quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

Primeiros Filmes de Júlio Bressane


MATOU A FAMÍLIA E FOI AO CINEMA
Os Fios das Tragédias


Guido Bilharinho




         Os ficcionistas de modo geral, quando verdadeiramente artistas, mais do que representar ou recriar a vida, a criam em sua obra, aduzindo, como disse o poeta (Arici Curvelo, em “Às Vezes”), mais vida às existentes, engendrando novas realidades que se somam e expandem as realidades existentes.

         É o caso do filme Matou a Família e Foi ao Cinema (1969), de Júlio Bressane.

         Nele desfila série de dramas familiares desaguados em tragédias.

         A partir do drama dantesco do filho assassinar friamente e a navalhadas seus pais e, após, ir tranquilamente ao cinema, Bressane articula diversas ocorrências semelhantes, sempre nos limites da organização familiar e sempre, também, em cima da insatisfação ou da condição amorosa e sexual.

         A princípio poder-se-ia tentar ver nessa opção ficcional inspiração e influência das obras de Nélson Rodrigues que perfilham semelhantes preocupações.

         Nada mais diferente, porém.

         A começar que a dramaticidade bressaniana é altamente elaborada, tanto do ponto de vista concepcional quanto expressional, conforme binômio propugnado por Hegel.

         Ao contrário, pois, da obra de Nélson Rodrigues, confrangida quase sempre em estreitos limites conceituais, a de Bressane finca suas raízes nos arquétipos universais mais autorizados da criação artística – não de simples recriação, como dito – fundamentada na estrutura psicossomática mais profunda, geral e permanente do ser humano.

         E o faz mediante construção estética na qual a narrativa apresenta alto grau de sutileza, refratária à apelação usual no tratamento dessa temática.

         Se os protagonistas das estórias que cria perdem-se em atos violentos contra seus entes próximos ou contra si próprios, a motivação que os leva a essas atitudes drásticas – inimagináveis num contexto familiar – e a criação cinemática dos fatos não descambam para descontrole emocional patológico, mantendo domínio de seus elementos deflagradores tanto quanto das circunstâncias em que se desenrolam e das modalidades que assumem.

         Há um fio condutor comum a todas essas ocorrências, seja a insatisfação sexual e convivencial da personagem casada que se isola com a amiga em sua propriedade de recreio e lazer; seja a procura de satisfazimento sexual emocional da jovem com sua amiga; ou, ainda, o ambiente sufocante do lar do assassino dos pais e a constante irritabilidade de seu pai; ou, finalmente, o paroxismo revoltoso do marido relapso face às invectivas agressivas da esposa.

         Essa constante detectada em todos os episódios apresenta, no entanto, características próprias em cada caso, não obstante seu extravamento paroxístico e violento, condição ou peculiaridade da espécie humana quando submetida a graus diversos de pressão e contrariedades viscerais, nos limites e circunstâncias da formação e estrutura pessoal das personagens, como, aliás, nem poderia deixar de ser, já que todo ser humano constitui pequeno mundo que se articula, nos relacionamentos e convivências, com outros micro mundos semelhantes.

         Ressalta-se no filme, além disso, a economia da construção ficcional, sintetizando em poucas cenas a ambiência comportamental, convivencial e conflitiva das personagens, perfeitamente contextualizada.

         Por fim, o jovem que assassina seus pais vai ao cinema assistir Perdidos de Amor (1953), dirigido por Eurídes Ramos, com argumento de J.B. Tanko, película que possivelmente indica (a conferir) a chave ficcional (ou uma delas) do filme ora comentado.

(do livro Seis Cineastas Brasileiros. Uberaba,
Instituto Triangulino de Cultura, 2012)

______Matou a Família e Foi ao Cinema
______

       
(Obras-Primas do Cinema Brasileiro:
toda segunda-feira novo artigo -

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Guido Bilharinho é advogado atuante em Uberaba, editor da revista internacional de poesia Dimensão de 1980 a 2000 e autor de livros de Literatura (poesia, ficção e crítica literária), Cinema (história e crítica), História (do Brasil e regional).

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Ex prefeito, ex deputado federal e empresário, Hugo Rodrigues da Cunha.

Hugo Rodrigues da Cunha e o governador Newton Cardoso.
Década:1980     

Na foto, a esquerda, Hugo Rodrigues da Cunha quando deputado federal, acompanhando o governador de Minas Gerais na época, Newton Cardoso, em uma de suas visitas a Uberaba.

Foto: Paulo Nogueira   

(Acervo pessoal do jornalista Paulo Nogueira)  

terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

UBERABA QUE BRILHA

Os brilhantes jornalistas e fraternos amigos saudosos, Ataliba Guaritá Neto ( Netinho ) e Raul Jardim, sempre usaram as páginas do tradicional, simpático, austero e falecido “ Lavoura e Comércio”, duas frases que marcaram seus leitores. Ao se referirem a uberabenses que obtinham sucesso fora da terrinha, exclamavam de peito cheio e escreviam com entusiasmo” uberabenses que brilham” e “Uberaba está em todas”. Verdades mais que verdadeiras.
Com efeito, as frases espelhavam a vitória e o sucesso maiúsculos dos nossos conterrâneos em plagas distantes. Em qualquer campo de atividade sempre existia um uberabense vitorioso.E isso era bom para Uberaba ? Claro ! Conquistas de amigos sempre massageam o nosso ego...
Jamais direi que o uberabense seja cigano, que adora aventura. Dizem que o “uberabense é igual formiga cabeçuda, aparece em toda parte”, expressão jocosa de dizer da presença de uberabenses em locais até inimagináveis...
Tento entender esse êxodo da terrinha como falta de opção de trabalho, de oportunidade ou mesmo o cerceamento do seu sucesso profissional por motivos até então, ignorados...
Esse êxodo foi mais forte em outros tempos.A cidade cresceu, os horizontes se alargaram, a oferta de emprego, apesar dos maus momentos que o Brasil atravessa,aparecendo, embora timidamente, nota-se o reconhecimento ao talento profissional dos nossos jovens . Fatores que não invalidam a forte tendência dessa juventude deixar a cidade, à procura de novos meios de vida.
A classe média e média alta, de meia idade, que está “bem de situação”- aqui ou em outra cidade-, normalmente afirma:- “ Uberaba é uma cidade ótima para se morar, excelente qualidade de vida, povo hospitaleiro, alegre, divertido”... Quando chegar a velhice, volto para a minha terra”...
Não há mais aquele louca vontade, necessidade imperiosa de ir ganhar dinheiro lá fora. Quem quer , de fato, trabalhar, Uberaba oferece meios e muitos. Basta ter coragem, vontade e disposição para o trabalho que ele aparece, pois, desafios , lutas, esforços, obstáculos, encontram-se em toda parte. Basta coragem, persistência, vontade de vencer !
Lamento só uma coisinha que muito me encasqueta: é a mania (feia, por sinal )do uberabense imitar outro uberabense. Explico melhor. Se você monta um bar, obtém sucesso, freguesia, começa a ganhar seu suado dinheirinho, mais que depressa um conterrâneo “acha” de montar um bar, igualzinho ao seu, local pertinho do seu preço melhor que o seu... Montar uma butique para a filha ou esposa, consegue sucesso, logo vem, coladinho a butique da família, a concorrência, nem sempre leal. O cidadão instala um boteco com churrasquinho na porta, mesas na calçada, lá vem o seu concorrente com a mesma “ideia”.... incomoda,né ?...

A GONORREIA DO AMIGO

A coisa mais comum, aliás, “coisa não”, doença mais corriqueira, porém perturbadora que existia até alguns anos passados,principalmente entre os jovens, era a doença venérea. “Mula”,” cancro”, “cavalo de crista”, eram o terror da moçada. A mais comum, a blenorragia, vulgarmente conhecida como “gonorréia”, era o suplicio dos garotos iniciantes na vida sexual. Doença venérea até uns 40 anos atrás, era um verdadeiro “tabu”. Longe das escolas , das palestras médicas, das orientações sexuais, a doença, ao se manifestar, o paciente, de imediato, era encaminhado ao médico da família. Os tempos eram outros e a discussão nem sequer passava pela intimidade doméstica, e, Deus nos livre e guarde ! pelos bancos das escolas . Assunto quase proibido! Proibido era também falar , nas mocinhas, nossas irmãs, em inicio da menstruação. Hoje, não. Graças ao avanço do ensino, a clarividência dos pais, a quebra da hipocrisia da sociedade, esses “tabus” se discutem nas salas de aula, a menstruação, doenças venéreas, drogas, fumo, vícios de uma forma geral, no mais amplo sentido de alertar a juventude para os perigos que rondam, diuturnamente, a vida. 

domingo, 5 de fevereiro de 2017

Cerejeiras em Flor bela parada de elegância no Grande Hotel de Uberaba.



       Se os primeiros anos foram agitados, os anos 1940 em Uberaba trouxeram novidades como a inauguração do Grande Hotel e a passagem do Ano Novo. E nos anos seguintes o Grande Hotel e o cine Metrópole seguiram criando moda, revolucionando os costumes e se consolidando como o principal destino do turismo no Brasil central. Construído em 15 meses, foi o primeiro arranha-céu da região. Dispunha de 100 apartamentos e 40 quartos. Na mesma ocasião foi inaugurado o Cine Metrópole, ao lado. Começam a se formar turmas de jovens no centro que elegem esquinas e praças para as reuniões, onde criavam e mantinham as festas do carnaval e juninas. O ponto mais famoso dessas reuniões era o (footing ),na Avenida Leopoldino de Oliveira.

(Antônio Carlos Prata)

Locutor Joao Roberto Correa.

Schroden Film.



Postado por (Uberaba em Fotos)            

ANIVERSÁRIO DO CEL. GERALDINO RODRIGUES DA CUNHA AOS 78 ANOS, EM 1942


Cel. Geraldino Rodrigues da Cunha era filho de Manoel Rodrigues da Cunha, que pertenceu à primeira Câmara Municipal de Uberaba, ao lado do Capitão Domingos da Silva e Oliveira, irmão de Major Eustáquio. Nasceu em 24 de setembro de 1865 em Uberaba – MG, falecendo no mesmo município em 22 de maio de 1955. Casou-se duas vezes, primeiramente com Mariana Ambrosina de Castro, que faleceu em janeiro de 1910 e, posteriormente, com Elvira Andrade da Costa – falecida em 1976. Teve 28 filhos, sendo 11 do primeiro matrimônio e 17 do segundo. (CUNHA & AMATO, 2008 p. 238).

Foi agropecuarista, constituinte estadual (1894), vereador e agente executivo (1927), além de ter sido um dos fundadores do Clube da Lavoura e Comércio de Uberaba e do Jornal Lavoura e Comércio (1899). Como Agente Executivo chegou a desapropriar o Cine São Luís, posteriormente adquirido por sua família, e executar reparos no telhado do Mercado Municipal, então inaugurado em sua administração. Durante sua gestão foi fundada a Escola Técnica de Comércio José Bonifácio, em 1924.

Em 1906 foi a vez dos criadores de Uberaba/MG Teófilo Rodrigues da Cunha e Geraldino Rodrigues da Cunha financiar a viagem do emissário e engenheiro francês Alberto Parton a continente asiático para compra de zebuínos indianos. O objetivo da expedição foi cumprido com sucesso, pois foi comprado um lote de 40 Guzerá que chegaram as fazendas destes criadores em perfeito estado. (LOPES & REZENDE, 2001 p. 33).

O Coronel Geraldino, como era conhecido popularmente, foi proprietário da fazenda do Rio do Peixe, em São Miguel de Veríssimo (antigo Distrito de Uberaba). Nessa propriedade produzia açúcar, serraria, café e olaria. Após aderir à criação do zebu em 1906, tornou-se um criador aficionado. Colaborou para criação da Sociedade Herd Book Zebu, da qual foi seu primeiro presidente de (1919-1924). Importante considerar seu protagonismo em acontecimentos chave para o desenvolvimento e amadurecimento do espírito corporativo da pecuária zebuína.

A princípio, utilizava o zebu para a mistura do gado crioulo, pois visava o aperfeiçoamento, a precocidade e a melhor produtividade de seu rebanho. Na exposição de 1911, o seu boi “talho meio sangue” ganhou medalha de ouro. Em 4 de julho de 1934 estava entre os convocados para fundar a SRTM – Sociedade Rural do Triângulo Mineiro – atual ABCZ – Associação Brasileira de Criadores de Zebu. (CUNHA & AMATO, 2008 p. 238).



Vídeo: Schroden Filmes.

Este documentário foi postado em 24-08-2015. Filme autorizado pela família do Sr.Antonio Ronaldo Rodrigues da Cunha a Uberaba em Fotos.

MARVADA PINGA


A família Borges de Araújo, pela sua honradez, pelo acendrado amor a Uberaba, é credora de todas as homenagens que a terrinha pode prestar a um dos ramos mais tradicionais que sempre propugnou pelo seu progresso, seu engrandecimento e crescimento populacional. Os Borges de Araújo detém uma árvore genealógica frondosa e muito ramificada. Borges casado com Araújo, Araújo casado com Borges, Borges casado com Cruvinel, Borges casado com Bento, Borges casado com Moraes, Borges casado com Prata, Borges casado com Oliveira, Borges casado com Cunha, Borges casado com Rodrigues da Cunha e por aí afora...O velho Abilio Borges de Araújo, nome de rua ( ou avenida?)no bairro da Abadia, foi um homem de coragem e empreendedor. Fazendeiro ativo, negociante de gado dos melhores, adentrava os sertões regionais, ``a procura das melhores cabeças de gado, machos e fêmeas. À acompanhá-lo nas viagens, um fiel grupo de peões, homens de sua inteira confiança e que, qualquer problema que houvesse nas suas andanças, resolviam a parada na hora e “à sua maneira”...entenda-se a dita cuja...
Lá pelos anos 40 do século passado, “seo”Abílio comprou uma boiada em Goiás, pelas bandas de Rio Verde e foi com a peonada, buscá-la. Seu irmão Totonho, também comprador de gado, adquiriu outra “partida”e seguiram juntos para aquelas ricas e férteis paragens. Totonho, na frente e um pouco mais atrás, o Abilio. Uma doença no gado começou a aparecer, peste ?, quem ia saber ?, o mano perdeu várias cabeças. Por um “estafeta”, tratou de avisar o irmão que vinha com a boiada bem mais longe. Ao receber o aviso, desorientado, com receio que a sua boiada “pegasse”também a doença, Abílio , que gostava e não dispensava uma “branquinha”, ordenou que a tropa parasse no primeiro “ponto”. Mal sabia ele que o “ponto”era uma aldeia de hansenianos , ou “doentes do mal” como se falava naquele tempo.Mesmo assim parou. Nervoso com o que podia acontecer com o gado, tomou umas doses meio avançadas da “água que passarinho não bebe”. Mais “prá lá do que prá cá”, convidou o chefe dos hansenianos a beber com ele.- “Mas, chefe”, ponderou o Vicentão.-“Que nada, vai buscar o homem, tô mandando”... Ordem dada, ordem cumprida.Beberam prá valer. Lá pelas tantas, Abílio, ofereceu ao doente os seus chinelos;depois, o colchão de dormir, em seguida, deu-lhe o prato e a colher que se servia nas refeições. Tudo na frente da peonada com cara de espanto e surpresa. No outro dia, não resistindo a tanta pinga ingerida, o doente morreu. Choro de todo o lado. Carregado pelos outros doentes no “bangüê”, um varal que carregava defunto, foi sepultado numa cova rasa à beira da estrada.

DISCURSO DOS BORGES


Uberaba, ao contrário do que muitos pensam, teve outros políticos bons, independentemente dos mais tradicionais , conhecidos e famosos, Mário Palmério, Fidélis Reis e João Henrique Sampaio Vieira da Silva. Isso, apesar de apenas um deles ter nascido na sagrada terrinha, Fidélis Reis, já que Mário Palmério veio ao mundo em Monte Carmelo (MG) e João Henrique, no Maranhão. De lá prá cá, não preciso dizer mais nada. Todos conhecem a péssima safra de “representantes de Uberaba” que tivemos e... temos!...
Mas, como soe a acontecer em cidades como a nossa, à falta de oportunidades , os filhos da terrinha se mandavam , iam ( e vão até hoje)conquistar outras plagas, o seu lugar ao sol na política. Homens como o inesquecível prefeito do Rio de Janeiro, então capital federal, a “cidade maravilhosa” já teve, Alaor Prata, o ex-governador de Mato Grosso do Sul ( apesar dos pesares),Marcelo Miranda Soares, o irmão e ex-senador por Goiás, Mauro Miranda, o ex-prefeito e deputado federal por Londrina e norte do Paraná, Wilson Moreira,além de outros menos votados. Um deles, embora não muito conhecido na terrinha onde nasceu, pontificou-se na política de Goiás, senador pelo vizinho Estado por 4 (sim, 4 !)legislaturas. Seu nome ?Antônio Borges de Araújo, conhecido como Totonho Borges de Araújo, do tronco de duas das mais tradicionais famílias uberabenses, os “Borges” e os “Araújo”. Totonho, no dizer dos políticos da época, mandava no sertão goiano, pois que, uma das suas “virtudes” era ser sogro do famoso e lendário Governador de Goiás, Pedro Ludovico, o construtor da capital, Goiânia e o mais ilustre mandatário das terras goianas até aos dias de hoje.
Na última eleição que participou, o velho Totonho Borges, andava “meio em baixa” com seus eleitores da região de Rio Verde, Jataí e adjacências, seu reduto eleitoral. Precisando de ajuda, escreveu longa e chorosa carta ao irmão, em Uberaba, político e vereador atuante na terrinha, o “coronel” Lucas Borges, que, em dias de hoje, tem nome de avenida no bairro do Fabricio. Bem falante, orador de “primeira”, o “coronel” Lucas Borges encomendou um discurso ao Militino Pinto de Jesus, jornalista da “Gazeta do Triângulo” e, de posse do dito cujo, se mandou para Rio Verde, a fim de ajudar na reeleição do irmão.
Um grande comício marcado para a praça principal de Rio Verde, Lucas Borges, mostra ao irmão, Totonho, o discurso que ia fazer. Totonho, gostou do que estava escrito, tomou o discurso do irmão e, de forma eloquente,foi aplaudidíssimo. Ao ser apresentado como irmão do senador e vereador em Uberaba, naqueles saudosos e velhos tempos, conhecida com a “capital do Triângulo”, Lucas, sem o discurso em poder do irmão, não perdeu a “pose”; começou sua “fala” de maneira entusiasmada:- “Goiás- terra desgraçada- povo infeliz e sofredor- na minha Uberaba nunca passei de um pobre chefe político- eis que aqui nessa terra, tenho um irmão que é senador!”
Fim da história : o “coronel” Lucas Borges e seu irmão, Totonho Borges, desceram do caminhão aplaudidíssimos , carregados nos ombros dos goianos e Totonho, com a reeleição garantida...
Bom fim de semana a todos. Segunda-feira, conto um “causo”de gonorreia...

Luiz Gonzaga de Oliveira

sábado, 4 de fevereiro de 2017

Reynildo, o amigo



“Dizem que sempre chove quando morre uma boa pessoa. Assim foi nessa segunda-feira, com uma chuva intensa em Uberaba, na despedida de Reynildo Chaves Mendes. Um articulador político brilhante, que foi uma das vozes mais ouvidas e reverenciadas nos anos 70, chegando a integrar o governo de Silvério Cartafina Filho. Tinha sempre uma observação perspicaz, uma opinião sensata, uma ação conciliadora. Sabia fazer amigos e conservá-los por toda a vida. Tenho as melhores lembranças desse que foi um dos grandes amigos do meu pai e por quem sempre nutri grande admiração. Vai deixar saudade, muita saudade. À família, o nosso abraço fraterno nessa despedida de Reynildo, o nosso Rey.” Texto de nossa Diretora Lídia Prata Ciabotti em sua coluna Alternativa de 17/01/2017.

Esta crônica não poderia ter um início melhor. As palavras de Lídia me inspiraram para falar sobre o amigo Reynildo Chaves Mendes. Quanto é difícil abordar o meu “Rey” se suas dimensões vão muito além do que minhas vistas alcançam. Vi seu nome pela primeira vez nos jornais pelos idos de 1963 quando, por pouco, não perdeu a vida ao lado de seu amigo Ossean Sousa Borges. No quesito amizade, Reynildo era um mestre e sabia exercê-lo como poucos.

Acompanhei sua trajetória daí por diante e meu voto lhe dei quando se candidatou a vereador. Os parlamentares de então que o digam: correto, comedido, ético e seu amor por Uberaba se igualava ao de sua família. Qual não foi minha feliz surpresa quando soube que ele é neto do benfeitor João Augusto Chaves, patrono da minha Escola Professor Chaves. Com Djanira Macedo Chaves constituiu prole em que o ser sempre está acima do ter. Luciana, Milton e Taciana sempre tiveram dos pais exemplos eloquentes de como se conduzir com dignidade. Os netos Pedro Henrique e Victor, com os genros Luciano e Carlos Eduardo sabem que reeditar Reynildo não é tarefa fácil, porém extremamente nobre.

Guardei por 36 anos o que revelo publicamente agora: sendo alvo de extrema injustiça onde eu trabalhava, recorri ao prefeito Dr. Silvério Cartafina Filho, e Reynildo era seu Secretário de Governo. Após me ouvirem e vendo a minha limpeza de propósitos, ambos se deslocaram até o meu algoz e, junto ao juiz de direito Dr. Luiz Manoel da Costa Filho frustraram, no ato, a barbárie que a mim seria perpetrada. Daí por diante a gratidão regou a minha sólida amizade pelos três.

Visitei Reynildo em seus últimos dias na UTI. A seu lado os filhos Milton a Luciana registraram a minha tristeza quando o amigo inerte não me respondeu. Ali mais uma vez comprovei o que disse Lídia Ciabotti: “Sabia fazer amigos e conservá-los por toda a vida”.

Quando morre um verdadeiro amigo, morremos um pouco também. Com ele vai esse pouco que na realidade era tão grande. Esse amigo é Reynildo Chaves Mendes, cuja partida me faz refletir e concluir que a morte só existe para quem acha que a vida termina aqui. Eu não sou esse.

Até um dia amigo. Nossa amizade fará o nosso reencontro.

João Eurípedes Sabino - 03/02/2017

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

DIA DE SANTOS REIS

6 de janeiro, dia consagrado aos santos Reis Magos . Para os cristãos o nascimento de Jesus é visto em duas oportunidades e duas imagens: uma , a 25 de dezembro, a do boi e do burro no presépio e, em 6 de janeiro a dos três Reis Magos na cocheira diante do menino Jesus.

LEMBRANDO O VELHO CHICO VELUDO

Permitam-me, volto hoje, a lembrar de Chico Veludo, exatos 45 anos do seu trágico desaparecimento.. Chico Veludo foi um dos poucos políticos sérios e honestos que merece estar na mesma galeria de Mário Palmério, Fidélis Reis e Hugo R.Cunha

UNIÃO

Roer as unhas , resmungar pelos cantos da casa, falar mal da vida pessoal do desafeto, irritar-se pelo sucesso dos outros, empenhar-s em atos maledicentes, fuxicar lembranças não verdadeiras, quase sempre fazem parte do que a sociedade alcunha de “fofoqueiro”.

AMIGOS


Estava a dialogar com meus botões como a vida é cíclica e como as coisas mudam num piscar de olhos.Lembrei-me dos amigos. Aqueles que não mais convivem conosco, passaram desta para a chamada “vida melhor”. Começo do meu ídolo, Dondico, meu pai. Os bi-campeões mundiais, Djalma Santos, Nilton Santos, os irmãos Jorge Farah Zaidan, Ramon Rodrigues, Ataliba Guaritá Neto (Netinho),Raul Jardim, J.Carvalho, Tuffy Idaló,Joel Lóes, Sherlock,Mozinho,Cacildo,Filipe,Adilson, Tôco,Zé Brevez, amigos-irmãos com quem convivia,participando dos saudosos “bate-papo”,bebendo do nosso café, saboreando a nossa cervejinha semanal, conversando sobre os mesmos assuntos, vendo e vivendo os mesmos problemas, vibrando e torcendo pela vitória dos nossos, alegrando com as nossas alegrias,

UBERABA – TRADIÇÃO E CONSERVADORISMO

O tradicional e o conservador sempre andaram de mãos dadas. Onde está um, normalmente se junta o outro. Parecem irmãos siameses. Uma cidade quando jacta-se de ter tradição , evidente que fala mais alto o seu conservadorismo. Daí as especulações sempre discutidas quando se fala de Uberaba. É inegável, nossa cidade é ainda uma das melhores para morar, criar família e “aproveitar a vida”, segundo afirmam os mais apaixonados. Quem tem uma bela e polpuda aposentadoria, um bom emprego, saúde perfeita, carro do ano, ou as graças e beneplácitos dos políticos de mando, não encontram dificuldades em viver no “bem- bom”...

IMPERATRIZ LEOPOLDINENSE X FAZENDEIROS

(Próxima escola a desfilar na avenida: Unidos do Pé de Cana....Cor? Verde...)


Ganha repercussão nacional o enredo da E.S.”Imperatriz Leopoldinense”,várias vezes campeã do mais famoso carnaval do mundo, o da “Marquez do Sapucaí”, no Rio de Janeiro. O tema enfoca o “Parque Nacional do Xingu”, índios, devastação da floresta amazônica e “meio ambiente”. O tema alcançou dimensões enormes em se tratando do “vespeiro” que o carnavalesco da “Imperatriz”,Cahe Rodrigues, autor do enredo, se meteu. Todas as entidades classistas ligadas ao agronegócio,inclusive a nossa ABCZ, a mais influente do setor, se levantaram de forma uníssona, protestando o que chamou de “grande ofensa” da atividade que representa 22% do PIB nacional. 
O samba-enredo da escola”Xingu-o clamor que vem da floresta”, aborda a contribuição dos povos indígenas à cultura brasileira, numa mensagem de respeito à preservação da natureza e a biodiversidade. A preservação sem controle , a derrubada das matas, as queimadas e outros feitos desenfreados em nome do progresso e do desenvolvimento nacional. O uso excessivo do agrotóxico, o risco que causa à saúde, sem sinalizar o setor do agronegócio e seus trabalhadores. É uma mensagem, ao dizer da “Imperatriz”, “de preservação, respeito, tolerância e paz. Nada mais que isto”. 
Na contestação, as lideranças do agronegócio, afirmam que o agrotóxico e defensivos agrícolas são produzidos por “multinacionais” e acobertados pelos órgãos sanitários brasileiros, que não pode induzir a nossa gente que o produtor está incorrendo em delito ou ato ilícito.
A polêmica está aberta !
Que a safra de grãos este ano será a maior de todos os tempos,é sensacional! Que o setor emprega 19 milhões de trabalhadores, é uma grande verdade. O campo sustenta a nação !
À sua reflexão: - o desmatamento sem controle da floresta brasileira, é inegável. Que terras indígenas são tomadas, griladas, diáriamente, não se tem como desmentir. A obsessiva e desmensurada invasão de terras no sudeste, noroeste e norte do Brasil, com homicídios indiscriminados de gente da terra, a imprensa noticía, cotidianamente. Que o Brasil está repleto de “gringos” (principalmente no norte do país), todo mundo sabe.Inclusive as nossas autoridades. Que as nossas riquezas naturais, extrativas, florais e outras por nós desconhecidas, estão sendo exportadas (?), é uma cristalina e imperiosa verdade.Só não vê que não quer ver. 
Não precisa ir muito longe, não. Na “nossa cara”, nas nossas fazendas, o gado “sumiu”.Mudou de pastagem. A agricultura alimentar “foge” à passos largos. Nossas terras, ontem agricultáveis, principalmente depois de criado o “Polocentro” e a “Bolsa de Arrendamento de Terras”, que bateu recordes de produção graneleira, tornaram-se florestas verdes de cana de açúcar. Em qualquer direção regional, para qualquer lado onde se olha, desapareceu o gado de linhagem pura,teve fim a bacia leiteira, as plantações de arroz, milho, feijão, soja, sorgo, café e etc., cederam lugar à vastidão do plantio da cana de açúcar. As poderosas e modernas máquinas, tomaram o lugar dos “bóias-fria” de ontem. 
Até a nossa tradicional Expozebu,tem como escopo principal o avanço genético das raças indianas. Campeões,motivo de orgulho dos uberabenses, vão para outras paragens...
À volta da nossa micro-região, vê-se apenas cana de açúcar.A migração do homem do campo para a cidade, é inconteste. Uberlândia, Delta,Pirajuba, Conceição das Alagoas, Campo Florido, Nova Ponte, mantém suas usinas de álcool e açúcar.Pergunto: quantos empresários uberabenses são proprietários e ou acionistas dessas usinas? Qual a grande arrecadação de impostos que Uberaba recebe?
Ainda:centro maior do agronegócio brasileiro, Uberaba pergunta:-Cadê a Copervale? Onde foram parar os nossos curtumes? E o grande abatedouro de aves,suínos e bovinos, tão almejado? E as nossas fábricas de rações? Quando voltaremos a ter uma indústria de esmagamento de grãos? Por que não pensar numa planta de implementos agrícolas, à espera do gasoduto e da planta de amônia? E a efetiva implantação da ZPE para escoamento dos nossos produtos do campo? Qual a razão de não se criar a Universidade Rural do Brasil Central? A ABCZ é mantenedora de todos os cursos de formação do homem do campo .Qual a dificuldade em reunir as Faculdades em uma Universidade específica, a exemplo da Universidade Rural de Campo Grande, no Rio de Janeiro?
Seria grande resposta para um “mixuruca” samba-enredo de escola de samba carioca...


Luiz Gonzaga de Oliveira

IMPERATRIZ X FAZENDEIROS - Final


A controvérsia em que estão envolvidos carnavalescos da “Imperatriz Leopoldinense”, do Rio de Janeiro e fazendeiros de todo o Brasil, liderados pela ABCZ de Uberaba, rende alguns contornos e merece alongar um pouquinho em comentário. O tema da escola carioca” Xingu- o clamor que vem da floresta”, mostra uma realidade brasileira. Não é segredo, embora a grande imprensa brasileira, “finge não ver, nem ouvir e muito menos registrar nas lentes da TV”, que a região amazônica prolifera uma quantidade absurda de pastores dito evangélicos americanos que, além de doutrinar os nossos silvícolas à sua religião, não escondem seu principal “trabalho”: pesquisar, extrair e roubar as riquezas da Amazônia. A extração do ouro, prata e outros riquíssimos minerais que vão enriquecer os projetos espaciais do governo americano. A devastação da nossa flora verdejante de plantas medicinais, a fauna fantástica exportada para os EE.UU., é de estarrecer e corar a face do mais humilde brasileiro !

DICIONÁRIO INCORRIGÍVEL...

Termino hoje algumas das minhas terminologias que não tive vergonha de mostrar:

CALÇADÃO – Trecho da tradicional rua Artur Machado, entre a praça Rui Barbosa e rua Alaor Prata onde não passa carro, nem ônibus, nem caminhão... Mas, passa droga, fumo, desocupado, pedinte, vendedor de loteria, batedor de carteira, vendedor de guarda-chuva,meias, CDs, roupas infantis, sapatos, sorvetes e picolés, frutas para todos os paladares e outras bugigangas mais. Onde o calçamento é ruim, as plantas “fugiram” dos vasos e a fiscalização “fugiu” das suas finalidades... O “nosso” calçadão é um enorme vão, sem segurança e iluminação. Transitar no trecho, à noite, é um enorme perigo. Pelo andar da carruagem, se providências não forem tomadas, o trecho vai tornar-se um excelente lugar... para ladrão !
Piau- (minúsculo mesmo...)peixe escamoso e cheio de espinhas. Muito esperto e difícil de pescar. Boca de “chupa-ovo”; ...Do tupi” pele manchada, logro,embuste,gosta de passar os amigos prá trás “...
IMPEACHEMENT- É quando um jogador recebe a bola, mas, está adiantado dentro da área...
AJUSTE FISCAL – uma coisa sem pé e sem cabeça. Ninguém consegue entender nada...
VEREADOR – Igual buzina de anão. Não serve prá nada...
REFORMA POLÍTICA- Estratégia de despiste. O parlamento trata de questões que a sociedade não cobra mais...
PARTIDO POLÍTICO- Uma associação de caboclos espertos que maneja o “livro da capa preta”.Entidade civil como clube de gafieira de morro...
SOGRA- É igual onça pintada; todo mundo acha bonita, mas, ninguém quer ter em casa...
PT- Partido velhaco, igual pessoa trapaceira; não paga dívidas e gosta de promover arruaças...
TUCANO- Eleitor que gosta de ser iludido por falsas promessas..
PRESIDENCIALISMO DE COALISÃO- Partidos que apoiam o governo em troca de cargos...
PSDB- Partido mágico: some com a merenda escolar, some coma escola, com a água, some com helicóptero, some com processos, inquéritos, some das manchetes de corrupção...
CHUTAR O CHÃO – O mesmo que bater o carro no muro da garagem...
INSTITUTO LULA- Uma central de arrecadação de “cachês” milionários para o ex-Presidente pronunciar “ palestras” pagas por grandes empreiteiras...
FATOR PREVIDENCIÁRIO - Você terá que nascer de novo, contribuir com o INSS por mais 25 anos e aí, entrar com o pedido de aposentadoria...
GOVERNO MUNICIPAL - sintoma de descalabro, falta de planejamento, ordem hierárquica invertida, apadrinhamento, má gestão e incompetência.
ÉTICA – Palavra fora de moda. Sem sentido. Canção “prá boi dormir”...
PETISMO – É a igreja universal da política. O que prometeu, não existe...
CORRUPÇÃO –II – É o rabo lagarto que sempre se recompõe, renasce quando cortado...
DEBATE POLITICO – A coisa mais ultrapassada, “cafona”, que existe...
SANTA CEIA – Aquele quadro antigo pendurado na sala de jantar da vovó...
Se, futuramente, outras “palavras” ou “frases” sintomáticas surgirem, estarei de volta... Obrigado pela paciência de vocês e bom fim de semana


Luiz Gonzaga de Oliveira

A FAMA DO ZÉ GORDO


Seu nome de batismo poucos amigos sabem, mas, se falar “Zé Gordo”, a fazendeirama sabe quem é. “Zé Gordo” trabalhou para quase todos os fazendeiros da região e alhures. Depois de cometer um assassinato lá pros lados da “Melancia”, escondeu-se em fazendas do Mato Grosso (dizem que do coronel Cacildo Arantes e do genro, Mário Palmério...)e, não se soube mais o seu paradeiro. Porém, que deixou história, deixou...
A fama de bom peão sempre o acompanhou. O apelido até que não condizia bem com o moço, apesar de ligeiramente obeso, mas com uma agilidade ímpar. Excelente tirador de leite, vaqueiro de primeira, entendia de tudo na roça. Asseado, corajoso, amansava burro e cavalo bravos com uma valentia de fazer inveja. Tinha uma “vista” espetacular. As cercas que alinhava e mandava construir, eram uma verdadeira linha reta se medida com régua e compasso, tamanha a precisão de um poste ao outro... Asseio era com ele, quintal, casa sede da fazenda, a casinha em que morava com a Maria Rita, estavam sempre tinindo de limpos.
Curral bem tratado era o que mais caprichava. Arreata dos animais sempre em ordem, a vacinação do gado em dia, “Zé Gordo” era o peão que todo fazendeiro queria ter. Além do mais...tinha a Maria Rita, moça mais nova que ele, como a gente fala na roça, era também muito “boa de serviço”. Morena clara, limpa e perfumada, peitinho duro ( não usava sutiã, a danada...),nem alta, nem baixa, corpinho de “violão”, cintura fina, cabelos lisos bem penteados, olhar matreiro, era a cobiça dos patrões.
Na última fazenda que “Zé Gordo” trabalhou , à margem direita da rodovia 050, entre o córrego “Laranjeira” e o “Tejuco”, o dono das terras, conhecido fazendeiro na terrinha, andava de “olho “na mulher do empregado. Aliás, fato muito comum naqueles tempos de 1940 e quebrada...”Virava e mexia”, estava ele a levar uns “presentinhos” pra mulher do vaqueiro...O patrão sabia também que, além de bom empregado, “Zé Gordo”, era melhor na pontaria...Todo mundo sabia que voltara à região, fugido do interior de S.Paulo, onde andou “aprontando”. 
Uma tarde, o fazendeiro, depois de vistoriar o gado e visitar a mulher do “Zé Gordo”, viu, lá no alto do morro, encostado na porteira de entrada da fazenda, a figura forte e robusta do peão. Logo, pensou:- “Pronto!será que ele tá desconfiado?”. Engatou a “primeira” na caminhonete e seja o que Deus quiser...”Zé Gordo”, antes de abrir a porteira, aproximou-se e-“Patrão, tenho um assunto muito sério a tratar com o senhor. Pode ser agora?” O fazendeiro gelo da cabeça aos pés. Arrepiou até os cabelinhos íntimos.
-“Não, Zé, agora não. Tenho um compromisso político na cidade e estou atrasado. Fica pra outro dia”... acelerou a F-100 e “se mandou”. Nem olhou prá traz.
Só depois de uns 3 meses, voltou à fazenda, atendendo as insistentes chamadas do “Zé Gordo”. Afinal , a fazenda era dele...Verdade: foi bem recebido pelo casal, tomou café, comeu biscoito de polvilho feito na hora , esperou “Zé Gordo sair da casa , deu “aquele olhar na empregada”, ligou o carro e viu, lá em cima, na porteira, o peão.-“Hoje não tem jeito. Vou ter que enfrentá-lo”. O revolver à curta distância. “Zé Gordo” aproximou-se pelo lado da direção:-“Patrão, o assunto é sério. Não pode passar de agora? “Sem desculpa, sem encontro político, o fazendeiro só pensou:” seja lá o que Deus quiser”. – Fala, Zé. O que está acontecendo?”
-“Sabe, patrão, o que está acontecendo é grave e o senhor precisa saber. É com relação a Ritinha, minha mulher...”
O fazendeirão tremeu nas bases. Criou coragem e disse:- “Desembucha, homem!” falou bravo.
-“Sabe, patrão, a Ritinha tá traindo nóis dois...vê se pode. O senhor é tão bom”....
Esses episódios acontecem até nos dias atuais...


Luiz Gonzaga de Oliveira

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

A equipe de natação da Associação Esportiva e Cultural de Uberaba.

 Equipe de Natação da Associação Esportiva e Cultural de Uberaba


Ano: 1942


A equipe de Natação da Associação Esportiva e Cultural de Uberaba.
Da esquerda para direita, Hércules, Raimundo Sarkis, Júlio, Cícero, Reynildo Chaves e Vicente.

Foto: Autoria desconhecida



(Acervo pessoal da família Chaves Mendes)

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

ENSAIOS DE CRÍTICA CINEMATOGRÁFICA



                                                DE GUIDO BILHARINHO



Uberaba (livraria Lemos & Cruz, av. Maranhão, 1419) Outras Cidades (pelo e-mail
guidobilharinho@yahoo.com.br, mediante cheque ou vale postal para Caixa Postal 140 - Uberaba,
38001-970 - ou depósito CEF, Ag. 2854, c/c 01000101-2). Valor único: R$ 23,00 o exemplar.
O FILME MUSICAL
(de 2006 - 292 p.)
Análises dos principais musicais do cinema, a
exemplo de O Picolino, Os Sapatinhos Vermelhos,
Sinfonia de Paris, Cantando na Chuva, A Roda da
Fortuna, Cármem Jones, Sete Noivas Para Sete Irmãos,
Cinderela em Paris, Amor, Sublime Amor, Cabaret,
Hair, Fama e Chorus Line, entre outros.


.

O FILME DRAMÁTICO EUROPEU




(de 2010 - 360 p.)






Análises de filmes dos cineastas René Clair, Jean Vigo, Jacques Feyder, Jean Renoir, Alain Resnais,Jacques Tati, Claude Chabrol, De Sica, Rossellini,Bertolucci, Ettore Scola, Carlos Saura, Almodóvar,David Lean, Carol Reed, Fritz Lang, Wim Wenders,Karel Reisz, Cacoyannis, Carl Dreyer, Lars Von Trier,Max Ophuls, Andrzej Wajda, Costa Gravas e outros.




O CINEMA DE BUÑUEL,


KUROSAWA E VISCONTI

(de 2013 - 292 p.)


Apresentação e análise das filmografias desses cineastas desde os filmes iniciais surrealistas de Buñuel, realistas de Kurosawa e neorrealistas de Visconti.
               

Uberaba (livraria Lemos & Cruz, av. Maranhão, 1419) Outras Cidades (pelo e-mail
guidobilharinho@yahoo.com.br, mediante cheque ou vale postal para Caixa Postal 140 - Uberaba,
38001-970 - ou depósito CEF, Ag. 2854, c/c 01000101-2). Valor único: R$ 23,00 o exemplar.

Trilogia Sobre Uberaba



Guido Bilharinho

Trilogia Sobre Uberaba



CURSO DE FORMAÇÃO DE LEITORES E ESCRITORES DE NARRATIVAS CURTAS



Biblioteca Pública Municipal Bernardo Guimarães - Foto:Enerson Cleiton


Escritor, jornalista, editor, tradutor e orientador de laboratórios
de ficção e não ficção em São Paulo

Dias 30/01 a 03/02/17

(18h30 às 21h30)

Cinco aulas de três horas cada

Biblioteca Municipal de Uberaba

Informações e Contato

    Acesse em:   https://www.catarse.me/laboratorio_de_escrita_contos_para_o_proximo_milenio_com_ronaldo_bressane_em_uberaba_mg_1678?ref=facebook&utm_source=facebook.com&utm_medium=social&utm_campaign=project_share_insights

Primeiros Filmes de Júlio Bressane



CARA A CARA


O Tudo e o Nada

                                                                                                                          Guido Bilharinho






Quando Júlio Bressane (Rio de Janeiro/RJ, 1946-) - um dos mais importantes cineastas do mundo contemporâneo - estreia no longa-metragem com Cara a Cara (1967), a estética cinemanovista está praticamente exaurida, sobrevivendo, ainda, em espécimes realizados apenas pelos seus prógronos, em tentativa de correspondência com a nova realidade objetiva e subjetiva emergente, antagonizadora das bases teóricas e políticas fundadoras do cinema novo.
         As novas gerações jazem política, social e culturalmente sufocadas e alijadas de toda possibilidade de interferência e influência no contexto.
         Cara a Cara emerge, pois, num momento de interseção, no qual a liberdade e os ideais do passado recente, sepultado pelo golpe militar de 1º de abril de 1964 - dito de 31 de março - ainda lutam por espaço de ação e atuação, que lhe seria total e provisoriamente (por alguns anos) interditado. Dos escombros dessa liberdade e desses ideais, momentaneamente reprimidos, origina atitude de impotência, desânimo e até desespero.
         Cara a Cara é considerado filme transicional entre o cinema novo e o cinema marginal que a partir daí se instaura. E o é por conter em si, em amalgamada síntese, a bipolaridade estético-política do cinema brasileiro de então.
         No paralelismo das duas estórias nele desenvolvidas encontra-se a simultânea convivência espaço-temporal do nada com o tudo.
         O protagonista, dilacerado entre desejo inalcançável e existência anônima afogada em rotina, tristeza, miséria e falta de perspectivas, pode muito bem representar a impotência política e social dos segmentos sociais antes impulsivos, esperançosos e dinâmicos, mas, à época, presos de idêntica sintomatologia.
         Em contraste, situa-se o político articulado, elegante, determinado e... inescrupuloso, significando o predomínio e a capacidade de ação e coordenação dos grupos dominantes antes acuados e temerosos.
         O filme reúne e põe lado a lado, pois, as duas faces da mesma moeda brasileira no momento que passa, isto é, na oportunidade de sua própria realização.
         Por ambos os aspectos humano-sociais e políticos abordados traduz visão haurida do cinema novo, que, então, por sinal, lança alguns de seus filmes onde mais diretamente focaliza a atuação dos grupos dominantes em contraposição à ação (ou inação) das classes sociais dominadas.
         Assim, sob tais enfoques, constitui revelação denunciadora das manobras e propósitos dos primeiros e amostragem das condições de vida de elemento símbolo das segundas, formalizando crítica da situação do país.
         Contudo, e isso o distingue e o eleva acima da média, mesmo sendo filme de estreante, não a faz direta, parcial e primariamente. Basta-lhe, a Bressane, recriar os ambientes físico-sociais onde vivem e agem as personagens e, mais importante, o modo de ser de suas duas figuras emblemáticas: o servidor público e o político.
         A disparidade visual, social e cultural que estabelece entre esses mundos torna-se mais profunda e grave por sua proximidade física, mesmo e até por isso, não se tocando, não se encontrando nem, muito menos, se comunicando.
         Essas contiguidade e contemporaneidade ampliam e exacerbam o distanciamento abismal que os separa e aparta.
         Nada mais apropriado para fixar esse antagonismo irremediável do que a impossibilidade de realização do mais orgânico dos impulsos, o sexual.
         O contato desses dois mundos antípodas dá-se por meio do maior dos desencontros possíveis, quando as forças paroxísticas que às vezes governam o ser humano, por emergidas inopinadamente do fundo recalque de sua natureza e dos elementos que a compõem e a conformam, entram em insopitável ebulição, desencadeando o caos, o crime, a violência.
         O abismo entre essas classes, entre as benesses e possibilidades que aureolam uma e as agruras, carências e impossibilidades que manietam, confinam e sufocam outra, é, então, transposto, mesmo sendo verticalmente profundo e horizontalmente amplo.
         No choque daí resultante igualam-se os desiguais, porque, só aí e então, põe lado a lado o que seus representantes realmente são: simples seres humanos.
         Todas as barreiras caem face à tragédia humana, a mais violenta e radical, que, de uma vez por todas e em definitivo, sela a desigualdade, deflagrando o ódio.
         Tal encaminhamento e desfecho da trama poderia, no entanto, constituir e desaguar em mero e espúrio dramalhão, como inúmeros que infestam telas, livros e palcos, ofendendo a inteligência.
         No entanto, no caso, mercê de concepção e propósito conjugados com seguro domínio dos meios expressionais do cinema, tem-se depurado, parcimonioso e adequado tratamento temático e formal, que redunda contido e equilibrado. O uso sofisticado da imagem e das possibilidades dos movimentos e enquadramentos da câmera aliado à seleção rigorosa e criteriosa dos décors de interiores e de locações e aspectos dos exteriores resultam, por sua vez, em construção fílmica de rara beleza imagética num filme de requintada elaboração estética sob a simplicidade de seu aparato infraestrutural.

(do livro Seis Cineastas Brasileiros. Uberaba,
Instituto Triangulino de Cultura, 2012)

(Leia na página Obras-Primas do Cinema Brasileiro
toda segunda-feira novo artigo -

                  

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Guido Bilharinho é advogado atuante em Uberaba, editor da revista internacional de poesia Dimensão de 1980 a 2000 e autor de livros de Literatura (poesia, ficção e crítica literária), Cinema (história e crítica), História (do Brasil e regional).


quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

História da Sociedade Rural do Triângulo Mineiro - Uberaba

Sociedade Rural de Uberaba

Sociedade Rural de Uberaba


                                                                        Década: 1960                                                                      



Foto: Autoria desconhecida


Em 18.06.1928 foi fundada, em Uberaba, a sociedade rural do Triângulo Mineiro. Três décadas depois, no governo do Marechal Castelo Branco foi promulgada uma lei que determinava a transformação das Associações em Sindicatos. As que não se adequassem estariam automaticamente extintas. Por isso em 25 de março de 1967 decidiu-se pela criação da Associação Brasileira de Gado Zebu e do Sindicato Rural de Uberaba. A ABCZ seria responsável pelo registro de gado e o Sindicato como entidade autônoma foi constituído para fins de coordenação, proteção e representação legal de sua categoria econômica com intuito de colaborar com os poderes públicos. Começava ali a verdadeira história do Sindicato Rural de Uberaba.
Sua primeira diretoria eleita em 68 era a mesma da ABCZ e tinha como presidente o saudoso Edílson Lamartine Mendes. Embora tivessem os mesmos diretores e funcionassem no mesmo prédio as entidades tinham ramos de atividades distintas. O Sindicato Rural veio para atender produtores que não eram criadores de Zebu. Ao todo eram 514 associados. Depois de Edílson Lamartine Mendes ocuparam a presidência do Sindicato nesses 37 anos: Randolfo de Melo Rezende, Joaquim Prata dos Santos, Hildo Totti, Ataíde Fatureto, Antonio José Loureiro Borges e Rivaldo Machado Borges Junior.
Lideranças que fizeram da melhoria das condições de trabalho para o produtor rural seu objetivo maior e da representatividade política da classe uma grande conquista.Homens que não pouparam esforços para que Uberaba continuasse desenvolvendo e se tornasse hoje referência no agronegócio brasileiro. Em 2005 a entidade se transformou em Sindicato dos Produtores Rurais de Uberaba. Hoje com 2540 associados presta serviços de contabilidade,serviços de nota fiscal,assessoria veterinária e assessoria jurídica.
A solidificação da representatividade da entidade faz com que o Sindicato dos Produtores Rurais de Uberaba participe das principais decisões políticas do setor em âmbito nacional,estadual e local. A parceria com o poder público municipal,a participação na diretoria da Faemg, o acesso ao Governo Federal.


1º DIRETORIA DO SINDICATO RURAL DE UBERABA - 18 DE MAIO DE 1968.



PRESIDENTE

DR. EDILSON LAMARTINE MENDES


  
DIRETORIA SUPLENTE

DR. Rui Barbosa de Souza

Afrânio Machado Borges

Ângelo André Fernandes

Dr. Luiz Roberto Fortes Furtado

Mardônio Prata dos Santos

Mário Cruvinel Borges

Joaquim Prata dos Santos

Domingos Alves Gomes

Laerte Rodrigues Borges

José Peres de Lima

Dr. José de Assis Batista

Dr. Silvio Roberto Santos Prata

Domingos Dário Marino




CONSELHO FISCAL


Josias Ferreira Sobrinho

Saturninoleie Barbosa

Randolpho De Mello Resende

Cássio Ulhôa Resende

José Jorge Penna Júnior

Amadeu Luiz da Costa




DELEGADOS REPRESENTANTES


Dr. Adherbal Castilho Coelho

Dr. Arnaldo Rosa Prata

Dr. Randolfo Borges Júnior

Hildo Totti

Sílvio de Castro Cunha

Dr. Noel de Souza Sampaio


Fonte: Sociedade Rural do Triângulo Mineiro


terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Centro Educacional e Desportivo de Judô Oriente - Uberaba

A primeira equipe Feminina de Judô

Judô Oriente – 1971



Centro Educacional e Desportivo de Judô Oriente - Uberaba - Minas Gerais.

A primeira equipe Feminina de Judô.

Foto: Autoria desconhecida

Professores Tranquilo Baliana e Sansão

R. Gov. Valadares, 486 - Fabrício, Uberaba - MG, 38065-065
Telefone: (34) 3333-4231

(Acervo pessoal de Tranquilo Baliana)

Equipe de ciclismo de Uberaba

Equipe de ciclismo


Década: 1950



Equipe de ciclismo, de Uberaba, está se preparando para largada.


Foto: Autoria desconhecida


(Acervo pessoal de Raimundo Sarkis)



Time Palestrinha Diocesano - Uberaba

Time Palestrinha Diocesano

Ano:1949


Time Palestrinha Diocesano.


Foto: Autoria desconhecida


(Acervo pessoal de Raimundo Sarkis)

Troféu Raimundo Sarkis - 2016 - Uberaba

Raimundo Sarkis e Luís Alberto Medina.


Raimundo Sarkis e Luís Alberto Medina, Presidente da Funel.


Foto: Autoria desconhecida


(Acervo pessoal de Raimundo Sarkis)                    

Imagens do interior do Cemitério São João Batista em Uberaba

 Interior do Cemitério São João Batista


Década de 1980


Imagens do interior do Cemitério São João Batista em Uberaba.

Foto: Autoria desconhecida

Fonte: Arquivo Público de Uberaba.

Portão do Cemitério São João Batista em Uberaba

 Cemitério São João Batista
Década de 1980


Imagem principal do Portão do Cemitério São João Batista em Uberaba.


Foto: Autoria desconhecida


Acervo do Arquivo Público de Uberaba.




Capela do Cemitério São João Batista em Uberaba

Capela do Cemitério São João Batista



Década de 1980


Imagem externa da Capela do Cemitério São João Batista em Uberaba.



Foto: Autoria desconhecida



Acervo do Arquivo Público de Uberaba.

Troféu Raimundo Sarkis - Uberaba

Troféu Raimundo Sarkis - 2016



Troféu Raimundo Sarkis - 2016

Raimundo Sarkis e o professor Alexandre Almeida, da Aquática.

Foto: Autoria desconhecida

(Acervo pessoal de Raimundo Sarkis)