Mostrando postagens com marcador Uberaba. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Uberaba. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Primeiros Filmes de Júlio Bressane



CARA A CARA


O Tudo e o Nada

                                                                                                                          Guido Bilharinho






Quando Júlio Bressane (Rio de Janeiro/RJ, 1946-) - um dos mais importantes cineastas do mundo contemporâneo - estreia no longa-metragem com Cara a Cara (1967), a estética cinemanovista está praticamente exaurida, sobrevivendo, ainda, em espécimes realizados apenas pelos seus prógronos, em tentativa de correspondência com a nova realidade objetiva e subjetiva emergente, antagonizadora das bases teóricas e políticas fundadoras do cinema novo.
         As novas gerações jazem política, social e culturalmente sufocadas e alijadas de toda possibilidade de interferência e influência no contexto.
         Cara a Cara emerge, pois, num momento de interseção, no qual a liberdade e os ideais do passado recente, sepultado pelo golpe militar de 1º de abril de 1964 - dito de 31 de março - ainda lutam por espaço de ação e atuação, que lhe seria total e provisoriamente (por alguns anos) interditado. Dos escombros dessa liberdade e desses ideais, momentaneamente reprimidos, origina atitude de impotência, desânimo e até desespero.
         Cara a Cara é considerado filme transicional entre o cinema novo e o cinema marginal que a partir daí se instaura. E o é por conter em si, em amalgamada síntese, a bipolaridade estético-política do cinema brasileiro de então.
         No paralelismo das duas estórias nele desenvolvidas encontra-se a simultânea convivência espaço-temporal do nada com o tudo.
         O protagonista, dilacerado entre desejo inalcançável e existência anônima afogada em rotina, tristeza, miséria e falta de perspectivas, pode muito bem representar a impotência política e social dos segmentos sociais antes impulsivos, esperançosos e dinâmicos, mas, à época, presos de idêntica sintomatologia.
         Em contraste, situa-se o político articulado, elegante, determinado e... inescrupuloso, significando o predomínio e a capacidade de ação e coordenação dos grupos dominantes antes acuados e temerosos.
         O filme reúne e põe lado a lado, pois, as duas faces da mesma moeda brasileira no momento que passa, isto é, na oportunidade de sua própria realização.
         Por ambos os aspectos humano-sociais e políticos abordados traduz visão haurida do cinema novo, que, então, por sinal, lança alguns de seus filmes onde mais diretamente focaliza a atuação dos grupos dominantes em contraposição à ação (ou inação) das classes sociais dominadas.
         Assim, sob tais enfoques, constitui revelação denunciadora das manobras e propósitos dos primeiros e amostragem das condições de vida de elemento símbolo das segundas, formalizando crítica da situação do país.
         Contudo, e isso o distingue e o eleva acima da média, mesmo sendo filme de estreante, não a faz direta, parcial e primariamente. Basta-lhe, a Bressane, recriar os ambientes físico-sociais onde vivem e agem as personagens e, mais importante, o modo de ser de suas duas figuras emblemáticas: o servidor público e o político.
         A disparidade visual, social e cultural que estabelece entre esses mundos torna-se mais profunda e grave por sua proximidade física, mesmo e até por isso, não se tocando, não se encontrando nem, muito menos, se comunicando.
         Essas contiguidade e contemporaneidade ampliam e exacerbam o distanciamento abismal que os separa e aparta.
         Nada mais apropriado para fixar esse antagonismo irremediável do que a impossibilidade de realização do mais orgânico dos impulsos, o sexual.
         O contato desses dois mundos antípodas dá-se por meio do maior dos desencontros possíveis, quando as forças paroxísticas que às vezes governam o ser humano, por emergidas inopinadamente do fundo recalque de sua natureza e dos elementos que a compõem e a conformam, entram em insopitável ebulição, desencadeando o caos, o crime, a violência.
         O abismo entre essas classes, entre as benesses e possibilidades que aureolam uma e as agruras, carências e impossibilidades que manietam, confinam e sufocam outra, é, então, transposto, mesmo sendo verticalmente profundo e horizontalmente amplo.
         No choque daí resultante igualam-se os desiguais, porque, só aí e então, põe lado a lado o que seus representantes realmente são: simples seres humanos.
         Todas as barreiras caem face à tragédia humana, a mais violenta e radical, que, de uma vez por todas e em definitivo, sela a desigualdade, deflagrando o ódio.
         Tal encaminhamento e desfecho da trama poderia, no entanto, constituir e desaguar em mero e espúrio dramalhão, como inúmeros que infestam telas, livros e palcos, ofendendo a inteligência.
         No entanto, no caso, mercê de concepção e propósito conjugados com seguro domínio dos meios expressionais do cinema, tem-se depurado, parcimonioso e adequado tratamento temático e formal, que redunda contido e equilibrado. O uso sofisticado da imagem e das possibilidades dos movimentos e enquadramentos da câmera aliado à seleção rigorosa e criteriosa dos décors de interiores e de locações e aspectos dos exteriores resultam, por sua vez, em construção fílmica de rara beleza imagética num filme de requintada elaboração estética sob a simplicidade de seu aparato infraestrutural.

(do livro Seis Cineastas Brasileiros. Uberaba,
Instituto Triangulino de Cultura, 2012)

(Leia na página Obras-Primas do Cinema Brasileiro
toda segunda-feira novo artigo -

                  

______________

Guido Bilharinho é advogado atuante em Uberaba, editor da revista internacional de poesia Dimensão de 1980 a 2000 e autor de livros de Literatura (poesia, ficção e crítica literária), Cinema (história e crítica), História (do Brasil e regional).


terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Troféu Raimundo Sarkis - 2016 - Uberaba

Raimundo Sarkis e Luís Alberto Medina.


Raimundo Sarkis e Luís Alberto Medina, Presidente da Funel.


Foto: Autoria desconhecida


(Acervo pessoal de Raimundo Sarkis)                    

Imagens do interior do Cemitério São João Batista em Uberaba

 Interior do Cemitério São João Batista


Década de 1980


Imagens do interior do Cemitério São João Batista em Uberaba.

Foto: Autoria desconhecida

Fonte: Arquivo Público de Uberaba.

Portão do Cemitério São João Batista em Uberaba

 Cemitério São João Batista
Década de 1980


Imagem principal do Portão do Cemitério São João Batista em Uberaba.


Foto: Autoria desconhecida


Acervo do Arquivo Público de Uberaba.




Capela do Cemitério São João Batista em Uberaba

Capela do Cemitério São João Batista



Década de 1980


Imagem externa da Capela do Cemitério São João Batista em Uberaba.



Foto: Autoria desconhecida



Acervo do Arquivo Público de Uberaba.

Troféu Raimundo Sarkis - Uberaba

Troféu Raimundo Sarkis - 2016



Troféu Raimundo Sarkis - 2016

Raimundo Sarkis e o professor Alexandre Almeida, da Aquática.

Foto: Autoria desconhecida

(Acervo pessoal de Raimundo Sarkis)

Troféu Raimundo Sarkis - 2016 - Uberaba

Troféu Raimundo Sarkis - 2016 


Raimundo Sarkis premiando o atleta Agenor, de Araguari 

Foto: Autoria desconhecida 

(Acervo pessoal de Raimundo Sarkis) 

Associação Esportiva e Cultural de Uberaba


Associação Esportiva e Cultural de Uberaba




Associação Esportiva e Cultural de Uberaba – Orcival e Ciro Mota (de costas) e demais autoridades aguardando o início da natação.

Foto: Autoria desconhecida

(Acervo pessoal de Raimundo Sarkis)

Mercena Futebol Clube - Uberaba

Mercena Futebol Clube


Mercena Futebol Clube

Foto:Autoria desconhecida

(Acervo pessoal de Raimundo Sarkis)

Palestrinha do Diocesano - Uberaba

Palestrinha do Diocesano.

Data: 1943


Palestrinha do Diocesano


Foto: Ângelo Prieto


(Acervo pessoal de Raimundo Sarkis)

Time de Vôlei da Associação Esportiva e Cultural de Uberaba.

Time de Vôlei da Associação Esportiva e Cultural de Uberaba.

Data provável 1948 



Time de Vôlei da Associação Esportiva e Cultural de Uberaba.


Em pé:Aldo,Haroldo,Sarkis,Dorival Cicci.


Agachado: Nunão,Pascoal Valença


Foto: Autoria desconhecida

(Acervo pessoal de Raimundo Sarkis)

Sensei Hikio Okotozowa e Tranquilo Baliana

Sensei Hikio Okotozowa e Tranquilo Baliana



 Nesta foto aparece, Sensei Hikio Okotozowa e Tranquilo Baliana,em 1968.Quando Tranquilo Baliana foi o primeiro campeão mineiro de judô juvenil de Uberaba, e também considerado o atleta mais técnico deste campeonato.

                      
Foto: Autoria desconhecida

(Acervo pessoa de Tranquilo Baliana)                
    

O Jornal Lavoura e Comércio

  Fachada do jornal Lavoura & Comércio.


Da historiadora e superintendente do Arquivo Público de Uberaba, Marta Zednik de Casanova, recebi o release que apresento a seguir:

“O Jornal Lavoura e Comércio foi fundado em 1899. A última edição do Jornal circulou em 23 de outubro de 2003, quando teve seu imóvel lacrado em virtude de falência da empresa. A coleção é composta de 227 volumes (27.550 edições) e 900 mil fotografias. O jornal é centenário e de grande valor histórico para Uberaba e região. É considerado o jornal mais antigo de Minas Gerais e o terceiro mais antigo do Brasil. Em 26 de novembro de 2013 o Prefeito de Uberaba Paulo Piau, sensível às questões culturais e sociais viabilizou o arremate do acervo jornalístico e fotográfico no valor de R$ 180.000,00 (cento e oitenta mil reais). Isso significa uma grande conquista para Uberaba e região. A Superintendência de Arquivo Público receberá o acervo procedendo ao seu restauro e a digitalização e disponibilizando-o para consulta aos historiadores, pesquisadores, instituições de ensino e comunidade uberabense, fortalecendo assim o direito pleno à cidadania no que se refere à Lei de Acesso a Informação”. Posso dizer, sem medo de errar, que essa foi melhor notícia cultural sobre Uberaba que recebi no ano de 2013 até aqui.

Lembro-me da tristeza que abateu sobre os filhos de Uberaba aqui residentes ou alhures quando no dia 23/10/2003 cerraram as portas daquele matutino nascido a 06/07/1899. Mário Prata, nosso conterrâneo e colunista do Estadão, me fez ir às lágrimas com a crônica “Fecharam o Lavoura e Comércio”, que para mim foi um epitáfio.

Lembro-me também da reunião promovida pelo Fórum Permanente dos Articulistas de Uberaba e Região nas dependências do Lavoura e Comércio no dia 08/04/2005, com o intuito de reerguê-lo. Ali assinamos um manifesto nos seguintes termos: 1º-“As edições existentes em arquivo, representam e encerram inapagável passado histórico, cuja preservação cabe a todos nós. Para tanto, conclamamos nossas autoridades a voltarem suas atenções ao ACERVO que ora visitamos, reconhecendo com isso o importante papel desempenhado pelo jornal LAVOURA E COMÉRCIO na vida nacional”. Infelizmente não fomos ouvidos pelas autoridades  da época, cujos nomes estão na história como omissas.

Hoje vemos o resgate do jornal em benefício da cultura que, me permitam dizer, é como se eu estivesse desmemoriado e encontrasse o remédio capaz me devolver a memória.

Aos que lutaram para ver de volta o arquivo histórico do nosso Lavoura e Comércio; e aos que cruzaram os braços também, nada mais pertinente do que lhes dedicar a trova do jornalista Quintiliano Jardim: “Do mundo nada se leva / Além do bem que se faz / Riqueza, orgulho e vaidade / Tudo fica para trás”.  


João Eurípedes Sabino  

Fachada do jornal Lavoura & Comércio - Uberaba

  

Fachada do jornal Lavoura e Comércio. Foto: Ricardo Prieto

O jornal Lavoura e Comércio foi um jornal brasileiro, fundado em 6 de julho de 1899 que circulou ininterruptamente até 27 de outubro de 2003.


=============================





Cidade de Uberaba                                                                                                

domingo, 22 de janeiro de 2017

Fotógrafo Nau Mendes e o jogador Tostão no vestiário do Estádio Municipal Engenheiro João Guido

Nau Mendes e o jogador Tostão


Fotógrafo Nau Mendes e o jogador Tostão no campo do Estádio Municipal Engenheiro João Guido, mais conhecido como Uberabão. Tostão fez sua última partida oficial pelo Cruzeiro contra o Nacional de Uberaba, nesta cidade, em abril de 1972.


(Acervo pessoal da família Chaves Mendes)

quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

DR. INÁCIO FERREIRA DE OLIVEIRA

Dr. Inácio Ferreira de Oliveira

Dr. Inácio Ferreira de Oliveira nasceu em Uberaba em 1904, filho do Sr. Jacinto Ferreira de Oliveira, antigo pecuarista, e da Sra. Maria Lucas de Oliveira.

Foi casado com a Sra. Aparecida Valicenti Ferreira.

Formado médico psiquiatra pela Faculdade de Medicina da Universidade do Brasil, no Rio de Janeiro, atual UFRJ, exerceu com dedicação e desprendimento, o cargo de Diretor Clínico do Sanatório Espírita de Uberaba, desde a sua inauguração em 1933. 

Com desprendimento e altruísmo aceitou o convite embora declarasse não ser espírita e sim materialista.

Ao longo do seu primeiro ano de trabalho no Sanatório, Inácio Ferreira recorreu apenas aos recursos oferecidos pela medicina oficial para o diagnóstico e tratamento dos transtornos mentais.

A proposta espírita para o desencadeamento da loucura e seu tratamento não era utilizada pelo médico no tratamento dos doentes. Restringia-se apenas a observar e investigar os trabalhos mediúnicos de desobsessão realizados pela principal médium do Sanatório e uma das suas idealizadoras, Maria Modesta Cravo, carinhosamente chamada de Dona Modesta.

Após um ano de observação e pesquisa sobre as tarefas mediúnicas desenvolvidas no hospital, Dr. Inácio relatou estar convencido da teoria espírita proposta para a explicação, diagnóstico e tratamento dos transtornos mentais.

Declarou-se adepto do espiritismo e foi provavelmente o primeiro médico a institucionalizar as idéias de tratamento para a loucura propostas pelo médico espírita Dr. Bezerra de Menezes ( 1831/1900 ).

A partir deste momento até o seu falecimento em 1988, procurou realizar um tratamento psiquiátrico convencional mesclado à terapia espírita e reuniões de desobsessão.

Dos livros que escreveu, seis lidam diretamente com a questão da medicina e suas relações com o espiritismo: “Tens Razão” (1942) dedicado exclusivamente para combater as acusações médicas de ser o espiritismo um agente desencadeador da loucura, “Novos Rumos à Medicina I e II” (1945-1948), onde discute e exemplifica com muitos relatos de casos clínicos a proposta espírita de tratamento para a loucura, “Espiritismo e Medicina” (1941), “Psiquiatria em face da Reencarnação” (1940) e “Peregrinos da Vida” (1982).

A principal tese defendida pelo autor é que a medicina se condenou a uma enorme restrição investigativa e terapêutica ao se negar a estudar o fator espiritual nos transtornos mentais.

Apontou várias causas que poderiam ter gerado tal resistência: o dogmatismo materialista e o autoritarismo dos meios acadêmicos, presos ao magister dixit, interesses pessoais (religiosos ou financeiros), má fé e ignorância dos preceitos espíritas.

Apesar de elogiar os esforços dos psiquiatras ao longo dos anos, enfatizou a frustração na busca das etiologias e a ineficácia em grande parte dos casos tratados.

Procedimento em que um espírito desencarnado que estaria prejudicando alguém, causando-lhe sintomas, se manifesta em reuniões mediúnicas onde é aconselhado, segundo diretrizes cristãs de conduta, a abandonar sua ação maléfica sobre o paciente (Kardec, 1868).

O espiritismo, ao lado dos fatores sociais e biológicos, seria uma ferramenta imprescindível para que a psiquiatria pudesse dar um salto qualitativo, ajudando-a a melhor compreender e tratar os transtornos mentais. Aos que respondiam com ironia a esta afirmação, Ferreira relatava que suas observações eram baseadas em :

(…) “noites e dias de sacrifícios, longas horas consagradas às pesquisas e às investigações. Lembrarem-se de que elas partem de um médico cônscio das suas responsabilidades e que só resolveu publicá-las, após milhares de provas com milhares de resultados!”.

Inácio Ferreira relata inúmeros casos de pacientes tratados pela via espírita. Argumentava que o alto índice de curas obtidas, apesar de uma grande restrição de recursos, era uma das evidências a favor da teoria espírita.

Segundo um relatório com as atividades de 1934 a 1944 do Sanatório de Uberaba, 1352 pacientes deram entrada, 554 (41%) saíram curados, 210 (16%) melhorados, 163 (12%) transferidos, 341 (25%) foram retirados e 51 (4%) evoluíram para óbito.

Neste período, 423 casos foram catalogados como obsessão, sendo esta a classe diagnóstica que permitia maior percentual de cura.

Cumpre ressaltar que Kardec, Bezerra de Menezes e Inácio Ferreira escreveram suas obras numa época em que as terapias medicamentosas eram praticamente inexistentes ou pouco eficazes.

Ou seja, as obras sobre terapia espírita publicadas por estes autores foram escritas antes da chamada “revolução psicofarmacológica”, que causou muitas mudanças na prática psiquiátrica a partir da metade do século XX.

Mas o autor não negava as causas materiais, pelo contrário, dizia que “mais da metade dos pacientes encaminhados ao Sanatório, como obsediados, nada mais eram do que portadores de doenças orgânicas ou funcionais, mas de âmbito médico”.

O tratamento médico-espiritual realizado no Sanatório pelo Dr. Inácio Ferreira, bem como os as suas publicações ultrapassaram as fronteiras do movimento espírita brasileiro, alcançando a imprensa, a população leiga e pesquisadores de diversos países.

Tanto Dr. Inácio Ferreira como Dr.Bezerra de Menezes fizeram relatos de muitos casos de “curas espetaculares” obtidas através da terapia espírita.

No entanto, muito do rigor metodológico apresentado pelos ensaios clínicos atuais não existia naquele período.

Com a colaboração de Da. Modesta, do generoso filantropo Sr. Abdon Alonso y Alonso e jovens integrantes da União da Mocidade Espírita de Uberaba, Dr. Inácio Ferreira concretizou em apenas 02 anos ( 1947 / 49 ) a sua ideia-inspiração de construir o Lar Espírita – instituição para abrigar e educar meninas desvalidas. O terreno foi comprado e doado a essa instituição por Dr. Inácio.

No final da sua vida, Dr. Inácio recebeu diversas e merecidas homenagens.

Em 1979, a Associação Médica de Minas Gerais conferiu-lhe um título pelos seus 50 anos de trabalho na medicina. Em 1987, a Sociedade de Medicina e Cirurgia de Uberaba e a Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro homenagearam o médico pelo trabalho desenvolvido na cidade. Inácio Ferreira também foi um membro ativo da maçonaria, recebendo diversos títulos desta instituição.

Dr. Inácio contribuiu de modo significativo para a institucionalização das práticas e representações propostas pelo espiritismo para o diagnóstico e tratamento dos transtornos mentais (influência dos espíritos e reencarnação). Além de ser o principal disseminador desses princípios tanto no Brasil como no exterior.

Fonte – Sanatório Espirita de Uberaba

Fanpage: https://www.facebook.com/UberabaemFotos/

Instagram: instagram.com/uberaba_em_fotos

Cidade de Uberaba

INAUGURAÇÃO DO BAIRRO ALFREDO FREIRE - UBERABA

Inauguração do Bairro Alfredo Freire

Inauguração do Bairro Alfredo Freire – com a presença de várias autoridades.

O bairro Alfredo Freire se localiza ao norte, ao lado do Distrito Industrial. Está interligado a vários bairros vizinhos, como Murumbi, Pacaembu, Beija-Flor, Jardim Uberaba, Tutunas, e vários outros. O acesso ao conjunto se dá pela rodovia BR050, km 169,40, no sentido Uberlândia - Uberaba.

O Alfredo Freire começou a ser construído por volta de 1979-1980, com a invasão de pessoas desabrigadas. Assim, cada vez mais pessoas foram optando por morar neste bairro, mesmo sendo parte de uma fazenda particular. Logo depois o dono dessas terras, o senhor José Alberto Rodrigues da Cunha, resolveu lotear suas terras para essas pessoas. As chaves das casas foram entregues dia 21 de outubro de 1981. Assim surgiu o bairro Alfredo – Freire.

O bairro foi construído para ter residências populares para trabalhadores das fábricas ao redor desse local.

Esse nome foi dado ao bairro por causa de um senhor chamado Alfredo Freire, que nasceu em Portugal e veio morar no Brasil, na cidade de Uberaba.Seu filho, Alfredo Freire Junior, era um engenheiro que foi responsável pelas obras do bairro, ele deu esse nome ao bairro em homenagem ao pai.

O bairro foi construído com 1123 casas populares, um escritório da COAB (Companhia que faz o gerenciamento das casas-onde atualmente não está localizado mais no bairro) e um posto policial (que atualmente não existe mais). Não havia comércio e tinha pouca infra-estrutura. O bairro também tinha mau cheiro por ser construído ao lado de indústrias que fazem processamentos de madeira e por causas de outras indústrias. Mas atualmente esses problemas não ocorrem mais no bairro, para não prejudicar a saúde dos moradores e prejudicar o meio ambiente.

Mais os moradores ainda lutam para diminuir os barulhos das fábricas e para acabar com o descontrole e a falta de respeito das empresas para com os moradores.

Seis meses depois que o bairro foi criado, os moradores decidiram criar a Associação Amigos do Alfredo Freire, um local onde seriam feitas várias atividades esportivas,como danças, jogos e eventos culturais, para a população e também foi levado ao bairro o projeto AACAF, uma unidade de saúde básica.
A partir daí, o bairro foi tendo um crescimento da população cada vez maior e assim foram tendo vários conflitos sociais e um aglomeramento de pessoas muito grande.

Como tinha um número de pessoas muito grande, havia também um número maior ainda de crianças, então foram criadas duas escolas, uma estadual chamada Escola Estadual Henrique Von Kruger Schroeder, fundada em 1981(onde atualmente estudam por volta de 800 alunos) e uma municipal, chamada Escola Municipal Professora Stella Chaves (chamada antigamente de “Meu cantinho”) fundada em 1987(onde atualmente estudam por volta de 1.100 alunos).

Além dessas duas escolas, também foi criado um centro inter-escolar público, onde ficam crianças que os pais trabalham em um período e não podem olhar seus filhos (onde atualmente têm 300 crianças).

Com a ampliação do bairro e a aglomeração de pessoas, várias pessoas decidiram fazer um protesto para o aumento do bairro para o dono das terras ao redor do bairro. E assim foi criado o bairro Alfredo Freire 2, com mais 670 lotes.

Em 1950 foi feita a BR050. Com isso, aumentou o número de acidentes. Assim foram tomadas varias medidas para melhorar a condição das estradas que davam acesso ao bairro. Em 1993, foi criado um acesso de um Túnel para a entrada e saída do bairro, que passava por dentro do Distrito. Em 1995, o Presidente do bairro, João Gilberto Riposati (que logo se tornou vereador), entregou ao Presidente da República uma carta para a aprovação da construção do viaduto, com a ajuda do Ministro de Transporte, em Brasília. Assim, foi criado o viaduto em 1998.


(Matheus Marçal)


Data: 21 de outubro de 1981


Foto: Autoria desconhecida


Acervo: Arquivo Público de Uberaba

NOSSO QUERIDO CHICO XAVIER - UBERABA

CHICO XAVIER FALA DE SEUS BENS MATERIAIS
                     

Década:1980



 Fotógrafo:Paulo Nogueira                                                                                                                         
                                                                                                                           

CHICO XAVIER FALA DE SEUS BENS MATERIAIS

“Partirei desta vida sem um níquel sequer... Tudo o que veio a mim, em matéria de dinheiro, simplesmente, passou por minhas mãos. Graças a Deus, a minha aposentadoria dá para os meus remédios... Roupas?! Os amigos, quando acham que eu estou mau vestido, me doam... Sapatos, eu custo a gastar um par... Em casa, a nossa comida é simples... Não tenho conta bancária, talão de cheques, nenhuma propriedade em meu nome, a não ser esta casa que eu já passei em cartório para outros, tenho apenas o usufruto... Nunca tive carros, nem mesmo uma carroça... De modo que, neste sentido, nada vai me pesar na consciência. Fiz o que pude pelos meus familiares, se não fiz mais, é porque mais eu não podia fazer... Nunca contei o dinheiro que trazia no bolso, mesmo aquele que alguns amigos generosos colocavam no meu paletó...”.

(Chico Xavier)



INÍCIO DA CONSTRUÇÃO DO GRANDE HOTEL - UBERABA

INÍCIO DA CONSTRUÇÃO DO GRANDE HOTEL,EM UBERABA

Construído em 15 meses, o prédio do Grande Hotel e Cine Metrópole de Uberaba, empreendimento arrojado para a época e primeiro prédio do Triângulo Mineiro, foi inaugurado em 12 de fevereiro de 1941. Luxuoso edifício dotado de todos os requisitos modernos de conforto, o Grande Hotel está sendo reformado aos poucos. “É uma casa belíssima e estamos estudando a reabertura do restaurante Cine Metrópole de Uberaba, . Também estamos reformando o salão de café. Entendo que havendo negócio teremos mais capital para investir na empresa. Vamos dispor desse recurso no Grande Hotel para preservar uma obra importante”, conta.

Hugo diz que é importante preservar o complexo do Grande Hotel, porque tem uma fachada antiga, que foi projetada e executada por uma firma alemã. “É um bloco respeitável, temos muito conforto, sala de chá, copa, apartamentos espaçosos. Além disso, tem uma grande história, como a mesa que o então presidente Getúlio Vargas se sentava durante os banquetes que oferecia a governadores”, recorda.

Hugo Rodrigues diz que decidiu fechar a abóbada e levar o restaurante para o andar de cima, fez nova portaria, sala de estar e Centro de Convenções. Tudo para oferecer conforto para o hóspede. Uma das idéias é aumentar o capital da empresa, para entrar sangue novo. Enquanto isso não vem, continuam os projetos de reforma.


Acervo: Grande Hotel



Cidade de Uberaba


INAUGURAÇÃO DA ESTAÇÃO FERROVIÁRIA DA RMV – REDE MINEIRA DE VIAÇÃO

Inauguração da Estação Ferroviária da RMV – Rede Mineira de Viação.



Ano: 1926



Fotógrafo:desconhecido



Inauguração da Estação Ferroviária da RMV – Rede Mineira de Viação.


A estação ferroviária de Uberaba, da Rede Mineira, ficava no bairro de São Benedito, onde hoje é a nova estação rodoviária. O trem fazia o seguinte trajeto, vindo de Belo Horizonte: a linha passava pela av. Cel. Joaquim Oliveira Prata, onde até hoje ainda existem algumas casas de alguns ferroviários que trabalhavam na rede, depois atravessava a Rua São Benedito, passava em frente à igreja de São Benedito e onde existe hoje o antigo prédio da Casemg ficavam as charretes para pegar os passageiros. Onde hoje existe um jardim com uma máquina agrícola bem ao lado da rodoviária, ficava a casa do chefe da estação, que se chamava Sr. Mário. Esta estação funcionou até mais ou menos 1970, na Praça Donato Cicci.