terça-feira, 30 de agosto de 2022

Rua Cel. Manoel Borges, em foto da primeira metade do século XX.

À direita, a loja Notre Dame de Paris (antiga casa de Major Eustaquio, fundador de Uberaba), demolida para a construção do Hotel Chaves, hoje Hotel Monte Carlo. O prédio seguinte é o cine Politeana, também demolido. Hoje o terreno abriga uma filial das Lojas Têxtil.

Rua Cel. Manoel Borges, em foto da primeira metade do século XX.


Rua Coronel Manoel Borges

“Começa no canto inferior direito da Praça Rui Barbosa e finaliza na praça Dom Eduardo. É atravessada em ponte de cimento armado pelo Córrego da Manteiga e pelas ruas Senador Pena e Das Mercês. Antes da primeira destas sai, à esquerda, a rua Major Eustáquio. Pertence à colina da Matriz até ao córrego e daqui até ao fim ao alto das Mercês. É a segunda mais importante da cidade, toda calçada a paralelepípedos e arborizada a partir da Senador Pena.

Teve, primitivamente, o nome de ‘Rua Grande’, ou ‘Direita’, com a extensão das atuais ruas Vigário Silva e Cel. Manuel Borges até a das Mercês, somente, pois era aí o limite.

A Comissão recenseadora de 1880 contemplou-a com o nome de – ‘Antiga Rua Grande’ e dividiu-a em três: ‘Vigário Silva’ (até a Praça Rui Barbosa), ‘Municipal’ (até a Senador Pena) e ‘Tiradentes’ (a parte restante que, mais tarde, se conheceu pelos nomes de rua das ‘Monteiras’, do ‘Felício’ etc.)
Nos primeiros anos da República a Rua Municipal tomou o nome de ‘Quinze de Novembro’.

Pela nomenclatura de 1900, esta e a Rua Tiradentes passaram a chamar-se ‘Municipal’. Arquivo Púbico de Uberaba este nome se mudou para – rua ‘Coronel Júlio Bueno Brandão’, em homenagem ao mesmo, quando presidente de Minas, em visita a Uberaba, inaugurou naquele ano a Exposição Agropecuária, no dia 03 de maio.

Arquivo Público de Uberaba


José Estanislau de Jesus era conhecido como "FUMANCHU".

Fumanchu tinha alguns cachorros, mas um era lhe especial, o “Brinquinho”, e eles ajudavam a vigiar a Biblioteca.

Fumanchu adoeceu e foi levado para o Hospital Escola. Chegou a voltar, mas dias depois veio a falecer, com problemas cardíacos. Logo em seguida, seu cachorro preferido, morreu também, atropelado na Avenida Leopoldino de Oliveira. Após a morte do Fumanchu, o mato cresceu, o jardim sumiu e a Biblioteca foi assaltada várias vezes.

José Estanislau de Jesus era conhecido como 
"FUMANCHU".

Fumanchu e estagiárias do Lavoura e Comércio. Elas eram estudantes de jornalismo
 e se formaram em julho de 1979. 

Deixou saudades, fez muita falta a todos nós. Deve estar cuidando de “algum jardim lá no céu...”. Maria Elena Carvalho Ex-funcionária da Biblioteca “José Estanislau de Jesus era conhecido como FUMANCHU, Torcedor do Uberaba Sport Club, trabalhava como engraxate na Rua Manoel Borges.

Em 1º de maio de 1980 tive o prazer de conhecê-lo e tornar- me sua amiga. A partir desta data, convivi com ele anos e anos. Era um homem humilde de muito respeito, que morava nos fundos da Biblioteca Municipal na Rua Alaor Prata. Trabalhava em troca de moradia, era devoto de Medalha Milagrosa, Santa Bárbara e do Menino do Pastoreio.

Devido à sua fé, nada lhe faltava. Ele recebia alimentação de uma senhora caridosa, todos os dias. Ele tinha dois cachorros de estimação. Os comerciantes do Mercado Municipal davam alimento para seus cães.

FUMANCHU era alcoólatra, mas não prejudicava ninguém. Ficava alegre e conversava muito. Deixou seus pais quando ainda era criança. Os seus pais conviveram com o regime de escravidão e ele herdou deles a comemoração da data de 13 de maio.

Foi um uberabense que deveria ser lembrado, mas foi esquecido. Gostava de agradar às pessoas com flores e frutas que ele plantava. Quando faleceu em janeiro de 1988, senti muito a sua perda e sempre trago suas lembranças”. Marivone Fernandes Matias Ex-funcionária da Biblioteca

Ana Amália Matheus

VOZ MARCANTE

Ela sabe muito bem o tanto que lutou para chegar onde chegou. As esquinas dobradas, os obstáculos enfrentados, os muros de indiferença e discriminação enfrentados. Sobretudo por trilhar por um caminho que, para muitos, é reto, suave e quase sempre bafejado por posição social privilegiada.

Imagens: fotos do álbum de família em sua página no Facebook.

Filha de família humilde, mais velha dentre seis mulheres e um único irmão homem, teve que trabalhar e estudar para ajudar nas despesas da casa. Mulher de fibra, guerreira, ainda jovem prestou concurso para o serviço público, logrando classificar-se entre as primeiras colocadas. Trabalhou quase a vida toda na Prefeitura de Uberaba, até alcançar sua merecida aposentadoria nos quadros da Procuradoria Municipal. Antes disso e, paralelamente, com garra e muita força de vontade, cursou a Escola Normal, hoje Castelo Branco, onde graduou-se com louvor. Mas isso não seria o bastante para ela. Só o emprego público não era o suficiente para ajudar no sustento da família. Foi quando então descobriu ser portadora de um excepcional timbre vocal e dele resolveu tirar proveito profissional. Desde então passou a atuar também como locutora da Rádio 7 Colinas e, posteriormente, como apresentadora de telejornal no extinto Canal 5, TV Uberaba.

Não fora sua personalidade tímida, avessa à badalação dos meios artísticos, poderia muito bem ter alcançado o estrelato nacional só com a força de seu inegável talento e voz marcante.

Ana Amália Matheus me faz lembrar as muitas mulheres guerreiras desse nosso imenso país, aquelas brilhantemente lembradas nos versos da canção de Milton Nascimento e Fernando Brant, que dizem:

“Maria, Maria, é um dom, uma certa magia / Uma força que nos alerta / Uma mulher que merece viver e amar / Como outra qualquer do planeta / Maria, Maria, é o som, é a cor, é o suor / É a dose mais forte e lenta / De uma gente que ri quando deve chorar / E não vive, apenas aguenta / Mas é preciso ter força, é preciso ter raça / É preciso ter gana sempre / Quem traz no corpo a marca, Maria, Maria / Mistura a dor e a alegria / Mas é preciso ter manha, é preciso ter graça / É preciso ter sonho sempre / Quem traz na pele essa marca possui / A estranha mania de ter fé na vida” ...

E é por ter lutado com garra, com raça, demonstrando sua inabalável fé na vida é que Ana Amália Matheus merece figurar em Coisas e Fatos Antigos de Uberaba.
Moacir Silveira



terça-feira, 23 de agosto de 2022

BUTANTÃ

O nome já indica: "Um time de cobras". Esse time foi criado pelo Tetente (Joaquim Vicente Prata Cunha) e amigos, no final dos anos 60. Era um time varzeano, que jogava amistosamente nos fins de semana.

 Em pé da esquerda para direita. Nenê (meu Pai), Tonho, Hugo, Djalma Cruz, Vicentinho e Romeu. Agachados: Evaldo, Gilberto, Nifan, Tetente e Zé Teófilo. Foto: Celso Coelho


Uniforme Preto (Calções e camisas, Meias brancas). E cujo distintivo para fazer jus ao nome, era uma cobra. Neste dia o jogo foi no saudoso Estádio Boulanger Pucci.

Que saudade desse tempo. Eu e meus irmãos ainda adolescentes acompanhavamos quase sempre os jogos. Com a missão de cuidar das bolas, das chuteiras (principalmente às de nosso Pai) e da água e refrescos nos intervalos dos jogos. Tempo Bom.  (Celso Coelho)

ETERNA ALIANÇA

Como num conto de fadas ou em um romance de amor, ele tinha um real motivo para voltar quando foi em busca de seu sonho. Pena que o cruel destino tinha outros planos para ele.


Antes de partir para Calcutá, na Índia, onde pretendia comprar bois da raça zebu, João Martins Borges depositou em mãos de sua amada um belo anel de brilhante. E o fez como imorredoura prova de seu amor e sua firme intenção em desposá-la, quando voltasse. Infelizmente isso acabou não acontecendo, em face de sua morte inesperada naquela cidade, em 1918.


Fotos: 1 – Dulce Guaritá (álbum de família); 2 - João Martins Borges
 (Acervo do Museu do Zebu, Uberaba, MG); 3 – Anel de brilhante.


Ante fatídico acontecimento, num gesto de recato, pudor ou por entender não ser justo reter tão valioso presente, a nobre donzela resolveu devolver a joia aos familiares de seu falecido noivo.
Essa valiosa peça, que deveria ser símbolo de uma eterna aliança, encontra-se muito bem guardada e em poder de Dulce Guaritá, feliz sobrinha de ambos os noivos, pois na linha de descendência das duas famílias.

Tão linda, embora trágica, história de amor não concretizado me fez lembrar versos de Vinicius de Moraes, em seu “Soneto da Fidelidade”, que diz:

“De tudo, ao meu amor serei atento / Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto / Que mesmo em face do maior encanto / Dele se encante mais meu pensamento / Quero vivê-lo em cada vão momento / E em seu louvor hei de espalhar meu canto / E rir meu riso e derramar meu pranto / Ao seu pesar ou seu contentamento / E assim, quando mais tarde me procure / Quem sabe a morte, angústia de quem vive / Quem sabe a solidão, fim de quem ama / Eu possa me dizer do amor (que tive) / Que não seja imortal, posto que é chama / Mas que seja infinito enquanto dure”
E para que a beleza de tão nobre gesto não seja esquecida é que eu o registro entre as Coisas e Fatos Antigos de Uberaba.

Moacir Silveira


Condomínio Edifício Rio Negro

Edifício Rio Negro. Foto: Antônio Carlos Prata.

Galeria. Foto: Antônio Carlos Prata.


Edifício Rio Negro, em estilo Moderno. É um prédio comercial. Localizado na avenida Leopoldino de Oliveira, 3490.(centro). Foi inaugurado em novembro de 1967, com seus 11 andares, e uma galeria com várias lojas comerciais de diferentes segmentos. Antônio Carlos Prata

sexta-feira, 19 de agosto de 2022

"Superlua de esturjão" brilhando no céu sobre Uberaba

“Superlua de esturjão”- Foto: Antonio Carlos Prata.

Uma noite agradável de “Superlua de esturjão” brilhando no céu sobre Uberaba. Com temperatura amena marcando 14°C . O flagrante abaixo foi clicado por volta das 20h11 – em 11/08/2022.

(Clique na foto para ampliar e na tecla Esc para voltar ao normal)

HOJE É O DIA MUNDIAL DA FOTOGRAFIA

A fotografia é uma das invenções mais extraordinárias da história da humanidade e que revolucionou a sociedade a partir de meados do século XIX, assim como a cultura, a economia, as arte e etc. Normalmente, durante este dia, acontecem palestras, workshops e demais atividades relacionadas à fotografia. As fotografias podem ser utilizadas para informar, recordar ou como uma expressão artística. Sejam fotógrafos profissionais ou amadores, no Dia Mundial da Fotografia, todos os amantes desta arte comemoram a data fazendo muitas fotos.

Antiga 'Mata do Carrinho - Foto: Paulo Nogueira.

Os brasileiros ainda celebram o dia 8 de janeiro como o Dia Nacional da Fotografia, também conhecido como o “Dia do Fotógrafo”. Na imagem abaixo, clicada por Paulo Nogueira. Na antiga 'Mata do Carrinho, que era localizada do lado de traz do Aeroporto local, foi premiada pela TV BBC de Londres, em um concurso realizado mundialmente no ano de l984, em originalidade. O referido concurso solicitava mostrar a pobreza vivida na época nos países da América do Sul, e o Jornalista Paulo Nogueira enviou a matéria (texto e foto) como jornalista e repórter fotográfico do Jornal da Manhã) UBERABA EM DESTAQUE MUNDIALMENTE

ANAC VENDE AEROPORTO DE UBERABA

... Aeroporto de Uberaba foi leiloado nesta quinta-feira, 18/08/2022. Agência Nacional de Aviação Civil/Anac realizou a sétima rodada do programa de concessões aeroportuárias, com a venda de 15 terminais, entre os quais, aquele que é considerado a “joia da coroa” da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária/Infraero: o Aeroporto de Congonhas, localizado na zona sul da capital paulista, um dos mais movimentados do país.

  Aeroporto de Uberaba - Foto Antônio Carlos Prata.

O leilão aconteceu na Bolsa de Valores de São Paulo.
BLOCOS
O Bloco SP-MS-PA-MG, liderado pelo Aeroporto de Congonhas, incluiu ainda os aeroportos de Campo Grande, Corumbá e Ponta Porã, em Mato Grosso do Sul; Santarém, Marabá, Parauapebas e Altamira, no Pará; e Uberlândia, Uberaba e Montes Claros, em Minas Gerais. Esse bloco foi arrematado pelo grupo espanhol Aena, por R$ 2,45 bilhões.

O Bloco Aviação Geral foi formado pelos aeroportos de Campo de Marte, em São Paulo, e Jacarepaguá, no Rio de Janeiro.

O Bloco Norte II foi integrado pelos aeroportos das capitais do Pará, Belém, e do Amapá, Macapá

(Matéria extraída do Facebook da jornalista Giselda Campos)

DIA DA FOTOGRAFIA

O experiente e competente repórter fotográfico Peixotinho, do saudoso jornal Lavoura e Comércio, enviou-me essa foto para lembrar que hoje, 15 de agosto, é o Dia Mundial da Fotografia.

A escolha da data está vinculada a Niepce e Daguerre que, no longínquo ano de 1837, nesse mesmo dia, comunicaram ao mundo que tinham conseguido fixar numa laje fotossensível o que fosse colocado diante de uma câmera fotográfica.


Da esquerda para a direita, em cima, os fotógrafos: Alfredo, Jesus, Akira, Jair, Lindomar, Amadeu; Em baixo: Hélio Silva, Moacir Silva, Nelson, Peixotinho, Zezinho e Amadeu.

Dois anos depois Talbot, com seu calótipo, permitiu que esse tipo de registro pudesse ser reproduzido ou copiado. Embora muitas pessoas associem o início da fotografia com o nascimento do negativo isso não procede pois, como dito, o dia 15/8/1837 é o marco inaugural da fotográfia.

Nesse belo registro fotográfico, de 1979, aparecem, da esquerda para a direita, em cima, os fotógrafos: Alfredo, Jesus, Akira, Jair, Lindomar, Amadeu; Em baixo: Hélio Silva, Moacir Silva, Nelson, Peixotinho, Zezinho e Amadeu.

Tive o imenso prazer de conhecer quase todos esses grandes profissionais da arte fotográfica e posso dizer, repetindo Roland Barthes que:

“A Fotografia não fala (forçosamente) daquilo que não é mais, mas apenas e com certeza daquilo que foi”.

Alfredo, Jesus, Akira, Jair e Amadeu já não estão mais entre nós, mas saibam que os vejo e deles me lembro exatamente como aparecem nessa foto, cheios de vida e sorridentes, e é por isso que recebo a foto e a registro, com especial destaque, em Coisas e Fatos Antigos de Uberaba.

Moacir Silveira 

Imagem: segundo o fotógrafo Zezinho essa foto foi clicada pelo colega Ricardo Prieto em um intervalo de solenidade de formatura no Santuário da Medalha Milagrosa.

terça-feira, 16 de agosto de 2022

TRÁGICO DESTINO

É bem provável que tenha pensado nas palavras do general romano Pompeu, “navegar é preciso, viver não é preciso”, quando empreendeu viagem por mais 18.000 km, distância a separar Uberaba da cidade de Calcutá, na Índia e para onde se dirigiu em 1914. Para tal era preciso vencer o Atlântico, passar pelo Mediterrâneo, atravessar o Canal de Suez, singrar o mar Vermelho, enfrentar a barreira da língua, as exigências sanitárias e longos períodos de quarentena. Tudo isso em busca de um sonho. Era o que faziam os jovens de então ao partir em busca de redenção econômica representada pelo majestoso gado zebu. Vale lembrar que tais viagens chegavam a durar até três longos anos.

Imagens: - 1 e 2 (no alto): os irmãos Virmondes, João e Otaviano; - 3 e 4 (ao centro): 
Virmondes e Otaviano em solo indiano; e - 5 e 6 (em baixo): lápide e cerimônia de sepultamento em Calcutá, Índia (acervo do Museu do Zebu).


E foi assim que ele, aos 27 anos, viajando sozinho e com saúde frágil, saiu em busca de seu destino. Chegou, viu, gostou, selecionou e comprou o mais belo lote de animais que encontrou. Mas, infelizmente, não pode trazê-lo em face da eclosão da Primeira Grande Guerra Mundial. Saudoso de casa, após longa espera, resolveu voltar ao Brasil.

Tempos depois, em 1917, comunicou sua intenção de retornar à Índia para recuperar seu vultoso investimento. Seus familiares impuseram-lhe uma condição, teria que viajar escoltado por dois irmãos. Assim foi feito e, embora fluente na língua inglesa, idioma corrente nas repartições públicas indianas, muito penou ante os inúmeros entraves burocráticos exigidos para a liberação. Como num sonho premonitório ou em uma tragédia anunciada, ele tanto sofreu que acabou falecendo no ano seguinte, 1918, sendo velado e enterrado na distante cidade de Calcutá.

Decorridos quase 60 anos desse infausto acontecimento e reconhecendo a grandeza do empreendimento levado à efeito por um dos primeiros pioneiros na introdução do Zebu no país, a ABCZ resolve transladar, em 1975, seus restos mortais para o Brasil. E o faz com pompa e circunstância pois, na chegada à Uberaba, feita em carro aberto do Corpo de Bombeiros, ladeado por pelotão dos Dragões da Independência da PMMG, foi finalmente sepultado no jazigo da família, no cemitério local de São João Batista.

Ante tão grandioso feito, fazendo minhas as palavras de Kethlene Vanzeler, eu diria que: ... “Tudo bem deixar o tempo passar... / ou viver apenas a espera do que virá... / Tudo bem se afastar, ir bem longe... voar! / Desde que você tenha sempre um lar para voltar!”

Embora trágico, entendo que merece registro e é por isso que incluo os nomes do pioneiro João Martins Borges e de seus irmãos Virmondes e Otaviano Martins Borges nas Coisas e Fatos Antigos de Uberaba.
Moacir Silveira


Para maiores detalhes dessa história clique no Vídeo:



Padaria Brasil e Sinuca Manogra

Foto acervo Uberaba em Fotos.

O prédio ao lado esquerdo; funcionou o Salão Globo, do barbeiro, português "Seu" Eurico. Depois de um pequeno beco, (Bilhar do Manogra). À direita; a tradicionalíssima Padaria Brasil, na rua Cel. Manoel Borges de “Seu” Clarimundo e D. Thomázia, que infelizmente fechou as portas na década de 1980. Antônio Carlos Prata

Última foto dos dois casarões históricos demolidos em Uberaba

Foto: Paulo Nogueira

Última foto dos dois casarões históricos (já demolidos) nas décadas de 80/90) onde funcionou a farmácia São Sebastião, Roma pizzaria, loja de calçados Calce Bem e Sorvete Italiano, na rua Cel. Manoel Borges. Localizados em frente o bar do Mosquito, Tabacaria Sumaré e Grutinha Santa Luzia e Sociedade Rural. 

Antônio Carlos Prata

quinta-feira, 16 de junho de 2022

TV UBERABA, CANAL 5

TV Uberaba, Canal 5

LUZ, CÂMERA, AÇÃO!

“Boa tarde, senhoras e senhores: somos, a partir de agora, a mais nova realidade da televisão brasileira. A TV Uberaba, Canal 5, se integra no presente momento a um Brasil grande e poderoso pelo milagre da multiplicação sonora e visual”, foi o que disse, com voz emocionada, o jovem locutor de cabine Paulo Sarkis. E na noite do mesmo dia o apresentador do telejornal Constantino



Imagens de cima para baixo e da esquerda para direita: 1 – Élcio Botta (Miudinho) e Jorge Gabriel, mais conhecido por Jim (já falecido);
 2 – visor com imagem de Constantino Calapodopulos e 3 – Vanderley Alves.
Fotógrafo: Itamar Rogério Vicente (Acervo particular de Constantino J Calapodopulos


Calapodopulos reafirmou a mensagem. Isso há exatos 50 anos atrás.
E com muito pouco tempo de treinamento lá estavam eles, prontos para entrarem em ação os jovens cameraman que colheram as primeiras imagens da mais nova estação de TV do Brasil.

Manuseando modernos equipamentos eletrônicos, recém adquiridos pela emissora, sob a orientação técnica de uma equipe especialmente vinda da capital mineira, entrava no ar a TV Uberaba, na tarde de um dia como o de hoje, mas em 9 de junho de 1972.

À postos na cabine de controle o supervisor artístico e diretor de tv Kefel Filho deu a esperada voz de comando: luz, câmera, ação! Dando vida à mais nova afiliada da Rede Tupi de Televisão, transmitindo para os lares da cidade e região.

Cheios de engenho, entusiasmo e arte esses valorosos jovens puderam confirmar, como nas palavras do genial Charles Chaplin, que:
“A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos.” Moacir Silveira.

=========================

FACTORAMA

Imagens: 1 – Celinha, Eduardo Gomes e Glenda Garbe; 2 – 
ao centro: Jota Carvalho (já falecido) e 3 – Glenda Garbe e Celinha


Outra atração de grande sucesso do Canal 5, TV Uberaba, era o telejornal Factorama, apresentado diariamente ao meio-dia.

Em seu início ele contou com a presença das narradoras Adriana Cecílio, Maria Helena Barra e Ângela Terra. Mais tarde, alternando com elas Juarez José e Brígido Bianco. Tempos depois, passou a contar com apresentação de Jota Carvalho, Vieira Machado, Glenda Garbe, Maria Célia (Celinha) e Eduardo Gomes.

Esse importante telejornal era redigido pelos jornalistas Januário Molinero, Élcio Moronte, Paulo Silva, Paulo Nogueira, João Cid e Maurício de Oliveira, competente equipe de profissionais sob a batuta do editor-chefe Symphronio Veiga.
Moacir Silveira

 =========================

TIO MÁRIO



Ele tem mais sobrinhos que o mundialmente famoso Tio Patinhas, herói dos quadrinhos de Walt Disney, que só possuía os conhecidos Donald, Huguinho, Zezinho e Luisinho.

Mário Salvador nasceu em Araguari, MG, em 14/1/1935, tem nacionalidade portuguesa, adquirida em 20/10/2003, títulos de cidadania das cidades de Veríssimo e Uberaba, além de ser uma das figuras mais prestigiadas e conhecidas em nossa cidade.

Técnico em contabilidade, advogado, jornalista, eleito industrial do ano em 1968, ex-diretor da ACIU, professor do SENAC (1966/68), da Faculdade de Ciências Econômicas (1972/78), do Colégio São Judas Tadeu (1985/86), diretor executivo e editor do Jornal da Manhã (1972/82), consagrou-se de forma definitiva como apresentador de TV, e desde então sendo mais conhecido pelo carinhoso apelido de Tio Mário.

No Canal 5, TV Uberaba, ele criou e apresentou o programa infantil Roda Gigante (1972/84), líder de audiência nas manhãs de domingo e um grande sucesso entre a garotada da cidade e região. Por isso é merecidamente homenageado no mês em que se comemora os 50 anos da emissora.

Levando alegria ao coração da garotada, Tio Mário por certo sempre concordou com os versos de Fernando Pessoa:
“Quando as crianças brincam / E eu as ouço brincar. / Qualquer coisa em minha alma / Começa a se alegrar / E toda aquela infância / Que não tive me vem, / Numa onda de alegria / Que não foi de ninguém. / Se quem fui é enigma, / E quem serei visão, / Quem sou ao menos sinta / Isto no meu coração.”

E que nessa singela homenagem ele possa ouvir o coro entusiasmado da garotada dizendo: muito obrigado Tio Mário! Moacir Silveira.


=========================

TOINZINHO

Imagem: Constantino e Toinzinho, em foto de Itamar Rogério Vicente
 (acervo particular de Constantino Calapodopulos)


Sou dos que entendem ser o operário, trabalhador anônimo, elemento essencial na formação da imagem de uma empresa ou organização. Sem ele o que resta são prédios, máquinas ou equipamentos.

No Canal 5, TV Uberaba, inúmeros foram os que deram forma e vida na construção da história da emissora. Cada um destes teve papel relevante na construção dessa fábrica de sonhos e entretenimento.
Com o intuito de prestar-lhes merecida homenagem e reconhecimento, começo por Toinzinho, o mais humilde e simples de todos.

Tímido, reservado, de personalidade retraída, ele era encarregado de serviços gerais e prestava serviços em nome da Conservadora Carijós.

De maneira discreta e trabalhando nos bastidores ele em muito contribuiu para que os apresentadores pudessem, diante das câmeras, brilhar sob as luzes dos holofotes.

Para esse estimado e humilde colega de trabalho eu diria, fazendo minhas as palavras de George Sand, que:

“Um dia virá em que o trabalhador poderá ser um artista, senão pela expressão (o que cada vez importará menos) mas pelo menos para sentir o belo”.

Me caro Toinzinho, muito embora você não tenha sido um astro da tv, receba o nosso reconhecimento por seu trabalho, que deixou marca indelével em nossa memória e nos corações dos seus inúmeros colegas e amigos, merecendo entrar também para história das Coisas e Fatos Antigos de Uberaba.
Moacir Silveira.


=====================


NICO TROVADOR

Imagens: 1 – Nico Trovador; 2 – Neném e Manuelzito e 3
 – Manuelzito, Nico e Romeu Gomes.


Seu verdadeiro nome era Pedro Luiz Henrique, mas ficou conhecido mesmo como Nico Trovador. Natural de Jubaí, MG, onde nasceu no dia 21/1/1931 ele veio para Uberaba no em 1976. Com sua inseparável viola já fazia muito sucesso bem antes de ingressar nos quadros do Canal 5, TV Uberaba, ao ser contratado por Ney Junqueira, então diretor da emissora.

Em seu programa ele ampliou em muito o espaço para apresentação do segmento sertanejo local e regional, isso sem falar nos inúmeros e grandes artistas do cenário nacional que convidava, quando passavam pela cidade.

Foi dele a iniciativa de abrir espaço para os famosos Festivais de Viola, Catira e Folias de Reis.
Alegre e comunicativo, além de competente músico e cantor, ele também compunha, nos deixando belas composições nos gêneros bolero, rancheira e sertanejo.

Vítima de um acidente doméstico, onde caiu e fraturou a coluna, ele muito padeceu antes de vir a falecer em 6/8/2008, aos 77 anos de idade.

Por todos os bons momentos de entretenimento que ele nos proporcionou eu só posso dizer, fazendo minhas as palavras de um autor desconhecido, que:

“Não sei... Se a vida é curta / Ou longa demais pra nós, / Mas sei que nada do que vivemos / Tem sentido, se não tocarmos o coração das pessoas.” /...
Por ter levado a alegria ao coração de muita gente ele merece o nosso mais caloroso reconhecimento. Muito obrigado, Nico Trovador!
Moacir Silveira.

====================

TOTINHO

Imagens: 1 – Vanderlei, Totinho, Edson Quirino e sua esposa Lázara, Arlei e filhos dos funcionários;
 2 – Totinho em destaque; e 3 – Nico Trovador, Dezinho, Edinho, Paulo Cabral e Totinho (de costas)


Outro grande companheiro dos tempos do Canal 5, TV Uberaba, a merecer destaque é José Antônio Costa, o popular Totinho.

Segundo Januário Molinero, da equipe de jornalismo à época, ele “era gente muito fina. Acho que merece ser citado. Era muito amigo do Deizinho e acabou sendo meu amigo também. Considerado o ‘apoio’ da redação – papel exercido hoje por produtores. Como conhecia todo mundo, ligava para as pessoas dizendo: ‘Tem alguma notícia aí pra mim?’ E sempre tinha! Bebemos muita cerveja e doses juntos, naquele bar que funcionava na Av. Fidelis Reis, debaixo da Rádio 7 Colinas. Um excelente companheiro. Humilde e muito prestativo.”

Totinho infelizmente morreu cedo. Vítima de alcoolismo, em crise de abstinência, foi internado no ano passado em uma clínica especializada, na cidade de Ribeirão Preto. “Saiu do abrigo à noite para tomar uma e, quando voltou, errou o caminho, caindo em um apiário. Morreu picado por abelhas”, complementou Januário.

Também o tinha em grande estima. Figura simples, bem humorada e comunicativa.

É realmente com profundo pesar e grande tristeza, pois ele não está mais aqui entre nós, que relembro o seu nome dizendo em alto e bom som: José Antônio Costa, Totinho, agora vc também faz parte da história de Coisas e Fatos Antigos de Uberaba.
Obrigado meu amigo! Descanse em paz!
Moacir Silveira.


=======================


DIRETO DA REDAÇÃO

Imagens: 1 – Paulo Nogueira; 2- Symphronio Veiga; 3
 – Paulo Silva e 4 – Januário Molinero Neto.


Em 1972 as notícias chegavam à emissora via rádio, fax ou pelo telefone fixo, mas ligações interurbanas só por intermédio das telefonistas da CTBC.

Sem o hoje onipresente celular e muito menos internet os repórteres e jornalistas de então saíam à cata de notícias. Contavam apenas com caneta e bloco de anotações ou, alguns poucos privilegiados, precários gravadores em fitas cassete. Quando retornavam para a redação era preciso datilografar tudo usando pesadas máquinas de escrever.

Em cima da hora, saiam os textos que seriam lidos pelos apresentadores dos telejornais. A rotina podia ser estressante, mas era reconfortante ver a alegria dos jornalistas quando obtinham um furo de reportagem.

Ao pessoal da redação, da valorosa equipe da TV Uberaba de então, eu diria, aproveitando os versos de Joaquim, que:

“Estou aqui para falar / de uma classe importante / que em nosso dia a dia / nos informa a todo instante / sobre os acontecimentos por / este mundo errante, seja dia / ou seja noite, na cidade ou / no sertão, em tempos de paz / ou na guerra em toda ocasião, / lá estão os detentores da verdade / e da razão; Aos amigos (as) / jornalistas do rádio ou televisão, / aqui deixo o meu abraço em nome / de toda a nação, por esses / guerreiros que fazem / da coragem, a razão.”
Moacir Silveira.


====================


HORA DOS COMERCIAIS



A propaganda é a alma do negócio! Um dito por demais conhecido no meio publicitário. Na vida de uma emissora de televisão nem se fala, pois de fundamental importância para sua sobrevivência.
Desde os primeiros instantes de seu funcionamento a propaganda e a publicidade tiveram relevante papel na história do Canal 5, TV Uberaba.

Dentre os pioneiros nessa área podemos destacar as figuras de Marco Antônio e Vicente Campos Ribeiro. Depois vieram Miguel Ângelo Amoni, Arlei Reinaldo Seta, Moacir Silveira, Roberto Teles Zuardi e Humberto Jardim.

Alguns anos depois é que surgiram as primeiras agências de publicidade e propaganda trazendo o necessário conhecimento técnico profissional para o desenvolvimento dessa área. E alguns desses pioneiros aparecem em destaque nas imagens abaixo.
Moacir Silveira


=====================

PAULO CABRAL JÚNIOR


Imagem: Paulo Cabral Júnior em foto de Itamar Rogério Vicente
 (acervo particular de Constantino Calapodopulos)


Para melhor falar sobre ele ninguém melhor do que o colega Januário Molinero Neto, a quem passo a palavra:

“Parecia que tudo estava indo bem. Mas em dado momento veio a notícia que os primeiros diretores, Antônio Carlos, Marco Antônio e, inclusive, o próprio superintendente Dr. Renê Barsan seriam substituídos por Paulo Cabral de Araújo Júnior. Embora muito jovem, ele era diretor comercial da TV Itacolomi, de BH, e que vinha para incrementar o faturamento da emissora. Foi assim que tive a notícia da chegada do Paulinho. Uma figura excepcional. Bravo na condução das coisas, mas tratava todos como seus filhos. Um paradoxo, sistemático e exigente com relação à qualidade a ser apresentado pela empresa que dirigia, mas um pai generoso para com os funcionários que dele precisavam.

Numa das piores crises financeiras da TV, eu me lembro quando ele me chamou em sua residência para que pudéssemos conversar. ‘Meu bom criôlo, vamos ter que reduzir o horário da TV. Penso em começar a transmissão por volta de 17h.’ Quis saber o motivo, o faturamento não cobria as despesas. Sugeri então um programa estilo pinga-fogo, ocupando todo o horário da tarde, no estilo ‘Marreta na Bigorna” do padre Galvão. ‘Que tal reduzirmos o nome para Bigorna’, foi sua pronta resposta. Decidimos que o apresentador seria o Netinho, comandando uma bancada com 4 convidados diferentes e com perguntas gravadas feitas pelo povo nas ruas. Foi um sucesso durante muito tempo, possibilitando equacionar o problema do faturamento.

Falar de Paulo Cabral? Ele era assim: um dia o Neto não pode comparecer e Paulinho não se fez de rogado: vestiu um terno foi pra bancada e tivemos, naquela noite, o exemplo do que é companheirismo sadio, pronto para resolver os nossos problemas.
Na época eu produzia, editava e dirigia o programa, mas tamanha era sua confiança em meu trabalho que ele me pediu para assumir a assessoria artística junto com a de jornalismo, porque o companheiro Moacir Silveira iria para o comercial.”

E como bem disse Augusto Cury: “A confiança é um edifício difícil de ser construído, fácil de ser demolido e muito difícil de ser reconstruído.”

Foi com base nesse espírito de confiança e companheirismo que restou no coração dos uberabenses uma bela memória histórica da nossa querida TV Uberaba e de seu jovem diretor, que ora também fazem parte das Coisas e Fatos Antigos de Uberaba.
Moacir Silveira.


======================

DR. RENÊ BARSAN
 
Dr. Renê Barsan

Ele foi o primeiro diretor superintendente da TV Uberaba e eu o conheci em 1972, quando aqui cheguei para a inauguração da emissora. Tempos depois vim a saber de sua origem Armênia, pois nascera na cidade de Elasik, em 14/6/1930, de onde sua família fugira por ocasião do genocídio provocado pelos turcos.

Formou-se em medicina em 1950 e especializou-se em ortopedia, dedicando grande parte de seu tempo ao Hospital da Criança de Uberaba. Dotado de espírito associativista, reuniu colegas para criar a SMTM (Sociedade de Medicina do Triângulo Mineiro. Mais tarde empenhou-se na captação de recursos junto à comunidade e implantou a emissora local.

De espírito empreendedor ele também ocupou papel de destaque no cenário empresarial, esportivo e educacional na cidade. Chegou mesmo a ter expressiva participação nas empresas de ônibus Líder e São Geraldo, na criação da Itemel (fábrica de para-raios), presidindo a ACIU e conseguindo aprovação do curso de Ciências Contábeis para a FCETM. Participou ainda na elaboração do projeto municipal de consolidação do Código Tributário e na informatização do SPC, marcante atuação na instalação de um centro coletor para tancagem de álcool e na presidência da ACIU no período de 1980/1981.

Segundo informa o empresário Gilberto Rezende, “Renê nutria também um grande amor pelo Uberaba Sport Clube, no qual começou como assistente de jogadores com fraturas e acabou como presidente em 1978. Para dar sustentabilidade ao USC, criou o Cascata Club. Em sua gestão ficou registrada a façanha de ter sido o primeiro e único presidente do USC a vender um jogador para o exterior, Henrique Pires de Barros, que foi transferido para o Canadá.”

Dr. Renê Barsan, com quem tive a honra de trabalhar na TV Uberaba, faleceu em 22/9/1988, deixando esposa e três filhos e merecidamente foi homenageado emprestando seu nome à FETI (Fundação de Ensino Técnico Intensivo) e à Unidade Básica de Saúde instalada no bairro Santa Marta.
E como diz J. Nascimento: “A Doutrina forma homens honrados. A Educação forma homens dignos da mais alta honraria.”

Exemplo de honradez e retidão, homem de caráter firme e elevado espírito deixou indelével marca nos corações de todos aqueles que o conheceram.
Moacir Silveira

Fonte de pesquisa: Uberaba em Fotos - 28/4/2019


=====================


EDINHO

Imagens: 1 – Edinho recebendo Netinho em seu programa; 2 – 
Edinho (em destaque) e 3 – Toninho e Marieta com grupo de Folia de Reis.


Sempre foi grande a resistência dos dirigentes da Rede Tupi de Televisão em incluir programas sertanejos na grade de sua programação. Em Uberaba isso não foi diferente. Só depois de muito insistir é que Edson Quirino conseguiu convencer o então diretor local da emissora, Paulo Cabral Júnior, a abrir espaço para apresentação de seu programa, na recém inaugurada TV Uberaba.Então, pela primeira vez na história da televisão brasileira, a música rural conquistava o seu espaço no mais novo e moderno meio de comunicação social do Brasil Central.

Foi assim que Edson Quirino, o popular Edinho, passava a receber de braços abertos todos músicos, cantores e compositores dedicados ao segmento sertanejo.

Só alguns anos depois é que o consagrado Rolando Boldrin lançaria o seu Som Brasil, consolidando em definitivo a presença da música rural ou caipira na tv brasileira.

O que veio depois já faz parte da história. A música sertaneja consagrou-se de forma definitiva, conquistando seu merecido lugar no meio artístico e hoje reina em lugar de destaque em nossa MPB. Pode-se dizer que ela iniciou no meio rural, passou pelo colegial e hoje conquistou seu diploma superior com o Sertanejo Universitário, líder inconteste nas paradas de sucesso.

Quem diria que tudo isso teria início nos estúdios do Canal 5, TV Uberaba, há 50 anos atrás.

E para homenagear o nosso estimado Edson Quirino e aos valorosos homens do campo eu diria, fazendo minhas as palavras de Flávio Mattes:

“Por isso estamos cantando pra ti grande guerreiro / Que alimenta o mundo inteiro com frutos puros do chão / Não estou falando em vão é com certeza que eu falo / Tu provas isso com calos que maltratam tuas mãos. / Também sou homem do campo, conheço o cabo da enxada / E hoje de vida mudada me tornei um cantador / Receba esta homenagem que pra ti eu escrevi / Enquanto eu existir serei o teu defensor.”
Moacir Silveira


=====================

GR1000


Luiz Antônio Guimarães

A importância do Canal 5 na história da cidade e região pode ser melhor avaliada através do anúncio publicado no jornal Lavoura e Comércio, em 1980, pela agência de publicidade e propaganda GR1000, que dizia:

PALAVRAS DE UM PUBLICITÁRIO
SOBRE A TV UBERABA NO SEU
8º ANIVERSÁRIO

Falar sobre a TV Uberaba é acima de tudo muito gostoso. É falar de uma emissora que tem muita iniciativa e muita vontade.

A TV Uberaba é, hoje, acredito, a única emissora do interior do país com 120 horas de programação sua, mensal, quer dizer, está criando e produzindo programas.

O esforço de uma emissora para uma produção própria é dignificante. E de longe, aqui do outro lado, podemos sentir os frutos sendo colhidos.

Vamos ressaltar, aqui, alguns programas que necessitam de muito “gás” para serem produzidos.

O Bigorna (excelente nível), O Jornalismo (virou a mesa), Nico Trovador (um repentino fenômeno de comunicação), o jornalismo esportivo (sempre presente), a grande linha de programas rurais e de folclore.

Enfim é gostoso falar de quem trabalha, de quem dá duro e de quem tenta.

A TV Uberaba vem dando, numa hora difícil, uma lição de trabalho, talento e suor. Uma mistura mineira e que mostra excelentes resultados.

(Luiz Antônio Guimarães, Diretor de Operações da GR.1000 Assessoria de Comunicação).


domingo, 15 de maio de 2022

*Morre infectologista Pierrito de Castro e Silva*

*15/05/2022 - JM*


Cecínio de Castro e Silva, apelidado na infância de Pierrito, faleceu neste sábado, de causas naturais.

O filho, Fausto Bawden de Castro e Silva, informou que o velório acontecerá até ás 14h, na funerária Domus Pagliaro, na Rua Coronel Manoel Borges, 467. Após, ele será transferiro para Uberlândia, para Cremação Parque dos Buritis.

Cecínio de Castro e Silva - "Pierrito"- Foto: Acervo Uberaba em Fotos.


Formado em Medicina pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), Cecínio de Castro e Silva foi professor da Disciplina de Pneumologia na UFTM e secretário de saúde do estado de Minas gerais e INAMPS (INSS).

Atualmente, trabalhava como médico autônomo em consultório na rua Alaor Prata e médico cooperado da Unimed - Uberaba, atendendo nas especialidades de Pneumologia, Alergologia e Imunologia.

terça-feira, 10 de maio de 2022

*NOTA DE PESAR*

É com grande pesar que comunicamos o da escritora Ani de Sousa Arantes Santos, sogra da prefeita de Uberaba, Elisa Araújo, ocorrida na manhã dessa terça-feira (10) de maio, no Hospital Mário Palmério às 11h40. Vítima de complicações em um processo cirúrgico. Ani era membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro (ALTM). Ocupava a cadeira número 4.

Ani de Sousa Arantes Santos. Foto/Reprodução.

Ela deixa o esposo, Laércio Arantes dos Santos, os filhos Juliano e Luciana Arantes Santos, e os netos, Bento e Benjamim.

★ 25/02/1944

✟ 10/05/2022

Aos que desejarem prestar as últimas homenagens, o velório será feito hoje, a partir das 18h, até às 23h, no Salão de Velório da funerária Irmãos Pagliaro, na avenida Dr. Fidélis Reis n.º111 - Centro.

Reabrindo às 7h da manhã. Sepultamento saindo às 08h30 da funerária e chegando às 09h, no cemitério São João Batista.

Uberaba em Fotos apresenta sinceros pêsames à família de Ani de Souza Arantes Santos.

terça-feira, 3 de maio de 2022

Prédio do Grande Hotel de Uberaba e Cine Metrópole.

O prédio do Grande Hotel de Uberaba e Cine Metrópole, foi inaugurado em 12 de fevereiro de 1941 e construído em apenas 15 meses no estilo Art Decó. Luxuoso e moderno para a época, o empreendimento foi o primeiro edifício erguido no Triângulo Mineiro, com 6.945,93m² de área construída.

Prédio do Grande Hotel de Uberaba e Cine Metrópole. Foto Antônio Carlos Prata.

Sua história foi marcada pelos bailes, o luxuoso restaurante Galo de Ouro, o bar Buraco da Onça, frequentados pela classe boêmia, pela hospedagem do ex-presidente Juscelino Kubitschek, a famosa equipe de basquete Harlem Globetrotters, o tenor italiano Tito Schipa, do cantor Roberto Carlos e pelo Cine Metrópole, um famoso cinema de rua que naquela época reunia públicos de todas as idades. 

Antônio Carlos Prata 

Macaco Chico é acusado de fazer baderna no parque Mata do Ipê, em Uberaba

Acusado de furto, macaco será "julgado" em Minas

O animal é acusado de fazer baderna no parque Mata do Ipê, em Uberaba

Reunião feita ontem para decidir qual seria o destino do macaco-prego Chico, que vive no local há 5 anos, acabou sem solução

Foto: Enerson Cleiton / Jornal de Uberaba.

Terminou em impasse a audiência pública promovida ontem pela Secretaria do Meio Ambiente de Uberaba (MG) que decidiria o futuro de um antigo morador do parque Mata do Ipê. Ele é acusado de promover invasões na vizinhança, em prédio público, furtar e destruir objetos e documentos e de atacar visitantes.

Na reunião que debateria a situação de Chico, macaco-prego que vive no parque há cinco anos com sua irmã, Chica, a única decisão foi que a solução só poderia ser tomada na presença de um biólogo especialista na espécie daquele macaco.

Uma outra reunião foi convocada para segunda-feira. Três possibilidades serão estudadas: o fechamento provisório da Mata do Ipê para a construção de uma área separada com tela, onde Chico ficaria longe dos visitantes; capturá-lo e colocá-lo na natureza; ou recolocação em outro parque.

Será levado em conta se o deslocamento para a mata natural poderia resultar em problemas para o macaco ou se ele conseguiria conviver com outros animais da mesma espécie.

Participaram da audiência mais de 60 pessoas, entre eles o secretário do Meio Ambiente, Ricardo Lima, integrantes da ONG Geasu (Grupo de Estudos de Animais Selvagens de Uberaba) e o promotor de Justiça Emmanuel Carapunarla.

Foi Carapunarla quem argumentou aos presentes que a continuidade de Chico no parque causaria transtornos.

Segundo ele, o comportamento agressivo do animal decorre da própria relação com as pessoas: ao receber alimento, o macaco responde com mordidas, o que assusta as crianças, gera reações nos pais, que agridem o animal. Chico, por sua vez, responde com novas agressões.

Somente no mês de julho, 18 ocorrências de mordidas foram registradas por parte dos freqüentadores da Mata do Ipê.

Com as mordidas, as pessoas podem contrair raiva e precisam tomar soro anti-rábico. Na cidade, o estoque do medicamento já se esgotou e a prefeitura teve de buscar soro em outros municípios.

Vícios

Além disso, há relatos de visitantes que dão bebidas alcoólicas ao macaco, segundo a assessoria da prefeitura. Os "vícios" ensinados pelos visitantes levam Chico a revirar latas de lixo em busca de comida; dia desses, foi flagrado comendo sapólio.

O macaco tumultua ainda o trabalho na Secretaria Municipal da Saúde, vizinha do parque. Pega e danifica objetos. Portas e janelas precisam ficar fechadas durante o expediente.

Na audiência, Cairo Oliveira, 8, que visita o parque todos os dias junto com ambientalistas, leu um texto, escrito por ele mesmo, sobre o "colega" Chico.

Na redação, o garoto disse saber que o macaco-prego não tinha pai nem mãe e, por isso, sempre dava conselhos para ele, como o de cuidar da alimentação. Cairo não deixava o amigo comer doce porque temia vê-lo com cárie.


Texto: Matheus Pichonelli / Folha de São Paulo.

Agosto de 2007.

Condomínio do Edifício dos Bancários - Clube dos Bancários. Uberaba - Minas Gerais.

O Sindicato dos Bancários de Uberaba e região, criado para defender e promover a categoria bancária, teve seu reconhecimento oficial em 23 de abril de 1937. A entidade tornou-se o fiel escudeiro da categoria no dia-a-dia dos bancários, nas questões sociais e de cidadania. Seguindo seu estatuto social, periodicamente há eleição para a diretoria da entidade a partir de chapas formadas pelos trabalhadores bancários da base.

Fachada do Condomínio do Edifício dos Bancários - Clube dos Bancários. Foto: Antonio Carlos Prata.

Desde a sua criação, foram eleitas diversas diretorias da entidade, muitas ações e conquistas desenvolvidas ao longo de quase uma centena de anos. Suas primeiras gestões foram montadas em parceria com o Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Bancários – IAPB.

A sede do Sindicato dos Bancários foi construída durante os anos 50 e inaugurada oficialmente no ano de 1959, situado na rua Governador Valadares, 450 – Centro de Uberaba. O prédio abrigava o Sindicato dos Bancários e o Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Bancários, época em que cada categoria de trabalhadores tinha uma previdência própria. Na época da criação, a parceria era tão certa que o mesmo presidente do IAPB ocupava também o cargo de presidente do Sindicato dos Bancários. Sem vislumbrar o que viria a seguir na história do Brasil, as instituições não dividiram o imóvel no papel.

Quando o Brasil sofreu o golpe militar em 1964, que derrubou o presidente eleito João Goulart, o sindicato dos Bancários – como toda instituição sindical – foi uma das principais vítimas do governo ditatorial. Os governos militares destituíram os diretores e extinguiu os Institutos de Previdência. De uma só vez também, arrastou todos os imóveis para o então criado INPS e hoje o INSS. Diante do momento de profunda repressão, o sindicato aceitou pagar um aluguel de baixo valor para o INSS, mantendo-se no prédio também após este período. O imóvel é o primeiro andar do prédio, constituído de salas de uso da diretoria social da entidade e um salão de eventos. Durante décadas, a categoria usufruiu do espaço de várias formas. Na sede do sindicato já funcionou salão de barbearia, consultórios dentários, salão de jogos e lazer, além de biblioteca e uma importante cooperativa de alimentos da própria categoria. Este espaço atendeu festivamente também à comunidade durante anos. Nas últimas décadas, o salão tornou-se importante centro de decisões de uso das diversas categorias organizadas de trabalhadores da região.

Endereço: R. Gov. Valadares, 450 - Fabrício, Uberaba - MG, 38065-065

Telefone:  (34) 3312 - 1993

Fonte: Sindicato dos Bancários de Uberaba e região.