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domingo, 30 de dezembro de 2018

DESCENDO A LADEIRA...

É deveras preocupante o atual estágio que atravessa nossa mui amada terrinha. Nem nos longínquos e pouco saudosos tempos da “quebradeira do zebu” (1944 e seguintes...) Uberaba não vive momentos tão desgastantes como nos dias de hoje. Cansei de ouvir “ a crise é nacional. Não é só na cidade que estamos sofrendo tropeços”... Concordo. Acontece que não resido no “ restante do Brasil”. Moro, vivo, luto, sofro, “brigo”, ganho, perco, em Uberaba ! É aqui que está a minha família, meus amigos e inimigos ( se é que os tenho)...
A mim não importa se a prefeitura das “ candongas”, está devendo os “ olhos da cara’, por má gestão, apinhada de “apadrinhados” políticos. Sei que a “ coisa tá preta” na terra de Major Eustáquio, onde nasci e quero que me enterrem os ossos. Na administração municipal, nem nos tempos em que NÃO se recebia ICMS, IPM, IPVA e um “ montão” de dinheiro federal e estadual, a Prefeitura vivia na “ pitimba” dos dias atuais. Os prefeitos, tinham parcimônia nos gastos. Só gastava aquilo que recebia. Não tinha funcionário dando “ encontrão” nos outros, nos corredores municipais. Eram, antes de mais nada, uberabenses que , aqui na terrinha, enterram os seus umbigos.

Nunca se soube que no exercício do cargo, Boulanger Pucci, Antônio Próspero, José Pedro Fernandes ( interino ), Artur Teixeira, Jorge Furtado, Randolfo Borges Júnior, João Guido, Hugo Rodrigues da Cunha, tivessem adquirido fazendas , com milhares de cabeças nos pastos. Não é do conhecimento dos uberabenses que, “ malandros” amigos dos Prefeitos, tivessem se enriquecido, beneficiados com os “ favores do cargos de confiança” que ocuparam. Nunca, em tempo algum, se soube noticias que secretários, “ cantassem” moças que pretendiam entrar no serviço público. Não se tem noticia que Prefeito tinha ficha policial...

Foi-se o tempo que vereadores da estirpe moral de um Roberval Alcebíades Ferreira, Chico Veludo, Ivo Monti, Zé Humberto Rodrigues da Cunha, Bilula Pagliaro, José Soares Bilharinho, Marcus Cherém, Nagib Cecilio, Ataliba Guaritá Neto, Joanico Rodrigues da Cunha, lembrando os da “velha guarda”, ganhavam dinheiro para legislar. Até o inicio da década de 80, reverencio, Valdir Vilela, Reynildo Chaves Mendes, João Adalberto Andrade, Paulo Afonso Silveira, Álvaro Diniz de Deus, Arly Coelho , Baldomero Franco, João Fatureto Jr., dentre outros; vereadores de têmpera que nada recebiam para trabalhar pelo povo. Todos eles, tinham suas atividades profissionais e mais ! Sem assessores....

Não custa lembrar que Calixto Bunazar e 2 secretárias, davam “ cabal desempenho de todo o expediente da Câmara municipal. Saudade eu tenho do CODAU, dirigido por homens sérios, do “naipe” de Mário Grande Pousa, Geraldo Barbosa, Vicente Marino Jr. Lembrar-me de secretários municipais da postura moral e “mãos limpas” de um Álvaro Vasques, Armando Silva, José Pinot Clavis, Wilson Nassif, Heraldo Toti, Coronel Vicente Bracarense, Elmo Fantato, dignificaram os cargos de confiança que ocuparam na administração municipal. Bons tempos... E dos servidores que deram “ a vida “na Prefeitura ? “Sossego”, Cação, Adroaldo Spiridião, João Batista Giraud, Anisio Curi, Ítalo de Martino, Selma Tomain, que se aposentaram, sem manchas, no seus prontuários municipais ?

Hoje, a tristeza, a” cabeça baixa”, a insatisfação, fazem morada no Legislativo e Executivo. Nesse, mais ainda. Salários atrasados, “ticket” alimentação que não chega, chefias que deixam a desejar, “puxa-sacos” de todos os lados, “apadrinhados” que recebem sem trabalhar, inclusive residindo fora do Brasil. Cortam-se pequenas despesas. Cadê a coragem de “enxugar” “a máquina administrativa? Joga-se apenas para a” arquibancada"...”Corte” mesmo...

Se não aparecer um uberabense de “culhão” para consertar a cidade, Uberaba vai disparar “ladeira abaixo”. Ne (Marques do Cassu)







Cidade de Uberaba

segunda-feira, 6 de agosto de 2018

JOÃO PEDRO

Ano de 1972, estava em alta a estima do uberabense. O segundo maior estádio de Minas, recém inaugurado ( até hoje, inacabado...) ,cobertura dos córregos do centro da cidade (causadora das enchentes atuais...), a construção de um novo Terminal Rodoviário (quando deram a praça velha para um hipermercado “quebrado”...), asfaltaram ruas de bairros, (proprietários não conseguiram pagar os altos preços cobrados e perderam, quase todos, seus imóveis...) ,inaugurada a primeira geradora de televisão da cidade (TV-Uberaba), nosso orgulho na época ( hoje, morta e sepultada pela incúria dos nossos empresários que não quiseram mantê-la. Preferiram trazer a Globo, “ de lá...”

Na política, as ARENAS 1 e 2, “mandavam” na terrinha .PMDB, esfacelado, com a morte do seu líder, Chico Veludo. Deflagrada a sucessão municipal, Rosa Prata, prefeito; João Guido, deputado federal; Randolfo Borges Jr., ex-prefeito. Turma “ da pesada”. Na Arena 2, um grupo de empresários, iniciantes nas ” armações” políticas: Gilberto Rezende, Hugo Rodrigues da Cunha, o tio, deputado federal, José Humberto, Joaquim Martins, da “Distrive”, além do vereador Mário Guimarães, que fazia “oposição” a Rosa Prata... 

Previsão inicial: -“Quem nós escolhermos, pode mandar faz o terno de posse”, jactavam-se os donos da Arena 1. A Arena 2, não tinha votos suficientes para lançar candidato na convenção. Fizeram então, um “ acordo” ; dois dos convencionais da Arena 1, “votariam” no candidato da Arena 2 para que não ficasse muito à mostra, a hegemonia dos mandatários da época, todos ao lado de Rosa Prata. Escolhidos, Ramid Maud e Randolfo Borges, votaram em Hugo Rodrigues da Cunha. Do outro lado, certo da vitória, Fúlvio Fontoura, filho de Lauro Fontoura, ex-prefeito da cidade, aos tempos da ditadura Vargas. 

O PMDB, coitado, acéfalo. Paulo Afonso Silveira, segurando o “ barco”. Ainda assim para “cumprir tabela”, escolheu o alfaiate João Pedro de Souza, candidato à prefeito e um bom grupo de candidatos à vereador. Pela primeira vez, Uberaba iria conhecer um “ palanque eletrônico” na TV-Uberaba. Peças das duas Arenas, rebuscadas . Bem feitas. PMDB, quase “porca miséria”. João Pedro, varinha na mão, indicava, se vencesse as eleições, traria água do rio Grande, à abastecer o cruciante problema d’água existente na terrinha. O anúncio virou piada na cidade. –“João Pedro ficou doido. É preciso interná-lo no Sanatório Espírita! Onde já se viu pensar uma coisa dessa”!... 

Louve-se a lealdade de Paulo Afonso Silveira, ao candidato e ao partido. O mesmo não se pode dizer dos vereadores.. .Abertas as urnas, a vitória cantada pela Arena1, virou cinzas... Tido como “zebra”, a Arena 2 com Hugo Rodrigues da Cunha, deu “ banho” de votos e elegeu-se prefeito de Uberaba, com larga vantagem. O mito que a “ máquina administrativa” sempre vence, foi por água abaixo.. .Disse água ?...Acompanhe. 

João Pedro, abandonado, triste, aborrecido, achincalhado, endividado pela campanha, sem votos, humilhado, entrou na mais terrível das doenças, a depressão. Não suportando tanta difamação, um belo dia, ao mirar-se nas águas do rio Grande, na ponte que divide Minas e São Paulo, a tentação do demônio foi inexorável. João Pedro, não resistiu. Atirou-se nas mansas águas que queria trazer para abastecer Uberaba.. .Perdeu-se nas profundezas do rio Grande... 

Tempos depois, ( ironia do destino !..) os mesmo políticos que o chamaram de louco varrido, tentaram obter financiamento para trazer a água do rio Grande,à abastecer as torneiras da santa terrinha...Ao mais calhorda dos políticos, guarde sempre o velho ditado: “ nunca diga que dessa água eu não bebo “.... “Marquez do Cassú”.