consegue atingir os corações, ficando um vazio ocioso, facilitando a ação do mal que, por sua vez, vai sendo endeusado, destruindo a dignidade das pessoas. Por isto há necessidade de uma nova criação, onde não deve existir lugar para a maldade. É um caminho que precisa ser construído com urgência.

Pensar num novo Brasil significa reforçar as nossas esperanças, confiar em Deus e trabalhar para dar um voto o mais consciente possível durante as eleições, porque as mudanças dependem muito das atitudes de nossas lideranças políticas. A política não pode se tornar refém do poder econômico, mas cumprir sua missão de organizar a sociedade de forma coerente e harmônica.



Dom Paulo Mendes Peixoto
Arcebispo de Uberaba.

UM PAÍS SEM EDUCAÇÃO, É UM PAÍS FADADO AO FRACASSO

A Exposição de zebu, está chegando… ao contrário de que vários contistas escrevem , a “epopéia do zebu da raça indiana”, não começou em Uberaba nem com os fazendeiros da terrinha. A grande aventura iniciou-se no estado do Rio de Janeiro, mais propriamente em Porto Novo do Cunha, divisa de Minas, na zona da Mata, com um rico proprietário de terras. O Barão do Paraná. Ele, em passeio pela Europa, na Inglaterra, viu numa exposição em Londres, um exemplar zebuíno, vindo das Índias. Ficou impressionado com o porte, a rusticidade e a beleza do animal e pensou: “essa raça pode dar certo no Brasil”. No retorno ao nosso país, uma das suas primeiras providências foi acionar amigos e companheiros e, das Índias, importar o gado indiano que tanto lhe impressionara.

No final do século XIX, o fazendeiro João Caxuxa ( ou Cachucha?), apelidado “Fecha Porteira”, natural de Monte Alegre de Minas, trouxe alguns bois importados das Índias para Uberaba, negociando-os com as famílias Gomes, Delfino e Belarmino. Depois dessa primeira transação é que começou, verdadeiramente, a corrida pela importação do boi zebu.

Uberabenses foram mais de 30 vezes às Indias. O saudoso e , infelizmente, pouco lembrado, dr.Moacir Medina Coeli (pronuncia-se !Tcheli”), primeiro Diretor da Faculdade de Direito de Uberaba, meu professor e grande advogado, escreveu um bem elaborado trabalho sobre a saga dos fazendeiros uberabenses à importação do zebu, conta que o primeiro triangulino a ir atrás da novidade, o araguarino Teófilo de Godoy, em 1906. Depois, em 1908, um francês aqui radicado, Alberto Parton, seguido de um ilustre uberabense, dr. Alaor Prata Soares e mais tarde Armel de Miranda, fizeram a mesma viagem..

Registra também a história que o dr.Felipe Achê, engenheiro aqui residente, , visitou as Índias e trouxe gado zebu para o governo de Minas, bem como para a firma uberabense Alexandre Campos e Cia, dona do serviço telefônico da cidade (C, hoje ALGAR TELECOM).

Na primeira exposição agropecuária de Uberaba, em 3 de maio de 1911, desfilaram os exemplares indianos , causando alegria aos fazendeiros e a natural expectativa dos criadores da região. Daí em diante e por alguns anos, sucederam-se as grandes caravanas formadas por ricos fazendeiros da região, em busca do animal que, pelo porte, peso, linhagem e rusticidade, iria dar à Uberaba, o pomposo título de “capital mundial do zebu”. As longas viagens às Indias aconteceram, praticamente, até quase ao final dos anos 30 do século passado. Adaptado ao nosso clima , solo e pastagem, o gado indiano ganhou excelentes cruzamentos, experimentos dos nossos criadores, advindo, então, a grande fama do criatório zebuíno para Uberaba.


Luiz Gonzaga de Oliveira

MACACO QUE MUITO MEXE, QUER CHUMBO. E DO GROSSO


Nesses dias, fugir do assunto Exposição Nacional do Gado Zebu, é negar o óbvio. É difícil morar na “terra do zebu”, sem falar naquela que, outrora, (que saudade, Deus meu !)foi a melhor festa zebuína existente no Brasil ! Todos concordam que ela já foi melhor. Já teve mais gente à visitá-la. Mais calor humano. Mais “fofocas” e “tititis”. Nem tanto grandes negócios. Hoje a tecnologia impera. Leilões presenciais cedeu lugar aos leilões virtuais.

No plano político, a dimensão das noticias da Exposição, em épocas passadas, ganhavam peso e notoriedade, assim como no aspecto social da festa. Quem não se lembra dos grandes bailes , o do “Presidente”, no falecido Jockey Club da praça Ruy Barbosa? Orquestra de renome nacional, artistas consagrados, o mundo social brasileiro presente. No Uberaba Tenis, que teima em viver, o baile do “Governador”, era sucesso absoluto. A disputa pela primazia da melhor festa entre Jockey e UTC, movimentava as colunas sociais do “Lavoura”, com o saudoso Netinho (“Galileu”) e Joel Lóes e depois Paulo Silva, ambos de saudosa memória, no “Correio Católico”. Fotos de Ricardo Prieto, vivo e são, em S.Paulo, enfeitavam os jornais não apenas locais, de resto, de todo o Brasil. De 3 a 10 de maio, Uberaba era o centro de atenção nacional.O chique das moçoilas casadoiras da cidade, aliados aos “summers” e “Black-ties” dos jovens da terra, faziam inveja a qualquer grande baile do Copacabana Palace, do Rio de Janeiro.

O imortal Presidente Getúlio Vargas, vinha e ficava para pernoitar na cidade. Seus grandes anfitriões , Adalberto e Marico Rodrigues da Cunha, se desmanchavam em cuidados para receber bem o Grande Chefe da nação. Adalberto R.Cunha, presidente da Sociedade Rural, antecessora da ABCZ, construiu no seu palacete , Leopoldino de Oliveira, defronte à Guilherme Ferreira,uma sacada no andar superior para que Getúlio saudasse os milhares de visitantes e uberabenses que se postavam à frente da residência, para ver Getúlio e receber dele, pelo menos um aceno de mão, gesto característico do então Presidente. Getúlio, nunca faltou na inauguração. Era tradição. Juscelino Kubistcheck, outro presidente que marcou época. O cerimonial da Presidência, não marcava outro evento, nos dias 3 e 4 de maio a não ser Uberaba. Marico e Adalberto R. Cunha, nas suas belíssimas residências, eram os eternos anfitriões. Dançarino dos bons, JK. Presidente bossa-nova, mal a orquestra começava a tocar e lá ia o “pé de valsa” tirar para a contra-dança uma das mocinhas bonitas da festa. No UTC, a mesma pompa. Presenças marcantes de governadores de outros estados, deputados.prefeitos da região. As grandes revistas da época, “Manchete” e “O Cruzeiro”, traziam grandes reportagens da “festa da Exposição de Uberaba”. Fotos de primeira página, mostravam Getúlio “marcando”boi, JK em ônibus de estudantes, Magalhães Pinto, governador, abraçando o Pelé, do mercadão…




Luiz Gonzaga de Oliveira

RUA ARTUR MACHADO - UBERABA

Década: 1930

A rua Artur Machado “começa na Praça Rui Barbosa e finaliza na Praça Siqueira Campos, pertencendo à Colina da Matriz e aos Altos dos Estados Unidos e da Estação da Mogiana. É a mais importante da cidade, inteiramente calçada a paralelepípedos. Dela, partem à direita, a avenida Leopoldino de Oliveira, as ruas Alaor Prata e Doutor Lauro Borges, a avenida João Pessoa, a ladeira dos Estados Unidos, é atravessada pela rua Padre Zeferino; passa ao fundo da Praça Afonso Pena. A esquerda, em frente a rua Alaor Prata, tem início a Saldanha Marinho, e em frente a avenida João Pessoa à rua Dr. João Caetano.

Desde os primórdios de Uberaba se conheceu pelo nome de rua do Comércio. Em meados do século próximo findo* era a rua do ‘Fogo’, onde se concentrava, de preferência, o povo farrista, separado assim, do que ficava à rua Grande, de viver pacato.

Em 1889, perdeu a denominação de rua do ‘Comércio’ e tomou a de ‘Barão de Ataliba’. Em 1894 voltou a chamar-se ‘Comércio’, e em 1916, Rua ‘Artur Machado’, em homenagem ao Cel. Artur Batista Machado, eminente chefe político uberabense.

O trecho de entre as praças Afonso Pena (Gameleira) e Siqueira Campos, se conhece por ladeira da Estação” (PONTES, 1978, p.279). Recebeu ainda outros nomes: Rua Baixa, Rua do Centro.

A atual rua Artur Machado, começa na praça Rui Barbosa e finaliza no bairro Boa Vista, na rua Azevedo Costa.


(Arquivo Público de Uberaba)

NUNCA MENOSPREZE O ADVERSÁRIO; ELE PODE LEVÁ-LO A UMA DERROTA ACACHAPANTE.

Algumas considerações sobre a Expo-16, que está na metade. Inegável a ABCZ promover um evento de tamanha envergadura e o realiza com o mais absoluto talento. Atentar para os fatores econômicos e sociais, correto. Foi-se a época que o zebu era tido como troféu. Hoje, mais que nunca, sua função maior é produzir alimentos, daí a necessidade do melhoramento genético, matrizes de alta qualidade, assim como os reprodutores, que representam fertilidade e produtividade. Sem medo de errar em conceito, digo que a Expozebu de Uberaba, é a mais lídima vitrine que o fazendeiro tem para mostrar a evolução do seu rebanho. O surgimento das centrais de inseminação, sexagem, transferência de embriões, objetivando melhoramento da raça em tempo mais curto,custos menores e avanço ao tempo do abate, realmente, transformaram o perfil da pecuária nacional.
Entendo, porém, que, todo o avanço tecnológico que carreia a festa de maio, em Uberaba, não pode perder a sua característica de festa popular. É fora de dúvida que o cidadão comum, o uberabense simples e os visitantes que aqui aportam, sempre amaram de todo coração, a Exposição e suas atrações artísticas. O povo é que movimenta a venda nos “stands”, nas barraquinhas,no carrinho de sorvete, na vareta da “maçã do amor”, bares, quiosques, churrascarias e até então, a “boate” que funcionava no parque… O “não” fazendeiro estava acostumado com os “shows” de Ivete Sangalo, Só Prá Contrariar, Rio Negro e Solimões, Trio Parada Dura, Daniela Mercury, Sandy e Júnior, Zeca Pagodinho, Fábio Jr., Leonardo, Daniel, Sérgio Reis, Zezé de Camargo e Luciano, Cristian e Ralf, Chitãozinho e Chororó, nomes famosos do cancioneiro popular brasileiro, como se não bastasse as sempre aguardadas apresentações da “Esquadrilha da Fumaça”, da “Banda dos Fuzileiros Navais”, “Orquestra Sinfônica de Minas Gerais” e muitas surpresas que os organizadores ofereciam aos frequentadores do parque…
Que continue a elite dos grandes e ricos criadores movimentando milhares de reais em leilões milionários, presencial ou virtual nos tatersais da cidade e transmitidos pelos canais de TV especializados, mostrados para todas as Américas e que sejam muito felizes em seus negócios. Mas, por favor, deixem também o “povão” se divertir na festa… o uberabense ama a Exposição!

Luiz Gonzaga de Oliveira