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sábado, 19 de dezembro de 2020

Avenida: Dr. Leopoldino de Oliveira

Conheça o Patrono da Sua Rua


Avenida: Dr. Leopoldino de Oliveira    CEP.: 38010-000 a 38081-202


Nome da principal avenida da cidade,


Nome: Leopoldino de Oliveira


Nascimento: 18 de junho de 1893


Naturalidade: Uberaba - Minas Gerais


Filiação: Joaquim José de Oliveira e de Leopoldina Augusta de Oliveira. 


Casado com: Maria Olímpia de Oliveira.


Profissão: Advogado



Leopoldino de Oliveira se formou em Direito em Belo Horizonte, em 1915. Depois de trabalhar na capital no jornal "A Tarde", ele voltou a Uberaba e instalou um escritório de advocacia.


Além de advogar, Leopoldino também foi diretor do colégio Rio Branco e ainda trabalhou nos jornais "Lavoura e Comércio", "Gazeta de Uberaba" e "A Separação".


Leopoldino também atuou na política uberabense como líder partidário, vereador e presidente da Câmara Municipal. Iniciou a carreira política ao ser eleito vereador em sua cidade natal, o que o levou a ser agente executivo (prefeito) em 1923. Ainda nesse ano, em eleição suplementar, foi eleito deputado federal por Minas Gerais. Tomou posse de sua cadeira na Câmara dos Deputados, no Rio de Janeiro, então Distrito Federal, em maio e exerceu o mandato até dezembro do mesmo ano. Reeleito para a legislatura 1924-1926, permaneceu na Câmara até dezembro de 1926. Faleceu em 1929, aos 37 anos.

Segundo o historiador e advogado Guido Bilharinho, ele se preocupava com o saneamento de Uberaba e com a melhoria dos serviços de energia. Além de idealizar a abertura da Avenida Central da cidade que, até 1928, era apenas fundos de quintais de imóveis em ruas paralelas. No mesmo ano, uma lei municipal autorizou a desapropriação de alguns terrenos para a abertura da Avenida entre a Rua Artur Machado e o Mercado Municipal de Uberaba, seguindo o leito do Córrego das Lajes. Então, nessa época, foi criada a Avenida Leopoldino de Oliveira. A avenida tem cerca de 6 km de extensão, segundo a Prefeitura.



Fonte: Documentos e Certidões e publicações no colégio Rio Branco Jornal Gazeta de Uberaba,Guido Bilharinho, Prefeitura Municipal de Uberaba.

terça-feira, 8 de dezembro de 2020

Último cinema de rua

Em maio de 1926, a Câmara de Uberaba aprovou duas concessões que marcaram a história do cinema na cidade. Na primeira, a prefeitura transferiu para Orlando e Olavo Rodrigues da Cunha os direitos sobre o terreno na Praça da Matriz onde funcionava, desde 1864, o Theatro São Luiz. Concedeu ainda uma isenção de impostos para que a dupla erguesse e passasse a explorar no local um novo teatro. A segunda autorizava a concessão a um grupo de investidores de um terreno a ser escolhido, além de um auxílio em dinheiro, para a construção de um novo hotel. Chefiava o executivo na época um primo de Orlando, Geraldino Rodrigues da Cunha.

O resultado das duas concessões resultou na inauguração, em 1931, do novo Cine Teatro São Luís, luxuosa e moderna casa de espetáculos administrada pela empresa Orlando Rodrigues da Cunha & Cia, que tinha como sócios, além de Orlando, José Machado Borges e Alberto Fontoura Borges. A mesma firma, já renomeada “Empresa Cinematográfica São Luís” (e incorporando Joaquim Machado Borges), multiplicaria a aposta em 1941 ao inaugurar o Cine Metrópole e o Grande Hotel na Av. Leopoldino de Oliveira.

No intervalo desses 10 anos, Orlando monopolizara o negócio das salas de cinema em Uberaba. A empresa Damiani, Bossini & Cia, dona dos Cines Alhambra e Capitólio abriu falência meses após a abertura do São Luís. O Alhambra fechou definitivamente, o Capitólio seguiu alguns meses sob nova direção. Em 1932, foi comprado por Orlando e reaberto como Cine Royal. Dona de todas as salas da cidade, a São Luís inaugurou em 1948 mais um cinema: o Vera Cruz no bairro São Benedito.

A falta de concorrência era motivo de queixas em Uberaba. Como a São Luís era atendida por uma única distribuidora, muitos filmes famosos jamais chegavam à cidade. Havia reclamações também quanto ao preço dos ingressos, à qualidade da programação e a estado de conservação de algumas das salas. Em 1957, foi grande o entusiasmo com que os uberabenses saudaram o anúncio de que a Empresa Teatral Paulista – dona de mais de 20 salas de cinema no estado vizinho, em Goiás, em Araxá e em Uberlândia – iria abrir uma nova casa na cidade.

A promessa inicial falava em uma sala enorme – duas mil poltronas, tela larga CinemaScope e amplo palco – a ser erguida em um terreno na esquina da Av. Leopoldino com Rua Senador Pena, adquirido da empresa Derenusson. As obras começaram em janeiro de 1958 com um projeto moderno para a época, ainda que menos ambicioso. Em 18 de março de 1959 abriu as portas aquele que seria o último cinema de rua a ser inaugurado na cidade. Nomeado “Cine Uberaba Palace”, tinha projetores de última geração, poltronas confortáveis e foi o primeiro a oferecer ar-condicionado, um grande alívio nos meses de verão – lembrando que os cinemas da época exigiam da clientela traje social, aos homens, terno e gravata.

 Franck Pourcel, “Here, there and everywhere”.

O Uberaba Palace reativou a concorrência e aumentou a variedade de títulos, numa época em que os cinemas ainda não disputavam espaço com a TV e com sistemas de vídeo domésticos. Nunca foi um cinema muito diferente dos demais, mas deixou boas lembranças. Ao seu lado funcionou por anos a livraria “Ponto de Encontro”, de Deusedino Martins, frequentada pela intelectualidade local. Muitos se recordam com nostalgia da trilha sonora que embalava a sala nos anos 1970 e 80 antes dos filmes: músicas dos Beatles numa famosa versão instrumental de Franck Pourcel, abrindo sempre com “Here, there and everywhere”.

Vista aérea do cinema Uberaba Palace e córrego das Lajes.
 Foto: Nau Mendes.

A partir dos anos 1980, as mudanças no mercado cinematográfico selaram a decadência dos cinemas de rua, e o Palace não foi exceção. Trocou de dono algumas vezes antes de fechar as portas em 7 de março de 1993. Por algum tempo, chegou a sediar um Bar e Bingo, ligado ao Nacional Futebol Clube. Após a proibição dos bingos, o prédio foi ocupado por uma igreja evangélica.

André Borges Lopes

terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

SAUDOSO CORREIO... ELEGANTE...

(Uma rosa não é só uma rosa; uma rosa é uma mulher sedenta de amor!)

Idos de 1960. Uberaba, era uma cidade pacata. Recatada. Sem correria. Nada parecido com a Uberaba de hoje, perdida nesse “mundaréu” de besteira que assola a santa terrinha. Eram sete bairros, algumas vilas e no “miolo” da cidade, bucolicamente, corriam córregos à céu aberto, pista dos dois lados das largas avenidas, a “ rua do Comércio” trepidante; lojas super enfeitadas, calçamento à paralelepípedo. A gente andava, dia e noite, sem ser incomodado... Os ônibus trafegavam de bairro a bairro, poucas linhas, muitos” carros de praça” e uma moçada bonita prá valer ! Bota bonita nisso ! Os moços namoravam as meninas, sem que elas soubessem...É. tinha disso, sim...Namoro à traição...

Igrejas? As tradicionais Santa Rita, Catedral, São Benedito, Santa Terezinha, Abadia, Adoração Perpétua, Fátima e só. Hoje, proliferam por todos os cantos da “ grande Uberaba”... Chico Xavier, com sabedoria e humildade, doutrinava e mostrava os caminhos do Espiritismo. Os protestantes, evangelizavam seus rebanhos. Cristãos fervorosos ! “Centros de umbanda”, muito poucos. Ontem, como hoje, a iluminação pública, fraca. Uma “ porca miséria”. Lâmpadas que mais parecem tomates maduros...

O “footing” semanal das lindas moças no primeiro quarteirão da Artur Machado, hoje chamado de “ calçadão”, contornava a Leopoldino , até o finado cinema Metrópole. Era a pureza da beleza ! A “homaiada” , babando na calçada ou na mureta do córrego das Lajes, era um sussurro só -“ vai ter mulher bonita prá lá, sô!”. Uberaba, era um cidade alegre. Bem feliz !O uberabense conhecia tudo da terrinha, às vezes, tão mal amada...

Festa d’Abadia, novena na são Benedito, quermesse na são Domingos... Naquele tempo, as saias cobriam os joelhos; sutiãs e calcinhas, guardavam peitos e bundas. As moças eram mais “família”. Os moços não usavam drogas, cigarro estava na moda, a “tatuagem” não existia. Homem namorava mulher. Mulher namorava homem. Por sinal, se davam muito bem... Nas quermesses e barraquinhas, a esperada troca de bilhetes, o esperado “correio elegante”...

O “ leva e trás” dos bilhetes, por conta dos garçons, camisa branca, calça preta e a “borboleta” Mensagens de amor, bilhetes anônimos, letra caprichada, “dele” prá “ela” e “dela prá”ele”.. Mensagens inocentes, “cantadas ”sem maldade, elogios pródigos. Tudo começava com um singelo bilhete; depois, o namoro, noivado e quase sempre, o casamento.

O “correio elegante” era a “coqueluche” da moçada. Palavras amorosas, enterneciam corações! O pátio da igreja São Domingos, deixou saudade. Quem era aquele galanteador ? Elas voltavam prá casa curtindo o desconhecido amor platônico . Seria ele, feio? Bonito? Alto ? Baixo? Pobre? Trabalhador? Malandro? Romântico, elas tinham certeza !...

Refasteladas na cama macia, travesseiro bordado, ‘”pregavam” no embalado sono, inebriada pelo perfume do “correio elegante. Os sonhos apareciam, a fantasia desenhada, desejo ainda não satisfeito. No outro dia, não via a hora de chegar a noite; ir prá quermesse e aguardar, ansiosa, um novo “ correio elegante “... Essa lembrança tão especial, foi ontem...

(Luiz Gonzaga Oliveira)


Cidade de Uberaba


sexta-feira, 23 de junho de 2017

Córrego das Lajes

                       Córrego das Lajes

Década de 1940/50


Córrego das Lajes, na Av. Leopoldino de Oliveira - Uberaba - Minas Gerais


Foto: Autoria desconhecida