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domingo, 1 de janeiro de 2017

CURVO-ME, COM ALGUMA RELUTÂNCIA, À FERRUGEM DA IDADE. FAZER O QUÊ?

Apelidos no futebol em todo lugar, campo ou estádio, sempre existe. Apelidos os mais “escalafobéticos(?)”. Todos sabem, apelido só “pega” se o cidadão der “bronca”. Aí, é um Deus nos acuda. A memória não me deixa falhar e vou escalar alguns “times” locais só com apelidos dos jogadores. O primeiro: Mutreco, Marruco, Buzina, Kelé e Cocão; Ingronga, Butão e Zé da Égua; Sapinho, Cabeça e Pé de Gancho. Treinador, Nilton”Come Quieto”. O outro time : Macaco, Gasolina, Panela e Paulo Xuranha; Babão, Lixinha e Zezé “Coisa Boa”; Nicotina, Pé de Ferro e Zé Bode, que seria treinado pelo Amargoso… Um bom terceiro time, vai agora: Budu, Cavalão, Ganso e Putinha; Boca da Noite, Sapo e Timbete; Tapuia, Cabelo e Barba. “Treineiro”, o Pombinha. Para reserva de qualquer um dos três times, não falta. Paulinho Perdido, Dentão, Bitruis, Boca da Noite, Sapo e Timbete. O técnico, João Pilão…
Porém, nos últimos 50 anos, vivenciando futebol aqui na terrinha, um apelido ganhou destaque:Maisena, goleiro campeão juvenil, pelo Uberaba. No registro, Vanderlei Martinelli, bancário aposentado, ex-rei Momo, doce figura e exemplo típico do apelido que “cola”. Sempre reagiu, com palavrão, quando lhe chama pelo apelido.- “Maizena!” . Ele grita, na hora, em qualquer lugar que esteja:-“vai a puta que o pariu, seu viado!”.
Recentemente, numa roda de amigos, perguntei-lhe a razão de tanta ojeriza pelo apelido. –“Sabe de uma coisa, até que, hoje em dia, não me incomodo. O duro é a sequência do apelido..Fez uma pausa e baixou a cabeça, insisti:
-“Mas, por que, Maizena?”
Fazendo cara de poucos amigos, olhou-me, sério e xplicou:
-“Tá certo me chamarem de Maisena, mas, apelidarem meu filho de Pó Royal e a finada minha mãe de “Avéia” Quarker, ‘ceis vão a puta que pariu”….

Luiz Gonzaga de Oliveira