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sábado, 3 de agosto de 2019

JORGE DIB NETO – Um idealista por natureza

Devolver dinheiro para Prefeitura Municipal? Isso nunca vai acontecer! Assim se manifestaram algumas pessoas ao tomarem conhecimento do pedido feito pelo recém-eleito prefeito Hugo Rodrigues da Cunha (1973/1977) para a Construl, empresa que construía a capela ao lado do cemitério.

A solicitação era para que ela paralisasse as obras e devolvesse as verbas que já tinham sido liberadas pela administração anterior. Havia premência para que esses recursos fossem alocados para outras obras prioritárias.

Certamente, os manifestantes não conheciam o presidente da empresa, o engenheiro Jorge Dib Neto, que não só atendeu prontamente a solicitação como isentou o município do pagamento da multa contratual.

Um caso raro no mundo empresarial. Assim era Jorginho, então presidente da ACIU. Em sua gestão (1972/1973), junto com sua diretoria, abriu uma nova página na história do desenvolvimento de Uberaba.

Atuou em todos os segmentos de interesse da comunidade e dos associados. Para eliminar as dificuldades decorrentes da falta de integração deste território com os grandes centros consumidores do país, promoveu o 1º Simpósio Rodoviário a fim de melhorar nossa malha rodoviária.

Nesse período, Jorge se engajou na luta para instalação de um terminal de gasoduto em Uberaba, através de inúmeros contatos com o Ministério de Minas e Energia.

Na área de Educação, se desdobrou para a criação do Curso de Administração de Empresas na Faculdade de Ciências Econômicas do Triângulo Mineiro (FCETM).

Seu grande destaque foi o de perceber que havia uma lacuna no desenvolvimento do setor industrial. Naquela época, os pilares da economia do município se assentavam quase que exclusivamente no setor rural, no comércio - com destaque para as concessionárias de veículos - na educação, na prestação de serviço – meca da Medicina - e nas indústrias vinculadas ao agronegócio, como Cooperativa de Leite, Matadouro Industrial e dezenas de máquinas de arroz.

Sob o controle estatal, o Distrito Industrial, criado no governo de João Guido, já abrigava a Cia. Têxtil do Triângulo, o Abatedouro Avícola Paranaíba e o Curtume Triângulo.

Preocupado com a situação, Jorge Dib Neto, em agosto de 1972, criou com sua diretoria, sob a direção do vice Gilberto Rezende, a “Operação Indústria”, da qual participavam Wagner do Nascimento, vice-prefeito e representante do CDI (Cia. dos Distritos Industriais), Joaquim Prata dos Santos, pelo Sindicato Rural, Zito Sabino de Freitas, pela ABCZ, Bernardo Pucci, pelo Sindicato do Comércio, representantes do Rotary, Lions, OAB, Academia de Letras, Lojas Maçônicas, Sindicatos Patronais e de Empregados.

O objetivo não era somente trazer empresas que viessem reforçar nosso parque industrial através da oferta de incentivos fiscais. Consistia também na ajuda mútua para ampliação das indústrias já implantadas por meio de empréstimos dos organismos financeiros, que também participavam dessas reuniões como o INDI e o BDMG.

Nos encontros com todos os representantes comunitários liderados pela ACIU, foram aprovados os programas que foram repassados ao prefeito Hugo Rodrigues. Foi uma grande contribuição para a abertura de uma nova era que redundou na criação de dois Distritos Industriais e na instalação de inúmeras indústrias, com destaque para o complexo Fosfértil no DI III e a Minasplac, no DI I.

Esse grande movimento envolveu toda a comunidade e foi responsável também pela criação da CODIUB e das Secretarias de Indústria e Comércio (hoje Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo) em Uberaba.

Jorge Dib Neto.

Jorge Dib Neto sempre foi um idealista. Sua participação no Lions Clube Uberaba, do qual foi um dos fundadores e presidente, deixou exemplos que se frutificaram. Ajudou Mário Palmério a criar o curso de Engenharia Civil na FIUBE (Uniube), do qual foi diretor e um professor exigente por décadas.

Como era querido pelos seus alunos, dezenas de vezes foi convidado a participar das formaturas como patrono ou paraninfo.

Na área política, Jorginho também deu sua colaboração como secretário de Obras no governo de Silvério Cartafina Filho.

Jorge Dib Neto, filho de Miguel Jorge Dib, (Miguelzinho da Loja São Geraldo), nasceu em 1933 e tinha como irmãos Demilton Dib, um dos maiores e mais requisitados arquitetos brasileiros, Carlos Antonio Dib, médico, José Facury Dib e Gilberto Dib, engenheiros, e Vilma.

Faleceu em 2006 e deixou viúva Deusedite Martins Dib e três filhos – Raquel, Ângela e André.
Deixou também uma permanente saudade entre seus amigos e admiradores que esperam pelo reconhecimento de toda a comunidade por seu exemplo e dedicação.

Gilberto Rezende - Ex-presidente e membro do Conselho Consultivo da ACIU e do CIGRA. Membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro.

Fontes: ACIU e Jornal da Manhã







Cidade de Uberaba

quarta-feira, 3 de julho de 2019

HUGO RODRIGUES DA CUNHA

Homenagem pelos Três anos de seu falecimento ocorrido em 03 de julho de 2016.

UM MARCO NA INDUSTRIALIZAÇÃO DE UBERABA


“Uberaba é o centro do Universo”


Disse Hugo aos empresários que o visitavam em sua residência, em busca de uma cidade que pudessem instalar uma fábrica de processamento de madeira que compraram na Europa.

José Alencar Gomes da Silva, o líder do grupo, brincava que este foi o motivo que levou o grupo a escolher nossa cidade onde, associado à empresa Triflora de Uberaba, implantou a Minasplac, no DI 1 (hoje Duratex).

Esta empresa foi uma das dezenas de indústrias que enriqueceram nosso parque industrial no primeiro governo municipal de Hugo Rodrigues da Cunha. Entre elas, destaca-se a implantação da empresa Fosfértil, que permitiu a instalação de um complexo industrial voltado para a fabricação e distribuição de adubos, no D.I. III.


Hugo Rodrigues da Cunha. Foto: Reprodução.

Este novo pilar da economia foi fruto de um trabalho liderado pela Aciu, na gestão de Jorge Dib Neto, em 1972, que criou uma Comissão de Industrialização de Uberaba, integrada por todas as lideranças da cidade, com o objetivo de implantar parques industriais. Para que este projeto de industrialização pudesse lograr êxito, era necessário haver uma sintonia entre os empresários é o poder público, razão da escolha de Hugo Rodrigues da Cunha, um líder classista, como candidato a Prefeito de Uberaba.

Para assegurar sua vitória, o grupo Triflora, em parceira com Edson Prata e outros amigos como Marcelo Palmério, Urbano Salomão, Unias Silva, Adilsson Pereira de Almeida e outros, compraram o Jornal Correio Católico e transformaram no Jornal da Manhã. 

Com o objetivo de divulgar o programa de governo de Hugo, na véspera da eleição de 1972, contando com o apoio voluntário de centenas de alunos da FIUBE (UNIUBE), o Jornal da Manhã distribuiu 40.000 exemplares de sua edição, como contribuição de campanha.

Hugo Rodrigues da Cunha, nascido em Uberaba em 1927, formou-se em Ciências Contábeis e em Direito. Na área política foi prefeito de Uberaba em duas gestões, de 1973 a 1977, pela Arena, e de 1989 a 1992, pelo PFL. Hugo, além de ter exercido uma administração profícua, deixou o exemplo de um administrador atuante e honesto. Em seu governo foram implantados os Distritos Industriais I e II.

Ao fim de seu primeiro mandato, Hugo elegeu como seu sucessor, Silvério Cartafina Filho, secretário municipal de Saúde, no período de 1977 a 1982 e, após o segundo mandato, foi eleito seu secretário de indústria e comércio, Luiz Guaritá Neto (1992/1995). Um reconhecimento da comunidade pelo desempenho do Prefeito Hugo Rodrigues da Cunha. 

Sua primeira experiência na área política se deu em novembro de 1970, disputando uma vaga na Câmara dos Deputados, não obtendo sucesso. Em 1978, logo após seu primeiro mandato como prefeito de Uberaba, novamente se candidatou a deputado federal, sendo diplomado como terceiro suplente e empossado em março de 1979. 

Em 1994, em nova campanha como candidato a deputado federal, conseguiu se eleger, obtendo a maioria dos votos da região. Participou na Comissão de Agricultura e Política Rural e em outros importantes setores do Congresso Nacional. 

Como líder classista foi eleito presidente da Aciu em 1968. Em sua gestão foram iniciados os estudos para a criação do Clube dos Diretores Lojistas e também a criação de novos Sindicatos Patronais. Contribuiu para a criação da Faculdade de Zootecnia e para a eletrificação rural.

Na sua gestão à frente da Aciu realizou a Exposição Comercial e Industrial e em 1969 diplomou os primeiros economistas formados pela Faculdade de Ciências Econômicas, mesmo ano em que foi reconhecida pelo MEC pelo Decreto 65.976/69. 

Junto com Arnaldo Rosa Prata da ABCZ e Ronan Tito de Uberlândia, criou em 1967 a “UDET”- União para o Desenvolvimento do Triângulo que tinha como objetivo liderar o primeiro grande movimento em prol da Emancipação do Triângulo Mineiro.

Foi diretor e vice-presidente da Federação das Associações Comerciais de Minas Gerais, presidente do Diretório Municipal do PFL em Uberaba, vice-presidente da Associação das Empresas Cinematográficas Exibidoras de Minas Gerais e presidente da Associação dos Municípios do Vale do Rio Grande.

No setor empresarial foi administrador da Companhia Cinematográfica São Luís, proprietária dos Cines - Metrópole, São Luís, Royal e Vera Cruz, bem como do Grande Hotel, o primeiro edifício de grande porte erigido no interior brasileiro, no ano de 1941. 

Os mais velhos vão se recordar que, por mais de duas décadas, imensas filas se faziam aos domingos, estendendo-se até a Praça Rui Barbosa, para assistir os filmes no Cine Metrópole, em seus 1.700 assentos. Foi diretor do complexo Triflora, atuando em diversos setores do Reflorestamento, por cerca de vinte anos.

Acumulou, mercê de seu trabalho, três fazendas em seu patrimônio. Todavia, Hugo que não gostava de pedir nada a ninguém em suas campanhas políticas, usou recursos próprios proveniente da venda destes imóveis, para custear suas próprias eleições. Um raro caso no Brasil, em que um cidadão sai da Política com a redução de seu patrimônio.

Hugo Rodrigues era viúvo de Maria Inácia Naves Rodrigues da Cunha, (Naná) com quem teve quatro filhos: Hélio, Patrícia, Júnia e Cristina. Faleceu em 04 de junho de 2016 aos 89 anos.

Seu nome está gravado na ETE - Estação de Tratamento de Esgotos do rio Conquistinha, inaugurada pelo CODAU em 25/11/2017. 


Gilberto de Andrade Rezende
Jornal da Manhã - 26 de agosto 2018





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