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terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

A VINDA DA FOSFÉRTIL PARA UBERABA

(As coisas andam tão ruins em Uberaba que estou perdendo a vontade de protestar)

1975, auge do regime militar. Prisões acontecendo em todo o Brasil. Uberaba, a nossa terra mãe, o aprisionamento se dava de forma diferente. Um governo estadual ostensivamente hostil , comandado pelo uberlandense Rondon Pacheco, de triste memória, fazia o possível e o impossível, descaradamente, à prejudicar o lento desenvolvimento da cidade . Benefícios maiores, conquistas definitivas, eram carreados, sem dó e piedade, a cidade de Rondon . Indústrias, escolas, estradas, verbas públicas, saneamento, oportunidade de negócios, fluíam numa só direção: exatamente 102 kms. da ex-“capital do Triângulo’...

Uberaba, completamente órfã. Sem representantes aliados ao governo revolucionário, nos restava políticos da oposição(MDB), sem forças que pudessem “brigar” pela santa terrinha. Por mais que se esforçassem, eram tolhidos nos seus preitos. Vivíamos na mais completo abandono, apesar da boa vontade e seriedade administrativa do prefeito Hugo R. da Cunha. Sem apoio nas esferas maiores, era impotente para conter a onda avassaladora de favores colhidos para Uberlândia, cidade do governador Rondon Pacheco.

Luta covardemente desigual. Uma cidade com “ capa e espada”, lâmina afiada, ferina; outra, com uma faca de cozinha, pequena e em corte. Foi quando, luminosamente, a estrela divina se fez presente. Uberaba, pode enxergar uma luz no fim do túnel. Hugo Rodrigues da Cunha, sabia. Embora da elite oligárquica da cidade, aliado da Revolução/64, numa radiosa manhã de abril, recebeu a confirmação da notícia que guardava a 7 chaves : Uberaba ia ganhar uma importante indústria química, produtora de fertilizantes. Mineiramente calado, ele segredou a noticia com receio de Rondon ter ciência e atrapalhar o empreendimento. Ele sempre ódio Uberaba...Era uma “fábrica de fábricas”!

A Valefértil, subsidiária da Petrobras, unidade nitrogenada, seria instalada aqui na terrinha ! Quando soube da decisão governamental, Rondon, “roeu unhas”, “desgrenhou os cabelos”. Quis agir. Era tarde. As jazidas de fosfato de Tapira e Araxá, iriam abastecer a futura planta. Projeto do mineroduto concluído, inicio da construção . A área, às margens do rio Grande, água em abundância. Nada mais poderia impedir a grande conquista ! Uberaba respirava aliviada. Finalmente, a Revolução/64, premiava nossa terra-mãe !

A CDI ((Cia. Distritos Industriais-MG), preparava-se para o levantamento topográfico da área Tecnicos, engenheiros, agrimensores, topógrafos e outros profissionais, foram chegando. Um fato curioso aconteceu. O prefeito de Sacramento(MG)), era homônimo do prefeito de Uberaba. Também Hugo Rodrigue da Cunha...Ao receber uma correspondência endereçada “confidencial” da Presidência da República, extraviada, Hugo sacramentano, exultou de alegria. Ao ler o conteúdo, caiu em perdidas lágrimas, a carta era para o Rodrigues da Cunha, de Uberaba.

Ressalto, por dever de justiça, a atuação do engenheiro Wagner Nascimento, funcionário da CDI-MG, encarregado de acompanhar os técnicos belorizontinos no levantamento preliminar do local da futura fábrica. Wagner, atuou com um profissionalismo exemplar. A equipe de trabalho passou por maus momentos nas barrancas mineiras do rio Grande...

Decidida e sacramentada a instalação da fábrica nas barrancas do rio Grande, o prefeito Hugo Rodrigues da Cunha, com autorização da Câmara municipal ( nos anos 70, vereador trabalhava com espírito de cidadania, não era remunerado e muito menos tinha um bando de assessores), criou o Distrito Industrial 3 para abrigar não só a Fosfértil, como também as demais misturadoras que, inexoravelmente, como de fato aconteceu, alí iriam se instalar. Fosse melhor o trabalho de persuasão e “venda” da fábrica, muitas outras misturadoras, por certo, teriam vindo. Pena...

O programa do Governo Revolucionário/64, o badalado “PoloCentro”, chegava na região dos cerrados, terras extremamente pobres em vegetação, no jargão caboclo onde só florescia “ lobeira e calango”. Uma fábrica de fertilizantes viria cobrir essa lacuna no solo inapropriado para a agricultura, tornando-o mais produtivo. Fator de desenvolvimento para a nossa região, mas, se estenderia em todo o Brasil Central, como de fato aconteceu.

O “casamento” insumos agrícolas e fertilidade das terras em função do “PoloCentro”, resultou no extraordinário desenvolvimento do setor agroindustrial que o Brasil, hoje, experimenta. A chegada dos técnicos mineiros, ciceroneados pelo engenheiro da CDI-MG, Wagner Nascimento, foi acompanhada de peripécias incríveis . Fazendas enormes, terras agricultáveis, proprietários antigos- de pai para filho-, arraigados a velhos costumes, desconhecendo o enorme progresso que estava chegando para Uberaba, e daí a nossa redenção industrial, tentaram impedir, por todas as formas, meios e armas, o levantamento topográfico da área a ser desapropriada...

Os donos das terras, fazendeiros honestos e decididos, acompanhados de seus capatazes e valentes peões, faziam “ piquetes” à impedir o trabalho daquele “pessoal estranho”, invadindo suas terras seculares... –“Onde já se viu, desmanchar os currais, acabar com a nossa roça, desativar os alambiques, onde se fazia nossa inigualável cachaça?”, lamentavam , raivosamente, os donos das terras. Espingardas ”cano longo”, “treizoitão” carregado de balas, azeitado, esparramando tiros prá cima, à afugentar aqueles “ intrusos”...

Conhecendo os fazendeiros, Wagner Nascimento, com seu jeitão simples, humilde, educado, bons argumentos, foi explicando , um a um, o que representava a fábrica para Uberaba. Em curto espaço de tempo, ligeiramente conformados, aquiesceram em fornecer informações, documentos da área, discutiram valores da desapropriação, forma de pagamento e etc...

A terrinha ganhou vida nova ! Comercio, indústria, prestadoras de serviço, passaram a abastecer a obra. Mão de obra local, ganhou fôlego. Os primeiros funcionários da Petrobras, chegavam a cidade. Locação de imóveis, em grande demanda. A primeira residência locada, a do casal Zilma Bugiato-Rubens Faria ,na avenida Santos Dumont. Primeiro locador, o engenheiro George Pedersen, encarregado das primeiras obras no DI- 3.

Uberaba com a Fosfértil, era alegria plena ! Ressurgiu o progresso. Veio a privatização. O ‘slogan” “Fábrica de fábricas”, continuou. O DI-3, realidade saudável. Aumentou o incentivo ao campo, novas tecnologias aplicadas. Sem favor algum, Uberaba tornou-se o maior polo químico da América do Sul ! Graças a Deus, estamos às margens do benemérito Rio Grande. Senão....

Qualquer outra história, não passa de ficção... 


(Luiz Gonzaga Oliveira)


Cidade de Uberaba

segunda-feira, 2 de setembro de 2019

JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA – CIDADÃO UBERABENSE.

Em pleno amanhecer de um domingo de maio de 1973, três pessoas se apresentam na residência do Prefeito Hugo Rodrigues da Cunha que levantou às pressas para atender o Presidente da Câmara Municipal de Uberaba, Álvaro Diniz de Deus, acompanhado de dois empresários mineiros que, impacientes, esperavam o sol nascer.

Eram eles, Ivan Muller Botelho, proprietário da empresa de energia elétrica “Cataguases-Leopoldinense” e José Alencar Gomes da Silva, presidente da “Coteminas”.

O assunto, importante e urgente, era a possibilidade de transferência de uma indústria de aglomerados já em fase de instalação na cidade de Ubá. A continuidade da implantação havia se tornado inviável pela impossibilidade de se ter um único contrato de fornecimento de madeira. As florestas daquela região era áreas de minifúndio, com mais de 600 proprietários.

Uberaba foi uma das quatro cidades lembradas para sedar esta empresa, concorrendo com Curvelo, Corinto e Uberlândia.

José Alencar - Foto/Reprodução.

José Alencar contava, com ar de seriedade, que Hugo os convenceu que Uberaba era o “centro do mundo” e que, só mais tarde, descobriram que “todo lugar era o centro do mundo já que a terra era redonda”.

Antes de decorrer trinta dias, Uberaba foi escolhida pelos empresários e pelo BDMG, banco financiador deste projeto, para a implantação desta indústria.

A empresa de reflorestamento de Uberaba, “Triflora”, da qual éramos diretor administrativo e tinha como sócios, entre outros, Hugo Rodrigues da Cunha, Joaquim dos Santos Martins, José Miguel Árabe, Leo Derenusson e Ítalo Delalíbera, assinou um contrato de fornecimento de madeira e subscreveu parte do capital da nova empresa.

Assim nasceu a “Minasplac”, a primeira grande indústria a se instalar no DI-I, ocupando uma área de 100.000 m2, com investimentos em torno de 25 milhões de dólares. Na década de 1980 o controle acionário desta empresa foi transferido para o grupo “Formiplac” que, por sua vez, o transferiu para a “Satipel”. Atualmente, sob o controle do Banco Itaú, tem o nome de “Duratex”.

Em setembro de 1990, já como presidente da FIEMG – Federação das Indústrias de Minas Gerais, José Alencar, demonstrando seu carinho por Uberaba, promoveu, na Casa do Folclore, o I Congresso Pró-Modernização das Estradas Regionais, contando com o apoio da ACIU – Associação Comercial e Industrial de Uberaba e da Prefeitura Municipal.

Durante sua gestão na “FIEMG”, de 1988/2004, além de criar o título de “Operário/Padrão”, ampliou a presença do Sesiminas em 220 municípios e a do Senai, em 80.

Elevou o número de Sindicatos de 52 para 130. Uberaba contribuiu com 10% deste acréscimo com a criação de 9 sindicatos patronais, graças aos esforços de seu delegado em Uberaba, José Vitor Aragão. Até então existiam apenas dois sindicatos, o da Mecânica e o da Alimentação.

Neste período, na reestruturação do CIGRA-Centro das Indústrias do Vale do Rio Grande, do qual éramos presidente, José Alencar viabilizou os recursos necessários para que esta entidade tivesse vida própria.

Ainda como Presidente da FIEMG, construiu em Uberaba o “Clube do Trabalhador” através do SESI de Minas Gerais e que leva o seu nome, em justa homenagem.

Através do SENAI viabilizou a construção de uma escola de confecções, fruto do trabalho da diretoria do Sindicato local, liderado pelo então Presidente Tião Silva. Dezenas de turmas com centenas de alunos já se formaram através desta escola.

Foi um período de grande intensidade cultural. Frequentemente Uberaba recebia artistas de todos os segmentos pertencentes ao quadro do SESI em Belo Horizonte. Foi nesta época que se inaugurou na capital mineira, o Teatro “Nansen Araújo”, homenagem prestada ao ex-presidente da FIEMG, oportunidade em que um grupo de catireiros foi por nós enviado à capital, para ter a honra de inaugurar um de seus palcos.

José Alencar é cidadão uberabense. Em 17 de outubro de 1976, então com 45 anos, por iniciativa do vereador Homero Vieira de Freitas, a Câmara Municipal de Uberaba lhe outorgou este título no dia de seu aniversário.

Nascido em Muriaé, MG, em 17 de outubro de 1931, em uma família de 15 irmãos, José Alencar era o 11º. Começou a trabalhar aos 7 anos de idade, ajudando o pai na loja.

Aos 14, em 1945, anos saiu de casa e foi trabalhar em outras lojas nas cidades de Mirai e Caratinga. Foi nesta última cidade que, aos 18 anos, em 1950, com a ajuda financeira de seu irmão Geraldo Gomes da Silva, consegue criar sua própria loja, a “Queimadora” e que durou até 1953, época em que criou uma indústria de macarrão em sociedade com outros três parceiros.

Com o falecimento de seus pais e de seu irmão Geraldo, mudou-se para Ubá em 1960. Em 1963 cria a empresa “Cia. Industrial de Roupas Cometa” que mais tarde tem seu nome alterado para “Wembley”. Uberaba chegou a ter uma loja desta empresa.

Em 1975, inaugurou em Montes Claros, a “Coteminas”, localizada na área da Sudene. Em 1984 comprou a Seridó, a maior indústria de confecções do Nordeste.

Entre 1992 e 2004, a produção têxtil pulou de 15.000 toneladas para 170.000 toneladas e o faturamento aumentou 20 vezes, de 35 milhões de dólares para 700 milhões de dólares.

Na década de 2000 José Alencar, industrial por talento e vocação, surge como o maior empresário do ramo têxtil da América Latina. Com 11 fábricas esparramadas por Minas, Paraná, Nordeste e, com cerca de 17.000 funcionários, é um dos poucos empresários que consegue vender confecções até para a China.

Sua carreira política começou em 1993 quando se filiou ao PMDB e logo assumiu a Vice-Presidência do Partido. Embora vencedor da Convenção de 1994 que o indicou para candidato à governador, não contou com o apoio do Partido em sua campanha. Voltou à luta em 1998 como candidato ao Senado, disputando com Hélio Garcia e Júnia Marise. Embora aparecendo inicialmente com 2% de intenção de votos na primeira pesquisa, sua campanha foi crescendo tanto que provocou a renúncia de Hélio Garcia.

Foi eleito com expressiva votação, uma das maiores de Minas Gerais até então, tendo como primeiro suplente, Aelton José de Freitas. Tomou posse em 1 de fevereiro de 1999. Candidato a Presidência do Senado, sentiu-se traído pelo PMDB, razão de seu desligamento do Partido.

Por indicação de José Dirceu e certamente de Anderson Adauto, Lula, que havia perdido 3 eleições presidenciais consecutivas, aceitou o nome de José Alencar Gomes da Silva, então filiado ao Partido Liberal, para compor sua chapa como Vice.

Foi uma vitória apertada na Convenção do PT para aceitar José Alencar do PL. Foi aceito com 34 votos a favor, 30 votos contra e 7 abstenções. Em 18 de Outubro de 2002, Lula e José Alencar foram eleitos com 61,17% dos votos.

No primeiro mandato, de 8 de novembro de 2004 até 31 de março de 2006, acumulou o cargo de Vice-Presidente com o de Ministro da Defesa. Renunciou para participar das eleições de 2006.

Em 2005 deixou o PL e ingressou no que é hoje o PRB-Partido Republicano Brasileiro. Vencedor com Lula na eleição de 2006, Alencar, durante os dois mandatos, assumiu a Presidência por 398 dias enquanto o Presidente Lula viajava para o Exterior.

Em 2010 desistiu de sua candidatura ao Senado de Minas por acreditar que não achava certo se candidatar enquanto estava já em tratamento de saúde.

Em 25 de janeiro de 2011, estivemos com alguns companheiros da ACIU, na homenagem que lhe foi prestada pela Prefeitura de São Paulo. Estavam presentes Lula e diversos ministros. Coube a Dilma Rousseff fazer a entrega da medalha “25 de janeiro” ao José Alencar.

Os problemas de saúde de Alencar começaram em 1997 o que o levou a fazer mais de 15 operações sendo que três delas, em 2006, 2007 e 2009, nos Estados Unidos.

Assim como a presença de Alencar nas eleições foi determinante para a

Vitória de Lula, a sua luta com determinação contra o câncer por quase 15 anos, inspirou várias pessoas que sofrem da doença a terem perseverança.

Alencar faleceu em 29 de março de 2011 deixando viúva Mariza Gomes e os filhos Josué Gomes, Maria da Graça Campos Gomes da Silva e Patrícia Campos Gomes da Silva.

Em Uberaba, “ Dr. José Alencar” é o nome do Hospital Regional.

Alencar foi considerado pela Revista Época dos 100 brasileiros mais influentes em 2009.

Em julho de 2012, foi eleito um dos 100 maiores brasileiros de todos os tempos em concurso realizado pelo SBT com a BBC de Londres.

Gilberto de Andrade Rezende – Membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro – Ex-Presidente e Conselheiro da ACIU e do CIGRA.

Fontes – Jornal da Manhã – Cesar Vanucci do livro “José Alencar – Missão Cumprida”4





Cidade de Uberaba


sábado, 3 de agosto de 2019

JORGE DIB NETO – Um idealista por natureza

Devolver dinheiro para Prefeitura Municipal? Isso nunca vai acontecer! Assim se manifestaram algumas pessoas ao tomarem conhecimento do pedido feito pelo recém-eleito prefeito Hugo Rodrigues da Cunha (1973/1977) para a Construl, empresa que construía a capela ao lado do cemitério.

A solicitação era para que ela paralisasse as obras e devolvesse as verbas que já tinham sido liberadas pela administração anterior. Havia premência para que esses recursos fossem alocados para outras obras prioritárias.

Certamente, os manifestantes não conheciam o presidente da empresa, o engenheiro Jorge Dib Neto, que não só atendeu prontamente a solicitação como isentou o município do pagamento da multa contratual.

Um caso raro no mundo empresarial. Assim era Jorginho, então presidente da ACIU. Em sua gestão (1972/1973), junto com sua diretoria, abriu uma nova página na história do desenvolvimento de Uberaba.

Atuou em todos os segmentos de interesse da comunidade e dos associados. Para eliminar as dificuldades decorrentes da falta de integração deste território com os grandes centros consumidores do país, promoveu o 1º Simpósio Rodoviário a fim de melhorar nossa malha rodoviária.

Nesse período, Jorge se engajou na luta para instalação de um terminal de gasoduto em Uberaba, através de inúmeros contatos com o Ministério de Minas e Energia.

Na área de Educação, se desdobrou para a criação do Curso de Administração de Empresas na Faculdade de Ciências Econômicas do Triângulo Mineiro (FCETM).

Seu grande destaque foi o de perceber que havia uma lacuna no desenvolvimento do setor industrial. Naquela época, os pilares da economia do município se assentavam quase que exclusivamente no setor rural, no comércio - com destaque para as concessionárias de veículos - na educação, na prestação de serviço – meca da Medicina - e nas indústrias vinculadas ao agronegócio, como Cooperativa de Leite, Matadouro Industrial e dezenas de máquinas de arroz.

Sob o controle estatal, o Distrito Industrial, criado no governo de João Guido, já abrigava a Cia. Têxtil do Triângulo, o Abatedouro Avícola Paranaíba e o Curtume Triângulo.

Preocupado com a situação, Jorge Dib Neto, em agosto de 1972, criou com sua diretoria, sob a direção do vice Gilberto Rezende, a “Operação Indústria”, da qual participavam Wagner do Nascimento, vice-prefeito e representante do CDI (Cia. dos Distritos Industriais), Joaquim Prata dos Santos, pelo Sindicato Rural, Zito Sabino de Freitas, pela ABCZ, Bernardo Pucci, pelo Sindicato do Comércio, representantes do Rotary, Lions, OAB, Academia de Letras, Lojas Maçônicas, Sindicatos Patronais e de Empregados.

O objetivo não era somente trazer empresas que viessem reforçar nosso parque industrial através da oferta de incentivos fiscais. Consistia também na ajuda mútua para ampliação das indústrias já implantadas por meio de empréstimos dos organismos financeiros, que também participavam dessas reuniões como o INDI e o BDMG.

Nos encontros com todos os representantes comunitários liderados pela ACIU, foram aprovados os programas que foram repassados ao prefeito Hugo Rodrigues. Foi uma grande contribuição para a abertura de uma nova era que redundou na criação de dois Distritos Industriais e na instalação de inúmeras indústrias, com destaque para o complexo Fosfértil no DI III e a Minasplac, no DI I.

Esse grande movimento envolveu toda a comunidade e foi responsável também pela criação da CODIUB e das Secretarias de Indústria e Comércio (hoje Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo) em Uberaba.

Jorge Dib Neto.

Jorge Dib Neto sempre foi um idealista. Sua participação no Lions Clube Uberaba, do qual foi um dos fundadores e presidente, deixou exemplos que se frutificaram. Ajudou Mário Palmério a criar o curso de Engenharia Civil na FIUBE (Uniube), do qual foi diretor e um professor exigente por décadas.

Como era querido pelos seus alunos, dezenas de vezes foi convidado a participar das formaturas como patrono ou paraninfo.

Na área política, Jorginho também deu sua colaboração como secretário de Obras no governo de Silvério Cartafina Filho.

Jorge Dib Neto, filho de Miguel Jorge Dib, (Miguelzinho da Loja São Geraldo), nasceu em 1933 e tinha como irmãos Demilton Dib, um dos maiores e mais requisitados arquitetos brasileiros, Carlos Antonio Dib, médico, José Facury Dib e Gilberto Dib, engenheiros, e Vilma.

Faleceu em 2006 e deixou viúva Deusedite Martins Dib e três filhos – Raquel, Ângela e André.
Deixou também uma permanente saudade entre seus amigos e admiradores que esperam pelo reconhecimento de toda a comunidade por seu exemplo e dedicação.

Gilberto Rezende - Ex-presidente e membro do Conselho Consultivo da ACIU e do CIGRA. Membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro.

Fontes: ACIU e Jornal da Manhã







Cidade de Uberaba

sexta-feira, 19 de julho de 2019

CARTA ( ABERTA ) Á LUIZ GUARITÁ NETO – CODAU

Oi, turma !
(É gritante a diferença entre nobres e plebeus no Brasil...)


Caro Presidente, 

Acuso sua amável lembrança (uma esferográfica do CODAU). Obrigado. Transcrevo o bilhete que veio junto>-“Gonzaga, foi um prazer enorme ,ler o seu artigo sobre o meu pai. Concordo que ele foi especial. Leal, digno, honesto. Estas foram as “fortunas” que ele deixou para mim e Dulce. Minha gratidão por este reconhecimento. Luiz Neto”.

Aprendi com meus dois “gurus”, Netinho e Jorge Zaidan, os meandros que por vocação, iniciado desde tenra idade e pratico até hoje, a comunicação. Não fossem os exemplos deles, não sei se teria continuado na profissão .Netinho e Jorge, ofereceram-me a dádiva da sabedoria – pródigo nos elogios, parcimonioso nas críticas -! Lema que pratico, sem pestanejar. A verdade é o apanágio da informação. A dignidade do jornalista, está atrelada a verdade da noticia. Faltar com a verdade, subverter a crítica ou elogio, por ato desonesto, foge daquilo que com eles, aprendi. Souberam honrar a íngreme profissão que abraçaram , que este pobre pecador, com todos os vícios e e defeitos, procura praticar.

Saiba, Presidente, acompanho sua trajetória desde a infância. Talento, inteligência, trabalho e competência, nunca lhe faltaram. Fizeram “morada” no seu curriculum , caro “Alemão”. Bom de bola como o pai, preferiu os estudos. Fez bem. Vocação para a política, veio ao depois. Secretário de Hugo Rodrigues da Cunha, o “ pulo” à Prefeito, era inevitável ! Votei em Você, 2 vezes. Suplente de senador, não conheci o titular. Sei que está preso. Você, não! Sua formação moral, não permite. Como Prefeito, deu “alma nova”, produziu a auto=estima do uberabense.Ganhou muitos louvores.

Discordei e continuo discordando da infeliz decisão da mudança do aniversário da CIDADE de Uberaba. Alterar o “registro de nascimento” da santa terrinha, onde Você, eu, nossos familiares e amigos, nascemos, foi doloroso ! Que o levou a tão infeliz medida ? Dinheiro ? Não ! Você não precisa. Vaidade do cargo? Não acredito... Ingerência externa ? Não tenho como responder... Creia-me, Presidente, a alteração foi um erro histórico ! Uberaba, não merecia tal decisão !Envelhecer a cidade 36 anos ! Praquê?

Desculpe-me a petulância ! Errar é humano; persistir no erro.. .Poderia responder porque não ouviu a população? A imprensa não ter sido convidada a participar dos debates ? Não recorrer as pesquisas sérias de historiadores sérios da terrinha, Hildebrando Pontes, José Mendonça, Gabriel Toti, Edelweis Teixeira, Guido Bilharinho, ainda vivo e são ? Não levar em consideração o parecer da Assessoria Jurídica da Câmara Municipal ? Louvar-se tão somente numa “historiadora” do Arquivo Público municipal, titubeante até na sua explanação de motivos?

Você, Luiz Neto, não precisa dessa campanha fajuta e mentirosa de “ Uberaba-200 anos “. Sua popularidade, prestigio, credibilidade e trabalho, são seus grandes e verdadeiros trunfos ! Um pedido seu à Câmara municipal, à revogar a lei de 1994, que regrediu Uberaba a condição de FREGUESIA, isto é, CURRUTELA, não coaduna com os nosso foros de civilização e cultura. Uberaba, é uma das mais importantes cidades brasileiras pelo passado que preservou, pelo presente que ostenta, com alguns senões e um futuro promissor que nos aguarda!

O uberabense ficará eternamente agradecido se tomar tal medida. Dos céus, Ataliba Guaritá Neto e Jorge Zaidan, darão pulos de alegria e aqui na terrinha, esse humilde escriba, não comentará mais a aberração produzida.

Esse espaço está a sua disposição, caso seja a sua vontade em responder a minha sugestão. Uberabensemente o meu fraterno abraço. “ Marquez do Cassú".






Cidade de Uberaba


quarta-feira, 3 de julho de 2019

HUGO RODRIGUES DA CUNHA

Homenagem pelos Três anos de seu falecimento ocorrido em 03 de julho de 2016.

UM MARCO NA INDUSTRIALIZAÇÃO DE UBERABA


“Uberaba é o centro do Universo”


Disse Hugo aos empresários que o visitavam em sua residência, em busca de uma cidade que pudessem instalar uma fábrica de processamento de madeira que compraram na Europa.

José Alencar Gomes da Silva, o líder do grupo, brincava que este foi o motivo que levou o grupo a escolher nossa cidade onde, associado à empresa Triflora de Uberaba, implantou a Minasplac, no DI 1 (hoje Duratex).

Esta empresa foi uma das dezenas de indústrias que enriqueceram nosso parque industrial no primeiro governo municipal de Hugo Rodrigues da Cunha. Entre elas, destaca-se a implantação da empresa Fosfértil, que permitiu a instalação de um complexo industrial voltado para a fabricação e distribuição de adubos, no D.I. III.


Hugo Rodrigues da Cunha. Foto: Reprodução.

Este novo pilar da economia foi fruto de um trabalho liderado pela Aciu, na gestão de Jorge Dib Neto, em 1972, que criou uma Comissão de Industrialização de Uberaba, integrada por todas as lideranças da cidade, com o objetivo de implantar parques industriais. Para que este projeto de industrialização pudesse lograr êxito, era necessário haver uma sintonia entre os empresários é o poder público, razão da escolha de Hugo Rodrigues da Cunha, um líder classista, como candidato a Prefeito de Uberaba.

Para assegurar sua vitória, o grupo Triflora, em parceira com Edson Prata e outros amigos como Marcelo Palmério, Urbano Salomão, Unias Silva, Adilsson Pereira de Almeida e outros, compraram o Jornal Correio Católico e transformaram no Jornal da Manhã. 

Com o objetivo de divulgar o programa de governo de Hugo, na véspera da eleição de 1972, contando com o apoio voluntário de centenas de alunos da FIUBE (UNIUBE), o Jornal da Manhã distribuiu 40.000 exemplares de sua edição, como contribuição de campanha.

Hugo Rodrigues da Cunha, nascido em Uberaba em 1927, formou-se em Ciências Contábeis e em Direito. Na área política foi prefeito de Uberaba em duas gestões, de 1973 a 1977, pela Arena, e de 1989 a 1992, pelo PFL. Hugo, além de ter exercido uma administração profícua, deixou o exemplo de um administrador atuante e honesto. Em seu governo foram implantados os Distritos Industriais I e II.

Ao fim de seu primeiro mandato, Hugo elegeu como seu sucessor, Silvério Cartafina Filho, secretário municipal de Saúde, no período de 1977 a 1982 e, após o segundo mandato, foi eleito seu secretário de indústria e comércio, Luiz Guaritá Neto (1992/1995). Um reconhecimento da comunidade pelo desempenho do Prefeito Hugo Rodrigues da Cunha. 

Sua primeira experiência na área política se deu em novembro de 1970, disputando uma vaga na Câmara dos Deputados, não obtendo sucesso. Em 1978, logo após seu primeiro mandato como prefeito de Uberaba, novamente se candidatou a deputado federal, sendo diplomado como terceiro suplente e empossado em março de 1979. 

Em 1994, em nova campanha como candidato a deputado federal, conseguiu se eleger, obtendo a maioria dos votos da região. Participou na Comissão de Agricultura e Política Rural e em outros importantes setores do Congresso Nacional. 

Como líder classista foi eleito presidente da Aciu em 1968. Em sua gestão foram iniciados os estudos para a criação do Clube dos Diretores Lojistas e também a criação de novos Sindicatos Patronais. Contribuiu para a criação da Faculdade de Zootecnia e para a eletrificação rural.

Na sua gestão à frente da Aciu realizou a Exposição Comercial e Industrial e em 1969 diplomou os primeiros economistas formados pela Faculdade de Ciências Econômicas, mesmo ano em que foi reconhecida pelo MEC pelo Decreto 65.976/69. 

Junto com Arnaldo Rosa Prata da ABCZ e Ronan Tito de Uberlândia, criou em 1967 a “UDET”- União para o Desenvolvimento do Triângulo que tinha como objetivo liderar o primeiro grande movimento em prol da Emancipação do Triângulo Mineiro.

Foi diretor e vice-presidente da Federação das Associações Comerciais de Minas Gerais, presidente do Diretório Municipal do PFL em Uberaba, vice-presidente da Associação das Empresas Cinematográficas Exibidoras de Minas Gerais e presidente da Associação dos Municípios do Vale do Rio Grande.

No setor empresarial foi administrador da Companhia Cinematográfica São Luís, proprietária dos Cines - Metrópole, São Luís, Royal e Vera Cruz, bem como do Grande Hotel, o primeiro edifício de grande porte erigido no interior brasileiro, no ano de 1941. 

Os mais velhos vão se recordar que, por mais de duas décadas, imensas filas se faziam aos domingos, estendendo-se até a Praça Rui Barbosa, para assistir os filmes no Cine Metrópole, em seus 1.700 assentos. Foi diretor do complexo Triflora, atuando em diversos setores do Reflorestamento, por cerca de vinte anos.

Acumulou, mercê de seu trabalho, três fazendas em seu patrimônio. Todavia, Hugo que não gostava de pedir nada a ninguém em suas campanhas políticas, usou recursos próprios proveniente da venda destes imóveis, para custear suas próprias eleições. Um raro caso no Brasil, em que um cidadão sai da Política com a redução de seu patrimônio.

Hugo Rodrigues era viúvo de Maria Inácia Naves Rodrigues da Cunha, (Naná) com quem teve quatro filhos: Hélio, Patrícia, Júnia e Cristina. Faleceu em 04 de junho de 2016 aos 89 anos.

Seu nome está gravado na ETE - Estação de Tratamento de Esgotos do rio Conquistinha, inaugurada pelo CODAU em 25/11/2017. 


Gilberto de Andrade Rezende
Jornal da Manhã - 26 de agosto 2018





Cidade de Uberaba


terça-feira, 2 de julho de 2019

SILVÉRIO CARTAFINA – UM PREFEITO REVOLUCIONÁRIO.

Sessenta dias antes das eleições, marcadas para o dia 15 de Novembro de 1976, é que foi criada uma comissão da ARENA II para procurar um candidato que se dispusesse a concorrer com Fúlvio Fontoura, candidato da ARENA I.

Diversos nomes foram lembrados e alguns até convidados. Os nomes mais ventilados eram os de Jorge Dib Neto, Wilson Pinheiro, José Maria Barra, Vicente Marino e, posteriormente, todos se voltaram para o nome de Dr.Paulo Mesquita. Todavia, procurado em sua residência, o ilustre médico declinou do convite.

Chegou-se a uma situação curiosa. Os nomes que eram procurados, não aceitavam. Os que queriam disputar, não eram procurados. Nunca ficamos sabendo se Silvério Cartafina era a preferência do Prefeito Hugo Rodrigues da Cunha mas, inegavelmente, era um nome de peso e com uma vantagem adicional: queria ser candidato. Como era o Secretário da Saúde do governo de Hugo, ficou fácil o acerto político.

Tendo Wagner do Nascimento como vice e o apadrinhamento de Hugo, Silvério partiu para a luta.
Novamente a participação do Jornal da Manhã foi imprescindível para o resultado desta eleição. Desconsiderando a determinação do Juiz Eleitoral, a direção do jornal imprimiu a prestação de contas da administração de Hugo, o que valeu para dois diretores, Joaquim dos Santos Martins e Gilberto Rezende e para o Prefeito Hugo Rodrigues da Cunha, uma condenação que foi posteriormente revogada pelo TER de Minas.

Em compensação, através de centenas de voluntários, cerca de 35.000 lares uberabenses puderam tomar conhecimento, às vésperas da eleição fixada para o dia 15 de novembro de 1976, das realizações do governo de Hugo.

Entre os quatro candidatos, num universo de 60.358 votos válidos, Fúlvio Fontoura, concorrendo pela ARENA I, obteve 42,68%; Silvério Cartafina, concorrendo pela ARENA II, 45,68%; Ivan Cota Barbosa, pelo MDB I, 6,32% e seu parceiro do MDB II, Paulo Afonso Silveira, 5,81%.
Com uma vitória apertada, Silvério e Wagner tomaram posse em 1977 para se separarem irremediavelmente, dois anos após. Eleito para governar quatro anos, teve prorrogação de mais dois em decorrência de reforma constitucional.

Parte da equipe de trabalho de Hugo permaneceu com Silvério, entre eles o Cel. Bracarense, José Paulo Miguel, Geraldo Barbosa e Zilma Bugiatto. Outros foram convidados por Silvério para completar o quadro. Paulo Silva (Turismo), Pedro Humberto Carneiro (Viação e Obras Públicas e Planejamento), Ana Maria Borges (Pró-Árvore), Antonio Bilhrinho (Educação), Silvio Sidnei Pinto (Fazenda), Izidio Barbosa (Saúde) e em revisão de Secretaria, Jorge Dib Neto assumiu Viação e Obras Públicas.

Silvério foi um prefeito revolucionário. Abriu novos horizontes para o desenvolvimento de Uberaba com sua arrojada administração. Todos os setores mereceram sua atenção. Numa época em que o orçamento municipal era bem inferior ao da atualidade, soube aproveitar de seu relacionamento com Secretários Estaduais, Governador, Ministros e de todas as oportunidades de investimentos colocados à disposição pelas estatais estaduais e federais como o INDI, BDMG, EBTU, COHAB, INOCOOP, CDI, CEMIG, siglas que representaram muito no progresso da cidade.

Até que em 1979 Fúlvio Fontoura assumisse uma cadeira na Assembleia Legislativa e Hugo Rodrigues da Cunha na Câmara Federal, passando a colaborar com a administração municipal, Silvério era Prefeito e ao mesmo tempo fazendo o papel de Deputado Estadual e Federal.
Foram seis anos de realizações de obras de grande vulto e um governo de muita garra. Podem ser destacados em sua gestão:

A integração de Uberaba com o Distrito de Delta onde está instalado o Distrito Industrial III, via Avenida Filomena Cartafina, com 4 pistas, numa extensão de 24 km.

Aberturas de novas avenidas destacando-se a Avenida Carangola, primeira Av. a contar com uma ciclovia. Outras que foram beneficiadas: Guilherme Ferreira, da rua Padre Jerônimo até a Av. Marcus Cherém; prolongamento da Av. Santos Dumont até o Aeroporto; início da canalização da Av. Santa Beatriz.

Merecem destaques em suas obras, a ligação do Bairro São Benedito com o Santa Maria, via rua Piauí. Construiu ainda a ligação do Amoroso Costa com o Fabrício, Boa Vista e Abadia, via rua José Maria, Osvaldo Cruz, João Alfredo e Saldanha Marinho, permitindo-se chegar a BR-262. Canalizou a Av Leopoldino de Oliveira, Guilherme Ferreira, Santa Beatriz, iniciou a canalização da Av. Pedro Salomãom, terminou a da Av. San tos Dumont e urbanizou a Av. Odilon Fernandes até a Av. Jesuíno Felicíssimo.

O acesso a Uberaba pelo Bairro da Abadia, através da Av. Abilio Borges, Bandeirantes e Saldanha Marinho, até então acanhado e estrangulado, ganhou destaque no governo de Hugo que projetou avenidas largas e urbanizadas, cabendo a Silvério a concretização do referido projeto.
A definitiva solução do esgoto e recapeamento do Parque das Américas representou a quebra de um tabu em Uberaba.

Na área de saúde, construiu 14 unidades sanitárias, entre elas a de Delta, Conjunto Silvério Cartafina, Irmãos Juquinha, no Bairro de Lourdes, Dr. George de Chirié Jardim no Alfredo Freire, Durval Dias de Abreu, Norberto de Oliveira no Conjunto Boa Vista, Waldemar Ribeiro da Silva, elevando o número de unidades em Uberaba para 18. Criou o Pronto Socorro junto à Faculdade de Medicina, na gestão do dr. João Naves Junqueira.

Implantou o Centro Social urbano (Leblon) e criou o CEAPS e o SINE.

Asfaltou cerca de l milhão de m2 no perímetro urbano, além de outro milhão de m2 nos conjuntos residenciais. Fato inédito - conseguiu, em apenas uma noite, asfaltar toda a rua Artur Machado.
No Projeto Minas-Luz, conseguiu 700 postes que beneficiaram milhares de residências da periferia.
Duplicou a área do Cemitério São João Batista, construiu a sede do Corpo de Bombeiros, do COMBÉM, da EMATER. Construiu o Tiro de Guerra com o compromisso do General Walter, comandante do Planalto, de não levar mais uberabenses para Brasilia.

Construiu, reformou e iluminou cerca de 21 praças. Implantou 83 semáforos e 6.629 metros de galerias para abertura de novas avenidas, além de um emissário de 4 km. no Conjunto Boa Vista.
Doou cerca de 259 há, de terras para a Escola Agro Técnica e instituiu em 1981, o serviço de nova numeração de casas.

No setor educacional, construiu a Escola "Gastão Mesquita" em Ponte Alta e doou terreno para a “Ana de Castro Cançado” em Delta e "N.S. Aparecida". Em 1982, com a inauguração da Escola Rural “Maria Cândida Mendes”, completou 38 unidades rurais no município.

Reformou as Escolas "Prof. Chaves", "Uberaba", "Minas Gerais" e "Paulo Derenusson". Em convênio com o Estado, reconstruiu as Escolas “América”, “Horizonta Lemos”, “Henrique Kruger”, “Rotary”, “Alceu Novais” e “Bernardo Vasconcelos”.

Na área do CODAU implantou 27.000 metros de rede de esgoto e cerca de 12 mil novas ligações de água. Construiu o 1º Castelo do CODAU no Parque das Américas e o 2º na Av. Nenê Sabino.
Em 1982, interpretando os anseios da comunidade, criou a Fundação Cultural de Uberaba, reunindo em um só órgão, a coordenação de todas as manifestações culturais.

O sonho acalentado por muitos anos se transformou em uma realidade. Plantou-se naquela data uma semente em solo fértil. No comando de Antônio Bilharinho, então Secretário de Educação e com a participação de inúmeros companheiros, entre outros, Antônio Carlos Marques, Gilberto Rezende, Guido Bilharinho, Jorge Alberto Nabut, Henri Brandão, Beethoven Teixeira, Décio Bragança, Demilton Dib e Maria Antonieta Borges, nasceu a primeira entidade voltada exclusivamente para a difusão de todos os segmentos de nossa Cultura. Coube ao saudoso Dr. Edson Prata dar o embasamento legal para o seu primeiro Estatuto e a Jorge Alberto Nabut, assumir a primeira presidência desta nova Entidade.

Silvério conseguiu ainda em seu governo, remodelar a Igreja Santa Rita e trocar as torres da Igreja São Domingos.

Seu maior trunfo como administrador foi obtido na construção de conjuntos Habitacionais. Terminou o Conjunto ”Cassio Rezende I”, e construiu os Conjuntos “Cassio Rezende II”, ”Guanabara”, “Frei Eugênio”, “Boa Vista”, “Morada do Sol”, “Alfredo Freire”, “Silvério Cartafina”, “Volta Grande” e “Delta”, mais 30 blocos com 12 apartamentos cada, construída no final da Av. Leopoldino de Oliveira, todos viabilizados pela COHAB e INOCOOP.

Foram no total 11 Conjuntos Habitacionais com cerca de 7.000 residências com área de terreno de 250 m2 e construção de 23 m2 em algumas unidades. Como o terreno era grande, proporcionava ao comprador a possibilidade de ser ampliado na medida de suas possibilidades. Foi uma revolução em termos de construção de casas populares, uma ideia que até o Presidente da COHAB julgava ser uma loucura.

Filho de imigrantes italianos, Silvério e Filomena Cartafina que trabalharam por muitos anos em fazendas de café em Conquista, MG, mudaram-se para Uberaba após o quinto filho e Silvério, um dos doze filhos do casal, nasceu em Uberaba em 31 de dezembro de 1927.

Estudou inicialmente no Grupo Brasil e terminou o primário no Colégio Diocesano em 1937. Ficou com os Maristas até 1945 quando partiu para o Rio de Janeiro para fazer o Científico no MABE e logo prestou vestibular na Faculdade de Medicina, hoje UERJ, no qual passou em 15º lugar.

Formado e já concursado pelo IAPI, se especializou com grandes nomes da Medicina nas áreas de Cirurgia Geral e Urologia.

Voltou à Uberaba em 1954 trabalhando na Beneficência Portuguesa, em convênio com a Faculdade de Medicina onde só tinha 21 professores catedráticos e professores voluntários. Convidado por Hélio Angotti, passou a lecionar na Faculdade até que, com a saída de Dr. José de Abreu, assumiu a cadeira de Urologia. Foi professor da Faculdade de Medicina, por 28 anos. Além de consultório próprio, era também médico do INPS e, pela intervenção do deputado Mário Palmério, foi nomeado para o SANDU em 1958.

Em um almoço em sua casa, recepcionando o Presidente João Goulart em sua visita à Uberaba, Silvério conseguiu transformar o SANDU de Uberaba em classe A e também autorização para criar o SANDU em Ituiutaba.

Filiado ao PTB, em 1958 o seu partido ganhou as eleições municipais com Jorge Furtado na Prefeitura, Mário Palmério na Câmara Federal e Godofredo Prata, na Assembleia Legislativa, além do Juiz de Paz, Juca Inácio.

Com a revolução de 1964, os partidos foram extintos e substituídos pela ARENA, representando a situação, e MDB, pela oposição. O diretório de Uberaba do MDB foi criado por Silvério e Francisco Veludo.

Seu partido, PTB, disputou em 1966 através de Francisco Veludo, que, apesar de ter sido o mais votado dos candidatos, cedeu lugar para João Guido da ARENA, em virtude desta legenda ter obtido maior número de votos.

Voltou à carga concorrendo como vice de Francisco Lopes Veludo na eleição para a Prefeitura em 1970. Eram concorrentes também Arnaldo Rosa Prata, Mário Palmério e Artur Teixeira. Arnaldo ganhou com 44,13% dos votos contra 25,43% atribuídos à Veludo. Silvério reconheceu não ter feito boa campanha e justificou a vitória de Arnaldo pelo bom desempenho do Prefeito João Guido na gestão anterior.

Com a eleição de Hugo Rodrigues da Cunha em 1972, Silvério assumiu a Secretária da Saúde que lhe deu prestígio eleitoral, ajudando a vencer a eleição de 1976/1982, onde fez uma administração primorosa.

Já na eleição de 1983, seu candidato concorrendo pela ARENA, João Francisco Naves Junqueira obteve apenas 13,32% dos votos e Hugo Rodrigues da Cunha, 15,27%. Wagner do Nascimento, do PMDB, foi o vitorioso com 37,37%. Seus companheiros de partido também tiveram expressiva votação como Rene Barsan, 22,66% e Arnaldo Rosa Prata, l0,07%.

Silvério Cartafina Filho, político por natureza, voltou a concorrer nas eleições de 1988, desta vez enfrentando 9 candidatos. Hugo Rodrigues da Cunha foi o vencedor com 29,42% dos votos, contra Silvério, segundo colocado, com 21,09%. O remanescente foi distribuído entre os candidatos, João Batista Rodrigues, 20,04%, José Thomas da Silva Sobrinho, 15,96%, Adelmo Carneiro Leão, 8,52%, Anderson Adauto, 3,13%, Samir Cecílio, 1,09%, Bittencourt Bertolucci, 038%, e Germano Gultzgolf, 037%.

Foi sua última participação como candidato na área política. Nas décadas seguintes, além de respeitado conselheiro de políticos e amigos, se envolveu mais com suas atividades empresariais se destacando como fazendeiro e grande fornecedor de leite.

Nos últimos cinco anos se viu atacado pela Doença de Alzeimer, debilitando sua saúde. Faleceu em 12 de junho de 2019, aos 92 anos, em virtude de complicações renais e foi velado no Centro Administrativo "Ataliba Guaritá Neto", sede da Prefeitura Municipal de Uberaba, cujo Prefeito, Paulo Piau, decretou luto por 3 dias.

Silvério deixa viúva sua grande companheira de política, vereadora em diversas gestões e grande destaque na área social, Terezinha Cartafina, além dos filhos:

1) Ana Keyla, separada de seu ex-marido Eduardo, e seus filhos Franco, hoje deputado federal, herdeiro do avô na área política, casado com Maísa Lemos; Sophia, casada com Tiago Fontes e a filha Isadora.

2) Claudia casada com Evandro Andrade e seus filhos Arthur e Inácio.

3) Maristela, residente no Canadá, casada com Vicente Trius e os filhos João Vicente e Antônia.

4) Viviane Cartafina, casada com Eduardo Barbosa e os filhos Maria Eduarda e Lucas. Maria Eduarda tem uma filha, a Olívia.,

5) Renato, herdeiro de Silvério pela paixão de nosso folclore, casado com Renata.


Silvério Cartafina, além do exemplo de administrador político e empresário, era também violonista e cantador. Deixa muitas saudades entre seus familiares e amigos. Entre seus companheiros do folclore pela suas participações em manifestações culturais que varavam a noite. Onde estiver sabe que tem o reconhecimento da comunidade por tudo que fez pela sua cidade e pelo bem de seu povo.



Gilberto de Andrade Rezende – Membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro. Ex presidente da ACIU e do CIGRA. Ex presidente do PDS.



Fontes – Jornal da Manhã e Pedro Carneiro. – Dados eleitorais – Tião Silva.






Cidade de Uberaba



domingo, 28 de abril de 2019

Gilberto Rezende resgata fotografia antiga de ex-prefeitos juntos

Foto:Jornal da Manhã - 11 de agosto de 1988.
Uma foto histórica do JM. Paulo Piau, Hugo Rodrigues da Cunha, Luiz Neto e Marcos Montes. Todos se elegeram prefeitos de Uberaba. Vinte anos após, pode-se constatar que esses homens de bem, unidos pelos mesmos ideais, foram reconhecidos pela comunidade que os credenciaram para novos desafios em sua carreira política. Hugo Rodrigues da Cunha, deputado federal; Marcos Montes, secretário no governo de Luiz Neto; deputado estadual e federal Paulo Piau, também secretário de Luiz Neto, passou pela Assembleia Legislativa, Câmara Federal e é hoje o prefeito de Uberaba.

Foi através do governo de Hugo Rodrigues da Cunha que se criou em Uberaba o espírito de industrialização, sem prejuízo dos outros pilares que sustentam nossa economia. Não se admite mais a ausência de uma Secretaria de Indústria e Comércio em qualquer plataforma de Partidos Políticos que aspiram o governo municipal.

Há que se fazer justiça e ressaltar que o programa de Industrialização nasceu na diretoria da Aciu na gestão de Jorge Dib Neto, em 1972, e teve a participação de todas as Entidades de Uberaba, Classistas, Sociais, Políticas, Culturais e do Jornal da Manhã.

E de justiça também reconhecer que a força do Jornal da Manhã é que tornou possível a eleição de Hugo Rodrigues da Cunha em sua primeira eleição em 1972. Aliás, há de ser destacado que esse Jornal, em sua fase inicial, teve o exclusivo propósito de participar dos processos de política municipal, nas palavras do seu fundador e diretor Edson Prata, em seu Edital de 18 de janeiro de 1983.

Um fato que completa 46 anos e mostra que Uberaba ganhou. Valeu!


Gilberto Rezende
Membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro e ex-presidente e conselheiro da ACIU e do CIGRA



Cidade de Uberaba

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

O QUE É SER POLÍTICO...

Politica, é uma palavra oriunda do grego e se refere a um estadista, homem público que lida com a chamada “ coisa pública”. É um cidadão que influencía maneiras de como a sociedade deve ser conduzida. São, normalmente, pessoas do bem que estão ou estiveram em cargos de decisão no governo, em qualquer esfera, ou almejam esse cargo, quer por indicação, quanto por eleição. O político pertence a um partido que quer, ou tenta, obter aceitação popular para qualquer posto; se puder, os mais elevados. O político, geralmente, é um formador de opinião , quer no município, estado ou federação. Mesmo sem ocupar qualquer cargo eletivo ou de mando. Considera-se político pessoa que manipula e influencia a opinião pública em favor do grupo a qual pertence. Em Uberaba, nossa santa terrinha, mal ou bem, alguns se pontificam.

Respeito e reverencio políticos uberabenses de proa , que sempre estiveram em evidência, por serviços prestados à coletividade, elevando o sagrado nome da nossa cidade. Nunca é demais citar, Mário Palmério, Fidélis Reis, Alaor Prata, Wilson Moreira, Marcus Cherém, Godofredo Prata, Antônio Próspero, Boulanger Pucci, João Guido, Hugo Rodrigues da Cunha, Randolfo Borges Jr., Arnaldo Rosa Prata, Juarez Batista, Eurípedes Craide, Wilson de Paiva, Roberval Alcebíades Ferreira, Chico Veludo, Ivo Monti, Jorge Furtado, Hélio Angotti, Artur Teixeira, cujas atuações políticas em favor da cidade, obtiveram dividendos e condutas irrepreensíveis. Honraram seus mandatos e dignificaram com altivez e probidade.

Formadores de opinião, foram também jornalistas da estirpe de Quintiliano Jardim, seu filho, Raul, os Ruis (Mesquita, Novais e Miranda), César Vanucci, Antônio Fialho, Jorge Zaidan, Ataliba Guaritá Neto (Netinho), Mons,Juvenal Arduini, D.Alexandre Amaral, Orlando Ferreira (Doca), Chico Xavier, Celso Afonso, Carlos Bacelli, em belíssimas pàginas psicografadas, entre outras celebridades que engrandeceram a cidade, como Hildebrando Pontes e José Mendonça. Figuras que enalteceram o nosso “ curriculum” cultural.

Porém, a história de políticos mal preparados, correm aos montes... A que vou contar, reflete o grau de alguns deles. Evidente, que os citados anteriormente, nada tem a ver com o que relato. Politico de meia-idade, recém eleito, “lambuzou-se” todo no primeiro ano de mandato. Enamorou-se ,perdidamente, pela secretária. Romance tórrido. Certo inicio de noite, depois de um” penoso” dia de trabalho, enviou mensagem à esposa:- “Querida, espero que compreendas a razão deste bilhete. Tenho 54 anos, necessidade sexual que tu não podes me satisfazer. Sou muito feliz contigo. Espero que não fiques magoada comigo. Quando leres este, estarei no motel com a minha secretária. É linda; tem só 18 aninhos . Não te preocupes, chegarei em casa antes da meia-noite. Não te perturbarei. Durma com os anjos...Teu amor.....”

Depois de uma bela noite de prazeres sexuais, pé ante pé, volta para casa. Acende a luz da sala e vê em cima da mesinha de centro, um caprichado bilhete. Nele estava escrito:-“Querido maridinho, obrigada pelo aviso. Aproveito o ensejo para lembrar-te que tenho também 54 aninhos. Ao leres esta cartinha, comunico-te que estarei noutro motel, com o meu professor de tênis. Ele é jovem. Bonito ! Tem apenas 18 aninhos. Como és um bom político e sabes fazer conta de quantos eleitores votaram em ti, compreenderás que estamos nas mesmas circunstâncias. Com uma pequena diferença: 18 anos, “entra” mais vezes em 54, do que 54, “entra” em 18...Te quero ! mas, não me esperes para dormir. Chegarei só amanhã, de manhã. Da sua ...”

A separação do benquisto casal aconteceu alguns meses depois... Abraços do “Marquez do Cassú”.



Luiz Gonzaga de Oliveira



Cidade de Uberaba

segunda-feira, 6 de agosto de 2018

JOÃO PEDRO

Ano de 1972, estava em alta a estima do uberabense. O segundo maior estádio de Minas, recém inaugurado ( até hoje, inacabado...) ,cobertura dos córregos do centro da cidade (causadora das enchentes atuais...), a construção de um novo Terminal Rodoviário (quando deram a praça velha para um hipermercado “quebrado”...), asfaltaram ruas de bairros, (proprietários não conseguiram pagar os altos preços cobrados e perderam, quase todos, seus imóveis...) ,inaugurada a primeira geradora de televisão da cidade (TV-Uberaba), nosso orgulho na época ( hoje, morta e sepultada pela incúria dos nossos empresários que não quiseram mantê-la. Preferiram trazer a Globo, “ de lá...”

Na política, as ARENAS 1 e 2, “mandavam” na terrinha .PMDB, esfacelado, com a morte do seu líder, Chico Veludo. Deflagrada a sucessão municipal, Rosa Prata, prefeito; João Guido, deputado federal; Randolfo Borges Jr., ex-prefeito. Turma “ da pesada”. Na Arena 2, um grupo de empresários, iniciantes nas ” armações” políticas: Gilberto Rezende, Hugo Rodrigues da Cunha, o tio, deputado federal, José Humberto, Joaquim Martins, da “Distrive”, além do vereador Mário Guimarães, que fazia “oposição” a Rosa Prata... 

Previsão inicial: -“Quem nós escolhermos, pode mandar faz o terno de posse”, jactavam-se os donos da Arena 1. A Arena 2, não tinha votos suficientes para lançar candidato na convenção. Fizeram então, um “ acordo” ; dois dos convencionais da Arena 1, “votariam” no candidato da Arena 2 para que não ficasse muito à mostra, a hegemonia dos mandatários da época, todos ao lado de Rosa Prata. Escolhidos, Ramid Maud e Randolfo Borges, votaram em Hugo Rodrigues da Cunha. Do outro lado, certo da vitória, Fúlvio Fontoura, filho de Lauro Fontoura, ex-prefeito da cidade, aos tempos da ditadura Vargas. 

O PMDB, coitado, acéfalo. Paulo Afonso Silveira, segurando o “ barco”. Ainda assim para “cumprir tabela”, escolheu o alfaiate João Pedro de Souza, candidato à prefeito e um bom grupo de candidatos à vereador. Pela primeira vez, Uberaba iria conhecer um “ palanque eletrônico” na TV-Uberaba. Peças das duas Arenas, rebuscadas . Bem feitas. PMDB, quase “porca miséria”. João Pedro, varinha na mão, indicava, se vencesse as eleições, traria água do rio Grande, à abastecer o cruciante problema d’água existente na terrinha. O anúncio virou piada na cidade. –“João Pedro ficou doido. É preciso interná-lo no Sanatório Espírita! Onde já se viu pensar uma coisa dessa”!... 

Louve-se a lealdade de Paulo Afonso Silveira, ao candidato e ao partido. O mesmo não se pode dizer dos vereadores.. .Abertas as urnas, a vitória cantada pela Arena1, virou cinzas... Tido como “zebra”, a Arena 2 com Hugo Rodrigues da Cunha, deu “ banho” de votos e elegeu-se prefeito de Uberaba, com larga vantagem. O mito que a “ máquina administrativa” sempre vence, foi por água abaixo.. .Disse água ?...Acompanhe. 

João Pedro, abandonado, triste, aborrecido, achincalhado, endividado pela campanha, sem votos, humilhado, entrou na mais terrível das doenças, a depressão. Não suportando tanta difamação, um belo dia, ao mirar-se nas águas do rio Grande, na ponte que divide Minas e São Paulo, a tentação do demônio foi inexorável. João Pedro, não resistiu. Atirou-se nas mansas águas que queria trazer para abastecer Uberaba.. .Perdeu-se nas profundezas do rio Grande... 

Tempos depois, ( ironia do destino !..) os mesmo políticos que o chamaram de louco varrido, tentaram obter financiamento para trazer a água do rio Grande,à abastecer as torneiras da santa terrinha...Ao mais calhorda dos políticos, guarde sempre o velho ditado: “ nunca diga que dessa água eu não bebo “.... “Marquez do Cassú”. 



quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Ex prefeito, ex deputado federal e empresário, Hugo Rodrigues da Cunha.

Hugo Rodrigues da Cunha e o governador Newton Cardoso.
Década:1980     

Na foto, a esquerda, Hugo Rodrigues da Cunha quando deputado federal, acompanhando o governador de Minas Gerais na época, Newton Cardoso, em uma de suas visitas a Uberaba.

Foto: Paulo Nogueira   

(Acervo pessoal do jornalista Paulo Nogueira)  

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

INAUGURAÇÃO DO CENTRO DE RECUPERAÇÃO DE ALCOÓLATRAS – C.E.R.E.A


Inauguração do Centro de Recuperação de Alcoólatras



Inauguração do Centro de Recuperação de Alcoólatras – C.E.R.E.A . em agosto de 1977 durante o mandato do prefeito Silvério Cartafina Filho(1977-1983). Na foto ao centro o prefeito anterior Hugo Rodrigues da Cunha (1973-1977),  responsável pela viabilização da entidade,  discursou enaltecendo o trabalho do então secretário de Saúde e Assistência Social, Antônio José de Barros (direita) que também presidiu a instituição. À esquerda de Hugo Rodrigues da Cunha, o então  Comandante do Quarto Batalhão,Tenente Coronel Gabriel Pereira NetoEm setembro do mesmo ano foi declarada a utilidade pública do CEREA de Uberaba  pela Lei nº 2.739, em reconhecimento aos bons serviços que vem prestando a comunidade e considerada a sua personalidade jurídica de direito privado, pelo Registro nº 81, do livro A-2, página 31, do Cartório do 1º Ofício de Registro de Imóveis desta Comarca. O lema era “Um Grupo de Homens de Pé levantando os que caem porque caídos eles foram”.
(Foto cedida pela jornalista Maria Cândida Sampaio de seu arquivo pessoal)