quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

IMPERATRIZ X FAZENDEIROS - Final


A controvérsia em que estão envolvidos carnavalescos da “Imperatriz Leopoldinense”, do Rio de Janeiro e fazendeiros de todo o Brasil, liderados pela ABCZ de Uberaba, rende alguns contornos e merece alongar um pouquinho em comentário. O tema da escola carioca” Xingu- o clamor que vem da floresta”, mostra uma realidade brasileira. Não é segredo, embora a grande imprensa brasileira, “finge não ver, nem ouvir e muito menos registrar nas lentes da TV”, que a região amazônica prolifera uma quantidade absurda de pastores dito evangélicos americanos que, além de doutrinar os nossos silvícolas à sua religião, não escondem seu principal “trabalho”: pesquisar, extrair e roubar as riquezas da Amazônia. A extração do ouro, prata e outros riquíssimos minerais que vão enriquecer os projetos espaciais do governo americano. A devastação da nossa flora verdejante de plantas medicinais, a fauna fantástica exportada para os EE.UU., é de estarrecer e corar a face do mais humilde brasileiro !
Os nossos governos desde antanho, tem total conhecimento do “assalto” perpetrado que eles estão praticando no nosso solo rico (sem trocadilho...). Não se sabe se por incompetência, desleixo, descaso, falta de material humano à vigiar nossas terras férteis, ou se trata da covarde conveniência e anuência, assistindo os “gringos” dilapidar a riqueza da selva amazônica. Já tem anos e anos que esse crime vem sendo cometido! Muita tristeza!
Os índios, além do seu próprio dialeto, quase nada mais pratica suas crenças. Insuflados, instruídos e ensinados por pastores evangélicos que infestam a região, falam mais o idioma inglês que a nossa língua pátria, o português! Pasmem! É a mais límpida e cristalina verdade! O governo assiste a esse descalabro passivamente. Prá não dizer covarde!
Se providências sérias não forem tomadas, em poucos anos, a Amazônia não será mais brasileira, tal o desinteresse que o Governo Central não encara o problema de soberania nacional.
Confesso que não tive a curiosidade em saber se o carnavalesco da “Imperatriz”, alonga o seu enredo focado nesse ângulo. Desconheço a “cultura ambiental” do autor. Por outro lado, digo-lhes que conheço um pouco do que representa a agricultura e pecuária para o desenvolvimento do Brasil. Principalmente na nossa região, quando há mais d e século, intrépidos, valentes e corajosos fazendeiros , sem conhecer os caminhos inóspitos e mil obstáculos , singraram mares nunca antes navegados e foram às Índias , à busca de uma raça de zebu, compatível com o clima e pastagem da região. A saga transformou em potência, a pecuária brasileira e fez de Uberaba, “ a capital mundial do zebu”!
O tempo urge. A modernidade chegou. Escassearam-se nossas lideranças. Esvaziou-se o outrora” templo do zebu”. A TI (tecnologia de informação)é, hoje, a dona do mundo. A seriedade dos negócios tornou-se enigmática. A malfadada “lavagem de dinheiro”, faz-se presente na área... O “boi de cupim”, o nelore de tonelada de peso, o gado leiteiro, mudaram de dono e de pasto...
Por aqui o que se vê são canaviais. À direita, à esquerda, à frente, lá atrás, aqueles rebanhos de “gado branco” de outrora, não mais pastam no “pedaço”. Tomaram o seu lugar...
Quem sabe o alerta dos carnavalescos, pode mudar a atuação dos donos do campo. Quem sabe, a cidade e região, podem unir-se, classes produtoras deixar de ser estanques e associarem-se visando uma nova região, uma Uberaba forte, coesa, revitalizada !
Afinal, samba-enredo dura somente uma noite. Depois, a quarta-feira... é de cinzas !
Perdoem-me, uma vez mais, pelo extenso texto.



Luiz Gonzaga de Oliveira