domingo, 1 de janeiro de 2017

ACORDA UBERABA ! UAI, ELA ESTÁ DORMINDO? CULPA DE QUEM ?

Amigos, eu fui e vi. Com esses olhos que a terra há de comer. Juro que vi. Nenhuma data histórica daquelas que se comemora com feriado. Juro que não era. Nem vinda de Presidente da República, inaugurar a saudosa Exposição. Não, juro. Nem o Corinthians prá jogar no inacabado “Uberabão”. Juro que não. Nem passeata pelo título de campeão mineiro do Uberaba ou Nacional(sic). Juro, não. O povão se aglomerando em toda a extensão da “Leopoldino”. Do Uberabão aos Correios. Velhos, muitos. Crianças, às pencas. Jovens, demais da conta. Casais, demais da conta… Apitos, charanga, cavalos, carros de boi (por quê, não?), motos, bicicletas e gente. Muita gente. Do centro, dos bairros, vilas e afins dos confins. Foguetório de ensurdecer. A avenida cheinha de uberabenses. Camisas verdes, amarelas, verde-amarelas, calça comprida, bermudas.. Gente para todos os gostos e faixas etárias. Cartazes dos mais variados matizes e dizeres. Tinha até trio elétrico. Frases de protesto. “Fora isso”. “Ladrão”. “Abaixo aquilo”.”Presidenta fuleira”. “Lugar de ladrão é na cadeia”. “Cadê a saúde?”. “ E a Educação?”. “Povo unido jamais será vencido”. !… cachaceiro, devolve o meu dinheiro”. “Petrolão nunca mais”. “E o gasoduto?”. “E a fábrica de amônia?”. “Cadê o gás total?”. De repente, nãos mais que de repente, um mar de gente, começa a deslocar-se na “Leopoldino”. Com aquela cerca horrível, nojenta, ridícula, fora de propósito, a cortar Uberaba no meio. Uma parte “oriente” e a outra “ocidente”. Cerca misteriosa que ninguém sabe quanto custou…Aquela multidão, tropeçando em pedaços de asfalto, enfiando o pé nos buracos ali deixados pelos ônibus da BRT. O inesquecível Leopoldino de Oliveira, deve remoer no túmulo, pela burrice dos incompetentes. A massa chega à praça Henrique Kruger, figura lendária na medicina da cidade. Novas cercas estúpidas de um e outro lado. O povo passa cantando o !Hino Nacional. Dos prédios , bandeiras verde-amarelas saudando a passeata. O povão, fazendo festa. O cortejo entra na “Fidélis Reis”, nome de outro uberabense de cepa. Degraus bem acima dos nossos políticos atuais. A massa aumentando. Jovens, idosos, pretos, brancos, altos, baixos, patrões e empregados. Todos irmanados em fé. Protesto? Por que não? Embora sem saber o que é Estado e Nação. Estado de grande aparato e estrutura jurídico-político. Corroída, uma pena! Nação, o povão consciente da sua identidade. Caminhando entre música, turba ordeira, gente como a gente mesmo. E os políticos, onde estão? Ninguém vai encarar a massa ignara . Político na hora “H”, foge como o diabo da cruz. Juro, estava lá. Velhão, sadio, esbelto e faceiro, espírito juvenil, segurando um cartaz. O que estava escrito? Sei lá. O ato me bastava. Era a minha vontade…
Verdade: governantes, legisladores e companhia bela, tão logo assumem cargos públicos, deixam de ser povo. Tornam-se “autoridades”. Com exageradas pompas, plumas e paetês..Regalias e mordomias. Automóvel com motorista, dia e noite. Do carnaval ao Natal. Melhores restaurantes , “diárias” maiores que o salário mínimo do trabalhador. Tudo às nossas custas. Viraram políticos profissionais para não dizer vitalícios. Mentem, iludem, tapeam, sacaneiam e prometem…Camaleões, isto sim… Fazem pacto com as” jararacas”, refastelam-se nas negociatas. Lutam, com unhas e dentes, para não voltar a ser Nação, povão. O brasileiro sensato acordou para acabar com a mamata. Foi à rua pedir mudança, Justiça e Bem Estar. Melhorar a nossa democracia e que os “vendilhões do templo”, sejam punidos. Devolver ao brasileiro, o que foi dele roubado. O 13 de março de 2016 em Uberaba, conheceu uma passeata ordeira, cívica e pacifica, contundente , justa e o alerta do “basta” à roubalheira do dinheiro público.
Aos que tiveram a paciência da leitura, o meu muito obrigado.

Luiz Gonzaga de Oliveira

A FALTA DE PERSPECTIVA DE UMA ADMINISTRAÇÃO LEVA UMA CIDADE À BANCARROTA

Nasci na época em que Uberaba tinha a maior parte de suas ruas de bairro sem calçamento. Era pura terra e buracos prá todo lado. As famílias sentavam à porta das casas, ouvia rádio e a meninada brincava de “pique” e “cruzada”. A preocupação com a segurança era mínima.Hoje em dia, quem diria !, a situação caminha de mal a pior. Roubos, furtos, assaltos, drogas, juventude transviada, políticos desonestos e corruptos, empresários que lesam os cofres públicos, empreiteiros inescrupulosos, homossexualidade oficializada, prostituição escancarada, são fatos que se tornaram corriqueiros. Casamento praticamente acabou. A vez é de “amigação” ou “ficação(?)”Casamento é “gay”, homem com homem, mulher com mulher…”Soltar as amarras da tradição atrasada”, segundo afirmam.
Rouba-se e assalta-se, descaradamente, na frente das policias , que noticiam o delito, dão nomes dos bandidos e concluem nos boletins “ a policia foi atrás, mas, infelizmente, não conseguimos prendê-los”. A droga anda solta. Na rua, durante o dia, à noite, à porta das escolas, nos bares, festas e festinhas “funk”, forrós, reuniões sociais na periferia e, principalmente, nos salões enfeitados da granfinagem. A droga “corre solta”.
Os assaltos e roubos são tantos, a policia impotente, os donos de casas e condomínios, constroem um verdadeiro arsenal de segurança. Famílias recolhidas e bandidos nas ruas…Sair à pé para um inocente passeio na pracinha, já era… O mundo é outro. Formas de viver, totalmente diferente. A hora incerta, chegou. O crime não é mais privilégio das grandes cidades. Os desmandos, roubalheira, assaltos, acontecem , com freqüência, até nos lugares menores. Rouba-se de tudo. Caminhões, automóveis, motos, bicicletas, objetos pessoais, documentos, celulares, vão engordar os bolsos dos receptadores e o parco dinheiro dos larápios, direto para as drogas…Até cães de estimação são levados pelos bandidos.
Recentemente, uma cachorrinha foi levada da casa de um amigo meu. A esposa chorava sem mais parar. As filhas, amuadas no canto da sala.Os netos, em prantos. Até o sisudo marido, pai e avô, andava triste. Passados alguns meses, o ladrão foi preso e confessou a autoria do ato. Alegria na família, e lá foi o avô a buscar a cadelinha tão querida. Decepção, coitado!…A “infiel” cachorrinha, rejeitou todos os mimos do dono. Fugiu ,apavorada, e foi “aninhar-se”, comodamente, nos braços do ladrão e dalí não quis mais sair… Pode?

Luiz Gonzaga de Oliveira

QUEM ADMITE E CORRIGE ERROS INSPIRA CONFIANÇA


Uberaba sempre foi uma cidade boêmia. Bem ou mal o fato que arrebanhou essa fama e quem tem fama dorme na cama… Orlando Ferreira (Doca), no seu livro “Terra Madrasta”, registrou o alto número de raparigas que circulava pela rua S.Miguel, bem como os passeios que faziam pelas ruas da cidade a fim de se mostrarem aos ricos e poderosos da santa terrinha. Cassinos proliferam em todos os cantos da cidade. Homens abastados , fazendeiros endinheirados e jovens filhos dos ricaços da terra, endoidavam com tantas a apetitosas mulheres…O cabaré “Brasil”, do casal Paulo e Negrinha, era o ponto de encontro da rua S.Miguel. Jovens vindas do Rio de Janeiro, S.Paulo, Goiânia, Rio Verde, Jataí, Ribeirão Preto, S.José do Rio Preto e alhures, para Uberaba “fazer a vida”. Inquilinas bem vestidas, borrocadas de batom, perfume que exalava à distancia, as pensões da Isolina,Negrinha, Sudária, Nena, tia Moça, Tubertina e outras menos votadas, tão logo ouviam os acordes da orquestra do Aresky Cordeiro, no “Brasil”, atravessavam a rua à mostrarem-se para a homaiada que lotava a casa de diversão.Belas pernas torneadas, sapato alto, vestidos que não cobriam os joelhos, decotes generosos e seios que quase saltavam dos sutiãs, cabelos loiros ou morenos nos ombros caídos, desfilavam pelo salão à procura da “caça” preferida. No palco, rebolando a não mais poder, os primeiros travestis conhecidos( veados mesmo)que trabalhavam na zona: o crioulo Birinha e Diquinha , peruca loira, a cantar “Babalú….Babalú..aiê…Festa que varava madrugada.
Dentre os frequentadores, Cecilio Varela (nome fictício…),fazia sucesso. Altão, bem apessoado, brilhantina nos cabelos, camisa de seda pura, calça de linho, sapato engraxado, era o chamado “bom partido”.”Bom de bolso”, fartava-se de bebidas finas e sempre acompanhado das mulheres mais bonitas do pedaço…Porém (tem sempre um porém nas nossas vidas…), tinha um costume estranho. Naquela época (anos 50), pouco se falava em sexo oral. O Cecílio era adepto da prática. Adorava comida baiana, super apimentada. Seu costume maior quando se dirigia ao quarto da companheira, mastigava, com gosto,2 a 3 pimentas “malagueta”, sem que a parceira percebesse o gesto.À hora do “vamos ver”, a moça não se continha e começava a gritar, freneticamente, “ai, ai, ai”, um “ai” sofrido de dor, desespero, nunca prazer! Cecílio, se extasiava, ria de orelha a orelha, do sofrimento da pobre coitada.
A fama do rapaz extrapolou da zona para a cidade. Aquelas vitimas da tara do Cecílio, não contavam para as colegas e assim, ele fez a festa por muito tempo. Na rua S.Miguel. ganhou o “honroso” apelido de “língua de fogo”, pois, o que mais se ouvia delas, era o clamor:
-“Como tá de ardume a minha perereca”…

Luiz Gonzaga de Oliveira

CURVO-ME, COM ALGUMA RELUTÂNCIA, À FERRUGEM DA IDADE. FAZER O QUÊ?

Apelidos no futebol em todo lugar, campo ou estádio, sempre existe. Apelidos os mais “escalafobéticos(?)”. Todos sabem, apelido só “pega” se o cidadão der “bronca”. Aí, é um Deus nos acuda. A memória não me deixa falhar e vou escalar alguns “times” locais só com apelidos dos jogadores. O primeiro: Mutreco, Marruco, Buzina, Kelé e Cocão; Ingronga, Butão e Zé da Égua; Sapinho, Cabeça e Pé de Gancho. Treinador, Nilton”Come Quieto”. O outro time : Macaco, Gasolina, Panela e Paulo Xuranha; Babão, Lixinha e Zezé “Coisa Boa”; Nicotina, Pé de Ferro e Zé Bode, que seria treinado pelo Amargoso… Um bom terceiro time, vai agora: Budu, Cavalão, Ganso e Putinha; Boca da Noite, Sapo e Timbete; Tapuia, Cabelo e Barba. “Treineiro”, o Pombinha. Para reserva de qualquer um dos três times, não falta. Paulinho Perdido, Dentão, Bitruis, Boca da Noite, Sapo e Timbete. O técnico, João Pilão…
Porém, nos últimos 50 anos, vivenciando futebol aqui na terrinha, um apelido ganhou destaque:Maisena, goleiro campeão juvenil, pelo Uberaba. No registro, Vanderlei Martinelli, bancário aposentado, ex-rei Momo, doce figura e exemplo típico do apelido que “cola”. Sempre reagiu, com palavrão, quando lhe chama pelo apelido.- “Maizena!” . Ele grita, na hora, em qualquer lugar que esteja:-“vai a puta que o pariu, seu viado!”.
Recentemente, numa roda de amigos, perguntei-lhe a razão de tanta ojeriza pelo apelido. –“Sabe de uma coisa, até que, hoje em dia, não me incomodo. O duro é a sequência do apelido..Fez uma pausa e baixou a cabeça, insisti:
-“Mas, por que, Maizena?”
Fazendo cara de poucos amigos, olhou-me, sério e xplicou:
-“Tá certo me chamarem de Maisena, mas, apelidarem meu filho de Pó Royal e a finada minha mãe de “Avéia” Quarker, ‘ceis vão a puta que pariu”….

Luiz Gonzaga de Oliveira

UMA ROSA NÃO É SÓ UM ROSA; UMA ROSA PERFUMADA É UMA MULHER SEDENTA DE AMOR

Idos da década de 60. Faz tempo… Uberaba era uma cidade pacata, sem correria. Nada lembra a Uberaba de hoje, trepidante, nervosa, corrida, perdida nesse mundaréu de gente prá lá e prá cá. Uberaba ainda respirava ares interioranos, provincianos até. 7 bairros, algumas vilas e o centro da cidade, bucolicamente, com os córregos abertos. Não mais que isso. Linhas de ônibus, poucas, carros de aluguel, mais ou menos. Moças bonitas, Muito bonitas ! Era gostoso namorá-las sem que elas soubessem… Igrejas? Apenas as tradicionais: Santa Rita, Catedral, S.Benedito, Santa Teresinha, S.Domingos, Abadia, Adoração Perpétua, N.S.de Fátima e só. Hoje, proliferam por todos os cantos da cidade. Iluminação de ruas, praças e avenidas, uma “porca miséria”. Lâmpadas das casas e ruas, pareciam tomates maduros…

“Footing” das moçoilas na Artur Machado, contornando a Leopoldino, até ao finado “Metrópole”… Festa da Abadia, novena na S.Benedito, quermesse na S.Domingos… Naqueles saudosos tempos, as saias e vestidos, cobriam joelhos, sutiãs e as calcinhas guardavam peitos e bundas. As moças eram mais recatadas… Os moços não usavam drogas, nem tatuavam o corpo. Homem namorava mulher e mulher só namorava homem…

Que saudade das quermesses e barraquinhas, a troca de olhares constantes no costume antigo do “correio elegante”. Que é isso? Garçom de gravata borboleta, camisa branca, comprida, calça preta…encarregado do “leva e trás”dos bilhetinhos, normalmente anônimos, escritos com capricho e letra bonita “dele” prá “ela” ou”dela “ prá “ele”. Mensagens de amor, carinho, doçura, galanteios; versos rimados , “cantadas” sem maldade, elogios pródigos… O “correio elegante”trazia palavras de admiração, ternura, afeição. Começa com inocentes bilhetes, namoro que se tornava noivado e… terminava em casamento!

O “correio elegante”era a coqueluche da juventude do meu tempo. A curiosidade para se conhecer o nome do “apaixonado” que oferecia à jovem donzela , os mimos de palavras tão bonitas, que enterneciam corações. “Correio elegante”… quem é quem ? A pracinha da igreja S.Domingos, deixou saudades . Mocinhas voltavam prá casa sedentas de amor platônico. Quem será o admirador? Bonito? Feio? Simpático? Alto? Baixo? Rico? Pobre? Remediado? Trabalhador? Romântico, elas tinham certeza! Em casa, refasteladas na cama macia e bordada, tentavam dormir. Inebriada pelo perfume do “correio elegante”, seus pensamentos giravam a mil, sonhos apareciam, a fantasia desenhada, o desejo ainda não satisfeito.

Na manhã seguinte , depois de sonhos coloridos, abre a janela e, olhando para as torres da igreja de S.Domingos, não via a hora da noite chegar, ir para a pracinha , aguardando um novo “correio elegante”….

Luiz Gonzaga de Oliveira

EM CIDADE DE CEGO, CAOLHO…ERREI..

É no mínimo desconcertante saber que uma cidade do porte de Uberaba não teve nenhum planejamento político-administrativo nos últimos dez anos , que pudesse, dentro de uma metodologia de trabalho, apresentar resultados favoráveis no seu crescimento urbano, social e incentivador de novas perspectivas de trabalho e geração de emprego. Matérias pagas em revistas de grande circulação nacional, páginas e páginas de jornais , horário “nobre” de rádios e TVs. mostrando falácias de administração, o que se nota, a cada dia, é o esvaziamento da cidade. Exemplo: o setor moveleiro momentos críticos por falta de incentivo. Industria como a Satipel, hoje, Duratex, não conseguiu, até o momento, sensibilizar nossos administradores (ontem e hoje)o que representa para a nossa cadeia produtiva. A G-Minas, para nossa tristeza, depois do estardalhaço da sua instalação, deixou na “rua”, uma centena de trabalhadores. Os Irmãos Zago, não fosse a ameaça de “ir embora”, penou para ampliar a área industrial. Exploraria muito a paciência dos senhores se enumerasse o número alarmante de empresas que encerraram suas atividades na terrinha. A última delas os refrigerantes “Golé”. Tecidos? , tivemos. Fábrica de papel?, também.Óleos vegetais?, idem. Curtumes?, pela mesma forma…A lista é grande ! Enquanto cidades vizinhas cresceram vertiginosamente, elaborando um bem produzido e eficaz sistema de angariar simpatias no mundo empresarial, não só nacional e também no âmbito internacional, ficamos “a mercê de pequenas obras paroquiais. Pior: perdendo conquistas, Diretoria regional dos Correios, a regional da CEMIG, da Caixa Federal, EMATER, Compensação de Cheques e por aí vai. Cuidado para não perdermos a Regional do Ministério da Agricultura… E a escala das grandes companhias aéreas, o prometido gasoduto, a planta de amônia? Vamos ficar apenas nas mentinhas?

Basta de olhar para o nosso umbigo. Criticar os “governos lá de cima”, culpar a atual crise nacional e outras esfarrapadas desculpas. É preciso conscientizar de ir à luta, brigar por conquistas que a cidade merece. Sabemos ser sério o problema do desemprego, da saúde pública, da decência administrativa. A cidade está cansada de ver seus jovens filhos buscar outras plagas, oportunidade de crescimento profissional, que aqui não lhe é dada. É preciso acabar com a hipocrisia que tudo está às mil maravilhas.Infelizmente, nossos administradores fracassaram e não querem admitiro que todo uberabense está vendo e sentindo. Chega de fantasia e da corja de bajuladores. E o planejamento, aonde foi parar?
Desculpem o desabafo de um uberabense apaixonado.

Luiz Gonzaga de Oliveira

QUEM SEMEIA VENTO, COLHE TEMPESTADE

Lá vai Luiz Henrique: Os mais novos não estão lembrados, no Triângulo, tivemos um” monstro assassino”. Assim, a imprensa tratou um caso de um cidadão que aterrorizou a região, principalmente as cidades do pontal do Paranaíba.. O fato se deu nos anos 72 e ganhou repercussão nacional. A zona rural de Capinópolis, Canápolis, Ituiutaba, Ipiaçú, ficou em polvorosa com as estripulias que vinham acontecendo e amedrontando os fazendeiros. Animais mortos, corpos decapitados, animais mutilados e ninguém conseguia “ botar a mão no assassino”. Diziam ser um homem franzino, que matara seis pessoas na zona rural de Ituiutaba. A população estava em polvorosa. Delegado e soldados da cidade, organizaram escolta porá prender o assassino e nada ! O bandido conseguia fugir de todas as situações. Pedido reforço policial em Belo Horizonte, veio para a região, o delegado especiaTacir Menezes Sá e uma “leva” de detetives especializados. Buscas incessantes, a imprensa estadual dando destaque especial. Ninguém conseguia deitar mão no assassino. A população em polvorosa. A região em parafuso. Era medo só. A grande imprensa tomou ciência e, diariamente, noticiava a “caçada ao monstro do Triângulo”. Recorreu-se ao Quarto Batalhão de Minas, sediado em Uberaba. O comandante Newton Oliveira, colocou em prática, uma verdadeira operação de guerra, à captura do misterioso individuo. Depois de 10 dias de intensa busca, em Ipiaçú, margens do Tijuco, o dito cujo foi preso. Moreno escuro, franzino, cabelos encaracolados, olhar assustado, rosto de retardado mental, dizia chamar-se Orlando Sabino. Trazido para Uberaba , Orlando, foi apresentado à imprensa nacional, em meio a um intenso arsenal policial. Jornais do Brasil inteiro , na capa, mostravam aquele negrinho, magrinho, , cabelos encaracolados, olhar assustado, rosto de retardado mental, , respondendo “sim” a tudo que lhe perguntavam, inclusive o assassinato das 6 pessoas em Capinópolis. Orlando Sabino, foi removido para Barbacena (MG), onde morreu tempos depois.
Com a captura de Orlando Sabino, cessaram as mortes no pontal do Tijuco e apenas uma interrogação: teria sido aquele menino franzino, quase raquítico, “pinta” de retardado, o “monstro do Triângulo”, tão decantado pela imprensa nacional?.

Luiz Gonzaga de Oliveira

MINEIRICE

Não é quinta, sei muito bem. Hoje é sexta, não uma qualquer, é magnânima, dia do Senhor. Não falei poesia ontem, o dia foi cumprido, de extrema longitude, com estradas, com curvas, com morros, montanhas. Finalmente cheguei aqui, o berço das alterosas, Serra do Cipó. Gratidão, Senhor, por estar “viadanjando” em mim mesmo. “Poemeuzinho”, estritamente, mineiro.

Mineirice

Quando meus olhos acariciam
as montanhas de Minas,
meu coração já trupica de prazerosidade.
Quando meus pés tateiam
as terras de Minas,
minha alma sacoleja em alentamento.
Quando minhas mãos umedecem
com as águas de Minas,
minha boca saracoteia-se em risos,
minhas lágrimas cachoeiram-se abissais.
Sei-me, finalmente, em casa.

Zé Maria Madureira

ECT


A quinta amanheceu entre trovoadas políticas, “podres poderes”, pobres poderes, farpas corruptas, faíscas mentirosas, palavras duvidosas, cisão. Resolvi, pois, enviar, não mais pelos Correios; mas, por aqui, este meu “poemeuzinho” telegráfico.


ECT


Mando-lhe,

pelo canal do tempo,

meus poemas escondidos,

minha palavras amarradas,

meus anos esquecidos.

Mando-lhe, também,

meu envelope de sonhos,

meu grito preso na garganta,

minhas dúvidas diuturnas.

Finalmente,

mando-lhe, via estrelas,

minha ternura mais pura,

nada mais..






Zé Maria Madureira

CUIDADO ! NEM TUDO QUE RELUZ É OURO…

Uberaba sempre foi famosa pela sua intensa vida noturna. Não é de agora, com o advento dos barzinhos da moda, do churrasquinho da esquina, do cachorro-quente das praças, muito antes, a cidade sempre viveu um clima de euforia noturna. Não só pela sua boemia famosa , mas, principalmente , pelas boates que existiam na santa terrinha… 
Puxando pela memória , lembro-me quando nos áureos tempos da rua Artur Machado, trecho da praça Rui Barbosa ao Hotel Modelo, se concentrava o grosso do comércio local. No período entre os anos 50 e 60, o então jovem Fausto Salomão, filho do casal Abadia-Pedro Salomão, aventurou-se em instalar o primeiro “café de máquina” na cidade. Local? Onde é, hoje, a Drogasil. Até então se bebia café de coador, gostosíssimo, por sinal, nos bares “papas” da cidade, Mosquito, Indubrasil, Uberaba, Eldorado e um pouco mais à frente, na Artur Machado, o lendário “café Caipira”. Fausto Salomão, inovou. Café cremoso era no “Hawaí Café”. Na parte superior, instalou a primeira pista de dança para a moçadinha que vinha chegando. Sucesso total. A boate do “Hawaí” era o ponto de encontro da “paquera”. A fase durou alguns anos. Até que o espírito empreendedor de José Ernesto, filho do “seo” Lulú e dona Olga de Oliveira, com os irmãos Mauricio e Luiz Alberto, dotaram Uberaba com uma das mais sofisticadas boates do interior, ali na avenida Fidélis Reis, esquina da Quintiliano Jardim, a “Yucatan”. Ary Barroso, Elizete Cardoso, Ângela Maria, Dalva de Oliveira, Bienvenido Granda, deram “show” naquela casa espetacular. Não muito tempo depois, Ronaldo Pinto Cruz, inaugurou a “Tan-Tan”, que fez enorme sucesso na juventude. Ao lado dela, na Quintiliano Jardim, um bequinho apertadinho, frequentadíssimo, o “Kanequinho”, do Valdemar de Paiva. Aquele trecho, pedaço de rua, era o nosso “calçadinho”…Na Artur Machado, outro ponto de sucesso: a boate “Barrica Vermelha”, do Dorival, mais tarde, prefeito de Mauá (SP), onde foi assassinado. Ainda naquele quadrilátero boêmio, outra boate fez sucesso, a “Barroco”, do Ovidio Fernandes, famosa pela decoração, quadros, fotos e esculturas de autoria do dono da boate. Anos depois, no final da Artur Machado, onde funcionou a boate “Luna”, ante-familiar, famoso por muitos anos e freqüentando pela moçada “vip” da cidade, deu as cartas, o famoso “Trop-Drinks”, de saudosa memória. Daquele tempo aos dias de hoje, tudo mudou. Menos o gosto pela vida noturna…
Quem discordar, atire a primeira pedra que acerte na minha cabeça… 

Sr. Pedrinho da "Casa da Sogra"

GOSTAMOS DE INOVAR, MUDAR, MODIFICAR PARA QUE TUDO FIQUE COMO ESTÁ…

Ouvi, em passado não muito recente, a história de uma tesoura, sim, tesourinha de cortar pano. Amigos de Pedro Elias Miziara, da “Casa da Sogra”, foram os meus informantes. Até onde a verdade atinge as raias da ficção ou lenda, não importa, mas, sim, o fato, aquele que fica gravado para o resto da vida, é preciso que muita gente, muita mesmo, fique sabendo. Contaram-me os amigos que Pedrinho Miziara trabalhou na sua loja de tecidos com uma só tesoura , aproximadamente 60 anos. 

                                Pedro Elias Miziara -  Foto do acervo pessoal de Felipe Misiara.

Ele nunca fez ou trabalho, a não ser lidar com a loja, tecidos, aviamentos, botões, inerentes à costura e moda. Seu estabelecimento comercial, um dos mais antigos de Uberaba e o mais tradicional da principal rua de comércio da cidade, a Artur Machado, e , historicamente, conhecido de todos, a começar pelo nome, “Casa da Sogra”. Na porta ao lado, por muito tempo, permitiu que o genro, o saudoso Salatiel Oliveira abrisse uma loja de aviamentos com nome bem familiar:”Casa da Nora”…Garoto ainda, Pedrinho Miziara trabalhava com seus familiares na rua Manoel Borges, antiga rua Grande, bem defronte à Associação Esportiva e Cultural. Começou ali o “casamento” de Pedrinho com a sua inseparável companheira, a tesoura. Com ele, contavam os amigos, não se teve conta quantos metros de tecidos, rendas e fitas, foram cortados. Afirmam uns que daria para voltear a Terra, chegar à Lua e, quem sabe, na sobra, forrar uma estrada que ligaria o Amazonas ao Rio Grande do Sul… Alegre, educado, expansivo, sempre sorridente, Pedrinho Miziara criou a família vendendo sedas, gorgurões, algodão, tafetás e uma gama variada de tecidos de todas as cores, tamanhos e modelos última moda. Com a serenidade absoluta que caracteriza os homens de bem, o mesmo semblante de bom amigo e… no bolsinho da algibeira, a indefectível tesourinha de cortar pano !

Pedrinho Miziara e Anita, esposa. Foto pessoal de Felipe Misiara.

Família criada, bem criada, aliás, Pedrinho Miziara jamais desgrudou da sua grande paixão, a loja de tecidos. Entrava verão, saia verão, entrava primavera, saia primavera, chegava o outono, ia embora o outono, tempo de inverno, acabava o inverno, a figura simpática do Pedrinho Miziara estava na “Casa da Sogra” e, no bolso ou da calça ou camisa, sua companheira de mais de 60 anos, a sua tesourinha. Ela teria acompanhado o dono à morada eterna ?

Luiz Gonzaga de Oliveira


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Desde 1947, uma história de tradição e compromisso na escolha do melhor tecido. Tendo como fundador, o estimado 
 
Sr Pedrinho Miziara. (Foto do acervo pessoal da família)

Sempre lembrado pelo seu carisma , bom gosto e a frase que defendia:
" O Brasil fabrica o melhor tecido do mundo e a Casa da Sogra vende o melhor tecido do Brasil."

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PIOR QUE A DERROTA É O FUNGADO NO CANGOTE…

Envelhecimento é o ato de envelhecer e, segundo o “Aurélio”, envelhecer é tornar-se velho; perder o viço; tornar-se desusado. Afinados com esse último conceito estão aqueles que classificam a população humana em grupo etário como, por exemplo: de 0 a 14 anos, população jovem e dependente, porém, potencialmente improdutiva. Dos 15 aos 59 anos, população economicamente ativa e produtiva. Dos 60 e mais anos, população idosa, considerada economicamente inativa. Esse processo classificatório desrespeitoso para com o cidadão na terceira idade , não é o “fim de linha” como querem alguns. O idoso contribuiu, longos e longos anos, para o engrandecimento do país e teve descontado, em folha, mensalmente, à Previdência Social e demais obrigações trabalhistas e, claro! Tem o pleno direito de ser tratado com dignidade e respeito pelo Estado e sociedade. Lamentavelmente o idoso, em certas ocasiões, é mal visto onde o “usado” é descartado por um “novo”. Reconheça-se , a expectativa de vida do brasileiro continua crescendo. Envelhecer não se resume numa simples contagem de tempo que se vai, pois, com o passar dos anos , aparecem marcas ou manifestações externas e internas no organismo, provocadas por fenômenos biológicos complexos. Pergunto: parodiando Satchel Paige, grande pensador americano: “Quantos anos você teria se não soubesse quantos anos tem?”
Sem mais filosofar, vamos ao prático:já vi velhos na mais tenra idade e também convivi com velhos de almas jovens, o que é comum acontecer.
O velho Dondico, meu saudoso e inesquecível pai, quando “fez” 80 anos, perguntei-lhe o que desejava de presente. Com um sorriso largo nos lábios , poucas rugas no rosto cansado, olhar muito vivo, respondeu-me:
“-Deixa disso, meu filho. Por ora, não quero nada, a não ser a alegria de viver ao seu lado, das minas netas e bisnetos. Agora, quando eu ficar velho, dê-me uma “cadeira do papai” para que possa ler os meus jornais e ver meus programas na TV”.
Papai morreu aos 88 anos, lúcido, simpático, alegre e bem humorado. Amava a vida. Certa ocasião, indaguei-lhe porque não frequentava a praça dos Correios, como, normalmente, fazem os idosos aposentados. Olhou-me sério e ar de reprovação:
“-Que nada filho, jamais vou sentar-me na praça dos PM.”
“-Mas, papai, que tem a ver a Policia Militar com a praça ?”
Ele, sem titubear, de pronto, respondeu-me:
“-Policia Militar que nada, filho. Praça dos PM quer dizer Praça dos “Pinto murcho”….Eu, hein?”.
Nada mais falou e nem eu lhe perguntei……


Luiz Gonzaga de Oliveira

sábado, 31 de dezembro de 2016

PALÁCIO EPISCOPAL SÃO LUIZ - UBERABA

 Fotografia realizada na década de 1930

PALÁCIO EPISCOPAL SÃO LUIZ - UBERABA - Década: 1950

Decreto de tombamento 1.907 de 06/08/1999.

Edificado em “estilo Chalet” construído em 1903 para residência do comerciante Getúlio Guaritá. O engenheiro e arquiteto italiano, Alexandre Capelacci di Gusberti foi o responsável pela construção. O edifício se destaca pela introdução do mármore,pela varanda e fachadas com colunas de capitéis compostos, talhados em argila pelo artista italiano Minazzi. O telhado é arrematado por lambrequins rendilhados. É recuado da rua, com jardins fronteiriços, o que lhe dá uma suntuosidade singular. Uma escada dupla de mármore em semicírculo introduz a varanda, que dá acesso ao interior do edifício.

A partir de 1932, foi adquirido para ser a residência do Bispo Diocesano de Uberaba, passando, então, a se denominar Palácio Episcopal São Luiz. No início da década de 1990, o Bispo mudou de residência e o prédio foi sendo alugado para outras funções. Atualmente sedia uma escola. O imóvel continua pertencendo a Cúria Metropolitana de Uberaba e é um belo patrimônio da cidade.

Fonte: Conselho do Patrimônio Histórico e Artístico de Uberaba (Conphau)

TAXISTA ALFEU APARECIDO DE SOUZA FOI MORTO NUMA NOITE DE NATAL -UBERABA

 Alfeu Aparecido de Souza

Uberaba, 24 de dezembro de 1957, Avenida Leopoldino de Oliveira. Já passavam das sete horas da noite, quando dois homens bem vestidos, caminharam até o ponto de táxi. Dentre os taxistas, Alfeu Aparecido de Souza se predispôs a fazer a corrida, até então com destino desconhecido. Não passava pela sua cabeça que aquela seria a sua última viagem.

Hoje, após mais de 40 anos de sua morte, ele continua sendo lembrado por muitas pessoas no dia de finados. Avenida Leopoldino de Oliveira coveiro do cemitério São João Batista, afirma que o túmulo do taxista é o mais visitado pelos uberabenses.

Companheiro de Profissão

Seu amigo José da Silva conta que quando criança, trabalharam juntos lavando carros, engraxando sapatos e vendendo jornais. Lembra emocionado que na época em que ele morreu, um dia antes, estiveram juntos.

José Ubaldo Costa, trabalha há 62 anos como taxista em Uberaba. Ele conta como o caso aconteceu: Era pouco mais de sete horas da noite e Alfeu saiu com os dois passageiros para levar lá perto de Aramina (SP). Quando chegou no destino, os dois homens o amarraram, colocando-lhe no porta-malas. Os assaltantes retornaram a Uberaba e perto do aeroporto pegaram algumas vasilhas com gasolina, que estavam guardadas numa casa perto do estabelecimento comercial do Dodô e foram embora.

Ao voltar a Aramina, a dupla entrou num corredor para trocar de carro. Quando iam abastecê-lo, Alfeu reagiu e entram em luta. Foi quando recebeu os tiros. Mesmo assim, Alfeu correu e como estava à noite, acabou preso numa cerca de arame. Os assaltantes lhe alcançaram e deram punhaladas até ele morrer. Em seguida, arrastaram o corpo e cobriram com o capim.

Mas, como não existe crime perfeito, os homicidas deixaram jogadas várias identidades falsas no local. Numa delas tinha o nome de Elias Tosta. A notícia chegou ainda à noite em Uberaba e os taxistas se organizaram e iniciaram as buscas. Com a ajuda da comunidade, a polícia começou a procura do corpo e dos assassinos.

Natal

No dia 25 de dezembro, um vaqueiro estava passando perto do lugar onde tinha acontecido o crime, quando encontrou o cadáver e avisou a polícia. Isso já era duas horas da tarde. O taxista José Ubaldo e alguns amigos já estavam em Planura, quando souberam da notícia e voltaram a Uberaba para o funeral. Mas, as buscas aos assaltantes não pararam.

José Ubaldo conta que tiveram informações de Elias perto de Planura, na venda do Manoel da Rita. O comerciante dá pistas que um rapaz havia comprado cigarros de uma marca diferente daquelas consumidas pelos freguêses. “Nós deixamos uma turma de taxistas junto com ele e fomos para Iturama, para cercá-los na ponte de Barretos”, narra.

Cigarro dá a pista

Nesse intervalo, por volta das quatro horas da tarde, um morador avisa que um homem desconhecido vinha jantar há uns três dias no estabelecimento. Estava bem vestido, de meia e sapato fino, mas estava escondido nas margens do córrego. Um policial e um taxista resolveram checar a pista.

“Quando deu sete horas da noite, a porteira bateu. Elias chegou e começou a ficar desconfiado. Aí, o homem mandou ele entrar. Quando o Elias sentou, a polícia chegou e pegou ele na hora. O policial lutou com ele e conseguiu tomar seu revólver”, explica José Ubaldo. O homicida foi, em seguida, enviado para Belo Horizonte.

O mecânico

Passados uns seis dias, surgiu uma pista do comparsa de Elias, numa oficina perto de Viracopos, em São Paulo. Com a pressão, o mecânico revelou que o segundo assassino chamava-se Antônio. Eles haviam estados juntos em Santana, na divisa com o estado do Mato Grosso.

Antônio estava trabalhando numa fazenda. Dois soldados a paisana e oito motoristas de táxi seguiram para o local. “Inicialmente, o dono da fazenda não deixou nós entrar, mas quando soube da crueldade do assassinato de Alfeu liberou a entrada dos policiais, que não tiveram maiores dificuldades para prendê-lo”, disse José Ubaldo.

O taxista lembra que Alfeu foi o primeiro choffer assassinado em Uberaba, sua morte repercutiu. Na época, a associação dos taxistas não deixou o assassinato ficar impune.

Hoje, passados mais de 40 anos, existem pessoas que pedem para Alfeu interceder por elas na conquista de graças. “Tudo que peço a ele, eu consigo”, salienta a dona de casa Luzia Cunha Damasceno.


André Texeira Nunes

Ronay Crisóstomo

A VERDADE É COMO A MORTE. INEXORÁVEL !

Ainda p bárbaro assassinato do Alfeu. Elias e Antônio Tosta, o tio, com insidiosa moléstia, faleceu em pouco tempo. Antônio, residiu em Uberaba, na mais completa miséria. Amigos me cobram lembrar de outros fatos policiais notórios à época. Conto-lhes de um marginal que ficou marcado na crônica policial da cidade pela crueldade dos seus crimes: Tatuado. Era o terror da zona rural. A citação do seu apelido, causava arrepios nas fazendas e fazendeiros. Seu nome completo, pouco importa, Octacílio de tal, nada mais. A simples lembrança do nome “Tatuado”, era motivo de medo. “Tatuado” fez péssimo nome aqui pelas nossa bandas, nome muito sujo, diga-se . Pelo próprio apelido , Otacílio tinha no corpo enormes tatuagens. Nomes de mulheres, coração cravado com uma seta no meio, caricatura do demônio, datas e números que só ele sabia, desenho de animais… enfim, o corpo de Otacílio era nitidamente marcado em azul e em razão disso, o apelido “Tatuado”. Toda vez que praticava um crime e, depois, preso pela policia, ficava pouco tempo atrás das grades. Espertíssimo, não se sabe como, conseguis fugir e praticar novos delitos. “Tatuado” era temido na região. Não tinha corpo de atleta, pelo contrário, era franzino para a fama que carregava. Contudo, era esperto no manuseio da faca ou do “38”. Até que um dia ( todos nós temos o “nosso”dia…)um destemido valentão da roça, conseguiu prendê-lo até a chegada da policia. O fazendeiro ficou famoso por praticar tamanha façanha…
“Tatuado”, “curtiu” o cadeião da Afonso Rato, um par de anos , sob intensa vigilância. Passada uma boa temporada no xadrez, o “Lavoura e Comércio”, abriu manchete: “Tatuado” teria se regenerado. Depois de ler a Bíblia, entendê-la por partes, versículos, com a ajuda de uma moça que o visitava sempre, com ela, casou-se. Ganhou a liberdade e do casal, nunca mais se soube noticias.

Luiz Gonzaga de Oliveira

QUEM NUNCA COMEU MELADO, QUANDO COME SE LAMBUZA

Inesquecíveis jogos aconteceram no saudoso estádio “Boulanger Pucci”, que a sanha e a incompetência,aliada à sacanagem, fizeram o Uberaba Sport, perdê-lo. (Deixa está rapaziada, jacaré tem boca grande…) No começo da década de 50, recheado dos vice-campeões mundiais de 50, o Vasco da Gama, superlotou o “BP”. O Uberaba estava fora do campeonato mineiro, mas, tinha um time bom: Nelson, Guilherme e Izan, Hélio Curi, Leonaldo e Alan; Tiago, Medeia, Cabelo, Cândido e Adelino. O “Vascão”: Barbosa, Augusto e Clarel; Eli, Danilo Alvim e Alfredo; Tesourinha, Friaça, Ademir, Ipojucan e Dejair.O time carioca ganhou: 1 x0. Gol de Tesourinha. Jogadores consagrados, seleção brasileira, receberam dos torcedores vascaínos da cidade, toda sorte de presentes. Doces , queijos, mel, rapadura, passarinho na gaiola, gravatas, sapatos. Tudo que os uberabenses ofereciam, os jogadores aceitavam.Claro, não faltaram à visita na zona boêmia: rua S. Miguel e as “meninas” mais bonitas das casas da Nena, Negrinha, Tubertina e Isolina. Os jogadores saiam dos quartos cantarolando e prá lá de alegres…

A homenagem maior à delegação do Vasco, aconteceu no Uberaba Tênis Clube , no seu tradicional “jantar dançante” das noites de domingo. Aconteceu porém, um porém! Embora renegasse preconceito racial, era difíciil , para não dizer impossível, encontrar um negro frequentando o clube… Aí, deu-se o inesperado. Na chegada da delegação vascaína, começaram as provocações . Barbosa, Eli, Alfredo e principalmente , Tesourinha, impecavelmente vestido num terno de linho branco, S-120, última novidade, era o mais elegante e, consequentemente, passou a ser o mais visado. Dois jovens frequentadores do clube, Jamilinho Abud e Mário Mendonça, já falecidos, começaram a gozação:

-“Uai, Mário , já ta podendo entrar “negrão” aqui? Riso geral de quem estava por perto. Tesourinha, sorriu, não deu atenção à provocação e seguiu em frente. Os garotos à seguí-lo
-“É a primeira vez que vejo macaco em clube social”, Jamil dirigiu-se à Tesourinha.
-“Vai cuidar da sua vida, garoto. Estou passeando na sua terra. Não enche…”

-“- Não enche é a sua mãe, negrão ruim de bola !”

Foi a conta. Num rápido movimento de braço, Tesourinha soltou a mão direita, fechada, num soco super bem dado que atingiu, em cheio, o rosto de Jamilinho. No chão, chorando, mãos no rosto, ameaçou Tesourinha:

-“Isso não vai ficar assim não, viu, negrão fedorento. Você vai ver “

Já com a turma do “deixa disso” em ação, Tesourinha , calmamente, virou-se para o jovem:

-“Não vai ficar assim não ,guri. Isso vai inchar e muito”….

EM TEMPO; -Qualquer semelhança com os dias atuais da política brasileira, NÃO é mera coincidência……

Luiz Gonzaga de Oliveira

O QUE É FEITO DE GOSTO É REGALO DA VIDA

Ainda com a devida vênia do amigo, prof. Carlos Bacelli, proponho a relembrar trechos do seu livro “Chico Mediunidade e Luz”, editado em julho de 1959. O prof.Bacelli, com muita propriedade, conta passagens de Chico, ontem, hoje e sempre, a figura mais importante dessa nossa querida e sempre imponente Uberaba.
Está escrito à página 57: “A correspondência de Chico Xavier: já tivemos oportunidade de esclarecer que, quando Chico Xavier se transferiu para Uberaba, nos idos de 1959, o único objeto que fez questão de trazer, foi um caderno com endereços dos amigos, com os quais correspondeu ao longo do tempo. As cartas que Chico Xavier endereçava aos amigos ( que se contam aos milhares), são verdadeiras páginas de espiritualidade onde emanam o perfume de sua alma grandiosa e bela. Se pudessem ser reunidas, formariam vários volumes da mais genuína mensagem evangélica, ensinamentos vivos que os Benfeitores Espirituais dão-lhe no trato com os mais diferentes problemas da vida.
Todavia, o nosso assunto em foco não se prende às missivas que Chico Xavier escrevia, mas, sim, as que lhe eram enviadas de todas as partes do Brasil, assim como muitas, muitíssimas, vindas do Exterior. Ele recebia, em média, 300 cartas diárias e os próprios Correios apurava e dava fé, foi o dono do maior movimento epistolar de Uberaba e, certamente, uma das maiores do país. As cartas que lhes chegavam às mãos, mereciam sempre o maior carinho, ternura e consideração. Quando a saúde ainda lhe permitia, fazia questão de respondê-las , uma por uma e- fato extraordinário! – nunca teve coragem de desfazer-se de uma carta no lixo, mesmo depois de lê-la e respondê-la ! Em sua casa existia um verdadeiro arsenal de enormes caixas de papelão que guardava toda a sua correspondência. Somente de tempo em tempo, se via obrigado a promover uma triagem nos papeis que iam se acumulando. Às vezes, o hábito lhe criava embaraços , notadamente pela excessiva proliferação de insetos que , teimosamente, aninhavam entre os envelopes, livros e revistas. Chico, contudo, não se importava…-“Tenho pena de jogar fora uma cartas de alguém que me escreveu, pedindo uma prece, uma mensagem, uma palavra de conforto”, justificava.
No ano de 1959, conta o prof. Carlos Bacelli, “estivemos auxiliando a fazer uma pequena arrumação nas referidas caixas e aproveitamos, com o seu consentimento, para tomar ciência do conteúdo de algumas cartas , chegamos à conclusão de que as recebidas por Chico, se constituíam no material mais farto que alguém jamais teve à sua disposição para tentar compreender o mistério da dor na alma humana. Pais desesperados, mães aflitas , cônjuges à beira da loucura, filhos sofredores, doentes desenganados, jovens com inclinação ao suicídio, irmãos descrentes da vida. Era de dar pena !”.
No capítulo de amanhã, lhes contarei algumas aberturas das cartas endereçadas ao nosso inesquecível Chico Xavier. 

Luiz Gonzaga de Oliveira

A VOZ E A ESCUTA

Nada mais revelador do que a própria voz a desnudar e sentenciar as convicções inconfessáveis em uma roda de pelo menos um estranho, ou com quem não se tenha uma cumplicidade inequívoca. Nada mais assombrador que a sonorização do caráter em viva voz a estampar a grossa estampa de quem se apresenta em gritante contraste do que em pretensa privacidade realmente é e se gaba pela sagacidade atroz e a perversidade cruel. Aqueles que em público são afagados com apertos de mão, abraços e uma fala totalmente voltada a eles, como se suas mazelas são a vital importância para agir em prol dos mesmos. A eles, de fato, estão direcionados o desprezo, a irrelevância e a desconsideração. A eles, em restrita e sigilosa prosa, o tratamento desrespeitoso, vil e mesquinho. Nada mais assustador do que a sintonia entre vozes distintas, sotaques diferentes, mas harmonia no conteúdo, que nos faz sentir mais descrentes. E que conteúdo. Nada mais vergonhoso do que uma voz que emite o som da arrogância, prepotência, com a finalidade única de bajular, rebaixando o semelhante, menosprezando e aviltando a indesejável situação desses tantos, os quais, vítimas também da desfaçatez e inconsequência de quem se propõem a “trabalhar” por eles. Nada mais patético do que uma voz descoberta com seu real ruído; pífio, se não fosse trágico. Nada mais constrangedor, porém esclarecedor, a quem pode ouvir a voz emanante de um farsante vociferante, colhido em flagrante. Nada mais impressionante do que a voz concordante do outro falante. Que tempos esses nossos. Nada mais nos resta ouvir dessas sinistras vozes? Vozes que gorjeiam em público, com o canto da esperança e da eterna vocação em servir, mas que, alcoviteiras, matraqueiam desdenhando e chacoteando. Nada mais é preciso ouvir de uma voz que tripudia e ridiculariza a condição humana como se superior fosse. Não há novidade alguma nessas vozes e no que de fato em reservado falam, a novidade é o retrato falado por ela própria e revelado a todos. Triste figura a protagonizar o esquete dantesco de um diálogo repugnante. Nada mais desconjuntado que a voz arrependida pelo silêncio que não fez, chamando por clemência por um momento de intensa intimidade e de malfadado mau gosto. Eis assim que a voz veio a público. Ela se esquece, a voz, que “não se pode culpar o vento em cujos seus segredos forem contados se ele os soprar às árvores”, ensina Kalil Gibran.
29/03/2016
Luiz Cláudio dos Reis Campos 

O RABO NÃO PODE BALANÇAR O CACHORRO. OS HOMENS DE BEM, ESTÃO SUMINDO

Farei 4 comentários sobre o aniversário de Chico Xavier. O mundo o reverencia.

2 de abril ,1910, nasceu em Pedro Leopoldo (MG), Francisco Cândido Xavier, para a humanidade simplesmente CHICO XAVIER. Vou me valer dos vastos conhecimentos do prof. Carlos Alberto Bacelli para citar um pouco do maior “médium” espírita do mundo. Conta ele no seu livro “Chico Xavier- Mediunidade e Luz”: certa feita, Chico em S.Paulo, um abastado empresário teve a alegria em recebê-lo, mas, desconhecendo a vida real de Chico, afirmando apenas ser ele, um privilegiado. Chico, sem trair sua humilde conduta de equilíbrio, respondeu de pronto: – “Meu amigo”, não sei quais são os meus privilégios perante os céus, pois, fiquei órfão de mãe aos cinco anos; fui entregue à proteção de uma senhora, que, durante quase dois anos, graças a Deus, me favorecia com três surras de vara de marmelo por dia, empreguei-me numa fábrica de tecidos aos dez anos e nela trabalhei quatro anos seguidos, à noite, estudando na escola primária durante o dia. Não podendo continuar na fábrica, empreguei-me como auxiliar de cozinha, balcão e porta, num pequeno empório, durante mais quatro anos. Em seguida, empreguei-me numa repartição do Ministério da Agricultura, na qual trabalhei 32 anos, começando na limpeza da repartição, até chegar a escriturário, cargo no qual me aposentei.

Em criança sofri moléstia de pele, fui operado no calcanhar onde me cresceu um grande tumor. Sofri dos 12 aos 15 anos de Corea, ou “mal de São Guido” e fui operado em 1951, de uma hérnia estrangulada. Também acompanhei a desencarnação de irmãos que me eram particularmente queridos em família. Sofrí um processo público em 1944, de muitos lances difíceis e amargos, por causa das mensagens do grande escritor Humberto de Campos.

Em 1958, passei por escandalosa perseguição com muitos noticiários infelizes da imprensa, perseguição de modo tão intenso que me obrigou a sair do campo reconfortante da vida familiar em Pedro Leopoldo, onde nasci transferindo-me para Uberaba, em 1959, para que houvesse tranquilidade aos meus familiares que não tinham culpa de eu ter nascido “médium”.

Em 1968, fui internado no Hospital Santa Heleno, em São Paulo, operado numa cirurgia de muita gravidade e no cinquentenário de minha pobre faculdades mediúnicas, agravou-se em mim processo de angina… angina essa que lutarei por muito tempo…”

Terminando o comentário ao empresário que tivera o prazer de receber a sua visita, Chico completou: “Se tenho privilégios como o senhor imagina, devo ter esses privilégios sem saber…”
Chico Xavier, é tão grande, tão vivo entre nós, que, amanhã, continuo a falar dele.

Luiz Gonzaga de Oliveira

ANTÔNIO BORGES SAMPAIO - UBERABA

Antônio Borges Sampaio

Nascido na província de Beira Alta, em janeiro de 1827, órfão de pai e mãe vitimas de cólera-morbo, Antônio Borges Sampaio foi criado pelos tios sem nunca ter frequentado a escola. Em novembro de 1844 Antônio Borges Sampaio aporta em Santos, litoral de São Paulo, onde permanece por cerca de três anos empregado como caixeiro em um estabelecimento comercial. Desempenhando um bom trabalho, ele é designado pelo proprietário do comércio para administrar uma filial, situada em Uberaba, onde chegou em setembro de 1847, se casou e constituiu sua família. Sampaio permanece a frente da referida filial até agosto de 1848, quando faz uma sociedade com seu futuro cunhado, o Barão de Ponte Alta, Antônio Elói Cassimiro de Araújo. Em 1851 Sampaio abre uma farmácia na cidade e gerencia ela até 1852, quando enfim a sociedade com o barão termina. Com o passar dos anos, Sampaio passa a exercer diversas funções públicas na cidade, desde inspetor de ensino (de 1852 a 1868), até diretor da Escola Normal (de1883/1885 e 1889) hoje chamada Escola Estadual Marechal Humberto Castelo Branco. Sampaio atuou também na área da Justiça e da policia, além de advogado provisionado, curador de órfãos, promotor público, contador e distribuidor, subdelegado e suplente de delegado. Na Guarda Nacional ele atinge a patente de tenente-cirurgião em 1859 e tenente-coronel chefe do Estado Maior do Comando Superior de Uberaba e Prata de 1865 a 1874. Além de todas essas atividades, Sampaio foi ainda o grande historiador de Uberaba no século XIX, área em que nesse período também se destacam Vigário Silva, Antônio Cesário da Silva e Oliveira Junior. Coronel Sampaio foi correspodente do “Jornal do Commercio” e de outras publicações do Rio de Janeiro e de Niterói por 60 anos.
“Um vago nome numa vaga rua, com afundamento melancólico na indiferença popular, eis a injustiça que se deve corrigir em relação a Antônio Borges Sampaio” (Santinho Gomes de Matos, em 1971)

RUA VIGÁRIO SILVA - UBERABA

Rua Vigário Silva
A rua Direita ou rua Grande “começa no canto inferior esquerdo da praça Rui Barbosa e finaliza na rua Floriano Peixoto. É a mais antiga rua de Uberaba. Fica na Colina da Matriz. A Comissão recenseadora de 1880 deu às atuais ruas Vigário Silva e Coronel Manoel Borges, a denominação de ‘Antiga rua Grande’. O Coronel Borges Sampaio dividindo-a em três, no seu projeto de nomenclatura, deu ao trecho entre as atuais praça Dom Eduardo e rua Major Pena, o nome de Tiradentes; daí à praça Rui Barbosa o de rua Municipal e de Vigário Silva ao que atualmente tem. Em 1855, a rua ‘Grande’ prolongava-se à margem esquerda do Córrego do Capão da Igreja, para além da rua da Constituição. Em 1880, o Coronel Sampaio deu ao trecho que ficava além do Largo da Independência, hoje desaparecido, e a rua Floriano Peixoto, o nome de rua São José, que se fechou em 1899” (PONTES, 1978, p.300 ). Atualmente, a rua Vigário Silva começa na Praça Rui Barbosa e finaliza no Bairro São Benedito       

ARQUIVO PÚBLICO DE UBERABA LANÇA FOLDER HISTÓRICO EM HOMENAGEM OS 200 ANOS DA ANEXAÇÃO DO TRIÂNGULO MINEIRO A MINAS GERAIS - UBERABA

Fôlder histórico em homenagem os 200 anos da Anexação do Triângulo Mineiro a Minas Gerais



A Prefeitura de Uberaba, através da Superintendência do Arquivo Público de Uberaba, faz homenagem aos 200 anos da Anexação do Triângulo Mineiro a Minas Gerais. O evento ocorreu nesta segunda-feira (28) às 18h no gabinete do Prefeito, onde foi o lançado um fôlder histórico da região. A solenidade contou com a presença do prefeito Paulo Piau e representantes da área cultural e instituições de ensino.


De acordo com a Superintendente do Arquivo Público, Marta Zednik de Casanova, o objetivo do evento é homenagear o Triângulo Mineiro, que há duzentos anos passou de Goiás para Minas Gerais, em 04 de abril de 1816. Ela ressalta ainda, que com a sua posição estratégica privilegiada, facilitou a colonização do Brasil Central, com grande pujança econômica que tem se destacado no ranking do Estado, além de evidenciar suas características culturais sui generis.


“Nós da Superintendência do Arquivo Público, temos a finalidade de recolher, preservar e divulgar o patrimônio documental uberabense, além de promover e defender o direito de acesso à informação. Diante disso, realizamos uma pesquisa histórica que culminou com a produção de um fôlder detalhado do Triângulo Mineiro”, conclui a Superintendente.


Jornalista Katiuscia Antunes

TIME DO VÔLEI DO LICEU TRIÂNGULO MINEIRO - UBERABA

Setembro de 1942.


Mário Palmério posa com o time do Vôlei do Liceu Triângulo Mineiro Universitário da Escola Politécnica,composto pelas alunas Estela, Nirinha, Glaura, Laurita, Nair e Vanda.


Foto: Autoria desconhecida


Acervo: Uniube

DEUS DÁ O FRIO CONFORME O COBERTOR…

Continuo louvando-me das preciosas informações do prof. Carlos Bacelli, retratando o grande Chico Xavier. Todas as homenagens que se rendem à Chico, ainda são muito pequenas , ínfimas até, diante da grandiosidade da obra que legou ao mundo terreno. Enumeraremos um pouco da correspondência recebida por Chico Xavier, quando as pessoas afirmam ser ele, a sua derradeira esperança ! Enviavam-lhe fotos, pétalas de rosas, descreviam , detalhadamente, seus problemas em laudas e mais laudas, como se a carta longa fosse termômetro dos próprios padecimentos. Conheçam alguns desses apelos, digo-lhes, super comoventes:


Ao “pai dos desesperados”…


Ao “grande irmão dos que choram”


“Peço-lhe força para continua vivendo”


“Uma palavra sua será suficiente para devolver-me a paz”


“Desejo apenas que você pense em mim e no meu desespero”


“Chico, você é o que há de melhor sobre a Terra”


“O Senhor escuta a sua prece… Ore por nós”


“Minha filhinha morreu… o que faço agora? Ela está bem? Por favor, ajude-me “


“Perdí a alegria de viver… Aguardo a sua resposta”


“Só você tem o remédio para a minha grande dor “


O curioso é que a maioria dos que escreviam, não eram espíritas.Eram católicos, agnósticos, espiritualistas sem fé definida. Milionários e paupérrimos, cultos e incultos…É emocionante observar a confiança que todos depositavam em Chico Xavier. Era como estivessem recorrendo a um pai bondosoque nunca sequer tivessem visto…


Miotos falavam do desejo de conhecê-lo pessoalmente, abraçá-lo, ter uma lembrança sua, uma foto autografada, que o tinham visto pela televisão, que sonhavam com ele…


Um trecho do livro do prof.Bacelli, reflete a mais pura e cristalina verdade.”É possível duvidar-se do Espiritismo, mas, é impossível duvidar de Chico Xavier. Ele não é olhado apenas como um “médium” espírita. Chico ultrapassou os limites da religião. É um homem universal. É um missionário do Espiritismo, mas, a sua religião é do Amor e da Verdade. É assim que as pessoas o vêem , é assim que será com todos nós no futuro, infelizmente, ainda muito distante…


Chico Xavier ensina o Evangelho ser a árvore conhecida pelos seus frutos e o cristão pelas suas obras. Uberaba e os uberabenses somos eternamente agradecidos a Chico Xavier ter escolhido viver nessa terra abençoada! Amanhã, finalizo essa humilde homenagem a esse homem que o mundo respeita e admira. 


Luiz Gonzaga de Oliveira

MARIA MARTHA ROCHA SENDO ENTREVISTADA POR ATALIBA GUARITÁ NETO EM SUA VISITA A UBERABA

Maria Martha Hacker Rocha

Maria Martha Hacker Rocha é uma rainha da beleza brasileira, eleita em 1954 a primeira Miss Brasil. Sendo entrevistada por Ataliba Guaritá Neto em sua visita a Uberaba.

Martha Rocha é, até hoje, uma das misses Brasil mais marcantes da história do concurso. Dona da coroa de 1954, a baiana ficou em segundo lugar no Miss Universo e, dizem, só perdeu o título para a americana Miriam Stevenson por causa de duas polegadas a mais nos quadris — mesmo sendo a favorita do público.


(Acervo pessoal da família Guaritá Bento)

O CRONISTA – “ATALIBA GUARITÁ NETO”- A FALTA QUE ELE FAZ…





O Cronista – “Ataliba Guaritá Neto”- A falta que ele faz…


16/09/2011


* João Eurípedes Sabino


E quando menos vimos, já se passaram onze anos da partida do nosso maior cronista de todos os tempos, Ataliba Guaritá Neto. A 14 de setembro de 2000, nós o vimos partir e até hoje a lacuna que deixou aberta permanece impreenchível. Seus seguidores lutam para imitá-lo, inclusive eu, mas o “danado” levou a forma consigo.

Netinho, do alto da sua eloquência, tendo ao fundo a música Verá em Veneza executada pela orquestra de Mantovani, por mais de quarenta anos nos brindou, pela Rádio Sociedade do Triângulo Mineiro, com a inesquecível: “A crônica ao meio-dia”. O improviso era o seu forte e até hoje ninguém ousou fazer o mesmo por essas bandas. É que o filho desmedidamente apaixonado por Uberaba estendia o seu amor a tudo que fazia. Suas crônicas estavam nesse elenco. Aí morava a diferença.

No ano de 1961, iniciei minha admiração por Ataliba Guaritá Neto, quando levei a ele a renda auferida por uma Folia de Reis infantil, na qual eu fazia a segunda voz. Numa tarde, no salão de vendas de uma loja (Loja da Fábrica), situada na Rua Artur Machado, aquele homenzarrão, ou melhor, um semideus para mim, atendeu-me com requintes de um gentleman. Ele direcionou a doação que fizemos e depois prestou contas nas páginas do jornal Lavoura e Comércio.

No instante em que eu concebia esta crônica, recebi a grata visita do amigo jornalista César Vanucci, vindo de Belo Horizonte. Sem que ele esperasse, perguntei-lhe: César, quem foi para você Ataliba Guaritá Neto? E ele respondeu: – Netinho, se quisesse, além do vereador que foi, poderia ter galgado todos os cargos eletivos da nossa terra e quiçá do Estado. Concordei com César e conversamos muito sobre a dura decepção de Netinho com a política. Luiz Gonzaga de Oliveira que também o diga.

Por mais que nos esforcemos, é difícil defender Uberaba como fazia A. G. Neto. Está certo quem diz que o Uberaba Sport Club não teria chegado onde chegou se Netinho vivo ainda estivesse.

O Centro Administrativo do nosso Município tem o nome do colunista social, homem de rádio e TV, além do exímio cronista que há onze anos nos provoca saudade. Tudo isso é pouco diante da falta que ele faz para a sua querida terra.


Foto: Prieto


(Acervo pessoal da família Guaritá Bento)

A vida só é possível reinventada


Reinventar a vida é não acomodar-se a ela como ela é. O sol nasce a cada manhã e adormece, ao anoitecer, forjando uma rotina imutável e pronta.

Mas o ser humano não é sol, cumprindo um destino alheio à liberdade e a escolhas. É impossível viver como se a trajetória humana fosse castigo do qual não se consegue fugir.

Reinventar a vida é conseguir ver os matizes do dia a dia entremeados na criação de outras cores, trabalhando o olhar em novas configurações.

A medida exata da reinvenção reside na capacidade de ultrapassar aquilo que a primeira impressão transmite, sabendo investigar outras faces de uma única face aparentemente monocromática. E descobrir sulcos imperceptíveis ao primeiro olhar, desveladores de um novo relevo, inexistente à primeira vista.

A simples invenção da vida, em sua aceitação tácita e comodista, transforma o homem em animal de canga, a vista em um mesmo sentido, impedindo-o de perceber além, também nem querendo ver; transforma o homem em correnteza de rio, a qual apenas contorna a pedra que lhe tolhe o caminho, jamais tentando removê-la e, na tentativa, reinventando caminhos; transforma o homem em espiral de fumaça que se desmancha e, sabendo-se desmanchada, cumpre, ainda assim, o mesmo gesto de recomeçar.

“A vida só é possível reinventada”. Transformada a partir de sua origem. Perscrutada nos grotões da alegria ou nas fissuras da angústia, exaurindo de seu seio as causas que a movimentam e os movimentos que podem transmudá-la: o homem não é pedra inexorável, densa em seu fechamento compacto; o homem não é mineral frio, endurecido em forjas imutáveis. E reinventar a vida supõe modelações sem que se perca o modelo dos princípios, mas modelações que forcem o surgimento de facetas diferentes, na consecução de uma jornada social e interior mais compatível com a essência humana, plasmada de possíveis, calcada por germes de crescimento em todas as direções.

Não reinventar a vida seria o mesmo que prender a alma em fôrmas inquebrantáveis, ignorando as ânsias que apontam o infinito das procuras e das descobertas, com isso aprisionando o ser nas próprias limitações.

“A vida só é possível reinventada”, a cada minuto descoberta, a cada descoberta cavando ramificações de possibilidades: só assim o homem poderá sentir-se, a cada passo, também criador de si mesmo e de sua própria trajetória.


NOTA:* “A vida só é possível reinventada” é um verso do poema Reinvenções, de Cecília Meireles.


*Texto do livro Seguir adiante



16 de setembro de 2016



Terezinha Hueb de Menezes

VIII Feira Científico-Cultural Prof. Murilo Pacheco de Menezes

No último dia 14 de setembro de 2013, realizou-se, no Colégio Nossa Senhora das Graças, a VIII Feira Científico-Cultural “Prof. Murilo Pacheco de Menezes”.

Foram momentos enriquecedores. Os trabalhos elaborados e apresentados pelos alunos comprovaram o tanto que os jovens são criativos na escolha dos temas abordados, ao mesmo tempo conectados com a atualidade e a ciência. Outra característica percebida com clareza: a facilidade com que os jovens apresentavam seus trabalhos, expressando-se com desenvoltura, na comprovação clara de que não se tratava de textos decorados, mas de conhecimento pesquisado e aprendido.

A abertura da Feira se deu com a presença da gloriosa Banda do 4º BPM que entoou o Hino Nacional, diante das bandeiras do Brasil e do Colégio. Em seguida, foram apresentados outros números musicais, diante da admiração e do encantamento que tomaram conta dos presentes: alunos, pais, professores, funcionários, convidados. Uberaba é cidade privilegiada por contar com tal corporação – a que o Colégio Nossa Senhora das Graças agradece emocionado - que tanto consegue despertar a sensibilidade das pessoas, contrapondo-se à enxurrada de estilos musicais alienantes nos dias de hoje. É dever dos uberabenses conferir à maravilhosa Banda do 4º BPM o prestígio e o valor que ela merece, sob a regência do Ten. Júnior.

Em seguida, os convidados adentraram o estabelecimento de ensino para conhecer e embeber-se do conhecimento dos alunos, através de suas apresentações.

Um dos grupos elaborou trabalho que emocionou a todos, principalmente a mim e aos meus filhos: a sala de Memória do Prof. Murilo e do Colégio Nossa Senhora das Graças, da fundação aos dias atuais: entre fotos do Murilo, de meu pai, Salim, dos primeiros alunos e primeiras atividades educacionais, passou-nos, no pensamento, uma trajetória de vidas e de atividades. Foram expostas fotos de carros alegóricos dos antigos desfiles, de moças com o tradicional uniforme dos primeiros tempos, a imagem de Nossa Senhora das Graças, o antigo sino de bronze, para a chamada dos alunos, algumas cornetas da antiga fanfarra, o microfone que o Murilo usava e que os alunos, carinhosamente, chamavam de “chupetão”, (pelo formato engraçado de um grande pirulito) no qual ele fazia suas preleções, para, em seguida, rezar e tocar o Hino Nacional, troféus de várias épocas, inclusive a atual, o diploma de Cidadão Uberabense, que tanto o honrava, placas de homenagem recebidas em várias situações, além de um painel com o lema da escola, por ele idealizado: “Nascemos para as alturas” – “Ad altiora nati sumus”. Soube, pelo grupo organizador, que muitos ex-alunos, diante da apresentação histórica, não contiveram a emoção e choraram. E eu, mais emocionada ainda.

Fica, aqui, a nossa gratidão a todos que se envolveram na Feira, de modo especial aos competentes coordenadores, professores Bete Prata e Rui Neto.

São árduos os caminhos da educação. Mas são também doces. Momentos assim, partilhados com a sensibilidade, fazem-nos, a nós, educadores, acreditar que ainda é possível o encaminhamento saudável, sério e afetivo do educando, fazendo-o crer na sentença tão propalada pelo mestre Murilo: “Educar é preparar o aluno para a vida.”



Terezinha Hueb de Menezes

São Benedito


A vida de São Benedito é um exemplo de humildade para todos nós.

Nascido na Itália em 1524 (1528 para alguns), era filho de escravos oriundos da África. Os pais, Cristovam e Diana, eram muito religiosos e de coração aberto para as necessidades dos mais carentes. Segundo consta, deve-se principalmente à mãe a orientação religiosa recebida pelo filho.

Como pastor de ovelhas, por vezes era visto em oração, olhos fitos no céu, em estado de êxtase.

Pelas mãos de São Jerônimo Lanza, foi conduzido à ordem franciscana. Exerceu, em profunda humildade, o ofício de cozinheiro.

Em 1578, Benedito foi eleito superior do convento, cargo que relutou em aceitar por ser analfabeto e cozinheiro. Exerceu com santidade seu mister, chegando a mestre dos noviços e até a vigário.

São famosos os milagres que ocorreram ainda em vida.

Morreu em 1589, após uma vida dedicada a Deus, aos menos favorecidos e ao culto da paz e da humildade.

Vejam o relato extraído do portal Conselho Nacional das Irmandades de São Benedito no Brasil:

“O convento de Santa Maria de Jesus era um recanto silencioso e muito apropriado para retiros e recolhimentos.

Era o lugar preferido de Dom Diogo D´Abedo, arcebispo de Palermo, para seus retiros espirituais. Como Dom Diogo sabia que os frades viviam em extrema pobreza, ele costumava levar os mantimentos para suas refeições, que Benedito preparava com todo carinho. Uma dessas visitas foi feita durante as festas de Natal. Durante a Missa do Galo, Benedito emocionado foi receber a sagrada comunhão. Voltando para o seu lugar, o lado do altar-mor, pôs-se a rezar, diante de um belíssimo quadro do Menino Jesus. Com Jesus no coração e os olhos fixos no Menino Deus, Benedito sente-se presépio. Cai em êxtase e permanece até quase meio-dia, hora do almoço festivo de natal. Pouco antes do meio-dia o superior da casa foi até a cozinha para conferir se tudo estava conforme a importância do hóspede. Ficou assustado com o que viu. – “Santo Deus! Quase meio dia e o fogo ainda está apagado! Por onde andará Benedito?” Os irmãos foram chamados às pressas. Notificados, saíram cada um para um lado, à procura de Benedito. Na cela, onde o frade rezador dormia... Na despensa, ninguém... Na horta, nem viva alma. Depois de muita procura, alguém se lembrou da capela. Só podia estar lá. E estava. “- Benedito, rezar tem hora! Esqueceste que temos visita para o almoço? Como ficaremos diante de Dom Diogo?” “- Meus Deus, o almoço de Dom Diogo! Ai de mim se Deus não me ajudar...” “- Pensas que Deus é teu criado?” “- Não. Deus não é meu criado. Mas é meu Pai e sei que não vai me faltar. Tu preparas a mesa que faremos o resto...” “- Faremos? Tu e quem mais?...” Benedito não teve tempo para responder. Saiu correndo em direção da cozinha. Os frades, curiosos, vão espiar pela fechadura. O que veem? Dois anjos e Benedito, dando os últimos retoques em apetitosas travessas. Naquele dia Dom Diogo pôde se fartar de manjares celestiais."

Convite: Venham participar das comemorações da festa de São Benedito, na Paróquia do mesmo nome. Teve início no dia 27-09 e se encerrará em 5-10, com missas e quermesses todos os dias. Sejam todos bem-vindos à homenagem ao nosso querido São Benedito.



29 de setembro de 2013



Terezinha Hueb de Menezes

Para a vida


É comum ouvir que a educação vem do berço. Significa que, à família, compete a tarefa de educar os filhos. Educar para que adquiram noções de discernimento, percebendo, com clareza, o certo e o errado e, assim, 
também com clareza, fazer opções que os conduzam a uma vida centrada em valores.
Infelizmente, não é o que temos visto, de maneira geral, nos dias de hoje.
Não dá para precisar, mesmo sendo educadores, as causas que provocam a confusão entre os papéis dos pais e os dos filhos. Há uma permissividade generalizada. E não constitui exagero tal afirmação. Só para ilustrar: a professora pergunta à garotinha de quatro anos: Quem manda em sua casa? A resposta veio imediata: Eu. E pronto. Essa tem sido a inversão ocorrida na maioria dos lares. São poucos os pais que ainda conseguem manter a autoridade em relação aos filhos. Estes, em muitos casos, como já disse alguém, são autênticos ditadores dentro de casa. Manipulam, chantageiam, exigem, quando não agridem com palavras, impropérios, emburramentos, bater de portas e até mais.
É aí que entra a questão de limites e que termina atingindo, de forma contundente, as escolas: se os filhos – pelo menos muitos deles – tudo podem em casa, irão querer também todo poder na escola E quando esta apresenta suas normas e exige seu cumprimento, surge o conflito, porque, em grande maioria, os pais se posicionam de forma condescendente ou até mesmo conivente em relação aos filhos.
Querem um exemplo claro? Uso do celular, iPhone, iPod etc. em casa: quais os pais que sabem, com certeza, até a que horas da noite os filhos utilizam seus milagrosos aparelhos tecnológicos, comprometendo a atenção em sala de aula no dia seguinte? Quais os pais que possuem autoridade suficiente para impedir que os filhos levem tais aparelhos para as escolas, driblando os professores durante as aulas para enviar e receber mensagens e acessar o que se lhes mostre mais atraente do que assistir às aulas? São muito poucos. Aí, sobra às instituições, por meio da direção e da ação dos professores, inibir o citado uso indevido, em atitude aos olhos dos alunos antipática e autoritária: é a escola sendo forçada a dar aos alunos os limites que não recebem em casa.
As instituições, em geral, não se posicionam contra o porte de celulares e similares pelos alunos: condenam, sim, o seu mau uso, em horários e situações indevidas, o que as força a reter o aparelho, convidar os pais a buscá-lo, diante da “promessa” de que a advertência será feita aos filhos.
Insisto em que a escola, sem o apoio da família, muito pouco poderá promover em relação ao crescimento do educando, não apenas como aluno que lá está para receber informação, conteúdo, mas também para complementar sua formação como ser humano que, como dizia o mestre Murilo, precisa preparar-se para a vida.

8 de outubro de 2013

Terezinha Hueb de Menezes