Mostrando postagens com marcador Cesar Vanucci. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Cesar Vanucci. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 5 de março de 2020

REVISTA DIMENSÃO: 40 ANOS (I)

Guido Bilharinho 


Há quarenta anos foi lançado em Uberaba o primeiro número da revista de poesia “Dimensão”, editada durante vinte anos (1980 a 2000), cujo coleção completa encontra-se no blog http://revistadepoesiadimensao.blogspot.com/, graças à digitalização procedida pelo ativo e participativo Curso de Letras da UFTM, publicação eletrônica acompanhada de índices onomásticos de seus 635 colaboradores de 31 países. 

No decorrer de sua vintenária trajetória, nacional e internacional, a revista colheu manifestações de centenas e centenas de intelectuais, jornais, revistas e periódicos, do Brasil e do exterior, divulgando-se a seguir algumas delas: 

“Parabéns pela bela revista de poesia.” - (PEDRO NAVA, Rio de Janeiro/RJ, 21/01/1981) 

“Acabo de ler Dimensão 1 [....] Há muito que admirar no primeiro número e muito que esperar dos próximos.” -(ANTÔNIO HOUAISS, Rio de Janeiro/RJ, 14/02/1981) 

“A revista está digna e sóbria, como convém a uma revista de poesia.” - (OLGA SAVARI, Rio de Janeiro/RJ, 10/03/1981) 

“Recebi, li e gostei. O segundo número de Dimensão está excelente.” - (CÉSAR VANUCCI, Belo Horizonte/MG, 09/06/1981) 

“Felicito o Conselho Editorial pela excelência dessa publicação.” - (ABGAR RENAULT, Rio de Janeiro/RJ, 22/10/1981) 

“Recebi o nº 2 de sua impecável revista. Excelente o nível dos poemas.” - (MANUEL LOBATO, Belo Horizonte/MG, 27/11/1981) 

“Meus agradecimentos pela oferta do nº 4, de 1982, da excelente Dimensão, que tão bom serviço vem prestando à poesia brasileira.” – (CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE, Rio de Janeiro/RJ, 06/06/1982) 

“Excelente publicação, que honra não apenas Uberaba, senão também o nosso Estado e o próprio Brasil” - (ABGAR RENAULT, 14/06/1982) 

“Obrigado pelo envio de mais um número da bela revista que você edita.” – (RUBEM FONSECA, Rio de Janeiro/RJ, 30/06/1982) 

“Dimensão é uma excelente revista.” – (PLÍNIO DOYLE, Rio de Janeiro/RJ, 02/07/1982) 

“Meus agradecimentos pela remessa de Dimensão, que com tanta dignidade e agudeza de vista se consagra ao serviço da poesia brasileira.” – (CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE, 05/06/1983) 

“Acuso o recebimento de Dimensão (nº 8!) (ano IV), que sempre me deixa estupefata: manter durante quatro anos uma revista de poesia é, neste Brasil de crises várias, um ato heroico.” - (ILKA BRUNHILDE LAURITO, São Paulo/SP, 22/06/1984) 

“Recebi Dimensão 10 – uma beleza gráfica e uma instigação cultural. Devorei – e degluti – os textos.” – (UILCON PEREIRA, Araraquara/SP, 23/06/1985) 

“Guardo com carinho todos os números de Dimensão, a meu ver a melhor e mais importante publicação brasileira no gênero.” – (JOSÉ AFRÂNIO MOREIRA DUARTE, Belo Horizonte/MG, 27/06/1985) 

“Cumprimentos pelo nº 11, realmente excelente.” – (NÉLSON WERNECK SODRÉ, Rio de Janeiro/RJ, 24/11/1985) 


_________________ 

Guido Bilharinho é advogado em Uberaba e autor de livros de literatura, cinema, estudos brasileiros, História do Brasil e regional editados em papel e, desde setembro/2017, um livro por mês no blog https://guidobilharinho.blogspot.com.br/


Cidade de Uberaba


segunda-feira, 2 de setembro de 2019

JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA – CIDADÃO UBERABENSE.

Em pleno amanhecer de um domingo de maio de 1973, três pessoas se apresentam na residência do Prefeito Hugo Rodrigues da Cunha que levantou às pressas para atender o Presidente da Câmara Municipal de Uberaba, Álvaro Diniz de Deus, acompanhado de dois empresários mineiros que, impacientes, esperavam o sol nascer.

Eram eles, Ivan Muller Botelho, proprietário da empresa de energia elétrica “Cataguases-Leopoldinense” e José Alencar Gomes da Silva, presidente da “Coteminas”.

O assunto, importante e urgente, era a possibilidade de transferência de uma indústria de aglomerados já em fase de instalação na cidade de Ubá. A continuidade da implantação havia se tornado inviável pela impossibilidade de se ter um único contrato de fornecimento de madeira. As florestas daquela região era áreas de minifúndio, com mais de 600 proprietários.

Uberaba foi uma das quatro cidades lembradas para sedar esta empresa, concorrendo com Curvelo, Corinto e Uberlândia.

José Alencar - Foto/Reprodução.

José Alencar contava, com ar de seriedade, que Hugo os convenceu que Uberaba era o “centro do mundo” e que, só mais tarde, descobriram que “todo lugar era o centro do mundo já que a terra era redonda”.

Antes de decorrer trinta dias, Uberaba foi escolhida pelos empresários e pelo BDMG, banco financiador deste projeto, para a implantação desta indústria.

A empresa de reflorestamento de Uberaba, “Triflora”, da qual éramos diretor administrativo e tinha como sócios, entre outros, Hugo Rodrigues da Cunha, Joaquim dos Santos Martins, José Miguel Árabe, Leo Derenusson e Ítalo Delalíbera, assinou um contrato de fornecimento de madeira e subscreveu parte do capital da nova empresa.

Assim nasceu a “Minasplac”, a primeira grande indústria a se instalar no DI-I, ocupando uma área de 100.000 m2, com investimentos em torno de 25 milhões de dólares. Na década de 1980 o controle acionário desta empresa foi transferido para o grupo “Formiplac” que, por sua vez, o transferiu para a “Satipel”. Atualmente, sob o controle do Banco Itaú, tem o nome de “Duratex”.

Em setembro de 1990, já como presidente da FIEMG – Federação das Indústrias de Minas Gerais, José Alencar, demonstrando seu carinho por Uberaba, promoveu, na Casa do Folclore, o I Congresso Pró-Modernização das Estradas Regionais, contando com o apoio da ACIU – Associação Comercial e Industrial de Uberaba e da Prefeitura Municipal.

Durante sua gestão na “FIEMG”, de 1988/2004, além de criar o título de “Operário/Padrão”, ampliou a presença do Sesiminas em 220 municípios e a do Senai, em 80.

Elevou o número de Sindicatos de 52 para 130. Uberaba contribuiu com 10% deste acréscimo com a criação de 9 sindicatos patronais, graças aos esforços de seu delegado em Uberaba, José Vitor Aragão. Até então existiam apenas dois sindicatos, o da Mecânica e o da Alimentação.

Neste período, na reestruturação do CIGRA-Centro das Indústrias do Vale do Rio Grande, do qual éramos presidente, José Alencar viabilizou os recursos necessários para que esta entidade tivesse vida própria.

Ainda como Presidente da FIEMG, construiu em Uberaba o “Clube do Trabalhador” através do SESI de Minas Gerais e que leva o seu nome, em justa homenagem.

Através do SENAI viabilizou a construção de uma escola de confecções, fruto do trabalho da diretoria do Sindicato local, liderado pelo então Presidente Tião Silva. Dezenas de turmas com centenas de alunos já se formaram através desta escola.

Foi um período de grande intensidade cultural. Frequentemente Uberaba recebia artistas de todos os segmentos pertencentes ao quadro do SESI em Belo Horizonte. Foi nesta época que se inaugurou na capital mineira, o Teatro “Nansen Araújo”, homenagem prestada ao ex-presidente da FIEMG, oportunidade em que um grupo de catireiros foi por nós enviado à capital, para ter a honra de inaugurar um de seus palcos.

José Alencar é cidadão uberabense. Em 17 de outubro de 1976, então com 45 anos, por iniciativa do vereador Homero Vieira de Freitas, a Câmara Municipal de Uberaba lhe outorgou este título no dia de seu aniversário.

Nascido em Muriaé, MG, em 17 de outubro de 1931, em uma família de 15 irmãos, José Alencar era o 11º. Começou a trabalhar aos 7 anos de idade, ajudando o pai na loja.

Aos 14, em 1945, anos saiu de casa e foi trabalhar em outras lojas nas cidades de Mirai e Caratinga. Foi nesta última cidade que, aos 18 anos, em 1950, com a ajuda financeira de seu irmão Geraldo Gomes da Silva, consegue criar sua própria loja, a “Queimadora” e que durou até 1953, época em que criou uma indústria de macarrão em sociedade com outros três parceiros.

Com o falecimento de seus pais e de seu irmão Geraldo, mudou-se para Ubá em 1960. Em 1963 cria a empresa “Cia. Industrial de Roupas Cometa” que mais tarde tem seu nome alterado para “Wembley”. Uberaba chegou a ter uma loja desta empresa.

Em 1975, inaugurou em Montes Claros, a “Coteminas”, localizada na área da Sudene. Em 1984 comprou a Seridó, a maior indústria de confecções do Nordeste.

Entre 1992 e 2004, a produção têxtil pulou de 15.000 toneladas para 170.000 toneladas e o faturamento aumentou 20 vezes, de 35 milhões de dólares para 700 milhões de dólares.

Na década de 2000 José Alencar, industrial por talento e vocação, surge como o maior empresário do ramo têxtil da América Latina. Com 11 fábricas esparramadas por Minas, Paraná, Nordeste e, com cerca de 17.000 funcionários, é um dos poucos empresários que consegue vender confecções até para a China.

Sua carreira política começou em 1993 quando se filiou ao PMDB e logo assumiu a Vice-Presidência do Partido. Embora vencedor da Convenção de 1994 que o indicou para candidato à governador, não contou com o apoio do Partido em sua campanha. Voltou à luta em 1998 como candidato ao Senado, disputando com Hélio Garcia e Júnia Marise. Embora aparecendo inicialmente com 2% de intenção de votos na primeira pesquisa, sua campanha foi crescendo tanto que provocou a renúncia de Hélio Garcia.

Foi eleito com expressiva votação, uma das maiores de Minas Gerais até então, tendo como primeiro suplente, Aelton José de Freitas. Tomou posse em 1 de fevereiro de 1999. Candidato a Presidência do Senado, sentiu-se traído pelo PMDB, razão de seu desligamento do Partido.

Por indicação de José Dirceu e certamente de Anderson Adauto, Lula, que havia perdido 3 eleições presidenciais consecutivas, aceitou o nome de José Alencar Gomes da Silva, então filiado ao Partido Liberal, para compor sua chapa como Vice.

Foi uma vitória apertada na Convenção do PT para aceitar José Alencar do PL. Foi aceito com 34 votos a favor, 30 votos contra e 7 abstenções. Em 18 de Outubro de 2002, Lula e José Alencar foram eleitos com 61,17% dos votos.

No primeiro mandato, de 8 de novembro de 2004 até 31 de março de 2006, acumulou o cargo de Vice-Presidente com o de Ministro da Defesa. Renunciou para participar das eleições de 2006.

Em 2005 deixou o PL e ingressou no que é hoje o PRB-Partido Republicano Brasileiro. Vencedor com Lula na eleição de 2006, Alencar, durante os dois mandatos, assumiu a Presidência por 398 dias enquanto o Presidente Lula viajava para o Exterior.

Em 2010 desistiu de sua candidatura ao Senado de Minas por acreditar que não achava certo se candidatar enquanto estava já em tratamento de saúde.

Em 25 de janeiro de 2011, estivemos com alguns companheiros da ACIU, na homenagem que lhe foi prestada pela Prefeitura de São Paulo. Estavam presentes Lula e diversos ministros. Coube a Dilma Rousseff fazer a entrega da medalha “25 de janeiro” ao José Alencar.

Os problemas de saúde de Alencar começaram em 1997 o que o levou a fazer mais de 15 operações sendo que três delas, em 2006, 2007 e 2009, nos Estados Unidos.

Assim como a presença de Alencar nas eleições foi determinante para a

Vitória de Lula, a sua luta com determinação contra o câncer por quase 15 anos, inspirou várias pessoas que sofrem da doença a terem perseverança.

Alencar faleceu em 29 de março de 2011 deixando viúva Mariza Gomes e os filhos Josué Gomes, Maria da Graça Campos Gomes da Silva e Patrícia Campos Gomes da Silva.

Em Uberaba, “ Dr. José Alencar” é o nome do Hospital Regional.

Alencar foi considerado pela Revista Época dos 100 brasileiros mais influentes em 2009.

Em julho de 2012, foi eleito um dos 100 maiores brasileiros de todos os tempos em concurso realizado pelo SBT com a BBC de Londres.

Gilberto de Andrade Rezende – Membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro – Ex-Presidente e Conselheiro da ACIU e do CIGRA.

Fontes – Jornal da Manhã – Cesar Vanucci do livro “José Alencar – Missão Cumprida”4





Cidade de Uberaba