sábado, 24 de junho de 2017

BRASIL: CINCO SÉCULOS DE HISTÓRIA


* Guido Bilharinho

Toda quinta-feira um novo capítulo.

NOTA PRELIMINAR

BRASIL: CINCO SÉCULOS DE HISTÓRIA

Conquanto o título, o presente livro não é de história, não obstante a matéria de que é feito o seja, conforme expusemos em obra congênere.

História - como se sabe, se é dito e se propala - é ciência, que pressupõe, antes de tudo, acesso, estudo e análise das fontes primárias (documentos originais, notadamente) e articulação contextualizada dos fatos e acontecimentos em suas causalidade e condicionantes, objetivando captar um sentido e seus significados. Outras exigências ainda permeiam a ciência histórica, que exige, como todo trato científico, formação cultural e técnica específica.

Contudo, feita essa (necessária) consideração, nada impede - como aos meios de comunicação a abordagem das ocorrências do dia-a-dia - que se efetue levantamento de natureza informativa retrospectiva de atos e situações importantes, significativos ou interessantes ocorridos antes e durante a colonização do país e seu desenvolvimento posterior atinentes à ampla gama de atividades e manifestações humanas. Que é o presente caso e não mais que isso, excetuadas as análises transcritas.
A inventariação fática que se procede na presente obra, além de apresentar os fatos, abre pistas e perspectivas – consoante observado pelo contista e memorialista Lincoln Carvalho por ocasião da elaboração do livro “Uberaba: Dois Séculos de História” – para investigação e análise histórica, que cumpre aos pesquisadores e historiadores efetuar.

Em consequência, este despretensioso arrolamento, promovido, salvo raras exceções, em fontes secundárias, não passa de simples compilação (incompleta, mas, a possível nas circunstâncias), seleção (não tão objetiva quanto deveria ser) e ordenação cronológica de acontecimentos (não tão exata quanto seria necessário), objetivando a divulgação sistematizada de fatos verificados no país nos primeiros cinco séculos de sua trajetória. Não se propõe mais, esse trabalho, do que fornecer ao público conhecimento geral dessa evolução por meio da matéria exposta e nesse fazer procurar aproximá-lo e despertá-lo para sua existência histórica e para maior e melhor compreensão do mundo em que vive.

*
Indispensável notadamente em catalogação – mesmo que singela como esta ou até por isso mesmo – a advertência de que várias das datas indicadas (e ela é só datas, já que cronológica) são objetos de controvérsias, sendo indicadas umas tantas delas, a título de exemplo.

As divergências de datação que se encontram em diversas oportunidades nas inúmeras fontes consultadas decorre muitas vezes até mesmo de erros de revisão em livros e, principalmente, em jornais, dada, nestes, a urgência da edição diária e, mesmo, periódica, elididora de tempo e tranquilidade para verificações e averiguações.

Os acertos e eventuais desacertos das indicações cronológicas devem-se, pois, às fontes indicadas na bibliografia, já que se não teve oportunidade e condições de acesso aos documentos que as atestam ou comprovam.

Ademais, contrariando a dogmática aritmética, considera-se o último ano da década anterior como integrante e iniciante da seguinte, dada a mesma numerologia.

Entretanto, ressalvado isso, procura-se apresentar na presente obra acervo histórico tanto quanto possível preciso. Aliás, sua própria publicação poderá suscitar questionamentos e pesquisas, o que se almeja, desde que movidos por retas intenções e sadios propósitos, visando o esclarecimento e a elucidação, tanto por amor à ciência e à verdade quanto por respeito e homenagem aos construtores da nação e escarmento daqueles que a prejudicaram e a prejudicam com a sobreposição de vantagens e proveitos pessoais, grupais, setoriais e corporativos às exigências e interesses coletivos, pretendendo-se que essa obra também concorra, por pouco que seja, para provocar no leitor a vontade e o ânimo para conhecer, enfrentar e contribuir para superar os problemas, obstáculos e limitações que se antepõem, dificultam e muitas vezes entravam o desenvolvimento do país. A ninguém é lícito - em sã consciência – quedar-se inerte e inerme, visto que as consequências negativas da omissão e do conformismo atingem a todos, indistintamente.
No mais, os direitos autorais do presente livro encontram-se registrados no órgão governamental competente.

O Autor

Acesse em:  https://www.facebook.com/Brasil-Cinco-S%C3%A9culos-De-Hist%C3%B3ria-596464293875721/?fref=ts

Dioclécio Campos - Um Século

                  Dioclécio Campos

Village Hotel Uberaba

Village Hotel Uberaba
No mapa abaixo você poderá visualizar a localização do Village Hotel Uberaba em relação à cidade de Uberaba e a alguns pontos principais que você pode considerar como referência.  
Principais Pontos da Cidade

História                                                                                                                             

     O Village Hotel Uberaba está localizado na entrada da cidade de Uberaba e se encontra às margens das rodovias BR-050 e BR-262, a aproximadamente 500 Km de São Paulo, Brasília e Belo Horizonte. Estamos ainda a 110 Km de Uberlândia e da estação de águas de Araxá; a 30 Km do distrito de Peirópolis (onde se encontra o museu paleontológico de Uberaba) e a 60 Km dos maiores lagos artificiais de Minas Gerais, formados pelas barragens de Igarapava, Jaguara, Volta Grande e Nova Ponte.
O local é de fácil acesso e conta com várias avenidas que se encaminham para os principais pontos da cidade de Uberaba como, por exemplo, o parque Fernando Costa (onde se realizam as maiores exposições de gado Zebu do mundo), a casa onde viveu o médium Chico Xavier, o Aeroporto Mário de Almeida Franco, o Shopping Center Uberaba, a estação rodoviária, a Universidade de Uberaba, os Distritos Industriais, o centro comercial e mais uma infinidade de locais que você precisa conhecer.


 Endereço: R. Hamleto Dalmaso, 1420 - Recreio dos Bandeirantes, Uberaba - MG, 38040-390

Sempre aberto

Telefone:(34) 3334-3700





Maria Jacinta de Resende Borges

                    Maria Jacinta de Resende Borges

Os Amantes das Gerais
Maria Jacinta de Resende Borges, nasceu em Perdizes, MG. Viveu em Uberaba durante infância e juventude, estudou nos colégios São Tarcísio e São Judas Tadeu, onde concluiu o curso normal. Iniciou seu trabalho como professora no Grupo Escolar Jacques Gonçalves em 1970. Mora atualmente em Sertãozinho – SP onde deu continuidade ao seu trabalho e, paralelamente, aos seus estudos com os cursos de: Pedagogia, em 1986 – Jaboticabal – SP; Didática para a modernidade, em 1996 – Franca - SP ; Bacharel em Direito, em 2007, na UNIP – Ribeirão Preto – SP; Prestou concurso para Diretor de Escola em 1988, assumindo o cargo em 1992, sendo que passou por várias escolas até a sua aposentadoria, em 2010, na EE Professor Bruno Pieroni , em Sertãozinho –SP.

Instalação da rede de esgoto sanitário na Rua Artur Machado

                                                  Rua Artur Machado

Instalação da rede de esgoto sanitário na Rua Artur Machado - Trecho entre a Avenida Leopoldino de Oliveira e a Praça Rui Barbosa – Centro - Atual (Calçadão)

Década de 1942

Foto: Autoria desconhecida

Chiquito em performance no Uirapuru Iate Clube

            Chiquito em performance no Uirapuru Iate Clube                          

sexta-feira, 23 de junho de 2017

Posto de Gasolina Frei Eugênio

                                      Posto de Gasolina Frei Eugênio

IGREJA DE SANTA RITA

Igreja de Santa Rita

Década: 1970

Igreja de Santa Rita

Praça Manoel Terra

Fotógrafo: Prieto

(Foto do acervo pessoal de Ricardo Prieto)                                                                                                                                   

SANTUÁRIO DE NOSSA SENHORA DA ABADIA

                                Santuário de Nossa Senhora da Abadia


Origem do Culto

ANATÓLIO MAGALHÃES, IMPORTANTE ARTISTA PLÁSTICO DE UBERABA

Igreja de Nossa Senhora do Rosário.

                                Igreja de Nossa Senhora do Rosário.


Ano: 1889



Foto: Autoria desconhecida

A IGREJA SANTO ANTÔNIO E SÃO SEBASTIÃO DE UBERABA, ANTIGA MATRIZ DA CIDADE

                    Antiga Matriz da cidade


Década de 1930

Foto: Autoria desconhecida

A Igreja Santo Antônio e São Sebastião de Uberaba, antiga Matriz da cidade, começou a ser construída em 1827 e foi inaugurada no ano de 1853. Seis anos depois, seu frontispício recebeu duas torres e no seu interior foi construído o altar-mor.
No ano de 1896, as duas torres foram demolidas para a edificação de uma única torre, em estilo neogótico, respeitando os padrões das construções portuguesas do século XVI. Em 1926, ocorreu a transferência da Catedral Metropolitana do Sagrado Coração de Jesus, da Diocese de Uberaba, que se localizava no Alto das Mercês, para a antiga Matriz.

Acervo pessoal da Cúria Metropolitana.


Gruta de Nossa Senhora de Lourdes, na igreja de São Domingos.

Gruta de Nossa Senhora de Lourdes, na igreja de São Domingos.

Década de 1910

Gruta de Nossa Senhora de Lourdes, na igreja de São Domingos - Uberaba

Arquivo Público de Uberaba      

RUA ARTUR MACHADO E SUAS LOJAS

Rua Artur Machado
Década de 1960

O Desemboque

O Desemboque 
Década: 1970

FREI EUGÊNIO MARIA DA GÊNOVA

                       Frei Eugênio Maria da Gênova  

Frei Eugênio Maria da Gênova nasceu em Oneglia Província de Gênova, Itália, em 04 de novembro de 1812. Foi batizado com o nome João Batista Maberino. Ingressou na ordem dos capuchinhos e tomou as ordens sacras em 1836, com o nome Frei Eugênio Maria. Chegou ao Brasil em 1843, a mando do Papa Gregório XVI, como missionário capuchinho. Ficou dois anos no Rio de Janeiro. Saiu do Rio e foi para Cuiabá catequizar a cidade, vilas e aldeias. Em 1856, o Major Joaquim Alves Teixeira ofereceu-se à Câmara Municipal de Uberaba para ir pessoalmente a Pitangui (MG), onde o Frei se encontrava e convidá-lo para missionar em Uberaba e aqui, construir um Cemitério.

Chegou em Uberaba no dia 12 de agosto de 1856, abriu a Santa Missão e Iniciou a construção do cemitério que ficou pronto dentro de 02 anos. Eugênio se revelou uma pessoa calma, de educação polida, paciente, caridoso, zeloso quanto ao cumprimento de sua missão. Pessoas de regiões distantes vinham confessar com o Frei. Era despojado, vivia como pobre, com as doações dos fiéis. Nunca abandonou seu primeiro hábito com que professou na ordem franciscana. Era continuamente remendado e com ele se paramentava em variadas ações na comunidade.

Sua biblioteca era extensa e as obras variadas: escrituras sagradas, teologia, direito canônico, direito civil, filosofia, liturgia, literatura, ciência, medicina, história e geografia. Destacava-se na oratória, possuía memória prodigiosa. Diariamente escrevia as ações do dia, confissões, comunhões, batizados, casamentos, visitas a enfermos e missas. Anotava os fenômenos meteorológicos e fatos da cidade. Com a chegada de Frei Eugênio a Uberaba, vieram pessoas de outras localidades, aumentando a população e consequentemente às concessões de terras. Fizeram-se muitas casas e foram abertos mais de 17 negócios. Casais divorciados se juntaram, protestantes se converteram, se dissolveram mais de 80 concubinários, fizeram muitas restituições, reconciliaram-se inimigos.

 A Igreja em Uberaba ganhou um novo impulso. Vários oratórios e irmandades surgiram neste período. De gênio empreendedor, Frei Eugênio, não se limitou à caridade para com os mortos. Olhou para a povoação, e com espírito prático percebeu o progresso aumentar a população, anteviu a mendicância, a miséria e a precisão de abrigo para a pobreza enferma. Daí seus esforços para a construção dessa grandiosa obra – o Hospital de Misericórdia. (Mendonça; 1974, p. 46) Conhecido e chamado por “Padre Mestre” foi considerado o maior benfeitor de Uberaba, suas ações foram sempre dirigidas para proteção e assistência aos pobres e desvalidos. Não se limitava às Missões, estabelecia melhoramentos básicos: cemitérios, hospitais, serviços de água, estradas cisternas e fossas. Promovia ao mesmo tempo assistência aos órfãos, aos índios e aos escravos.

 Numa carta ao Bispo de Mariana ele escreveu: “Hoje conto com nove anos e vinte e seis dias que saí do Rio de Janeiro. Preguei com todo o espírito apostólico, e nunca preguei a respeito da escravatura e isso assevero a V. Exa. com fé de sacerdote e sacerdote capuchinho. Nunca me ocupei com semelhante matéria, para não parecer subversiva a minha doutrina. Limitei-me a apadrinhar alguns escravos de corrente, pega, argola e outros instrumentos de ferro. Preguei contra os pais que tinham seus filhos em seu próprio cativeiro; e que os vendiam ou davam em dote; mas sempre com cautela. Eu pregava que quem tivesse furtado o escravo alheio, o devia restituir ao seu dono.” (Mendonça; 1974, p. 41) Nas entrelinhas dos seus discursos percebe-se que era um defensor dos escravos e como tal sempre agiu. Era nítida a fé e a esperança que os negros tinham em Frei Eugênio ou Padre Mestre como o chamavam. Os negros escravos vinham assistir à Santa Missa e depois recebiam uma bênção especial do Padre Mestre, que lhes ungia e colocavam em seus pescoços medalhinhas ou patuás com orações para se protegerem contra o mau.   CEMITÉRIO DE SÃO MIGUEL A construção do cemitério iniciou-se em 1856, e por volta de dois anos, o cemitério estava pronto, tendo o Frei sido auxiliado por fiéis de todas as idades e classes sociais.

 O cemitério, denominado de São Miguel, situado onde hoje é a Praça Frei Eugênio, cobria a área hoje ocupada pelos prédios do SENAI - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial e pela Escola Estadual Minas Gerais. A planta foi traçada pelo engenheiro civil Fernando Vaz de Melo. Naquele período foi considerado o mais sólido e amplo do interior do Brasil. Dentro do cemitério, Frei Eugênio construiu a Capela de São Miguel. A maioria dos túmulos eram de madeira. O mármore somente entrou em Uberaba por volta de 1880, quando passou a ser empregado na construção de residências e túmulos, inclusive o de Frei Eugênio.

 O Cemitério São Miguel funcionou 44 anos, de 1856 a até 1900. Foram enterrados neste período cerca de 4.400 pessoas. Foi interditado depois da construção do Cemitério Municipal, na época conhecido por Cemitério do Brejinho, atual São João Batista. Em 1900 a administração do novo Cemitério foi passada à Igreja Matriz. Em 1917, Monsenhor Inácio Xavier da Silva, no governo do Município, demoliu a capela e suas muralhas. Iniciou também a construção de um novo Cemitério chamado São Francisco, no fundo do hospital, porém o Frei não chegou a concluir a obra, ficou só nos alicerces. Além do Cemitério e da Capela São Miguel, Frei Eugênio projetou ainda a construção de uma ponte sobre o Rio Grande, no Porto de Ponte Alta, em direção a Uberaba, no intuito de ligar o litoral a Província de São Paulo às de Minas, Goiás e Mato Grosso. Pretendia outra ponte no Rio Paranaíba. Abriu ruas, fez estudos para canalizar as águas do Rio Uberaba, para o abastecimento da cidade, as mesmas cujos estudos a Câmara Municipal incumbiu o engenheiro Ataliba Vale de construir.


SANTA CASA DE MISERICÓRDIA

Frei Eugênio não se limitou ao auxílio aos mortos. Observando o crescimento da cidade, o aumento da população, a precária situação dos pobres enfermos, baseado na Lei nº 148 de 1839, que autorizava as Câmaras Municipais a construir hospitais de caridade em seus municípios, dirigiu-se a Câmara de Uberaba e requisitou licença para construção de uma casa de caridade em um terreno denominado Largo do Rancho, hoje Bairro Nossa Senhora da Abadia.

 De acordo com Borges Sampaio: Está situada a Casa de Misericórdia de Uberaba na colina deste nome, isto é: “Aquela que dá entrada na cidade, a quem vier do Porto da Ponte Alta, pelo lado da Misericórdia. É separada à direita da Colina Estados Unidos pelo regato que nasce na chácara Joaquim dos Anjos; a esquerda da Colina Barro Preto pelo regato que nasce no capão conhecido por – Capão do Barro Preto – no Frasquinho” (Sampaio, 2001, p. 187). Em 1858, a Câmara Municipal concedeu o terreno e Frei Eugênio iniciou imediatamente as obras. As medições do local no período em questão eram: trezentos e vinte palmos de frente, e duzentos ao fundo.

 O Frei solicitou ao Dr. Henrique Raimundo des Genettes, a planta do hospital, porém o capuchinho foi aumentando e modificando conforme as necessidades exigiam. Junto à comunidade recolheu donativos. Estes consistiam em peças de ouro como rosários, relicários, cordões, moedas do Império e de Portugal, peças de prata e materiais de construção. O Frei pode contar ainda com quantias consideráveis vindas das famílias ricas da cidade.

  Frei Eugênio conseguiu junto a Câmara Municipal autorização para construir um açude nas imediações do hospital. O local não possuía água suficiente para a demanda da construção. O açude, além da construção, favoreceu toda a população que vivia nos arredores e sofria com a falta de água. Ergueu uma boa casa ao lado da Santa Casa destinada à administração, onde também passou a residir. Ficava na atual Praça Dr. Tomas Ulhôa, esquina com a Rua Frei Paulino.

A partir de 1921, até 1934, quando foi inaugurado o segundo prédio do Hospital da Misericórdia, esta casa serviu para internação dos pacientes. Entre 1862 e 1863, por conta da epidemia de varíola no país, às pressas foi preparada uma ala do prédio em que a construção estava mais adiantada, para receber os doentes. Em 1865 as obras seguiam graças à colaboração de pessoas com maior poder aquisitivo. Neste ano uma ala do hospital abrigou as tropas do Corpo Expedicionário que aqui se aquartelaram a caminho de Mato Grosso para a Guerra do Paraguai durante 45 dias, cujos doentes de bexiga (varíola) ali se internaram. A estada das tropas no prédio inacabado foi desastrosa, estragos se viam por toda parte. Camas, cozinha, utensílios, nada restou.

A Câmara requereu ao Governo Provincial indenização pelos prejuízos sofridos. Os prejuízos foram reparados. A construção da Santa Casa da Misericórdia foi agigantando-se, um grande prédio foi surgindo para os parâmetros do período. Durantes os anos de construção da Santa Casa, Frei Eugênio enfrentou diversos contratempos. Há alguns anos fora atacado por um boi ficando bastante ferido e sofrendo com sequelas. Idade avançada, enfermidades e ainda a hostilidade e intrigas de autoridades da Comarca do Paraná a qual pertencia Uberaba, juízes locais e outros que passaram por censuras feitas pelo missionário solicitando sua retirada da cidade, o abateram. Porém, a defesa feita pela Câmara Municipal e da população da cidade, conseguiram que ele permanecesse em Uberaba e continuasse o trabalho.

 Frei Eugênio esforçou-se para dotar o hospital de recursos financeiros permanentes e gerar receitas oficiais. Lidava com a descrença de alguns dos seus importantes auxiliares, que afirmavam que ele não conseguiria terminar a Casa de Misericórdia, e se conseguisse, esta não se sustentaria por falta de verbas. O Poder Judiciário da cidade estabelecia prestações de contas detalhadas e exigências insignificantes. O missionário firmava-se em sua fé e continuava seu trabalho. 

     A descrição da Santa Casa de acordo com Sampaio:   “este grande edifício com o quintal cercado de muros de pedra bem construídos forma um quadrilongo, ocupando todo o quarteirão que fazendo frente para o Largo da Misericórdia. A área ocupada pelo hospital é de 73 metros por 273, produzindo 19.929 metros quadrados. Entre a capela, enfermarias e outros compartimentos que se encontram ao entrar na frente à grande portaria, há, no centro, o jardim rodeado de largas sarjetas a cimento para esgotos pluviais. Toda a construção, descansa em grossos e profundos alicerces de pedra. Eleva-se o pavimento sustentado por fortes esteios de madeira de aroeira, da qual também são os portais das janelas e das portas do exterior. (…) A colocação do Hospital de Uberaba, sob o ponto de vista higiênico merece toda aprovação. (…) O astro solar banha com sua luz a frente do edifício quase todo o dia e em todas as estações do ano. Enfim, pode se considerar imune de emanações impuras, advindas do solo ou dos ares, bem como dos córregos. (…) O Largo da Misericórdia, que dá grande elegância ao hospital, mereceu do benemérito franciscano especial cuidado. (Sampaio, 2001, p. 163)   Sem ver sua obra finalizada, Frei Eugênio Maria da Gênova, faleceu vítima de angina, aos 59 anos de idade em 14 de junho de 1871, às 23 horas, em sua residência, ao lado do hospital, que por muito tempo foi conhecida por “casa de Frei Eugênio”. Uma hora depois os sinos anunciaram a morte do Frei, reunindo grande parte da população à sua porta. Seu sepultamento foiconsiderado o maior em termos de acompanhamento por aqueles tempos, cerca de 4.000 pessoas seguiram o funeral. Todos os seus bens foram considerados patrimônio da Santa Casa, dinheiro, objetos valiosos das doações e livros.

 Tudo que foi arrecadado foi como donativo para a finalização da Santa Casa. No outro dia, à noite seu corpo foi levado à Capela de São Miguel e sepultado, vestido com o mesmo hábito que, dizia ele, tinha prestado o voto na ordem. Sobre a sepultura de Frei Eugênio foi colocada uma lápide que data de 15 de junho, dia referente ao seu sepultamento.     Sepultura do Missionário Apostólico O Rmo. Pe. Me. Fr. FREI EUGÊNIO MARIA DE GÊNOVA Falecido a 15 de junho de 1871.

  Após sua morte a Câmara Municipal em virtude de uma lei provincial elegeu uma mesa administrativa, constituiu a pessoa jurídica que deveria representar os direitos públicos da Santa Casa de Misericórdia de Uberaba. A Fazenda Pública constatou que essa mesa tentou desviar a função do hospital. Mas um “acordão” tomado em sessão da junta do Tribunal do Tesouro Público Nacional decidiu a questão em favor do hospital, mantendo a mesa administrativa, a posse dos imóveis, móveis, direitos e ações que estavam em poder do Frei Eugênio. A mesa foi eleita em 1871 e durou até 1896, mantendo o hospital.

 Depois de muitas turbulências, após 27 anos da morte de Frei Eugênio, foi finalmente inaugurada a Santa Casa de Misericórdia de Uberaba, no dia 14 de junho de 1896. Com a demolição do Cemitério de São Miguel, em 1917, seus restos mortais, foram encaminhados para o Cemitério Municipal do Brejinho, atual São João Batista e, de acordo com José Soares Bilharinho, em 1965 encaminhados para a Igreja Santa Teresinha: As 15h45min horas do dia 22 de agosto de 1965, a urna contendo seus restos mortais foi retirada do Cemitério Municipal. Acompanhada por um grande cortejo de automóveis, foi conduzida pelo seguinte itinerário: Avenida da Saudade, Rua São Sebastião, Praça Frei Eugênio, Rua Capitão Manoel Prata, Rua Olegário Maciel, Rua Carlos Rodrigues da Cunha, Praça Thomas Ulhoa, Rua Frei paulino, Capela da Santa Casa – onde permaneceu por alguns momentos – Rua Quintino Bocaiúva, Praça Manoel Terra, Avenida Leopoldino de Oliveira, Praça Henrique Kruger – ponto de concentração da grande massa popular – até a Igreja Santa Terezinha. Alí a urna foi depositada diante do Santuário. (…) Movidos por necessidades inadiáveis, os irmãos de hábitos do Padre Mestre venderam a cobertura de mármore do seu túmulo.

 A peça encontrava-se sob a custódia da UFU – Universidade Federal de Uberlândia – constituindo a superfície da Mesa do salão nobre da Faculdade de Direito desta instituição. Por iniciativa da Fundação Cultural de Uberaba, a lápide retornou a Uberaba no dia 21 de maio de 2014, e foi colocada na Igreja de Santa Terezinha onde se encontram os restos mortais de Frei Eugênio.   Luciana Maluf Vilela      Historiadora da equipe técnica do Conphau Maria Aparecida R. Manzan Coordenadora da equipe técnica do Conphau     Referências:

Prata, Pe.Thomaz de Aquino: Memória da Arquidiocese de Uberaba. Edição: Fundação Cultural de Uberaba e Museu de Arte Sacra, 1987.

Sampaio, Antônio Borges: Uberaba: História, Fatos e Homens. 2ª Edição: Prefeitura Municipal de Uberaba e Arquivo Público de Uberaba. 2001,

Pontes, Hildebrando: História de Uberaba e a Civilização no Brasil Central. Edição: Academia de letras do Triângulo Mineiro. 1978

Livros de Atas da Câmara Municipal de Uberaba nº 01/02. Acervo do Arquivo Público de Uberaba. Data: 1859, 1860,1862, 1863, 1869,1871.

Bilharinho, José Soares. História da Medicina em Uberaba. Edição: Academia de Letras do Triângulo Mineiro; 1982 vol. II   

AVENIDA LEOPOLDINO DE OLIVEIRA

                                                        Avenida Leopoldino de Oliveira


Local: atual avenida Leopoldino de Oliveira


Década: 1950


Foto: Autoria desconhecida


Ao plantarem nomes em suas ruas, geralmente, as cidades escolhem aqueles capazes de elevá-la a altos graus de admiração. É atribuída ao Agente Executivo Leopoldino de Oliveira a reorganização de Uberaba durante sua gestão e, talvez por isso, uma das principais avenidas do município tenha seu nome.


A via que, no final do século XIX, era só uma passagem para os tropeiros e suas maltratadas mulas, tornou-se, na década de 1920, sede do Mercado Municipal. O entorno foi destrinchado e novas vielas enviesaram o córrego das Lajes, exigindo desapropriação dos terrenos ao redor, para a construção de uma avenida que fizesse jus ao latente comércio do mercado.


Avenida inaugurada, aberto o caminho do progresso. Enfileiraram-se nela o Grande Hotel, com suas noites de gala e o status de primeiro edifício do Triângulo Mineiro, e outros estabelecimentos importantes. Nessa cena, o córrego aberto e cercado por muretas em decoração vazada não era mais bem-vindo. De 1945 em diante, a cobra de paralelepípedo foi serpenteando e alcançando caminhos mais longínquos, ganhou pele de asfalto e engoliu o riacho que, hoje, embutido em suas entranhas, corre silencioso na escuridão subterrânea.






Iara Fernandes





(Acervo do Arquivo Público de Uberaba)

“PROJETO AGUA VIVA”- CÓRREGO DAS LAJES

Córrego das Lajes, trecho Rua Senador Pena e Av. Santos Dumont.
Década de 1970

“Projeto Agua Viva”- Córrego das Lajes

(Foto do acervo pessoal de Paulo Nogueira)


Córrego das Lajes

                       Córrego das Lajes

Década de 1940/50


Córrego das Lajes, na Av. Leopoldino de Oliveira - Uberaba - Minas Gerais


Foto: Autoria desconhecida

A ÁGUA DEU...

    Uberaba sempre viveu horas de pesadelo com as pesadas chuvas que caem sobre a terrinha e que, rapidamente, tornam-se quase em catastróficas enchentes...Aliás, enchentes é como doença; quando menos se espera ,ela chega. Estava todo mundo queixando-se do calor infernal que assolava a cidade, pedindo uma chuvinha leve para refrescar o ambiente,verdejar nossos campos, lavar a poeira que paira sobre ruas e calçadas empoeiradas. De repente, a chuva cai ! Sem dó, nem piedade, levando tudo de roldão:carros, motos,lixo,bicicletas,biroscas,sanitário ambulante e outros pertences...A cidade virou um caos. A população estupefata,medrosa sem acreditar no que via no centro e alguns bairros. Aquela torrente levando sujeira,muita sujeira,além de obras(?)públicas , só preservando almas imundas,bem sujas, dos nossos políticos...”Selfies” registrados aos montes,de baixo e de cima dos prédios da avenida...Em menos de hora de tormento,o centro da cidade,ficou barro só.Carro sobre carro,água sobre casas,água no leito do rio, água fora do leito de córregos e canais,água nos bancos,água nas lojas... a poeira e o calor maldito,cederam lugar às águas barrentas da volumosa enxurrada. Chuva que se pedia branda, manhosa,dengosa, que pudéssemos controlar a mão divina, não veio...Chegou sim, a chuva de alerta,de raiva, a chuva forte que a mão do homem não pode conter..Jogaram a culpa no coitado do S.José..fazer o quê ? Diz o ditado dos antigos que “ a água leva e água lava”...Lava a alma e o corpo, lava nossas verdades, como também lava nossas mentiras.

Júlio Marques, proprietário do “Bar do Dica”

Júlio Marques, proprietário do “Bar do Dica” 


Júlio Marques, proprietário do “Bar do Dica” o famoso Dica. O segredo da famosa galinhada do Dica vai além do tempero. O pai do Júlio tinha apelido de Dica, e com a morte do pai o apelido Dica foi transferido para Júlio.O Bar teve início na década de 1950 na praça da rodoviária velha, e depois transferido para avenida Fernando Costa. Deixou o bar devido à família pedir para desistir da vida noturna.


"Tudo passa nessa vida. Numa determinada, época, na década de 60, havia o BAR E RESTAURANTE "Shell", onde trabalhávamos : eu e meus primos Paixãozão, João Paixão, José Paixão,meus amigos Hélio Quirino, Sebastião que depois se tornou barbeiro. Adair do Calimério que depois passou a vender pipocas no Uberabão, Edésio, o BAR DO ZOTE onde trabalhavam o Alfredo, João, Adrião, Dacobrá, Haroldo, Tiãozinho, Pedrão. a BOATE VIRACOPOS, onde trabalhava o Ivo, cujo proprietário era o Orlando, a RODOVIARIA VELHA, a BOATE LUNA, o BAR DO DICA, dos proprietários Julinho e o pai. havia o meu querido NACIONAL FUTEBOL CLUBE, chegando no ano de 1966, em quarto lugar no campeonato mineiro de futebol. Meu Deus! Fui testemunha de tudo isso, que,. Infelizmente não existe mais! Só ficou saudade!" (Joaquim Paixão Borges)

IGREJA DO SANTÍSSIMO SACRAMENTO (1905)




Vamos tentar evitar o surgimento de quaisquer dúvidas sobre nossa protagonista deste mês esclarecendo que o que chamamos de Igreja do Santíssimo Sacramento – a Senhora das Mercês – trata-se da mesma igreja que, no passado, também foi chamada de Santo Antônio e São Sebastião e de Igreja da Adoração Perpétua. Pensamos ser importante igualmente fazer a distinção entre dois conceitos muito comuns e frequentemente utilizados: igreja e paroquia.

   Entendemos por paróquia todo um conjunto territorial (que tem a tendência de diminuir com o passar do tempo, à medida que a população aumenta e cidade cresce) que engloba uma comunidade paroquial, que disponibiliza um conjunto orgânico de serviços pastorais e sacramentais e que, finalmente, possui uma matriz e bem possivelmente algumas capelas filiares. Assim, a paróquia é uma instituição-base da vida cristã. Já a palavra igreja pode ao mesmo tempo designar (como já havíamos refletido no mês anterior) o edifício, isto é, o templo religioso onde se realizam os ofícios sacramentais e que, por sua vez, tem uma nomenclatura própria (basílica, catedral, igreja, capela, ermida), como também pode significar uma ideia geral de igreja muito própria da etimologia da palavra ekklesía,que significa “chamado “Para não restar dúvidas, todas as vezes que usamos a palavra com letra minúscula estaremos referindo à igreja-edifício e, quando usarmos a letra maiúscula, subentende-se  que falamos da Igreja-Povo.

   Com esta introdução, apresentamos que a igreja do Santíssimo Sacramento não é a mais antiga igreja da nossa arquidiocese, nem mesmo de Uberaba, sendo posterior à Catedral, à capela de Santa Rita ou a igreja de São Domingos, mas é, como demonstra decreto de 2 de março de 1820,Bispo de Goiás, a mais antiga paroquia de nossa Arquidiocese.

   Quando Dom Eduardo, ainda como bispo de Goiás, transferiu sua residência para Uberaba em 1886, por ser esta cidade um centro urbano mais desenvolvido e com maiores possibilidades de irradiação da missa evangélica do que Cidade de Goiás (Goiás Velho), então sede diocesana, mandou iniciar, no mesmo ano, a construção de outra igreja para ser a matriz da Paróquia de Santo Antônio e São Sebastião. Terminada a construção em 1905, Dom Eduardo mandou inscrever no frontispício da nova igreja a frase que ate hoje se pode vislumbrar: DIVO CORDIEDUARDUS EPICOPUS  GOYAS – 1905,que significa: “Eduardo Bispo de Goiás, construiu ao Sagrado Coração – 1905”

   Com a criação da Diocese de Uberaba em 24 de maio de 1908, essa igreja do Sagrado Coração passou a ser a catedral da nova diocese, e assim permaneceria até 1926,Quando Dom Antônio de Almeida Lustosa fez a troca com a atual  catedral. Também os padroeiros se inverteram, ou seja, o Sagrado Coração acompanhou a igreja-catedral na Praça Rui Barbosa e os padroeiros de Uberaba – Santo Antônio e São Sebastião – subiram para igreja no alto das Mercês.

   Durante o episcopado de Do Eduardo, construiu-se paralelamente à igreja outro prédio ao lado para servir-lhe de residência, o Palácio Episcopal, e que futuramente se destinaria ao Seminário Diocesano. Ao longo do tempo, foram feitos acréscimos e adaptações. Destaca-se a construção do salão paroquial na década de 1980.

    Em agosto de 1960, os padres da Congregação  Sacramentina assumiram o governo  da paroquia a pedido de Dom Alexandre e tiveram atuação decisiva no sentido de fortalecer o espirito de adoração ao Santíssimo Sacramento. Mesmo  com a saída dessa congregação da administração da paroquia dos anos 2000,os frutos de sua presença ainda são percebidos como, por exemplo, a partir da existência de um Grupo de Leigos e Leigas Sacramentinos.

  A paróquia foi desmembrada em 1978 durante o arcebispado de Dom Benecdito, com a criação das paroquias de Santa Maria Mãe da Igreja e da Ressurreição. Possui  também ainda hoje varias capelas filiares das quais destacamos a Capela do Colégio Marista.Atualmente,seu pároco é o padre Ricardo Luiz.

Vitor Lacerda

Edifício Pedro Salomão

Edifício Pedro Salomão 

Lançamento da Pedra Fundamental do Hospital Dr. Hélio Angotti

Lançamento da Pedra Fundamental 

Córrego da Lajes - avenida Leopoldino de Oliveira.

Córrego das Lajes

A criação da Diocese de Uberaba

Foto: Arquivo Público Mineiro/Anos: 1859 a 1889            

Igreja de Santa Rita dos Impossíveis

Igreja de Santa Rita dos Impossíveis - Foto:Ângelo Prieto

JOUBERT DE CARVALHO NASCEU EM UBERABA, MINAS GERAIS, NO DIA 06 DE MARÇO DE 1900.VOCÊ SABIA?

Joubert Carvalho

Um dos treze filhos do fazendeiro Tobias de Carvalho e de Dona Francisca Gontijo de Carvalho, Joubert de Carvalho nasceu em Uberaba, Minas Gerais, no dia 06 de março de 1900.
Tinha nove anos quando o pai comprou um piano, onde Joubert passou a tocar, de ouvido, os dobrados que ouvia na banda local.

Aos doze anos, tendo terminado o curso primário em Uberaba, Joubert mudou-se com a família para São Paulo, motivados pela preocupação do pai com a educação e formação dos filhos, que foram estudar no Ginásio São Bento.

A primeira composição de Joubert, a valsa Cruz Vermelha, foi inspirada no hospital infantil do mesmo nome, que havia em São Paulo, e cujas primeiras notas haviam sido tiradas no piano da infância.

O pai permitiu a Joubert que vendesse as partituras, desde que o dinheiro revertesse em benefício do Hospital Cruz Vermelha.

O relativo sucesso alcançado pela música animou Joubert a compor outras peças, que entregava à casa editora Compassi & Camin, com autorização de seu pai, desde que o pagamento se resumisse a alguns exemplares para Joubert distribuir aos amigos.

Durante o curso ginasial Joubert foi se familiarizando com os clássicos, na casa de uma tia pianista.
Em 1919 Joubert foi para o Rio de Janeiro, onde o ensino era de melhor nível e, em 1920, entrou para a Faculdade de Medicina.

Com uma mesada de 500 mil réis, Joubert continuava a compor e, durante uma de suas visitas a São Paulo, o editor fez novos pedidos, com a oferta de 600 mil réis mensais.

Como o filho havia obtido êxito nos exames, o velho Tobias não só se rendeu, como manteve a mesada, propiciando ao jovem Joubert uma vida de estudante rico, que podia até mesmo morar em hotel.

Nessa época, influenciado por ritmos estrangeiros, Joubert compôs diversos tangos, como Cinco de Janeiro,
dedicado ao sanitarista Osvaldo Cruz.

Sua primeira composição gravada foi a canção Noivos, lançada em 1921. Mas seu primeiro grande sucesso viria em 1922 com O príncipe, composta por inspiração da chuva e que seria sua primeira composição gravada no exterior, em 1931.

No ano seguinte, 1923, compôs o tango ‘argentino’ Lindos olhos.
Em 1924 Joubert compôs os sambas O jacaré e Não sou pamonha, os foxes Lira quebrada e Vieni a me, as marchas A nova Itália, Revelação e Vira a casaca, os tangos Pressentimento e Sonhos mortos e o maxixe Viva o coronel e, ainda, em parceria com Zirlá, compôs Aventureiro, Encanto de mulher e Tango venenoso e, em parceria com Zael, compôs O galo preto.

Em 1925 Joubert se formou em Medicina, com a tese intitulada “Sopros musicais do coração”, tendo sido aprovado com distinção, embora o título da tese beirasse à pilhéria. Sabendo equacionar perfeitamente as atividades de médico e de músico, Joubert continuava a compor. Desse ano são suas composições Luxo asiático e Vem meu benzinho.

Em 1926, em parceria com Sadi Fonseca, Joubert compôs o maxixe Arrepiado e o tango Canção dos mares e, com Zael, compôs o maxixe Jaquetão. Ainda desse ano são as composições Manequinho, Mãos de neve, Pobrezinho, Prisioneiro do amor e Agonia, esta gravada por Pedro Celestino, irmão de Vicente Celestino.

Em 1927 Joubert casou-se com Elza Faria, que lhe daria o filho Fernando Antonio. Desse mesmo ano são suas composições Bigodinho, Boca pintada, Canarinho, Eu gosto de você, Juriti, Mal aventurado, Nhá Maria, Rio de Janeiro, Rolinha, Sabiá mimoso, Os teus olhos, Traição, As Valentinas e Viva Jaú.
Em 1928 Joubert musicou dois poemas de Olegário Mariano, Cai, cai balão e Tutu Marambá, dando início a uma parceria de mais de vinte músicas.

Também de 1928 são as composições de Joubert de Carvalho Aquele cantinho, Caboquinha, O carinho de meu bem, A casinha do meu bem, Castelo de luar, Os dois caminhos, Os filhos da Candinha, O pardal, Saci-Pererê, Sombrinha azul e Um sorriso e um olhar, a maioria delas gravadas por Gastão Formenti.

Embora as composições de Joubert de Carvalho já viessem sendo gravadas por cantores de destaque na época, como Gastão Formenti e Francisco Alves, a novata Carmen Miranda é que foi a responsável pelo grande sucesso de Ta-hi, lançado em 1930 com o título “Prá você gostar de mim”, que alcançou uma vendagem de 35.000 discos, numa época em que os grandes cantores vendiam, no máximo, até 1.000 discos.

Ainda em 1930 Joubert compôs Dá-se um jeitinho, É com você que eu queria, Escrita errada, Esta vida é muito engraçada, Gostinho diferente, Kalatan, Neguinho, Pelo teu pecado, Saudade danada, Vai recolher, Vestidinho novo e Vou recolher e, ainda, em parceria com M. Fonseca, compôs Cadeirinha; com Ana Amélia Carneiro de Mendonça, com os Canção do estudante e Tarde dourada; com Olegário Mariano, Loiras e morenas e com Gastão Penalva, Para o amor.

Em 1931, em parceria com Pascoal Carlos Magno, Joubert compôs Pierrô, um de seus maiores êxitos e que foi interpretado por Jorge Fernandes, na peça teatral de mesmo nome, de autoria de Pascoal Carlos Magno.

Ainda, neste ano, compôs Amor, amor, Eu sou do barulho, Não me perguntes, Napoleão, Quero ficar mais um pouquinho, Quero ver você chorar, Se não me tens amor, Tem gente aí, Venenoso, História de uma flor, Monte Carlo; com Paulo Roberto, compôs a marcha Foi … foi ela; com Criso Fontes, o samba-canção Gostar de alguém; com Luiz de Góngora, a canção Por que choro; com Célia Benatti, a marcha Que m’importa; com Osvaldo Orico, a canção Se ela te oferecer um grande amor; com Luiz Gonzaga, o baião Trovas de amor; e, com Olegário Mariano, compôs Absolutamente, A carícia de um beijo, De papo pro á (em algumas fontes ‘De papo pro ar’)” e Zíngara. De papo pro á foi lançado, com sucesso, por Formenti, em 1931, e revivido por Inezita Barroso, em seu LP ‘Canto da saudade’.
Em 1932 Joubert compôs Cabecinha de vento, Coisas de amor, É de trampolim, O gatinho, A glória de São Paulo, Lenita e Lição de Cristo; e, ainda, em parceria com Osvaldo Orico, compôs Horas de amor; com Luiz Martins, O índio do Corcovado; com J. Távora, Teus olhos… o outono; com Olegário Mariano, compôs Beduíno, Caboclinho, Galanteria e Se você quer e com Cleómenes Campos, compôs Dor.

Mas o grande êxito de Joubert em 1932 foi a canção Maringá que, gravada por Gastão Formenti, fez sucesso também no exterior, rendendo direitos autorais a Joubert durante muito tempo. Como Joubert queria um lugar de médico dos Marítimos e, sendo amigo do ministro da Viação, José Américo de Almeida, fez, para agradá-lo, já que este era nordestino, a música “Maringá”, que surgiu de ‘Maria do Ingá’; Ingá era um município do nordeste, onde a seca havia sido mais rigorosa.
“Maringá” era cantada por operários que construíam uma nova cidade no norte do Paraná e que, ao ser fundada oficialmente em 1947, recebeu o nome de Maringá. A canção “Maringá” é considerada uma das mais expressivas.

Em 1933 Joubert foi nomeado médico do Instituto dos Marítimos, onde fez carreira, chegando a ser diretor do hospital. Mas não deixou de compor e, nesse mesmo ano, surgiram as músicas Coisinha boa, melhor que há no mundo, Devolve os meus beijos, Estilizada, Ficou um beijo em minha boca, Flor que ninguém colheu, Foi você mesmo, Há nos teus olhos… um luar, Lágrimas de Pierrô, Marilena, Melhor amor, Meu amor chegou, Olá, Que bom que estava, Redenção e Sossega o teu corpo, sossega e, ainda, Arlequim, em parceria com Fortes Malta; Boca bonita, com Narbal Fontes; De madrugada, com Catulo da Paixão Cearense; A doce palidez de Maria, com A. Freitas; Bom dia, meu amor, Canção do abandono, Felicidade e Moreninha brasileira, com Olegário Mariano; C’est toi, l’amour e N’aimez que moi, com Maria Eugênia Celso; Eta caboclo mau e Garota errada, com Luiz Martins; Felicidade… é quase nada e Se um dia pudesse, com Gilberto de Andrade; A lenda das rosas vermelhas e Moleque sarará, com Murilo Fontes; e Tabuada, com Adelmar Tavares.

De 1934 são as composições de Joubert de Carvalho Deixa-me beber, Eu quero te dar um beijo, Um pouquinho de amor, Sapatinho da vida, Uma vezinha só e, também, Pela primeira vez. Em 1940 Joubert compôs as valsas Ainda hei de te beijar, Maria, Maria, Por quanto tempo ainda e Rosi e o fox-canção Em pleno luar. Maria, Maria e Em pleno luar foram gravadas por Orlando Silva, com grande sucesso. No ano de 1941 traz a marcha de Joubert de Carvalho, Avante, companheiros.
De 1943 são suas valsas Ninguém esquece…, A vida é um sonho e Visão de outro amor. O ano de 1946 foi o de maior sucesso para Joubert: Gilberto Milfont lançou a canção Geremoabo e Sílvio Caldas gravou a canção Minha casa e a valsa Nunca soubeste amar. Minha casa foi um dos últimos grandes sucessos de Joubert de Carvalho.

O romântico seresteiro ainda lançaria outras composições, mas nenhum de seus trabalhos posteriores alcançou a projeção popular de Minha casa.

Em 1948 Joubert compôs a valsa Noite de estrelas; em 1949, em parceria com R. C. Lisboa, compôs a canção Reminiscência; em 1950, compôs Flor de esperança, Gostoso e Picadinho; em 1951, Baía da Guanabara, É carinho que falta, Felicidade… e nada mais, Um grande amor, Paris, Paris, Sabe lá o que é isso e Quando se vai o amor, esta última em parceria com T. Malta.

Em 1952 Joubert compôs Festa de formatura, Flamboyant, Fogueira, Mamãe Dolores, No tempo da valsa e Perto da lareira e, ainda, em parceria com David Nasser, compôs o bolero Silêncio do cantor, que era uma homenagem ao cantor Francisco Alves, morto nesse ano, em acidente automobilístico.
Em 1953, com Adelmar Tavares, Joubert compôs Olha-me bem nos olhos. Ainda nesse ano compôs Mande um beijo, Quando eu partir, Tes yeux, A vida por um beijo e Feliz aniversário, com a qual venceu um concurso, sendo gravada por Neide Fraga.

De 1954 são as composições Apresse o passo, Dia feliz, Marcha das bandeiras, Viva São Paulo e Voltei, voltei.

No período de 1955 a 1960, Joubert de Carvalho passou a dedicar-se a estudos filosóficos, não publicando nada e produzindo apenas para uso interno.

Em 1959, foi homenageado pelo povo de Maringá, que deu seu nome a uma das ruas da cidade.
Em 1961 Joubert compôs Hino ao Presidente e Marcha da vitória.

Em 1962 o cantor Carlos Galhardo lançou novas composições de Joubert de Carvalho: O amor e o sol, Florista, Mundos afora, O tempo que ficou e Desde sempre, esta em parceria com Mário Rossi.
De 1969 são suas composições Além da vida e Esta noite não e, ainda, Fragrância, em parceria com Mário Rossi e Sol na estrada, com I. Maria.

Em 1970, participou do V Festival Internacional da Canção da TV Globo, com a valsa A flor e a vida, composta em parceria com Ieda Fonseca, não conseguindo classificação.

Pouco depois, venceu, com a mesma composição, interpretada por Antonio João, o Festival Brasileiro de Seresta.

Em 1971 Joubert compôs O Rio é Carnaval; em 1972, A cidade que nasceu de uma canção e Hora de despedida; e, em 1973, A voz e o violão.

Joubert de Carvalho nunca bebeu, nunca foi boêmio; bares e botequins jamais o atraíram. Homem culto e refinado, chegou também a escrever um romance: Espírito e sexo, que se aproxima do ensaio social.

Como médico, também foi muito talentoso e um dos pioneiros no Brasil em Medicina Psicossomática.

Autor de mais de setecentas composições editadas, no final da vida Joubert se afastou do mundo musical, pois os novos estilos surgidos deixaram pouco espaço ao romantismo do seresteiro que, de certa forma, ele foi.

Joubert de Carvalho morreu no dia 20 de setembro de 1977, vítima de pneumonia, deixando importante legado para a Música Popular Brasileira.

Foto:Autoria desconhecida

Fonte – Joubert de Carvalho Letras

Primeiros Filmes de Júlio Bressane


Primeiros Filmes de Júlio Bressane


                                                                      

                                                                                       Guido Bilharinho


O Insólito e o Enigmático





LANGERTON NEVES DA CUNHA

Langerton  Neves da Cunha

ZÉ CALMON - “O BONITO”- MEU AMIGO

   Amigo, nome que se dá a um companheiro(a)com quem mantemos afeto, consideração e respeito. Para ser amigo,nem sempre é preciso conhecer , mas, é preciso possuir uma grande afeição. Para ser amigo, estar no dia a dia. Amigo, é para sempre. Tem amizades que começam repentinamente e duram eternamente. Amigo, é aquela pessoa em quem confiamos. Amigo, nem sempre tem os mesmos gostos e vontade que a gente tem. Amigo, não precisa ser idêntico a nós. Amigo, é aquele que divide conosco, momentos , sentimentos, alegrias e tristezas.

    Amigo e amizade se identificam. É um relacionamento de reciprocidade ,afeto, confiança. Na Argentina,o dia do Amigo comemora-se no dia 20 de julho, data em que o homem pisou na Lua.O grande Vinicius de Moraes, definiu bem o que é ser amigo:- “Eu talvez não tenha muitos amigos, mas, os que eu tenho são os melhores que alguém poderia ter “. Ainda que as pessoas mudem e suas vidas se reorganizem, os amigos devem ser amigos para sempre, mesmo que não tenham nada em comum.Basta sentir as mesmas e gostosas recordações...

   Conhecí Zé Calmon lá pelos idos de 1952. 65anos e caquerada de pura amizade. Nós dois,jogando bola com a molecada.Um de cada lado.Ele, no Nacional do Domingão.Eu, no Ypiranga, do Jairão. De adversários em campo,surgiu uma grande amizade fora dele. Que durou até 2ª. Feira. Zé Calmon,subiu na carreira. Era bom de bola.Eu, tomei “bomba”.Era ruim demais...Calmon,seguiu carreira.Cracão! Íntimo da bola, a chamava de “meu amor”. Eu, continuei no esporte,atividade diferente:locutor esportivo, ora, vejam só...”Enchendo a bola do Zé Calmon.Nacional,Uberaba,Francana,América Mineiro e por aí. Por algum tempo, ficamos separados.Cada um na “sua”.Sem nunca perder a amizade. A cada encontro, mesmo depois de veteranos, era festa !Regada a cerveja.

    Zé Calmon, “oficial de sapatos”,nobre profissão adquirida depois que a “bola foi embora”, ficou viúvo novo. Quatro filhos que tiveram que “se virar” desde cedo e, por isso, “cair no mundo”, novinhos,seguindo o exemplo do pai.”Derem gente” e muitas alegrias ao “Bonito”, tratamento que dava aos amigos. Gesto e atitude simpática ,além de cativante, próprias de um homem “ de bem com a vida” e que nunca demonstrava tristeza.Andava impecavelmente bem vestido.Sapato”bico fino”,cromo alemão,feito à mão,pelo próprio.Camisas? Manga comprida,abotoaduras e francesas,dizia.Calças? confeccionadas na Itália...quer mais ? Relógio no pulso direito,fazia a diferença. –“Tenho uma bela coleção de “bobos”(como ele chamava os relógios...)Um dos filhos, mora na Suiça.Daí...

     Filhos educados no mundo, tornaram-se excelentes profissionais.Uns da bola, outro do Direito.Todos no afã de dar “vida boa “ ao velho Zé Calmon. De repente, outro dia mesmo, sem avisar, veio a doença.Gripe primeiro, depois a pneumonia. Doença matreira, traiçoeira....Zé Calmon, “viajou fora do combinado”, sem avisar os amigos.Amigos que ele prezava tanto...

Zé, procê deixo apenas uma sincera lembrança:- “Amigo é jóia rara,preciosa; precisa ser guardada no coração.Naquela gaveta escondidinha onde se esconde carta de namorada...”


Luiz Gonzaga de Oliveira

PRESTIGIO


É inconcebível e inexplicável o que está acontecendo em Uberaba no quesito transporte aéreo.Cidade com quase 350.000 habitantes, fervilhante metrópole do interior, centro educacional dos mais famosos,detentor do controle genealógico das raças zebuínas do Brasil,pólo químico de grandeza, possui um aeroporto de primeira qualidade, dotado de toda infra estrutura comercial,rota alternativa de toda a região central do Brasil, “viver” às moscas em quase todas as horas do dia e da noite?.

Base de apoio da meteorologia e torre de comando da Infraero,mais de 100 funcionários,pista que comporta pousos e decolagens das mais pesadas e modernas aeronaves, recebe apenas e tão somente míseros vôos diários para Campinas (SP) e Belo Horizonte (MG).Vôos que, verdade seja dita, saem e retornam a terrinha sagrada, quase sempre lotados.

É incompreensível a razão da falta de interesse das principais companhias aéreas brasileiras, desprezarem e ter tamanho descaso para com Uberaba, que, em tempos idos,abrigou rotas para todas as partes do território nacional. Confesso-lhes, fico por tentar entender...

Se não houvesse demanda ,seria justificável.Está demonstrado que tal alusão,não prospera.Fosse o aeroporto local, pouco dotado de condições seguras de vôo,seria desculpável.Não existe esse fat or negativo.Fosse Uberaba e os uberabenses não estarem acostumados com viagens aéreas,seria normal. Também não acontece.Que a cidade estivesse fora de rota alternativa de vôo, vá lá.Também não é.

Só um fator ,lamentavelmente,o uberabense tem que admitir: a fraqueza, a falta de prestigio, a preguiça, a má vontade e a falta de interesse dos nossos políticos ,além das lideranças classistas e empresariais que teimam, estupidamente, não encarar o problema. Não tiram a bunda da cadeira para correrem atrásde um melhor tratamento para a cidade.Será que essas “figurinhas carimbadas” ainda preferem andar de “carro de boi”?Tenho mais uma informação:a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC),autorizou as empresas aéreas realizar vôos internacionais,saindo de 3 cidades mineiras:Uberlândia,Montes Claros e Juiz de Fora. A LATAM e a TAP (Transportes Aéreos Portugueses),iniciarão viagens para Argentina,República Dominicana (Punta Cana) e México (Cancun),semanalmente. Uberaba, como sempre, ficou de fora.Desconhecem-se as razões da terrinha amada não figurar nesse beneficio aéreo...

Não faz muito tempo, Uberaba era o Centro Regional de Referência da aviação civil no Estado.Tivemos épocas memoráveis (já comentei sobre isso há tempos),quase uma dezena de empresas aéreas,fazendo escala na cidade e destino aos mais longínquos pontos do País.Passageiros de toda a região aportavam na cidade para deslocamento rápido para todo o Brasil.
Hoje,com imensurável tristeza, estamos limitados a esses parcos roteiros para B.H. e Campinas, Nada mais ! Agravante: preços para esses destinos pela “hora da morte”.100 kms.daqui,Uberlândia,recebe todos os vôos e o bilhete pela metade dos preços praticados em Uberaba...Vá entender...penosa realidade... Será que estamos virando “currutela”?

 E ainda falam e escrevem aos 4 cantos, que estamos reivindicando a construção de um aeroporto internacional de cargas e passageiros, no “chapadão” entre Uberaba/Uberlândia...No inferno não cabem mais babacas e mentirosos...”Marquez do Cassú”

P.S.O uberabense dá noticia do que fim levou a Integral Engenharia,responsável pelas maiores obras de saneamento e pavimentação da terrinha?

Luiz Gonzaga de Oliveira