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segunda-feira, 21 de junho de 2021

TURFA – UM ESTUDO DE SUA POTENCIALIDADE ENERGETICA

PUBLICADO EM 1982 PELA METAMIG, NÃO TEVE CONTINUIDADE.

O Acadêmico César Vanucci, uberabense radicado em Belo Horizonte, traz à tona em seu artigo que compartilhamos, a história da turfa, uma interessante fonte de energia localizada pela Metamig em Uberaba e outras regiões do Triângulo Mineiro.
E as jazidas de turfa do Triângulo?
Cesar Vanucci *

“Turfa, uma nova riqueza energética!”
(Anúncio do Governo, em 1982)
Volto a assunto focalizado há bom tempo neste espaço. Ressalvando a condição de leigo no trato da temática abordada, trago informações, que considero relevantes sobre a turfa. Falemos de suas propriedades como fonte alternativa de energia.

O geólogo João Alberto Pratini de Morais, por volta de 1982, diretor de operações da Metamig, conduziu um estudo ressaltando a importância e viabilidade do emprego da turfa como adicional tecnológico precioso. Assegurou tratar-se de matéria prima capaz de oferecer bons resultados, em termos regionais – ele se referia à região do Triângulo Mineiro –, no tocante à produção energética. Explicou que a turfa é massa formada da degeneração de plantas acumuladas ao longo de milhares de anos, em depressões de terrenos. Com o soterramento e compactação, a água e outros compostos voláteis foram lentamente expulsos dessa massa.

Daí resultou o surgimento de camadas de carvão. O material é de aplicação ampla. O aproveitamento da turfa decorre tanto de sua estrutura específica, quanto de suas características físico-químicas. A experiência mundial aponta que as principais aplicações ocorrem na agricultura, no condicionamento do solo, e na indústria, como combustível para gaseificação. Como insumo energético, a turfa contribui para a geração de eletricidade, vapor e aquecimento. A substituição de derivados do petróleo, a proteção ambiental, a alta eficiência de combustão, o controle de temperatura de combustão e a possibilidade de adaptação às caldeiras instaladas são indicados como outras vantagens do processo.

A utilização da turfa em grande escala, na Finlândia, Holanda, Suécia, Polônia, Inglaterra, Alemanha, Noruega, Rússia, Irlanda e Escócia, como fonte opcional de energia, são fatores que sugerem sua crescente importância na atualidade, traduzida na necessidade de identificação de outras matrizes de energia para acudir às exigências do conforto humano.


Há mais de três décadas, a produção de turfa na Rússia era da ordem 200 milhões de toneladas/ano, canalizadas principalmente para o setor elétrico. Na Irlanda, o volume atingia 6 milhões de toneladas/ano. O histórico brasileiro nessa modalidade não indicava índices dignos de nota. A Central do Brasil chegou a explorar turfeiras para alimentar locomotivas.


Em 1982, há quase 40 anos, na Federação das Indústrias de Minas Gerais, o secretário da Indústria José Romualdo Cançado Bahia, de saudosa memória, anunciou que a descoberta recente de volumosas jazidas turfeiras em Uberaba, Araxá, Sacramento e Perdizes, representava um marco histórico para o uso de uma riqueza adormecida no subsolo. A Metamig acabara de concluir, no território citado, o mais avançado estudo já feito sobre a apropriação da turfa. As reservas identificadas substituiriam o carvão mineral e a lenha, em largas faixas territoriais. As lavras eram de fácil extração e de beneficiamento simples e transformação em elemento energético, comparável ao carvão mineral.

O comunicado rendeu copioso noticiário. A “Vida Industrial”, publicação da Fiemg, conferiu ao assunto reportagem de capa, com realce para as declarações de Pratini de Morais. Foi Acentuado que o Ministério de Minas e Energia mostrava-se propenso a incentivar investimentos na exploração das jazidas e que essa exploração não exigia grande tecnologia, oferecendo retorno imediato. O então diretor técnico da Companhia de Recursos Minerais, Edson Suchinski, esclareceu que a turfa é mais viável economicamente do que o carvão.

Vou parando por aqui as anotações. Fica no ar, pertinente indagação. E, então: a possibilidade de exploração da turfa na região de Uberaba continua sendo economicamente viável, como enfatizado, em 1982?

domingo, 1 de janeiro de 2017

QUEM SEMEIA VENTO, COLHE TEMPESTADE

Lá vai Luiz Henrique: Os mais novos não estão lembrados, no Triângulo, tivemos um” monstro assassino”. Assim, a imprensa tratou um caso de um cidadão que aterrorizou a região, principalmente as cidades do pontal do Paranaíba.. O fato se deu nos anos 72 e ganhou repercussão nacional. A zona rural de Capinópolis, Canápolis, Ituiutaba, Ipiaçú, ficou em polvorosa com as estripulias que vinham acontecendo e amedrontando os fazendeiros. Animais mortos, corpos decapitados, animais mutilados e ninguém conseguia “ botar a mão no assassino”. Diziam ser um homem franzino, que matara seis pessoas na zona rural de Ituiutaba. A população estava em polvorosa. Delegado e soldados da cidade, organizaram escolta porá prender o assassino e nada ! O bandido conseguia fugir de todas as situações. Pedido reforço policial em Belo Horizonte, veio para a região, o delegado especiaTacir Menezes Sá e uma “leva” de detetives especializados. Buscas incessantes, a imprensa estadual dando destaque especial. Ninguém conseguia deitar mão no assassino. A população em polvorosa. A região em parafuso. Era medo só. A grande imprensa tomou ciência e, diariamente, noticiava a “caçada ao monstro do Triângulo”. Recorreu-se ao Quarto Batalhão de Minas, sediado em Uberaba. O comandante Newton Oliveira, colocou em prática, uma verdadeira operação de guerra, à captura do misterioso individuo. Depois de 10 dias de intensa busca, em Ipiaçú, margens do Tijuco, o dito cujo foi preso. Moreno escuro, franzino, cabelos encaracolados, olhar assustado, rosto de retardado mental, dizia chamar-se Orlando Sabino. Trazido para Uberaba , Orlando, foi apresentado à imprensa nacional, em meio a um intenso arsenal policial. Jornais do Brasil inteiro , na capa, mostravam aquele negrinho, magrinho, , cabelos encaracolados, olhar assustado, rosto de retardado mental, , respondendo “sim” a tudo que lhe perguntavam, inclusive o assassinato das 6 pessoas em Capinópolis. Orlando Sabino, foi removido para Barbacena (MG), onde morreu tempos depois.
Com a captura de Orlando Sabino, cessaram as mortes no pontal do Tijuco e apenas uma interrogação: teria sido aquele menino franzino, quase raquítico, “pinta” de retardado, o “monstro do Triângulo”, tão decantado pela imprensa nacional?.

Luiz Gonzaga de Oliveira