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sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

LUGAR ONDE MANDA A CORRUPÇÃO, QUALQUER RESULTADO É ESPERADO

Mais uma historinha do meu sempre lembrado e saudoso amigo José Formiga do Nascimento, o mítico “Zote” que Uberaba inteira respeita, admira e reverencia. O fato aconteceu comigo, esse insignificante contador de “causos”, em meados dos anos 60, quando do recém criado Nacional Expresso e a linha Uberaba-São Paulo-Uberaba. “Zote”, segundo ele mesmo, tinha dois escritórios: um oficial, no posto que leva, até hoje, seu nome; o outro, os dois enormes bolsos das calças larga que usava, feitas, naturalmente, por encomenda. Bolsos grandes que abaixo dos joelhos. Neles, “Zote”, “guardava” documentos. Seguro de vida, seguro dos ônibus, escrituras de terrenos, fazendas, posto de gasolina, talões de cheques e, evidente, dinheiro, muito dinheiro das suas transações comerciais. Precisando recorrer a um documento importante, o mítico “Zote”, enfiava a mão e o braço calça abaixo e, solenemente, dizia –“Peraí, deixa procurar no escritório da “direita” onde tá “. Se, por ventura, não encontrava, trocava de mão e repetia:-“calma, deve t’aquí no escritório da esquerda”… Normalmente encontrava o que procurava. Certa ocasião fui apresentar-lhe – a seu pedido – , um plano de publicidade para o Nacional Expresso. Chegando ao escritório, assustei. “Zote”, ao telefone, em meio a uma pilha de papéis e, à mesa, centenas de documentos, notas de um, cinco e dez cruzeiros, esparramadas até pelo chão, notas fiscais do posto de gasolina, jogadas ao canto do escritório, enfim, uma bagunça generalizada. Pus-me a apanhar o dinheiro no chão, recolhia as notas fiscais e comecei a colocá-las em cima da mesa. “Zote”, quando viu o meu gesto, ainda no telefone, tapou a boca do aparelho e dirigiu-se a mim :

-“Para Luiz, para! Não mexa nos papéis, por favor,”.

Sem graça e surpreso com o pedido, larguei, de pronto, a minha “arrumação” e esperei que ele terminasse a ligação. Em minutos, finda a “fala”, voltou-se, educadamente prá mim e disse:

-“Trouxe o orçamento que lhe pedi?”

Respondi afirmativamente e não “aguentei” e perguntei-lhe:

-“Zote” porque ‘cê” não quis que eu arrumasse seus papéis, homem de Deus!”.

-“Arrumando nada”, respondeu. –“Cê tava era bagunçando meu escritório, moço”…

Se fez a publicidade, não me lembro, mas, se Uberaba tivesse uns DEZ “Zote”…

Bom final de semana a todos. As historinhas “zoteanas” estão acabando… ”Marquez do Cassú”.