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sábado, 31 de dezembro de 2016

O QUE É FEITO DE GOSTO É REGALO DA VIDA

Ainda com a devida vênia do amigo, prof. Carlos Bacelli, proponho a relembrar trechos do seu livro “Chico Mediunidade e Luz”, editado em julho de 1959. O prof.Bacelli, com muita propriedade, conta passagens de Chico, ontem, hoje e sempre, a figura mais importante dessa nossa querida e sempre imponente Uberaba.
Está escrito à página 57: “A correspondência de Chico Xavier: já tivemos oportunidade de esclarecer que, quando Chico Xavier se transferiu para Uberaba, nos idos de 1959, o único objeto que fez questão de trazer, foi um caderno com endereços dos amigos, com os quais correspondeu ao longo do tempo. As cartas que Chico Xavier endereçava aos amigos ( que se contam aos milhares), são verdadeiras páginas de espiritualidade onde emanam o perfume de sua alma grandiosa e bela. Se pudessem ser reunidas, formariam vários volumes da mais genuína mensagem evangélica, ensinamentos vivos que os Benfeitores Espirituais dão-lhe no trato com os mais diferentes problemas da vida.
Todavia, o nosso assunto em foco não se prende às missivas que Chico Xavier escrevia, mas, sim, as que lhe eram enviadas de todas as partes do Brasil, assim como muitas, muitíssimas, vindas do Exterior. Ele recebia, em média, 300 cartas diárias e os próprios Correios apurava e dava fé, foi o dono do maior movimento epistolar de Uberaba e, certamente, uma das maiores do país. As cartas que lhes chegavam às mãos, mereciam sempre o maior carinho, ternura e consideração. Quando a saúde ainda lhe permitia, fazia questão de respondê-las , uma por uma e- fato extraordinário! – nunca teve coragem de desfazer-se de uma carta no lixo, mesmo depois de lê-la e respondê-la ! Em sua casa existia um verdadeiro arsenal de enormes caixas de papelão que guardava toda a sua correspondência. Somente de tempo em tempo, se via obrigado a promover uma triagem nos papeis que iam se acumulando. Às vezes, o hábito lhe criava embaraços , notadamente pela excessiva proliferação de insetos que , teimosamente, aninhavam entre os envelopes, livros e revistas. Chico, contudo, não se importava…-“Tenho pena de jogar fora uma cartas de alguém que me escreveu, pedindo uma prece, uma mensagem, uma palavra de conforto”, justificava.
No ano de 1959, conta o prof. Carlos Bacelli, “estivemos auxiliando a fazer uma pequena arrumação nas referidas caixas e aproveitamos, com o seu consentimento, para tomar ciência do conteúdo de algumas cartas , chegamos à conclusão de que as recebidas por Chico, se constituíam no material mais farto que alguém jamais teve à sua disposição para tentar compreender o mistério da dor na alma humana. Pais desesperados, mães aflitas , cônjuges à beira da loucura, filhos sofredores, doentes desenganados, jovens com inclinação ao suicídio, irmãos descrentes da vida. Era de dar pena !”.
No capítulo de amanhã, lhes contarei algumas aberturas das cartas endereçadas ao nosso inesquecível Chico Xavier. 

Luiz Gonzaga de Oliveira

O RABO NÃO PODE BALANÇAR O CACHORRO. OS HOMENS DE BEM, ESTÃO SUMINDO

Farei 4 comentários sobre o aniversário de Chico Xavier. O mundo o reverencia.

2 de abril ,1910, nasceu em Pedro Leopoldo (MG), Francisco Cândido Xavier, para a humanidade simplesmente CHICO XAVIER. Vou me valer dos vastos conhecimentos do prof. Carlos Alberto Bacelli para citar um pouco do maior “médium” espírita do mundo. Conta ele no seu livro “Chico Xavier- Mediunidade e Luz”: certa feita, Chico em S.Paulo, um abastado empresário teve a alegria em recebê-lo, mas, desconhecendo a vida real de Chico, afirmando apenas ser ele, um privilegiado. Chico, sem trair sua humilde conduta de equilíbrio, respondeu de pronto: – “Meu amigo”, não sei quais são os meus privilégios perante os céus, pois, fiquei órfão de mãe aos cinco anos; fui entregue à proteção de uma senhora, que, durante quase dois anos, graças a Deus, me favorecia com três surras de vara de marmelo por dia, empreguei-me numa fábrica de tecidos aos dez anos e nela trabalhei quatro anos seguidos, à noite, estudando na escola primária durante o dia. Não podendo continuar na fábrica, empreguei-me como auxiliar de cozinha, balcão e porta, num pequeno empório, durante mais quatro anos. Em seguida, empreguei-me numa repartição do Ministério da Agricultura, na qual trabalhei 32 anos, começando na limpeza da repartição, até chegar a escriturário, cargo no qual me aposentei.

Em criança sofri moléstia de pele, fui operado no calcanhar onde me cresceu um grande tumor. Sofri dos 12 aos 15 anos de Corea, ou “mal de São Guido” e fui operado em 1951, de uma hérnia estrangulada. Também acompanhei a desencarnação de irmãos que me eram particularmente queridos em família. Sofrí um processo público em 1944, de muitos lances difíceis e amargos, por causa das mensagens do grande escritor Humberto de Campos.

Em 1958, passei por escandalosa perseguição com muitos noticiários infelizes da imprensa, perseguição de modo tão intenso que me obrigou a sair do campo reconfortante da vida familiar em Pedro Leopoldo, onde nasci transferindo-me para Uberaba, em 1959, para que houvesse tranquilidade aos meus familiares que não tinham culpa de eu ter nascido “médium”.

Em 1968, fui internado no Hospital Santa Heleno, em São Paulo, operado numa cirurgia de muita gravidade e no cinquentenário de minha pobre faculdades mediúnicas, agravou-se em mim processo de angina… angina essa que lutarei por muito tempo…”

Terminando o comentário ao empresário que tivera o prazer de receber a sua visita, Chico completou: “Se tenho privilégios como o senhor imagina, devo ter esses privilégios sem saber…”
Chico Xavier, é tão grande, tão vivo entre nós, que, amanhã, continuo a falar dele.

Luiz Gonzaga de Oliveira