quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

MACACO QUE MUITO MEXE, QUER CHUMBO. E DO GROSSO


Nesses dias, fugir do assunto Exposição Nacional do Gado Zebu, é negar o óbvio. É difícil morar na “terra do zebu”, sem falar naquela que, outrora, (que saudade, Deus meu !)foi a melhor festa zebuína existente no Brasil ! Todos concordam que ela já foi melhor. Já teve mais gente à visitá-la. Mais calor humano. Mais “fofocas” e “tititis”. Nem tanto grandes negócios. Hoje a tecnologia impera. Leilões presenciais cedeu lugar aos leilões virtuais.

No plano político, a dimensão das noticias da Exposição, em épocas passadas, ganhavam peso e notoriedade, assim como no aspecto social da festa. Quem não se lembra dos grandes bailes , o do “Presidente”, no falecido Jockey Club da praça Ruy Barbosa? Orquestra de renome nacional, artistas consagrados, o mundo social brasileiro presente. No Uberaba Tenis, que teima em viver, o baile do “Governador”, era sucesso absoluto. A disputa pela primazia da melhor festa entre Jockey e UTC, movimentava as colunas sociais do “Lavoura”, com o saudoso Netinho (“Galileu”) e Joel Lóes e depois Paulo Silva, ambos de saudosa memória, no “Correio Católico”. Fotos de Ricardo Prieto, vivo e são, em S.Paulo, enfeitavam os jornais não apenas locais, de resto, de todo o Brasil. De 3 a 10 de maio, Uberaba era o centro de atenção nacional.O chique das moçoilas casadoiras da cidade, aliados aos “summers” e “Black-ties” dos jovens da terra, faziam inveja a qualquer grande baile do Copacabana Palace, do Rio de Janeiro.

O imortal Presidente Getúlio Vargas, vinha e ficava para pernoitar na cidade. Seus grandes anfitriões , Adalberto e Marico Rodrigues da Cunha, se desmanchavam em cuidados para receber bem o Grande Chefe da nação. Adalberto R.Cunha, presidente da Sociedade Rural, antecessora da ABCZ, construiu no seu palacete , Leopoldino de Oliveira, defronte à Guilherme Ferreira,uma sacada no andar superior para que Getúlio saudasse os milhares de visitantes e uberabenses que se postavam à frente da residência, para ver Getúlio e receber dele, pelo menos um aceno de mão, gesto característico do então Presidente. Getúlio, nunca faltou na inauguração. Era tradição. Juscelino Kubistcheck, outro presidente que marcou época. O cerimonial da Presidência, não marcava outro evento, nos dias 3 e 4 de maio a não ser Uberaba. Marico e Adalberto R. Cunha, nas suas belíssimas residências, eram os eternos anfitriões. Dançarino dos bons, JK. Presidente bossa-nova, mal a orquestra começava a tocar e lá ia o “pé de valsa” tirar para a contra-dança uma das mocinhas bonitas da festa. No UTC, a mesma pompa. Presenças marcantes de governadores de outros estados, deputados.prefeitos da região. As grandes revistas da época, “Manchete” e “O Cruzeiro”, traziam grandes reportagens da “festa da Exposição de Uberaba”. Fotos de primeira página, mostravam Getúlio “marcando”boi, JK em ônibus de estudantes, Magalhães Pinto, governador, abraçando o Pelé, do mercadão…




Luiz Gonzaga de Oliveira