sexta-feira, 29 de março de 2019

Noite histórica

E a casa esteve com sua lotação esgotada na noite da última terça-feira, 26/03/2019. O lugar é a Academia de Letras do Triângulo Mineiro e as presenças foram de universitários representantes dos Diretórios Acadêmicos do IFTM, Fazu, Uniube, UFTM e seus renomados Mestres, além do Programa U+20 e da Diretoria de Turismo da Prefeitura Municipal de Uberaba. Soma-se o apoio do Museu do Zebu da ABCZ, representado por Thiago Ricioppo e Maria Goretti dos Santos, além da empresa Bela Vista Cultural, capitaneada pelo megaeditor Fábio Ávila. Foi uma noite histórica! 

Projetado para ser um evento simples por Carlos Mardegan, como deveras foi, algo beirou as raias do infinito, quando cada um dos presentes, todos amantes das letras, se identificaram com o pensamento do ambiente que era o de valorizar e oportunizar a afloração de suas escritas.

A Casa criada por José Mendonça, Edson Prata e Juvenal Arduini, lá nos idos de 1962, abre espaço para que a juventude se aproxime e almeje ocupar ali uma cadeira, quem sabe a minha (32), no momento oportuno. Em cada olhar, em cada semblante e postura vimos frente a frente jovens, cujas vidas e condutas diferem muito do que comumente assistimos. Usaram o coração e a sensibilidade quando Fábio Ávila chamou alguns deles à frente para declamarem poemas escritos por alunos do ensino médio. Vi lágrimas correrem naquelas faces.

O projeto de entrelaçar os Acadêmicos com estudantes de todos os níveis vem de longa data, porém, para levá-lo à materialização, reconheçamos, havia um caminho longo a percorrer. Com o advento da sede própria doada pela Universidade de Uberaba, esse caminho encurtou sobremaneira. E agora vamos percorrê-lo sempre, realizando eventos de natureza cultural.

A abordagem sobre o Arquivo Público de Uberaba, feita pela Superintendente Marta Zednik de Casanova, e os relatos de Paulo Fernando Silveira, em referência às suas obras, foram pontos de destaque com os quais a nossa Casa de Letras brindou os presentes. Ambos, na condição de Acadêmicos, enfocaram seus temas em nome da Academia.

Nosso Sodalício, como entidade cultural sem fins lucrativos, não tem muito a oferecer no campo material, entretanto, no imaterial seus alcances vão muito além do que as vistas alcançam. O que farão aqueles universitários com o que puderam interagir na data histórica de 26/03/2019 no seio da Academia de Letras do Triângulo Mineiro? Ali estavam vários “Machado de Assis”. Disso não tenho dúvidas. Basta que tenham “uma alavanca e um ponto de apoio”, segundo o sábio Arquimedes. A nossa ALTM sempre será essa alavanca e esse ponto de apoio.


João Eurípedes Sabino -Uberaba/MG/Brasil.

Membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro.

Cronista do Jornal da Manhã e Rádio Sete Colinas.


Cidade de Uberaba

terça-feira, 19 de março de 2019

No dia 14 de março de 2019, foi celebrado o Dia Nacional da Poesia e, também, data de nascimento de Carolina Maria de Jesus

No dia 14 de março de 2019, foi celebrado o Dia Nacional da Poesia e, também, data de nascimento de Carolina Maria de Jesus, uma escritora brasileira, conhecida por seu livro Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada que foi publicado em 1960. Carolina de Jesus foi uma das primeiras escritoras negras do Brasil e é considerada uma das mais importantes escritoras do país.
A escritora nasceu no dia 14 de março de 1914, em Sacramento (MG) e morreu em 13 de fevereiro de 1977, aos 62 anos.

"A tontura da fome é pior do que a do álcool. A tontura do álcool nos impele a cantar. Mas a da fome nos faz tremer. Percebi que é horrível ter só ar dentro do estômago." (Carolina Maria de Jesus, em "Quarto de despejo", 1960)

 Carolina Maria de Jesus

A primeira grande escritora negra do país celebraria 105 anos em 2019.

“Eu vivo para o meu ideal”. Essa frase é da escritora Carolina Maria de Jesus e encaixa-se perfeitamente para descrevê-la. Natural de Sacramento (MG), Carolina amava as palavras e tinha certeza de quem era: mulher, preta e poetisa. Seu sonho e maior objetivo era ser publicada. Ela conseguiu. Foi publicada em português e outros 14 idiomas, em 40 países.

Catadora de papel e moradora da favela do Canindé, em São Paulo, Carolina escreveu sobre suas vivências. A vida de catadora, as pessoas que moraram na favela, a fome, tristezas e, principalmente, a pobreza. Seu primeiro livro, Quarto de despejo, chegou a vender mil exemplares em um único dia. Um retumbante sucesso editorial e recorde para a época. Depois do bestseller, a autora produziu outras obras, mas sem igual sucesso. Entre elas, as publicações: Casa de alvenaria: diário de uma ex-favelada, de 1961. Provérbios, e Pedaços da fome, de 1963. A última obra, Diário de Bitita: um Brasil para brasileiros, publicada primeiro na França pela Éditions Métailié, com o título de Journal de Bitita, só sairia no Brasil em 1986.

O dia do registro de nascimento de Carolina é o dia 14 de março. Mesma data de aniversário de Castro Alves e antigo Dia Nacional da Poesia no Brasil. No mês de seu aniversário, confira outras sete curiosidades sobre sua vida!

Segundo a historiadora, Elena Pajaro Peres, Carolina frequentou a escola durante apenas dois anos em sua cidade natal. Foi no Colégio Allan Kardec, que ela foi alfabetizada e já adulta dedicava grande parte de seu amor a literatura à sua professora.

Carolina adorava o Carnaval e chegou a gravar um álbum com sambas e marchinhas. As músicas, apesar de raras, estão disponíveis online na Rádio Batuta, do Instituto Moreira Salles (IMS).

Antes de conseguir publicar seus livros. Carolina bateu na porta de diversas redações e jornalistas para divulgar seus poemas e alguns foram publicados em duas reportagens na revista O Cruzeiro.

Carolina atuou no documentário alemão: Favela: a vida na pobreza, protagonizado por ela mesma, mas impedido de passar no Brasil durante a ditadura militar, por apresentar a miséria da favela do Canindé. Localizado e restaurado pelo IMS na Alemanha, o filme foi exibido pela primeira vez no Brasil, no centenário de nascimento da escritora, em 14 de março de 2014 e pode ser assistido na sede do instituto.

Em Sacramento (MG), Carolina foi criada em uma comunidade de forte tradição oral. Seu interesse pela literatura é despertado primeiro pelo oficial de justiça, Manoel Nogueira, que todas as tardes lia para os negros que não sabiam ler, o jornal, poemas ou pensamentos.

O primeiro romance lido por Carolina de Jesus foi A Escrava Izaura, emprestado por uma vizinha de sua mãe e a partir daí começou a ler tudo que chegava ao seu alcance.


 Carolina Maria de Jesus
Durante os anos em que Carolina vivia em São Paulo, a publicidade do governo para trazer novos imigrantes para a capital paulista era muito forte – a Nova York da América Latina. Mas pouco ou nada era dito sobre as recentes favelas instaladas na cidade. Carolina denunciou as condições de miséria, as quais vivia e a constante chegada de migrantes do campo fadados ao mesmo destino.

Cidade de Uberaba

domingo, 17 de março de 2019

Produtos Ceres e o empresário Edgar Rodrigues da Cunha

Nossa rica Uberaba


Louco. No fim da década de 1950, essa era a palavra que mais se ouvia entre os clientes da agência do Banco do Brasil (BB) na cidade quando deparavam com os folhetos de propaganda da empresa Produtos Ceres colados nas paredes. O objetivo era concitar os agricultores a plantar algodão com generosas ofertas de financiamentos a juros baixos e longos prazos.

Governador Juscelino Kubitschek e Edgar Rodrigues da Cunha.
(Foto do acervo pessoal da família)

Era mais uma ousadia do empresário Edgar Rodrigues da Cunha. Como não podia transportar sua fábrica para Ituverava, SP, um dos grandes centros de produção algodoeira do interior do Brasil, o mais econômico seria a introdução da nova cultura nas lavouras de Uberaba. Uma tentativa que contou com o apoio incondicional do BB. A economia prevista com o transporte dos caroços de algodão para a produção de óleo justificava a empreitada.
                                                                   
Juscelino Kubitschek inaugura a fábrica, em maio de 1956. (Foto do acervo pessoal da família)
Afinal, o Edgar que inicialmente participava de uma fábrica  de ração e derivados de milho (entre estes a famosa “Fubaína”) junto com o seu pai Gustavo Rodrigues da Cunha, aproveitou o terreno do bairro Boa Vista e, em 1952, iniciou-se a construção de um grande complexo industrial, captando recursos através da transformação da empresa em sociedade anônima, para a produção de óleos vegetais.

Edgar Rodrigues da Cunha e Dom Alexandre Gonçalves do Amaral, bispo diocesano de Uberaba. (Foto do acervo pessoal da família)
Se atentar para o fato de que a economia da cidade era predominante de atividades voltadas para a agropecuária, precisava realmente de alguém com muita coragem para instalar uma fábrica de grande porte e ainda fabricar produtos para concorrer com os gigantes do mercado: Matarazzo, Anderson Clayton e Sanbra.

 Vultos históricos – Edgar Rodrigues da Cunha.
(Associação Cultural Casa do Folclore)

E Edgar conseguiu. Construiu a fábrica e obteve financiamento com o governo francês para aquisição de duas super prensas. Seus Produtos – Óleo Banquete de caroço de algodão e o Bem Bom de amendoim – fizeram sucesso. Foi a primeira empresa da América Latina a extrair óleo do farelinho de arroz. Dos resíduos se fazia o também famoso Sabão Brilhante.

Juscelino Kubitschek, ainda governador, foi o grande colaborador de Edgar para conseguir apoio do governo francês. Já eleito presidente da república. Juscelino veio em 1956 para prestigiar a inauguração da maior indústria de Uberaba, que já chegou a contar com 300 funcionários em sua folha de pagamento.

Vista aérea da Fábrica dos Produtos Ceres.  (Foto do acervo pessoal da família)
Seis anos após a inauguração de produtos Ceres, Edgar monta a TRILÃ – Indústria de Tecidos de Malhas e Confecções Ltda., importando máquinas de outras cidades brasileiras e da Itália, voltados para a confecção infantil.

A TRILÃ marcou época. Um novo nicho de mercado foi aberto e logo surgiram centenas de pequenas confecções que aquecem a economia de Uberaba até hoje.

O período revolucionário ocorrido em 1964 trouxe grandes desgostos para o arrojado empresário. Já com equipamentos adquiridos para a montagem de outra fábrica, dessa vez no Paraná, viu seus negócios frustrados pela recessão bancária. Foi necessário transferir o controle acionário da empresa Produtos Ceres S/A para Irmãos Pereira da cidade de Monte Alegre, MG.

O episódio não esmoreceu o empreendedor nato. Em 1980, Edgar Rodrigues da Cunha cria a TREBACE – Tecelagem Brasil Central Ltda. – Com máquinas importadas da Alemanha. Com apenas 10 meses de atividades, a empresa já havia conquistado uma significativa parcela do mercado de malhas.

Edgar nasceu em Uberaba em 18 de abril de 1911. Ele estudou no Colégio Diocesano e na Faculdade Nacional de Direito, no Rio de Janeiro, de onde saiu diplomado em 1935.

De volta ao município, teve oportunidades de mostrar seu talento jurídico na defesa de pecuaristas vítimas da grande derrocada do Zebu, no final da década de 1940.

Foi um dos fundadores da Faculdade de Uberaba, local que foi professor por mais de 20 anos na disciplina de Direito Civil e sempre foi alvo de homenagens como patrono, paraninfo, entre outros. 

Além da família e o trabalho, sua paixão era o esporte. Foi eleito presidente do Uberaba Sport Club em 1959. Ele administrou o clube por quatro anos. Nesse período, reformou o estádio “Boulanger Pucci”, construindo o seu alambrado.

Edgar Rodrigues da Cunha, com engenheiros, operários nas obras do Uberabão na década de 1960. (Foto do acervo pessoal da família)
Proprietário da área onde está localizada a Vila Olímpica, Edgar idealizou e projetou a construção de um grande estádio que pudesse ser orgulho de Uberaba e região. O mesmo arquiteto do Mineirão foi encarregado do projeto.

Após seu mandato no USC em 1963, a obra do “Uberabão”, que já tinha iniciada em 1961, ficou paralisada. Na gestão do prefeito João Guido, (1967/1970) foi aceita a doação do terreno para a Prefeitura Municipal, que se encarregou de sua construção.

Inauguração em 1972 - “Uberabão” - Foto: Paulo Nogueira
Hoje “Engenheiro João Guido”, o estádio retratava no projeto a visão futurista do Edgar. Ele seria coberto e com capacidade para 45.000. Na administração pública, foi reduzido para 21.300 pessoas e inaugurado em 1972, na gestão de Arnaldo Rosa Prata.

Edgar Rodrigues da Cunha não contentou em ser apenas desportista, professor, advogado e industrial. Ele também participou ativamente no setor imobiliário. Ele loteou duas grandes áreas: a Vila Olímpica, no Fabrício, e Vila Ceres, no Boa Vista. Esses loteamentos tiveram significativas influências na expansão dos bairros e, consequentemente,, da cidade.

Empreendedor por natureza e empresário por vocação, Edgar atuou no ramo da agropecuária. Foi um primoroso cafeicultor e criador de gado leiteiro e pioneiro na implantação da ordenha mecânica alfa laval na região. Reconhecido pelo seu trabalho em prol do desenvolvimento de sua terra, Edgar foi alvo de inúmeras homenagens. Pela ACIU, recebeu o título de Industrial Modelo em 1964 e Industrial Tradição em 1991 Pela Assídua – Associaçao das Indústrias de Uberaba – recebeu o prêmio de Industrial do Ano também em 1991.

Edgar casou-se em 1942, aos 31 anos de idade, com Maria Júlia Junqueira,com a qual teve cinco filhos: Maria Carmelita, Claudio Marcelus, Elizabeth, Gustavo e Eduardo. Faleceu em 19 de maio de 2006, aos 95 anos de uma vida de trabalho e de uma dedicação sem limites em favor do desenvolvimento de Uberaba.

Que o seu exemplo possa servir de inspiração para todos os jovens empreendedores. A comunidade tem um dever de gratidão com o doutor Edgar Rodrigues da Cunha. É necessário preservar a memória de quem em toda sua vida carregou a bandeira do desenvolvimento. Que seu nome possa ser ostentado em monumentos para que possa ser sempre lembrado que foi um homem além do seu tempo.

Gilberto de Andrade Rezende

Membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro, ex-presidente da ACIU e do CIGRA


Fontes: Maria Carmelita Rodrigues da Cunha e Jornal da Manhã.


Cidade de Uberaba

sábado, 16 de março de 2019

Família Vasques Molinar

Família Vasques Molinar - Rua Artur Machado
Por volta de 1955

Acervo de Emilinha Molinar

Foto de Zuza: Dínis,Emilinha,Aleixo,Mário,Marinho,Emília,Luiz e Fernando


Sapataria Molinar - Rua Arthur Machado,100 - Com Marinho - Década :1940



Cidade de Uberaba

Grêmio no Diocesano em meados de 70.

Grêmio no Diocesano em meados de 70.

Em pé: Márcio, Carlos Alberto Cardoso, Carlos Henrique, Macaco e Carlos Alberto Moura, agachados: Junin, Élcio, Cebolinha e Luiz Alberto Molinar.
(Foto do acervo pessoal de Luiz Alberto Molinar)


Cidade de Uberaba

Fu Manchu alegrou o centro anunciando jogos de Uberaba no anos 80

No Bico da Chanca

Toque de Primeira

 Fu Manchu /Coluna de Carlos Ticha - JM


Ele morou num corredor na r. Manoel Borges, próximo da esquina com a r. Major Eustáquio

(Luiz Alberto Molinar)

Cidade de Uberaba

Bons Tempos... reencontro dos atletas de futebol de salão do Colégio São Benedito

Reencontro dos atletas de futebol de salão do Colégio São Benedito - Foto: Waldir Kikuichi -
07 de setembro de 2017


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Uberaba está em festa. Da esquerda para a direita. Em pé: Bado, Washington Madeira. Boi e Ivo. 
Agachados: Waender. Cleverson Novais e Renatinho.

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Relembro com muito orgulho de conviver com esse timaço e ainda tocar na fanfarra e charanga do São Bené.

(Leonildo José Antonio da Cruz)


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Joguei muitas vezes contra o São Benedito pelo Jockey. Em 10 partidas ganhava apenas uma. Meu técnico foi o Dr. João Fatureto.

(Gastão Aristides Fontoura Borges)


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Grandes leões do Prof. Minervino !

(Durvalão Autoelétrica)


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Esse filhos do Minervino escondia a bola.Coordenado pelo maestro Washington Madeira.

(Wagner Cruz da Cruz)


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O Jogo da Final Sao Bene X São Judas foi 4 X 2 NA antiga Quadra de cimento do Jockey.

São Judas - Leo, Batata, Sete, Pepinho e Ademir.

São Bene- Edo, Ivo, Waender, Clevinho e Toinzinho.

O São Judas foi o primeiro campeão do Sergio Pacheco , intercolegiais, venceu o Diocesano.

(Paulo Pardi)

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TEMPO/TEMPO/TEMPO.....como passa o tempo e...rápido abraço

(Paulo Roberto Rodrigues)



Cidade de Uberaba

HISTÓRIA DE UBERABA

OS CIENTISTAS – I

ALUÍZIO PRATA.

Os pesquisadores são os heróis anônimos do ramo de saúde. São os epidemiologistas, sanitaristas, parasitologistas, imunologistas, biólogos, geneticistas, bioquímicos, clínicos, dentistas, enfermeiros e profissionais de outras especialidades, os responsáveis pela ampliação da expectativa de vida, permanente redução da mortalidade infantil e o bálsamo para a maioria dos tormentos provocados por doenças. 

Uberaba, centro médico reconhecido de alto nível, sempre teve médicos pesquisadores de renome internacional no campo das Doenças Tropicais. Neste aspecto, tanto no passado como no presente, tem do que se orgulhar.
Professor Aluízio Prata
Um dos maiores nomes brasileiros da pesquisa, reconhecido internacionalmente, é o do uberabense Professor Aluízio Prata, falecido em 2011 aos 91 anos de idade. 

Deixou sua marca na maioria dos Estados do Brasil desde que se formou em Medicina no Rio de Janeiro. De lá para Mato Grosso e depois para Bahia onde residiu por muitos anos e que a convite do governo da Bahia, dirigiu a “Fundação Gonçalo Muniz”. Mudou posteriormente para Brasília onde também permaneceu por um longo período até retornar à Uberaba.

Na FMTM era professor da área de Doenças Tropicais e Infecciosas. No setor de medicina Tropical, principalmente em relação à Doença de Chagas, Malária e Esquistossomose, sempre foi referência primeira no país.

Suas centenas de trabalho sobre profilaxia, clínica e tratamento da Malária, Doença de Chagas, Esquistossomose, Leishmanioses e outras endemias constituem ainda referências básicas para todos aqueles que se preocupam com estes temas.

Sempre manteve intercâmbio com pesquisadores internacionais na experimentação de vacinas. Seu prestigio trouxe para Uberaba o XXVII Congresso da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical o qual teve repercussão internacional.

O Seu reconhecimento foi atestado pelos cargos que ocupou no Organização Mundial de Saúde e na Organização Panamericana de Saúde.

Segundo o depoimento do também pesquisador José Rodrigues Coura na Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical em 2010, que entre os numerosos feitos do Professor Aluizio Prata podem ser destacados-

A - As Três Escolas de “Medicina Tropical” criadas na Bahia, Brasilia e Uberaba, povoando o Brasil inteiro de pesquisadores desta área.

B - Seu pioneirismo na criação das áreas de estudo de campo em Caatinga do Moura, São Felipe, Três Braços, Catolândia e Brejo do Espírito Santo, na Bahia, Mambaí, em Goiás, Água Cumprida em Minas, Lábrea e Costa Marques no Amazonas, entre outros estados brasileiros.

Há que se considerar ainda que o Professor Aluisio Prata escreveu 7 livros, publicou 289 artigos e 175 trabalhos científicos, tendo ainda participado de 75 eventos de caráter cientifico no exterior e 420 no Brasil.

E o que representou isto? Segundo o Ex- Ministro da Saúde, Adib Jatene, que já foi médico em Uberaba e professor da FMTM, o Brasil deu um exemplo ao mundo ao reduzir a incidência da Doença de Chagas de 100 mil casos existentes em 1981 para cerca de 5 a l0.000 casos em 1991. Uberaba teve participação expressiva na redução desta doença.

Pelo seu expressivo trabalho, Aluizio Prata recebeu em 1974 a “Comenda da Ordem do Rio Branco” ( Ministério das Relações Exteriores ), em 1980, o “Prêmio Alfred Jurzykovski” ( Academia Nacional da Medicina), em 2001, a “Medalha Capes 50 anos” e no mesmo ano, a “Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Cientifico” ( Presidência da República do Brasil ).

Em abril de 2002, em comemoração ao recebimento desta ultima Comenda, tivemos a oportunidade de prestar ao Professor Aluizio uma singela homenagem na presença de seus familiares, na Casa do Folclore.

Acredito que, por uma questão de justiça, o Poder Público, a Câmara Municipal e todas as Entidades de Uberaba, vinculadas ou não a Medicina, deveriam se unir para prestar uma homenagem imorredoura ao grande cientista de nossa cidade que é reconhecido pela comunidade cientifica de seu país e do exterior.

Chico Xavier, alvo de expressivas e merecidas homenagens, foi um grande consolador de almas sofridas. Aluisio Prata que foi um dos grandes responsáveis pela salvação de centenas de milhares de vidas tem direito ao mesmo reconhecimento.

Fontes; Revista Goiana de Medicina ( Edison Reis Lopes e Edmundo Chapadeiro ).
Revista Sociedade Brasileira de Medicina Tropical. ( 2010 )
Proficiência – Academia Brasileira de Ciência.

J.M. – Artigo de Gilberto Rezende de 27-11-1992.


Postado pela Associação Cultural Casa do Folclore em 27 de abril de 2018



Cidade de Uberaba

A “FARSA” DO ANIVERSÁRIO DA CIDADE - I

Contei-lhes uma vez. A partir de hoje, em 12 textos-denúncia, recomeço a mostrar ao uberabense, a “ farsa” da ‘”mudança” de data do” registro de nascimento” de elevação à categoria de CIDADE, a nossa amada Uberaba de todos nós.

O infausto acontecimento teve inicio no dia 10 de junho de 1994, quando era Prefeito, o atual Presidente do CODAU, Luiz Guaritá Neto, envia uma PEC (Projeto de Emenda Constitucional), à egrégia Câmara Municipal, então presidida pelo vereador Ademir Vicente da Silveira, hoje, um dos maiores empreiteiros do CODAU, fixando a data de comemoração do” dia do município” , para 2 de março. Começa aí, a “ malandragem”...) (documento em meu poder).

A “ justificativa circunstanciada (sic)”é de uma total falta de solidez, história e argumentação, de pasmar ! Inicía dizendo que “costumeiramente, convencionou-se que a data oficial de Uberaba, dia 2 de maio, artigo 194, da Lei Orgânica do municipio, sem maiores indagações de ordem histórica”. Primeiro absurdo contido no pedido:-Será que o Prefeito e sua assessoria, nunca estudaram nos colégios que freqüentaram, a verdadeira história de Uberaba ? Nunca leram, nem ouviram dizer, nada sobre o grande historiador uberabense ( nascido no povoado do Jubaí), professor emérito, Hildebrando Pontes, no seu livro “História de Uberaba e a Civilização no Brasil Central?“. Lamento, profundamente, serem tão chucros assim..

No livro, com dados indesmentíveis, ele descreve toda a saga , desde os primórdios da incipiente civilização regional, iniciando pela etimologia do nome, elementos formadores, indígenas, brancos, negros, costumes, origem do povoamento, evolução social, comercial e política.O emérito professor e historiador, coitado... deve ter remoído no seu túmulo, ao ver e saber que um engenheiro, Prefeito da sua cidade, analfabeto em história da santa terrinha, teve o disparate, a insensatez e a falta de cultura, quando assinalou que “ não se tinha maiores indagações de ordem histórica”...Pobre rapaz...
É de causar arrepios, constatar tamanha ignorância. Mais adiante, afirma que “ tomou-se como data provável o dia 2 de maio de 1856 para comemoração oficial do “dia do município”. Porém, as festas da Exposição Agropecuária , evento de importância internacional, absorveu qualquer outra comemoração, empanando as festividades de tão importante evento comunitário, fundamental para a formação do sentimento de cidadania (sic”). Mais uma vez, a ignorância, aliada à petulância, além da falta de conhecido histórico do alcaide, estarrece ...

Por etapas:- O prefeito Luiz Neto, desconhecia a Lei 759, de 02/05/1856 ? Quando Uberaba foi guindada como CIDADE, nem se falava em Exposição Agropecuária ?...Qual o real motivo para a data ser “ ofuscada”, em se sabendo que só 40 anos depois, é que realizou-se a Primeira Exposição de Gado Zebu, na amada terrinha? O “porquê” a data de 2 de maio, “empanaria”, as “festividades e formação de sentimentos de cidadania”?. O Sr. Luiz Guaritá Neto, então Prefeito, quis dizer o quê, com tal afirmativa ?

O arrazoado do Prefeito, é deprimente. Tentando , conseguiu com o beneplácito da Câmara, anular a data convencional, mesmo com escassos argumentos “históricos”. Nem os “meninos do grupo”, acreditaram em tão ridícula “baboseira”.

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A FARSA – II

Continuo contando como se deu a “farsa” da mudança da “ certidão de nascimento” da CIDADE de Uberaba, de 2 de maio para 2 de março. Repito: certamente o prefeito Luiz Guaritá Neto e seus “ assessores historiadores”, não deram a devida atenção aos verdadeiros e autênticos escritores que contaram a história de Uberaba, desde a primeira leva de homens valentes que nessas plagas aportaram. Esses “ desconhecedores” da nossa história, chegaram ao descalabro ( e o Prefeito endossou...), apresentar “argumentos” que citam “Dona Beja”, que nada tem a ver com a fundação de Uberaba. Citam “Desemboque”, sem aprofundar em estudos e pesquisas que justificassem a citação. Falam de “Anhanguera”, Pitanguy e Taubaté, sem a menor argumentação convincente e totalmente sem base histórica.

Quando falam de “ 2 de março”, nem é citado o ano de 1820, que o Decreto Real, criou a PAROQUIA ( FREGUESIA ), citando D.João VI, onde está inserido:- “o grande desgosto que sofreram os colonos da “Farinha Podre”, privados do socorro e pasto espiritual que tinha no julgado de Desemboque”. Assim, estabeleceu a FREGUESIA de Uberaba”. Fica apenas uma pergunta: quem souber, responda:- Desde quando FREGUESIA é CIDADE ?

Deus meu, quanta ignorância, má fé , ou “malandragem...” O que tinha a ver “calça com a “cueca “?. Naquele tempo, o Estado era atrelado à Igreja , daí a Freguesia que, “na justificativa circunstanciada” (termo da petição do Prefeito...) , criava uma “ capela curada” e executava os despachos “necessários”...Mais adiante, o Prefeito declara:- “o decreto real de 2 de março de 1820, é reconhecimento oficial de fundação de Uberaba, sua CERTIDÃO DE NASCIMENTO , o que recomenda , históricamente, a comemoração neste dia do mês”.

Faça-nos o favor, Senhor Prefeito Luiz Guaritá Neto. V.Excia., “arranjou uma desculpa fajuta, esfarrapada, mentirosa, para “mudar”a data de “ elevação de Uberaba a condição de CIDADE”. Arranja outro motivo... Encerrada a infeliz “justificativa circunstanciada”, o Prefeito afirma:- “Por ordem eminentemente histórica , na falta de argumentos mais fortes e contrários ao documento oficial que se acha depositado no Arquivo Público (“que documento?, grifo meu )é que estou propondo a esta Egrégia Câmara , adoção da data de “2 de março”, como o “ dia do município”, resolvendo-se as controvérsias que possam ocorrer ou tenham ocorrido, em beneficio da história e do bem estar da comunidade “.Uai! muda-se a data de elevação de Uberaba a condição de cidade, por “dia do município”? Como é feita esta alquimia ? ...

Credo ! Quanta falta de conhecimento da sagrada terrinha, sua verdadeira história! Será que os anos dos bons colégios que freqüentou, em Uberaba e outras cidades,o Prefeito Luiz Neto, nunca ouviu falar nos festejos do CENTENÁRIO DE UBERABA, em 1956 ? A empolgação que a cidade viveu na época ? Nenhum “assessor” o alertou para estupenda “gafe” que estava cometendo ? Outra coisinha :- “Qual a verdade, leal e honesta, que o levou a mudar a data de elevação a condição de CIDADE, nossa grande Uberaba ? Esse desejo representava os interesses históricos da terrinha ? Ou teria” outros interesses”( escusos ?sei lá!...) para tão infeliz procedimento ? Os uberabenses foram consultados se concordavam com a mudança da “data de nascimento” da nossa CIDADE? Existiam razões que a imprensa-embora sempre calada-, desconhecia ? 

Tenho ainda muita coisa à comentar sobre essa “farsa” cometida contra a nossa sagrada CIDADE ! Volto, amanhã, à detalhar episódios que tenho em mãos.

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A FARSA – III

Sigo mostrando a grande ”farsa”do “aniversário de Uberaba”, “malandragem” que não acaba. Seguinte: ainda em junho/94, a Comissão de Justiça do Legislativo, recebeu o pedido do Executivo. O professor aposentado, meu amigo Carlos Pedroso, escreveu no “ Jornal de Uberaba”, que a data de elevação da cidade de Uberaba, não era nem 2 de março, nem 2 de maio. Católico praticante, valeu-se de consulta ao Arquivo Público de Minas Gerais, “atestando” que o 1º .centenário, aconteceu em 22 de fevereiro de 1936 .Segundo ele, “assim pensavam os políticos que queriam ser famosos eleitoralmente”. A nossa imprensa se ocupava do assunto, timidamente, comentando a” mudança da data”.

O “Jornal da Manhã”, de 24.6.94, na coluna “Alternativa”, completou a nota escrevendo assim: “ a maioria dos vereadores está consciente do problema nas comemorações do aniversário da cidade no dia 2 de maio, data “esprimida” entre o feriado nacional e a inauguração da maior feira agro pecuária do país”. Não entrou em detalhes e nem deu maiores informações. Tristeza! Quanta tolice eivada de suposições. Nenhuma autoridade que fala ou escreve a “história de Uberaba”, até então, não havia se manifestado. Só Carlos Pedroso, repetiu seu artigo do “Jornal de Uberaba”, no “Jornal da Manhã”...

Agosto/94, a Câmara convidou para debater o pedido, o Prefeito, Secretária de Educação e Cultura,Carlos Pedroso, Fundação Cultural ,Arquivo Público, OAB, ACIU, Assídua, CDL. (doc. em meu poder). Não se tem noticia se as entidades convidadas, compareceram, à dita reunião. As entidades classistas, jamais se manifestaram sobre a proposta. Vale destacar a posição sempre correta e íntegra, do Jurídico da Câmara , (Marcelo Alegria, William Martins e Sylvio dos Santos Prata), ao emitir parecer sobre o pedido da “mudança”, foi correta e taxativa. Ei-la :

“Referida data (2 de maio), vem sendo comemorada desde o inicio do século, visto que os historiadores locais tem trazido em suas obras, o seguinte:- Decreto de 2/3/1820, criou-se o DISTRITO de Uberaba, uma PARÓQUIA ,sob a invocação de Santo Antônio e São Sebastião.

A Lei Mineira no.28 de 22/2/1836, elevou Uberaba à VILA, com autonomia política e administrativa. A Câmara Municipal , deu a instalação da VILA, em 7/1/1837.
E pela Lei 759, de 2 de MAIO de 1856, erigiu-se em CIDADE . 

Leis posteriores, desligavam de Uberaba , aqueles termos e de no.375, de 1903, anexou-lhe a de Sacramento que depois, também se desligou . (José Mendonça,” História de Uberaba, pág.23,1974 )”. Completa então o douto PARECER do Jurídico da Câmara de Vereadores:- assim ante a citação( cópia anexa) não há o que se COGITAR de que a data de 2 de maio, então data da comemoração “ do dia do município”, NÃO TEM EMBASAMENTO HISTÓRICO, como pede a “ justificativa de folhas”.

Evidenciado, cristalinamente, que o Jurídico da Câmara, mediante inequívoco PARECER, confirmou o dia 2 de maio, como o PRINCIPAL DA CIDADE DE UBERABA. Tenho em mãos, cópias do livro do saudoso e eminente professor e historiador , José Mendonça, tratando do assunto. Lamentavelmente, não se conhece as razões, o Presidente do Legislativo, ADEMIR VICENTE DA SILVEIRA, insistiu na sequência do pedido, a fim de atender o seu “amigo”, Prefeito LUIZ GUARITÁ NETO.

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A FARSA – IV

Apesar de alguns amáveis leitores não entenderem a importância e datas históricas, continuo mostrando a “farsa’ acontecida em Uberaba, na mudança do “ registro de nascimento” da santa terrinha. Se não cuidarmos do nosso passado, o nosso futuro vai deixar a desejar...

Vamos lá:- 5 de agosto de 1994,”Jornal da Manhã noticía que “ vereadores marcam data para discutir o aniversário”. À reunião do dia 18 do mesmo mês, compareceram e assinaram presença , além dos edis, Carlos Eduardo Colombo, José Humberto Salge, Erwin Pulher, Aparecida Manzan, Carlos Pedroso, Luiz Guaritá Neto, Jorge Nabut, Guido Bilharinho, Sônia Fontoura, Flávio Canassa, Lauro Guimarães, Josefina Silva e Ademir Vicente da Silveira.Convidados, não compareceram: Arnaldo Santos Anjo, Luiz Alberto de Oliveira Jr. Modesto de Lima, Maria Antonieta Lopes, Dedê Praes ( documento em meu poder ).

O “Lavoura e Comércio”, de 6/8/94, abriu manchete:-“Poder Público e entidades discutem data para o aniversário de Uberaba”. E completa:- “ O Presidente da Câmara, Ademir Vicente da Silveira, afirma que a mudança da data obedece a fatores históricos questionados pela população e esclarece divergências quanto ao dia e ano de fundação de Uberaba “. Estranho é que, desde o inicio, das “discussões” propostas pelo prefeito Luiz Neto, em momento algum, S.Excia .teve o cuidado de convidar a imprensa local, à participar das referidas reuniões. Acredita-se que o Prefeito tinha certeza plena que a “imprensa chapa branca”, “comia na mesma panela”...( menos eu que deixei a Superintendência da TV-Regional, em maio de 1994.)

Os folhetins da terrinha, se ocupavam em pequenas notas. A íntegra jornalista Gislene Martins (Você faz muita falta, Gislene...)na coluna “Bastidores”, registrou a preocupação de Ervin Pulher , na mudança da data .Disse: “2 de março é da criação da PARÓQUIA, 22 de fevereiro, apenas a data da lei Provincial . Uberaba, cumpriu todas as obrigações legais para a Lei entrar em vigor, 2 de maio”, concluiu o saudoso e emérito professor. Já Carlos Pedroso, católico convicto, insistia em seus artigos.”Dom João e o aniversário” que, nem 2 de março, nem 2 de maio, representam a data mais importante do município.22 de fevereiro, é o dia a ser comemorado. Ele sempre insistiu na FREGUESIA de Santo Antônio e S.Sebastião de Uberaba”.

A ignorância histórica do ex-Prefeito, Luiz Neto, sobre o aniversário da cidade, em que pese o avô, o pai, um dos mais brilhantes jornalistas e radialistas que Uberaba produziu, o inesquecível Ataliba Guaritá Neto ( O Netinho imortal) e ele, Prefeito, é de pasmar ! Declarar ao “Jornal de Uberaba”(19/6/94) que “ a data de 2 de maio foi definida sem maiores indagações e que tornou-se como DATA PROVÁVEL, 2 DE MAIO DE 1856, como a data mais importante do município” (doc.em meu poder)”,é de lascar !Os historiadores Hildebrando Pontes e José Mendonça, repito o que já disse anteriormente, devem ter revirado na tumba ! Pelo visto, o ex-Prefeito, nunca leu a história de Uberaba, cidade que ele administrou e tem, dizem, pretensão de voltar a dirigi-la.

É claro o inteiro teor da Lei 759, de 2 de maio de 1856, elevando a categoria de CIDADE ! Na infeliz entrevista citada, ele declara:- “ O Decreto de D.João VI, justifica a decisão que visava acabar com o desgosto que sofreram os colonos estabelecidos no sertão da “Farinha Podre” por serem privados de socorro e pasto espiritual”. Custa-me acreditar que um jovem inteligente, de boa família, brilhante engenheiro, enfronhado nas lides políticas, cometesse tamanha leviandade...Tenho muito mais coisas para contar.

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A FARSA V

Até a natureza se revolta contra aqueles que faltam com a verdade. Impingem situações ”goela abaixo”, dos cidadãos de boa vontade. Esse 2 de março, louvado como “ aniversário de Uberaba”, não me representa e desafio a provar minha verdadeira história da data de ELEVAÇÃO de Uberaba e a fajuta e inconsistente “criação” de uma nova data de” Freguesia”...

Continuo o meu indesmentível histórico. Na Câmara municipal, prosseguia as tratativas para a “mudança”do aniversário de Uberaba. O “Jornal da Manhã”(24/6/94), na coluna “Alternativa”, estampava “ o projeto deverá ser votado na primeira semana de junho. Se aprovado, Uberaba ficará com 175 anos de idade”. (grifo meu, ou seja, “envelhecida” 36 anos). Continua “matéria parece tranquila no Legislativo, mesmo porque a maioria dos vereadores está consciente do problema acarretado com as comemorações do aniversário da cidade, dia 2 de maio, “esprimida” entre o feriado nacional e a inauguração da maior feira agropecuária do país, a Expozebu”.

Tal justificativa seria cômica, se não fosse trágica. Os que queriam mudar a data,” inventaram” essa desculpa. Cabe aqui, algumas indagações: “naquele ano, o Carnaval começava na quinta, cobria a sexta-feira e o sábado, o comércio a indústria e outras atividades, inclusive repartições públicas, paralisaram suas ações, ou não ?.A “ semana santa”, também envolvendo quinta-feira, sexta

-feira da Paixão e sábado da aleluia, teriam que mudar a data, também ? Feriados municipais e ou federais, quando “ caem” na sexta-feira, teria que ser adiados? E outras datas, quando o feriado é na quinta-feira ou na segunda-feira, criando os chamados “ feriadões” , tinham que acabar ?. Não resiste ao menor argumento, esse apresentado pelos “sabichões, donos da cidade” e complacência da acovardada Câmara de Vereadores da época.

O “silêncio”, mudo e quedo da “imprensa marrom” da cidade, a pacífica e subserviente conivência dos jovens historiadores da santa terrinha, alguns funcionários municipais, lotados em secretarias, autarquias e departamentos com duvidosos e incipientes pareceres, “lavaram as mãos” ,lembrando Pôncio Pilatos.. .Enquanto os “ estudos” prosseguiam na Câmara, o professor Carlos Pedroso, continuava escrevendo nos jornais locais. “Jornal da Manhã”(26/6/94), sobre o”aniversário” de Uberaba. Chegou a invocar o saudoso Arcebispo Metropolita da época, D.Benedito de Ulhôa Vieira, sobre o estudo que tinha em mãos. Insistia na data de 22 de fevereiro de 1836.., Sua tese, seus “guardados”, foram, solenemente, ignorados, no momento de se concretizar a “ farsa” do “aniversário” de Uberaba...

O “Jornal da Manhã”, raramente registrava o episódio ,em pequenas notas. Uma delas, em 3/8/94, dizia:- “Câmara de vereadores ,inicia dia 18, as discussões sobre a transferência da comemoração do aniversário de Uberaba para outra data. A proposta é que esta data seja observada no dia 2 de março, que marca a assinatura do decreto real pelo qual, D.João VI, criou a FREGUESIA de Uberaba. Esse decreto representa a certidão de nascimento da cidade, pois deu-lhe autonomia administrativa.” O jornal repetia, integralmente, a proposta de emenda Constitucional enviada `Câmara, pelo então prefeito Luiz Guaritá Neto. Nada mais...

Oh! Terrível dúvida ! Aí, tem “coisa”...D.João VI,”cria”FREGUESIA”, que a “turminha” afirma representar a “certidão de nascimento” da cidade. E onde fica o inteiro teor do decreto que especifica FREGUESIA ? Nos dicionários pesquisados, no “Geogle”, conhecerão as definições de CIDADE e FREGUESIA e as conseqüentes diferenças.. Fico a pensar:- qual teria sido a verdadeira intenção, ou razão dos nossos dirigentes? O que se esconde nessa “farsa” da “mudança” da data de elevação de Uberaba à condição de CIDADE ? O “sombra”, sabe ?...

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A FARSA – VI

O dia 2 de março, repito, não me representa como o do “aniversário” de Uberaba. Essa intensa e mal intencionada publicidade de hoje, 199, amanhã 200 anos da terrinha ,é pura e fantasiosa mentira ! Autoridades e pretensos historiadores da cidade, desconhecem-se as razões e os motivos reais, tentaram mistificar ( ou desmitificar ?)a história da elevação de Uberaba a condição de CIDADE. Erro imperdoável ! Tentam jogar ao chão, experientes e acreditados historiadores da amada terrinha, com a mais absurda falta de pudor em relatar a verdade. Esqueceram do compromisso com a cultura , história e tradição da amada terrinha. Os responsáveis pela irresponsável mudança de data da elevação da então Freguesia à CIDADE, não levaram em consideração , por falta de conhecimento, ou por interesses ocultos e escusos, o “ envelhecimento” de nossa Uberaba em 36 anos ! Isso pode, Arnaldo !...

É a mais pura e grossa mentira, “mudar” a data e aniversário da CIDADE de Uberaba, pela forma semi-ditatorial como foi imposta. O Prefeito Luiz Neto, convidou apenas pessoas que iriam dizer “amém” à sua questionável pretensão. Sabia de antemão que os “convidados” – menos os doutos advogados do Departamento jurídico da Câmara municipal - , não iriam contra o seu desejo. Ficam algumas perguntas:- Porque a imprensa não foi convidada para participar da “discussão”?- Ela era contra a proposta? – Porque o uberabense (povão) não foi chamado a manifestar se aceitava ou não, a referida “mudança”? Seria contra a proposição ? O que levou o prefeito a ignorar os livros documentos de uberabenses ilustres (Hildebrando Pontes, José Mendonça, entre outros ) que escreveram histórias verdadeiras de Uberaba ? Não acreditavam nos seus livros e depoimentos, abordando a data de aniversário da terrinha ?

Ninguém pode esquecer que o resgate da História de uma cidade, se dá através de documentos, leis, metodologia, conhecimento histórico do assunto em questão. Qual o motivo de se criar uma “comissão” e depois dos vereadores, não terem levado em consideração, o respeitável PARECER JURÍDICO do seu competente Departamento, quando instado a pronunciar-se sobre a discutida “mudança”?

A “exposição de motivos” da exma. senhora diretora do Arquivo Público da época, que mesmo sabendo da história da elevação de Uberaba a CIDADE, “opinou” pela mudança da data, via uma débil explicação que o “ dia 2 de março, representa a certidão de nascimento de Uberaba” .Confesso, desconheço quantas Escolas Universitárias, diplomas de nível superior, possui a diretora, que a qualifica em ter dado a “palavra final” propondo a mudança...

2 de março, revelam os” documentos históricos”( que nunca foram apresentados...)no arrazoado de pedido da “mudança”. Não representa a vontade do laborioso povo de Uberaba que sempre comemorou a data de elevação da CIDADE DE UBERABA, no dia 2 de maio. Se está entre o dia do Trabalho e a Expozebu, o problema não é da CIDADE DE UBERABA ! Somos mais antigos e reza o ditado popular “ Antiguidade é posto”...

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A FARSA – VII

A exma . sra. Aparecida Manzan, então diretora do Arquivo Público municipal, após a sua posição com relação ao “ aniversário de Uberaba”, passou por momentos pouco agradáveis com a Justiça Estadual, envolvida no “escândalo da Fundação Cultural”, quando o então diretor da FCU, foi o “pivô” de uma fraude ocorrida naquela autarquia, cujo ressarcimento do desfalque do dinheiro aos cofres municipais, até hoje, não aconteceu. Sua posição em nome do APU, referente a “mudança” da data do aniversário da terrinha, extraio hoje e amanhã, alguns trechos do seu “levantamento’. Inicialmente, ela já faz opção pelo dia 2 de março de 1820 ; segundo ela “ por ser o primeiro reconhecimento oficial desta povoação, visto que, a Igreja , estava, umbelicalmente, vinculada ao Estado”.

Mais a frente, ele se cerca de dúvida e escreve “ necessitamos de mais tempo e recursos financeiros para buscar outras documentações no Instituto Histórico e Geográfico do Rio, no Arquivo Público Mineiro, Arquivo Nacional e Arquivo Público de São Paulo e Biblioteca Nacional do Rio”. Pede ainda que “ historiadores” ( não cita nomes, nem a origem ) para “ajudar nas pesquisas”. Segundo a exma. sra. Manzan, “ é preciso revisar a história de Uberaba para não incorrer em erros anteriores . Não se pode trabalhar com hipóteses, mas, com provas documentais”, finaliza a então diretora do Arquivo Público municipal.

Na outra página ( documentos em meu poder ), historía outra “data importante do município de Uberaba, 27/10/1809”. Ela relata a “ chegada dos irmãos José Manoel e Antônio Eustáquio Silva e Oliveira, vindos de Ouro Preto e Eustáquio, nomeado pelo Governo Provincial, como o “Comandante Regente dos Sertões da Farinha Podre”. De volta ao Desemboque, Eustáquio, encontra “ um lugar propicio para nele se instalar, às margens do córrego das Lages”. Em seguida, Aparecida Manzan, discorre sobre a data de 1/12/1818. Ela escreve:- “Eustáquio , recebe as bênçãos do padre Hermógenes Cassemiro de Araújo Brunswick, na capelinha erguida no arraial com o nome de “arraial de Santo Antônio e São Sebastião da Farinha Podre”, nome que figurou até 1836. Ela faz também, referência a manifestação da Igreja Católica, junto às ações do Estado . Nada mais.

Vem o 2 de março de 1820, quando D.João VI, criou a “ Paróquia (Freguesia)no arraial de Uberaba. Tal decreto fala do “desgosto sofrido pelos colonos do sertão da Farinha Podre, que se viram privados do socorro e pasto espiritual , longe do Julgado do Desemboque “. A justificativa exposta pela exma .sra., então diretora do Arquivo Público municipal, contenta-se em comentar a “ institucionalização da vida dos convidados na construção de sua ermida, visitada pelo padre e elevava à região inóspita (? minha) ao status de Paróquia ou Freguesia “. A arquivista fala da “assistência religiosa, o acesso ao batismo, amparo dos enfermos até a morte e a garantia do registro de nascimento, matrimônio, óbito, ampliações jurídicas e sociais”.

Encerra seu arrazoado, afirmando:-“ 2 de março de 1820, representa o primeiro reconhecimento oficial de Uberaba, sua certidão de nascimento”. No entanto, no último parágrafo de sua exposição, ela expõe-se à grande dúvida, a sua incerteza, quando afirma literalmente:- “Embora não seja a data de FUNDAÇÃO( Elevação de Uberaba a condição de CIDADE ), pois não existe formalmente; uma vez que os “ primeiros habitantes”, foram chegando sem “ data definida, é sem dúvida, uma das datas mais importantes de nossa história, merecendo ser valorizada de acordo com a preponderância (sic) que tem “. Amanhã, comento as datas de 22/2/1836 e 2/5/1856. A história sempre tem data...

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A FARSA – VIII

A senhora diretora do Arquivo Público 94/95, Aparecida Manzan, em seguida a sua “decisão” de mudar a data de elevação de Uberaba a condição de CIDADE, traz um longo histórico sobre o dia 22/2/1836, invocando a Lei Provincial no.28, que eleva Uberaba como sede e nome de “Vila Santo Antônio de Uberaba”, joga “prá fora” o coitado do São Sebastião... Discorre sobre a construção de um “sobrado” que servia à Câmara municipal e, no térreo, uma cadeia... ”Sobrado” que sobreviveu e, hoje, abriga dependências históricas da Câmara municipal . Depois de ser “arraial” e “Freguesia”, a historiadora finalmente comenta a data de 2/5/ 1856 . Sem entrar em maiores detalhes e pormenores da elevação a condição de CIDADE de Uberaba.

Transcrevo, sem muda uma vírgula (documento em meu poder), seu comentário:- “ Uberaba, após tornar-se município em 1836, desenvolveu-se rapidamente. Em 1837, já tinha Correios, em 1839, instalaram-se Cartórios, em 1840, passou a ser sede de Comarca. Este crescimento deveu-se a sua privilegiada posição geográfica, à força da sua atividade econômica e ao dinamismo de seus habitantes, que, em 1856, solicitaram e obtiveram a elevação de sede do seu beneficio à categoria de CIDADE, título honorífico, sem significação política (?), raramente concedidos aos núcleos urbanos. Assim, pela Lei Provincial no.759, de 2 de MAIO de 1856, aquele pequeno ARRAIAL DA FARINHA PODRE, timidamente começado pelo major Eustáquio, desde os idos de 1809, que em 1820 era FREGUESIA DE SANTO ANTÕNIO E SÃO SEBASTIÃO DE UBERABA, que a partir de 1836, e tornou sede de município com o nome de VILA DE SANTO ANTÕNIO DE UBERABA, agora muda mais uma vez de nome e se torna, definitivamente, CIDADE DE UBERABA. Era tudo que aquela população laboriosa e produtiva poderia pretender para sua terra, que assim se faz conhecida entre as poucas que então existiam no Brasil com este honroso título “.

É questionável “relatório-decisão” da diretora do APU, sem consultar maiores fontes ( ela mesmo, no texto de ontem, confessa...)DECIDIR que a data de elevação de Uberaba a CIDADE, seja 2 de março de 1820, confundindo com FREGUESIA. Suas assertivas para mudança de data de elevação a condição de CIDADE, a mim me parece ( depois de reconhecer a data de 2/5/1856), muito estranho. Ignorou por completo, não citou uma vez sequer, historiadores uberabenses de cepa indiscutível, donos de um enorme acervo cultural e histórico, dos renomados professores Hildebrando Pontes e José Mendonça. Sem sofismas, tal “decisão” teria obedecido “ ordem superior”, do que propriamente aos conhecimentos e relatos históricos?...

Ao tempo que a diretora do APU, aduz a necessidade de “maiores dados oficiais”, afirma que a “data de 2 de março de 1820, é a mais adequada e serve como registro de nascimento de Uberaba”... A “farsa”da mudança da data histórica (honorífica ? Jamais...)da elevação de UBERABA a condição de CIDADE , não pode ser trocada por uma reles data de criação de FREGUESIA, sinônimo de “ currutela”...Pergunto:- Era assim que o Prefeito e vereadores dos anos 1992/96, da sagrada terrinha devotam a nossa mui amada UBERABA ? Tenha dó!

Quanto a exma.sra.diretora do Arquivo Público, Aparecida Manzan, ela se contradiz, infelizmente, nas suas “considerações”. Uma pena ! Mostro e sequencio, amanhã, para trazer à tona, a verdadeira data de elevação de Uberaba a CIDADE. Não “ Freguesia.”, que estão apregoando na suspeita publicidade de Uberaba- 200 anos...”Balela que ninguém acredita...

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A FARSA – IX

Prossigo relatando a “farsa” da mudança da data de aniversário de Uberaba. Em 29/4/1994, a exma.sra. Aparecida Manzan, diretora do Arquivo Público municipal, enviou ao então Chefe de Gabinete do Prefeito Luiz Neto, Wellington Cardoso Ramos, “atendendo solicitação”, o estudo final para “mudar” a data de aniversário de Uberaba. Sem trocar uma vírgula, ela escreveu :- “O dia 2 de maio, apesar da importância histórica, não oferece condições para ser o “Dia do Municipio”(?) por causa da Exposição Agro Pecuária (?). Nossos estudos sugerem a data de 2 de março, quando se comemora a criação da FREGUESIA de Uberaba, em 1820, que, embora não seja a data de fundação como 2 de maio é vista, como o inicio de povoamento que não pode ser precisado”.

A”justificativa” é cômica, quase risível! Ela afirma:- ‘2 de maio, é comemorado há muitos anos como “Dia do Município”.( Ela não fala em CIDADE). Atualmente está obscurecida(?) pela festa da Exposição, uma vez que:- 1º -A festa da Exposição tornou importância nacional e internacional que absorve qualquer outra comemoração. ( A diretora dá a entender que a Expozebu só tem um dia de festa, 3 de maio, que diga-se, nos últimos anos, não tem a importância de antigamente, pois que, este ano, 2019, a abertura será dia 27 de abril...) 2º.- A celebração do “Dia do município”, (não fala mais em aniversário, nem fundação e muito menos, ELEVAÇÃO )é fundamental para formação do sentimento de cidadania de seus jovens cidadãos ( quer dizer que, até então, o 2 de maio não era comemorado ? Seria ela nascida depois de 1956, quando grandes festejos comemoraram o CENTENÁRIO de Uberaba, elevada a condição de CIDADE ?. Lamentável a falta de conhecimento histórico daquele prestativa servidora municipal...)Terceiro argumento:- “ A data de comemoração do “dia do município”, precisa ser destacada de qualquer outro evento que possa cobrir o valor cívico que apresenta”, destaca.

Em seguida, afirma “2 de maio não oferece condições pelo exposto(?) a equipe de pesquisadores e historiadores do arquivo Público ( não cita nenhum nome de “pesquisador” ) sugere que a partir de 1995, a data municipal seja comemorada no dia 2 de março, conforme decreto de D.João VI, criando a Paróquia de Santo Antônio e São Sebastião de Uberaba (FREGUESIA)”. Foi uma das peças históricas mais chulas que esse pobre escriba teve noticia . Para agradar não se sabe quem ( ou sabe?), esse “ crime histórico” foi perpetrado...

Do fim de abril a agosto de 1994, a “ imprensa chapa branca” da terrinha, vaga e esporadicamente, noticiava a “ mutreta” em jogo. Vereadores, segundo os jornais, ”estudavam a matéria que seria votada”. O assunto, era levado em “ banho Maria”...O “Jornal de Uberaba”, 18/8/94,escreveu” a população de Uberaba, na sua grande maioria, é contra a mudança”. Dezembro/94, o então Presidente da Câmara, Ademir Vicente da Silveira, convocou a última reunião do ano, para discutir a PEC 007/94, que “ muda” a data de aniversário da cidade. Além dos vereadores, são convidados, Flávio Canassa, Sônia Fontoura, Jorge Nabut, Carlos Pedroso, Dedê Praes, Antonieta Borges, Aparecida Manzan, Modesto Lima, José Humberto Salge, Eduardo Colombo, Luiz Alberto Oliveira Jr., Erwin Pulher, Arnaldo Santos Anjo, Guido Bilharinho e o prefeito Luiz Guaritá Neto. Sônia Fontoura, pediu mais prazo para estudar o assunto. Carlos Pedroso, disse que a data só poderia ser mudada em 1995. Os vereadores, Ademir Vicente, Lauro Guimarães e Gilberto Caixeta, não concordaram. Dia 20/12/94, nova reunião. Bilharinho, Pulher, Colombo, Manzan, Antonieta, Sônia, Flávio e Lauro Guimarães, compareceram. Luiz Neto, Santos Anjo, Luiz Alberto, Salge, Modesto, Dedê, Pedroso, Nabut, Heleno Araújo e Caixeta, ausentes. O projeto foi aprovado; a reunião extraordinária, realizada na ante véspera do Natal, 23/12/94.

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A FARSA X

Até hoje, a mal explicada mudança da data de aniversário da elevação de Uberaba a condição de CIDADE , infelizmente, naquele malfadado dia ( comentei ontem ), estava decretada. Com a pálida presença de algumas lideranças classistas da terrinha e que não se interessaram por assunto tão relevante, pois, pertenciam a mesma “panelinha” daqueles que, por razões nada edificantes, queriam a “mudança”. Ato este, vexatório, sem compromisso com a verdade, desqualificadamente, concretizou-se. 

Procure-se Brasil afora, o aniversário de uma CIDADE, pequena, média, grande, megalópole ou Capital, tivesse alterado o seu “ registro de nascimento”. É procurar “agulha no palheiro”... Forças retrógadas , para tristeza do uberabense verdadeiro, levaram a melhor. O Legislativo , como sempre, curvou-se, de joelhos, covardemente, ao Executivo e coroou-se, funestamente, a esse tamanho descalabro...

No dia 21/12/94, a Comissão de Justiça ,Legislação e Redação (José Rodrigues de Rezende, Paulo Silva (falecido) e Gilberto Caixeta), opinou pela aprovação da “nova data”. No dia 23/12/94, ante véspera do Natal, o artigo 194, da Lei Orgânica do Municipio, foi alterado (1º.turno). O ato “ heróico” estava consumado...

No 3º.ano do período legislativo ( 93/96), o projeto foi aprovado , por UNANIMIDADE (!!!) pelos exmos.senhores vereadores, em 2º.turno. Passado o período das férias, no dia 6/2/95, entrava em vigor já naquele ano. Depois de uma pífia “Justificativa Circunstanciada”, enviada à Câmara em 27/5/94, a tramitação durou ( ou demorou ? 8 meses e meio para a “ farsa” tornar-se vitoriosa. 

Não respeitou sequer o passado de uberabenses ilustres, mestres que debruçados em pesquisas históricas , análises , documentos e depoimentos insuspeitos, escreveram livros contando como Uberaba foi guindada a CIDADE e não FREGUESIA. Homens da têmpera e valores irrefutáveis de Hildebrando Pontes e José Mendonça, expoentes da nossa cultura, foram “substituídos” na suas hercúleas tarefas de estudos sobre a origem da nossa amada UBERABA, por políticos sem raça, sem jaça que, atendendo a interesses escusos e pouco louváveis, mesquinhos, agrediram e afrontaram a nossa história ... A imprensa, como soe a acontecer, em episódios marcantes da terrinha, “fechou-se em copas”, subjugando-se a interesses ocultos para não desagradar os “ ricos e poderosos” da cidade...

Aos uberabenses , cultores dos nossos dados históricos, responsáveis pelo zelo de nossas tradições, conheçam, abaixo, aqueles(as) foram os subscritores dessa irresponsabilidade : Prefeito Luiz Guaritá Neto, Aparecida Manzan e sua equipe da época, do Arquivo Público, convidados (já citados)que opinaram sobre a mudança e os 19 (dezenove )vereadores que votaram, unanimemente, pela “ troca” (ou alteração? )de tão infeliz iniciativa: Ademir Vicente da Silveira, Arly Coelho da Silva, Benito Meneghello, Daltro de Paiva (falecido), Edivaldo dos Santos, Chiquinho Teixeira, Gilberto Caixeta, Hamilton Felix, Heleno Araújo, Helí Andrade, Jesus Manzano ( falecido), João Spósito, José Rodrigues de Rezende, Lauro Guimarães, Minervino Cesarino (falecido), Newton da Cunha Prata, Paulo César Soares, Paulo Silva (falecido), Wilson de Paiva (falecido em pleno mandato), substituído por Lucimar Ferreira.

Esses homens, não se sabe, consciente ou inconscientemente, deixaram um legado triste para a exemplar história de Uberaba, trocando a referência de uma grande CIDADE para uma ultrapassada e pouco conhecida FREGUESIA... Pena ! Muita pena !...

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A FARSA XI

Estou chegando à reta final da “farsa” do “aniversário de Uberaba”. Defino o que FREGUESIA, PRELAZIA e CIDADE. FREGUESIA- é o nome de uma divisão administrativa, semelhante à PARÓQUIA. Freguesia e Paróquia, são sinônimos. Com a Proclamação da República, aconteceu a total separação entre a Igreja Católica e o Estado.

PRELAZIA – É uma circunscrição eclesiástica que atende as necessidades peculiares de um grupo de fiéis. É a Prefeitura Apostólica que administra o vicariato católico. As Prelazias são similares às Igrejas particulares. Cada uma tem seus fiéis, clero e pastores.

CIDADE – é uma área urbanizada que se diferencia de vilas, lugarejos, povoados, obedecendo critérios que incluem, população, densidade e classe populacionais e estatuto legal. CIDADE- é utilizada para designar uma data político-administrativa URBANIZADA . CIDADE – é uma área que concentra oferta de serviços, emprego, renda, manifestações culturais, religiosas, infra estrutura, consumo, e reúne os mais diversos fluxos e atividades humanas.

A importância dada à região da VILA DE SANTO ANTÕNIO E SÃO SEBASTIÃO DE UBERABA, era próspera e mereceu o título de CIDADE, EM 2/5/1856, tornando-se importante centro comercial que acentuou-se com a chegada da Estrada de Ferro Mojiana, em 1889, facilitando, sobremaneira, a imigração européia para nossa cidade e acompanhou o desenvolvimento da pecuária zebuína. Até o advento da “Fosfértil”, Uberaba progrediu.

Bastou assumir as rédeas do município, “jovens políticos promissores” e começar a degringolada do crescimento da santa terrinha. “Markeiteiros” e “ publicitários”, enfeitaram Uberaba daquilo que ainda não tínhamos. Tornaram-se “donos da verdade e da cidade” e mudaram até a data “ de nascimento” daquele povoado que Major Eustáquio, fundou...

É desalentador constatar a forma irreal como a “imprensa chapa branca” da terrinha teceu loas ( não merecidas) a “mudança”da data de elevação a categoria de CIDADE, a nossa amada , extraordinária , sofrida e mal querida (por alguns) UBERABA ! Até recentemente, insistiam em anunciar o aniversário da “currutela da FREGUESIA”, como se fosse sua data natalícia, e ”ignorando”, sabe lá por quais razões, a Lei 759 de 2/5/1856, que consagrava UBERABA como CIDADE . Motivos inconfessáveis, maldosamente “desconhecidos!”(será?), “aplaudiam” e desgraçadamente ainda “aplaudem”, a nefasta e covarde “transferência” de “ soprar velinhas” imerecidas, diga-se, do histórico e indesmentível 2 de maio para o insosso, mentiroso, inodoro e incolor 2 de março, tentando impingir aos uberabenses natos, degradante aleivosia, “inventada” por esse grupo de uberabenses inúteis.

Sem dar “ o braço a torcer”, a mídia local corrigiu, em parte, o seu erro. Não escreve mais que é o “aniversário de Uberaba”. Registra apenas “ 2 de março, aniversário da elevação de Uberaba a FREGUESIA”... Era o mínimo de honestidade profissional e histórico que o uberabense esperava. Falar em “aniversário de 200 anos”, em 2 de março, é agredir nossos foros de civilização e cultura. É cuspir nas nossas honestas caras, uma indecência histórica que não compactuamos e muito menos, respeitamos.

Quanto aos infelizes uberabenses que cometeram esse ‘crime histórico”, que sejam esquecidos para todo o sempre da nossa memória histórica. Uberaba, cristã e religiosa , lhes dará o perdão !....

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A FARSA XII

Passadas mais de duas décadas, o uberabense ainda não “ engoliu” a “farsa” da mudança de data de elevação de Uberaba a CIDADE. Transformaram o 2 de março em “dia do município”.(Doc. Em meu poder). Para o povão “ 200 anos de Uberaba”, é grossa mentira ! A “desculpa” , uma só: 2 de maio estava “esprimida” entre o Dia do Trabalho e o inicio da Expozebu, não “cola” mais. O dia 3 de maio, nunca foi feriado municipal; a Expozebu, há tempos , não tem inauguração neste dia. Este ano mesmo, 2019, a inauguração acontecerá no dia 27 de abril, sabiam? A lenda de 3 de maio de inauguração, ficou na saudade...

Ademais, feriados seguidos, os chamados “feriadões”, sempre aconteceram e acontecerão. Este ano, o Carnaval “coincidiu” com o fajuto “aniversário de Uberaba”... ou não ? E daí ? Essa “história” esfarrapada que agride os historiadores sérios ( vivos e mortos), foi para “ Tonga da mironga do...).UBERABA – pelo porte de cidade culta, ordeira, progressista e civilizada, não vai se deixar levar por essa inoportuna e tola aleivosia. A nossa indignação vai perdurar enquanto essa injustiça histórica não for reparada. Essa farsa da mudança que impingiram na “ certidão de idade” da sagrada terrinha, não nos representa!

A atual Egrégia Câmara Municipal, bem que poderia dar “ o ar de graça” da sua atuante presença, REVOGANDO a Lei de tão infeliz e falsa “data de aniversário” da terrinha. Nada contra a FREGUESIA DO ARRAIAL DA FARINHA PODRE, lugarejo, povoado, ou vila... Uberaba, ´e CIDADE – a nossa vida ! Não sei se sede de amor ou sede de amar ! Uberaba, é o nosso manto protetor ! Colo de mãe na mais pura e amada essência ! Uberaba, transcende carinho, trabalho, alegria, festa, cidadania ! Uberaba, é o nosso torrão natal ! Nada se compara a ela!

Sua bênção, Major Eustáquio ! Vamos juntar nossas vibrações a Mário Palmério, Fidélis Reis, Alaor Prata, D.Alexandre, Jorge Furtado, Hélio Angotti, Humberto Ferreira, José Humberto R.Cunha, Joubert de Carvalho, Cacaso, Antenógenes Silva, Leopoldino de Oliveira, Glycon de Paiva, Pedro Moura, Avelino Inácio, Álvaro Lopes Cançado, Randolfo Borges Jr., Ovidio Fernandes, José Bilharinho, Henrique Kruger, Inácio Ferreira, Chico Xavier, Aparecida Conceição Ferreira, Antusa Martins, Aspásia Cunha Campos, Alexandre Campos, Celso Afonso, José Ribeiro, Juvenal Arduini, Augusto César Vanucci, “Doca”, “Zote”, Pedro Salomão, Hugo R, Cunha, João Guido, Alberto Fontoura Borges, Boulanger Pucci, Antônio Próspero, Ataliba Guaritá Neto, Raul Jardim, Renê Barsam, Odorico Costa, Artur de Melo Teixeira, entre outros muitos uberabenses de verdade que, por absoluta falta de memória desse modesto escriba, não foram citados, mas, pertencem ao “panteon” da nossa história.

No plano superior, mãos dadas, ecumenicamente ,iluminem a nova geração de uberabenses e reponha no seu devido registro, a data de “aniversário de Uberaba”, tão grosseira, estúpida e covardemente, alterada sem razões históricas que justificassem esdrúxula medida. Nunca é tarde para redimir-se de erros praticados. Há que prevalecer o sentimento político dos nossos ilustres vereadores, ao repor a verdade histórica. Não permitam que esse falso” 2 de março” de 2020, se transforme num palanque eleitoral para o “ continuísmo” na nossa amada CIDADE!

Se tal gesto acontecer, senhores vereadores, receberão os aplausos, os votos e o respeito de todos nós, uberabenses que amamos de paixão a nossa altaneira Uberaba!
A cidade espera e acredita em vocês! “Marquez do Cassú”


Luiz Gonzaga de Oliveira



Cidade de Uberaba

UM JUIZ CRIVADO DE BALAS

Já passava das cinco horas, mas o sol ainda não havia nascido na manhã do dia 14 de junho de 1878. A pequena cidade de Uberaba despertou em sobressalto com o ruído de cinco tiros disparados em sequência. Vizinhos pularam da cama e, no quintal de uma casa próxima à igreja matriz, encontraram em agonia o bacharel Evaristo Rodrigues da Silva Carvalho. Três tiros disparados contra o peito e mais dois no ouvido direito não conseguiram tirar sua vida. Ao seu lado, o delegado de polícia encontrou um revolver vazio.

Episódios de violência não eram incomuns no sertão do Triângulo Mineiro do séc. XIX – e esse poderia ter sido mais um caso de vingança envolvendo jagunços e coronéis. Mas, aparentemente, Evaristo havia tentado o suicídio. Dias antes tivera a notícia de que sua nomeação como Juiz de Direito da comarca da Posse, na província de Goiás, havia sido tornada sem efeito. Mais que isso: outro juiz já havia assumido o posto. Desempregado, sem patrimônio e sem família rica, entregou-se ao ato de desespero. Agonizou por semanas em uma casa de saúde, vindo a falecer no dia 3 de julho.

Nos tempos de hoje – onde magistrados são cargos de carreira, concursados, com altos salários, estabilidade e direito a benefícios – pode parecer estranho um infortúnio como esse. Mas as coisas eram diferentes no reinado de Dom Pedro II. O governo era uma monarquia parlamentarista, mas cabia ao imperador nomear o presidente do Conselho de Ministros, que montava o gabinete e o submetia à aprovação dos deputados e senadores. Com eleições manipuladas pelas lideranças locais, o imperador não tinha dificuldades em manter o parlamento sob controle. Alternava o ministério entre os partidos Conservador (“saquaremas”) e Liberal (“luzias”). Na prática, mero rodízio, já que programas e ideias eram similares. De onde surgiu a frase do Visconde de Albuquerque: “nada mais parecido com um saquarema do que um luzia no poder”.

Evaristo Carvalho era de origem relativamente humilde. Formara-se em direito e havia feito uma carreira de sucesso durante o longo mandato do conservador Antero Cícero de Assis, que ocupou a presidência da província de Goiás por sete anos (1871 a 1878). Dois anos antes de Antero chegar ao governo, Evaristo fora nomeado promotor público na comarca do Rio Paranaíba, mas desentendeu-se com aliados do então presidente da Província e foi afastado do cargo. Quando Antero assumiu, nomeou Evaristo como Juiz municipal em Rio Verde. Dois anos depois, assumiu o cargo de Juiz de Direito interino na comarca de Rio das Almas.

Os cargos de juiz eram de livre nomeação do Ministério da Justiça, usualmente negociados com as autoridades locais. Poucos eram os juízes efetivos, e muitos deles se afastavam das comarcas em intermináveis licenças remuneradas. O resultado era um festival de “juízes interinos” nomeados a título precário por indicação dos presidentes provinciais. Em 1876, Evaristo estava em licença para tratamento de saúde na cidade de Goiás (atual Goiás Velho) quando foi nomeado juiz interino da 1ª e 2ª Varas da Capital.

A oposição o acusava de ser um “pau mandado” de Antero Cícero, colocado no cargo para legitimar desmandos e arbitrariedades. Desfrutava da intimidade do presidente, que o tratava como “distinto amigo” em documentos oficiais. Prestigiado, era convocado como examinador de história e geografia nas bancas de seleção de professores para o magistério. No cargo de Juiz, decidia questões de herança e propriedade de escravos. Uma de suas sentenças, em outubro de 1876, ganhou notoriedade: a pedido da Curadoria, decidiu pela nulidade dos certificados de propriedade e libertou quatro escravos reivindicados por uma viúva. Sua decisão acabou reformada na segunda instância e, posteriormente, no STF. Mas a discussão ganhou as páginas da revista Gazeta Jurídica, do Rio de Janeiro.

Em janeiro de 1878, Dom Pedro girou a roleta do ministério e o poder voltou às mãos dos liberais. Um novo presidente – Luis Gonçalves Crespo – foi nomeado para Goiás, devendo assumir no meio do ano. Rei morto, rei posto: Antero Cícero perdeu o poder que tinha no Ministério da Justiça. Em 9 de março, ainda conseguiu nomear o amigo Evaristo, que estava afastado por problemas de saúde, para a comarca de Posse. Dois meses depois, o ato foi cancelado por seu sucessor – que indicou um aliado para o posto. Enfermo, isolado e sem perspectivas, Evaristo apertou o gatilho na fria madrugada uberabense.


(André Borges Lopes)



Cidade de Uberaba