sábado, 16 de março de 2019

A “FARSA” DO ANIVERSÁRIO DA CIDADE - I

Contei-lhes uma vez. A partir de hoje, em 12 textos-denúncia, recomeço a mostrar ao uberabense, a “ farsa” da ‘”mudança” de data do” registro de nascimento” de elevação à categoria de CIDADE, a nossa amada Uberaba de todos nós.

O infausto acontecimento teve inicio no dia 10 de junho de 1994, quando era Prefeito, o atual Presidente do CODAU, Luiz Guaritá Neto, envia uma PEC (Projeto de Emenda Constitucional), à egrégia Câmara Municipal, então presidida pelo vereador Ademir Vicente da Silveira, hoje, um dos maiores empreiteiros do CODAU, fixando a data de comemoração do” dia do município” , para 2 de março. Começa aí, a “ malandragem”...) (documento em meu poder).

A “ justificativa circunstanciada (sic)”é de uma total falta de solidez, história e argumentação, de pasmar ! Inicía dizendo que “costumeiramente, convencionou-se que a data oficial de Uberaba, dia 2 de maio, artigo 194, da Lei Orgânica do municipio, sem maiores indagações de ordem histórica”. Primeiro absurdo contido no pedido:-Será que o Prefeito e sua assessoria, nunca estudaram nos colégios que freqüentaram, a verdadeira história de Uberaba ? Nunca leram, nem ouviram dizer, nada sobre o grande historiador uberabense ( nascido no povoado do Jubaí), professor emérito, Hildebrando Pontes, no seu livro “História de Uberaba e a Civilização no Brasil Central?“. Lamento, profundamente, serem tão chucros assim..

No livro, com dados indesmentíveis, ele descreve toda a saga , desde os primórdios da incipiente civilização regional, iniciando pela etimologia do nome, elementos formadores, indígenas, brancos, negros, costumes, origem do povoamento, evolução social, comercial e política.O emérito professor e historiador, coitado... deve ter remoído no seu túmulo, ao ver e saber que um engenheiro, Prefeito da sua cidade, analfabeto em história da santa terrinha, teve o disparate, a insensatez e a falta de cultura, quando assinalou que “ não se tinha maiores indagações de ordem histórica”...Pobre rapaz...
É de causar arrepios, constatar tamanha ignorância. Mais adiante, afirma que “ tomou-se como data provável o dia 2 de maio de 1856 para comemoração oficial do “dia do município”. Porém, as festas da Exposição Agropecuária , evento de importância internacional, absorveu qualquer outra comemoração, empanando as festividades de tão importante evento comunitário, fundamental para a formação do sentimento de cidadania (sic”). Mais uma vez, a ignorância, aliada à petulância, além da falta de conhecido histórico do alcaide, estarrece ...

Por etapas:- O prefeito Luiz Neto, desconhecia a Lei 759, de 02/05/1856 ? Quando Uberaba foi guindada como CIDADE, nem se falava em Exposição Agropecuária ?...Qual o real motivo para a data ser “ ofuscada”, em se sabendo que só 40 anos depois, é que realizou-se a Primeira Exposição de Gado Zebu, na amada terrinha? O “porquê” a data de 2 de maio, “empanaria”, as “festividades e formação de sentimentos de cidadania”?. O Sr. Luiz Guaritá Neto, então Prefeito, quis dizer o quê, com tal afirmativa ?

O arrazoado do Prefeito, é deprimente. Tentando , conseguiu com o beneplácito da Câmara, anular a data convencional, mesmo com escassos argumentos “históricos”. Nem os “meninos do grupo”, acreditaram em tão ridícula “baboseira”.

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A FARSA – II

Continuo contando como se deu a “farsa” da mudança da “ certidão de nascimento” da CIDADE de Uberaba, de 2 de maio para 2 de março. Repito: certamente o prefeito Luiz Guaritá Neto e seus “ assessores historiadores”, não deram a devida atenção aos verdadeiros e autênticos escritores que contaram a história de Uberaba, desde a primeira leva de homens valentes que nessas plagas aportaram. Esses “ desconhecedores” da nossa história, chegaram ao descalabro ( e o Prefeito endossou...), apresentar “argumentos” que citam “Dona Beja”, que nada tem a ver com a fundação de Uberaba. Citam “Desemboque”, sem aprofundar em estudos e pesquisas que justificassem a citação. Falam de “Anhanguera”, Pitanguy e Taubaté, sem a menor argumentação convincente e totalmente sem base histórica.

Quando falam de “ 2 de março”, nem é citado o ano de 1820, que o Decreto Real, criou a PAROQUIA ( FREGUESIA ), citando D.João VI, onde está inserido:- “o grande desgosto que sofreram os colonos da “Farinha Podre”, privados do socorro e pasto espiritual que tinha no julgado de Desemboque”. Assim, estabeleceu a FREGUESIA de Uberaba”. Fica apenas uma pergunta: quem souber, responda:- Desde quando FREGUESIA é CIDADE ?

Deus meu, quanta ignorância, má fé , ou “malandragem...” O que tinha a ver “calça com a “cueca “?. Naquele tempo, o Estado era atrelado à Igreja , daí a Freguesia que, “na justificativa circunstanciada” (termo da petição do Prefeito...) , criava uma “ capela curada” e executava os despachos “necessários”...Mais adiante, o Prefeito declara:- “o decreto real de 2 de março de 1820, é reconhecimento oficial de fundação de Uberaba, sua CERTIDÃO DE NASCIMENTO , o que recomenda , históricamente, a comemoração neste dia do mês”.

Faça-nos o favor, Senhor Prefeito Luiz Guaritá Neto. V.Excia., “arranjou uma desculpa fajuta, esfarrapada, mentirosa, para “mudar”a data de “ elevação de Uberaba a condição de CIDADE”. Arranja outro motivo... Encerrada a infeliz “justificativa circunstanciada”, o Prefeito afirma:- “Por ordem eminentemente histórica , na falta de argumentos mais fortes e contrários ao documento oficial que se acha depositado no Arquivo Público (“que documento?, grifo meu )é que estou propondo a esta Egrégia Câmara , adoção da data de “2 de março”, como o “ dia do município”, resolvendo-se as controvérsias que possam ocorrer ou tenham ocorrido, em beneficio da história e do bem estar da comunidade “.Uai! muda-se a data de elevação de Uberaba a condição de cidade, por “dia do município”? Como é feita esta alquimia ? ...

Credo ! Quanta falta de conhecimento da sagrada terrinha, sua verdadeira história! Será que os anos dos bons colégios que freqüentou, em Uberaba e outras cidades,o Prefeito Luiz Neto, nunca ouviu falar nos festejos do CENTENÁRIO DE UBERABA, em 1956 ? A empolgação que a cidade viveu na época ? Nenhum “assessor” o alertou para estupenda “gafe” que estava cometendo ? Outra coisinha :- “Qual a verdade, leal e honesta, que o levou a mudar a data de elevação a condição de CIDADE, nossa grande Uberaba ? Esse desejo representava os interesses históricos da terrinha ? Ou teria” outros interesses”( escusos ?sei lá!...) para tão infeliz procedimento ? Os uberabenses foram consultados se concordavam com a mudança da “data de nascimento” da nossa CIDADE? Existiam razões que a imprensa-embora sempre calada-, desconhecia ? 

Tenho ainda muita coisa à comentar sobre essa “farsa” cometida contra a nossa sagrada CIDADE ! Volto, amanhã, à detalhar episódios que tenho em mãos.

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A FARSA – III

Sigo mostrando a grande ”farsa”do “aniversário de Uberaba”, “malandragem” que não acaba. Seguinte: ainda em junho/94, a Comissão de Justiça do Legislativo, recebeu o pedido do Executivo. O professor aposentado, meu amigo Carlos Pedroso, escreveu no “ Jornal de Uberaba”, que a data de elevação da cidade de Uberaba, não era nem 2 de março, nem 2 de maio. Católico praticante, valeu-se de consulta ao Arquivo Público de Minas Gerais, “atestando” que o 1º .centenário, aconteceu em 22 de fevereiro de 1936 .Segundo ele, “assim pensavam os políticos que queriam ser famosos eleitoralmente”. A nossa imprensa se ocupava do assunto, timidamente, comentando a” mudança da data”.

O “Jornal da Manhã”, de 24.6.94, na coluna “Alternativa”, completou a nota escrevendo assim: “ a maioria dos vereadores está consciente do problema nas comemorações do aniversário da cidade no dia 2 de maio, data “esprimida” entre o feriado nacional e a inauguração da maior feira agro pecuária do país”. Não entrou em detalhes e nem deu maiores informações. Tristeza! Quanta tolice eivada de suposições. Nenhuma autoridade que fala ou escreve a “história de Uberaba”, até então, não havia se manifestado. Só Carlos Pedroso, repetiu seu artigo do “Jornal de Uberaba”, no “Jornal da Manhã”...

Agosto/94, a Câmara convidou para debater o pedido, o Prefeito, Secretária de Educação e Cultura,Carlos Pedroso, Fundação Cultural ,Arquivo Público, OAB, ACIU, Assídua, CDL. (doc. em meu poder). Não se tem noticia se as entidades convidadas, compareceram, à dita reunião. As entidades classistas, jamais se manifestaram sobre a proposta. Vale destacar a posição sempre correta e íntegra, do Jurídico da Câmara , (Marcelo Alegria, William Martins e Sylvio dos Santos Prata), ao emitir parecer sobre o pedido da “mudança”, foi correta e taxativa. Ei-la :

“Referida data (2 de maio), vem sendo comemorada desde o inicio do século, visto que os historiadores locais tem trazido em suas obras, o seguinte:- Decreto de 2/3/1820, criou-se o DISTRITO de Uberaba, uma PARÓQUIA ,sob a invocação de Santo Antônio e São Sebastião.

A Lei Mineira no.28 de 22/2/1836, elevou Uberaba à VILA, com autonomia política e administrativa. A Câmara Municipal , deu a instalação da VILA, em 7/1/1837.
E pela Lei 759, de 2 de MAIO de 1856, erigiu-se em CIDADE . 

Leis posteriores, desligavam de Uberaba , aqueles termos e de no.375, de 1903, anexou-lhe a de Sacramento que depois, também se desligou . (José Mendonça,” História de Uberaba, pág.23,1974 )”. Completa então o douto PARECER do Jurídico da Câmara de Vereadores:- assim ante a citação( cópia anexa) não há o que se COGITAR de que a data de 2 de maio, então data da comemoração “ do dia do município”, NÃO TEM EMBASAMENTO HISTÓRICO, como pede a “ justificativa de folhas”.

Evidenciado, cristalinamente, que o Jurídico da Câmara, mediante inequívoco PARECER, confirmou o dia 2 de maio, como o PRINCIPAL DA CIDADE DE UBERABA. Tenho em mãos, cópias do livro do saudoso e eminente professor e historiador , José Mendonça, tratando do assunto. Lamentavelmente, não se conhece as razões, o Presidente do Legislativo, ADEMIR VICENTE DA SILVEIRA, insistiu na sequência do pedido, a fim de atender o seu “amigo”, Prefeito LUIZ GUARITÁ NETO.

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A FARSA – IV

Apesar de alguns amáveis leitores não entenderem a importância e datas históricas, continuo mostrando a “farsa’ acontecida em Uberaba, na mudança do “ registro de nascimento” da santa terrinha. Se não cuidarmos do nosso passado, o nosso futuro vai deixar a desejar...

Vamos lá:- 5 de agosto de 1994,”Jornal da Manhã noticía que “ vereadores marcam data para discutir o aniversário”. À reunião do dia 18 do mesmo mês, compareceram e assinaram presença , além dos edis, Carlos Eduardo Colombo, José Humberto Salge, Erwin Pulher, Aparecida Manzan, Carlos Pedroso, Luiz Guaritá Neto, Jorge Nabut, Guido Bilharinho, Sônia Fontoura, Flávio Canassa, Lauro Guimarães, Josefina Silva e Ademir Vicente da Silveira.Convidados, não compareceram: Arnaldo Santos Anjo, Luiz Alberto de Oliveira Jr. Modesto de Lima, Maria Antonieta Lopes, Dedê Praes ( documento em meu poder ).

O “Lavoura e Comércio”, de 6/8/94, abriu manchete:-“Poder Público e entidades discutem data para o aniversário de Uberaba”. E completa:- “ O Presidente da Câmara, Ademir Vicente da Silveira, afirma que a mudança da data obedece a fatores históricos questionados pela população e esclarece divergências quanto ao dia e ano de fundação de Uberaba “. Estranho é que, desde o inicio, das “discussões” propostas pelo prefeito Luiz Neto, em momento algum, S.Excia .teve o cuidado de convidar a imprensa local, à participar das referidas reuniões. Acredita-se que o Prefeito tinha certeza plena que a “imprensa chapa branca”, “comia na mesma panela”...( menos eu que deixei a Superintendência da TV-Regional, em maio de 1994.)

Os folhetins da terrinha, se ocupavam em pequenas notas. A íntegra jornalista Gislene Martins (Você faz muita falta, Gislene...)na coluna “Bastidores”, registrou a preocupação de Ervin Pulher , na mudança da data .Disse: “2 de março é da criação da PARÓQUIA, 22 de fevereiro, apenas a data da lei Provincial . Uberaba, cumpriu todas as obrigações legais para a Lei entrar em vigor, 2 de maio”, concluiu o saudoso e emérito professor. Já Carlos Pedroso, católico convicto, insistia em seus artigos.”Dom João e o aniversário” que, nem 2 de março, nem 2 de maio, representam a data mais importante do município.22 de fevereiro, é o dia a ser comemorado. Ele sempre insistiu na FREGUESIA de Santo Antônio e S.Sebastião de Uberaba”.

A ignorância histórica do ex-Prefeito, Luiz Neto, sobre o aniversário da cidade, em que pese o avô, o pai, um dos mais brilhantes jornalistas e radialistas que Uberaba produziu, o inesquecível Ataliba Guaritá Neto ( O Netinho imortal) e ele, Prefeito, é de pasmar ! Declarar ao “Jornal de Uberaba”(19/6/94) que “ a data de 2 de maio foi definida sem maiores indagações e que tornou-se como DATA PROVÁVEL, 2 DE MAIO DE 1856, como a data mais importante do município” (doc.em meu poder)”,é de lascar !Os historiadores Hildebrando Pontes e José Mendonça, repito o que já disse anteriormente, devem ter revirado na tumba ! Pelo visto, o ex-Prefeito, nunca leu a história de Uberaba, cidade que ele administrou e tem, dizem, pretensão de voltar a dirigi-la.

É claro o inteiro teor da Lei 759, de 2 de maio de 1856, elevando a categoria de CIDADE ! Na infeliz entrevista citada, ele declara:- “ O Decreto de D.João VI, justifica a decisão que visava acabar com o desgosto que sofreram os colonos estabelecidos no sertão da “Farinha Podre” por serem privados de socorro e pasto espiritual”. Custa-me acreditar que um jovem inteligente, de boa família, brilhante engenheiro, enfronhado nas lides políticas, cometesse tamanha leviandade...Tenho muito mais coisas para contar.

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A FARSA V

Até a natureza se revolta contra aqueles que faltam com a verdade. Impingem situações ”goela abaixo”, dos cidadãos de boa vontade. Esse 2 de março, louvado como “ aniversário de Uberaba”, não me representa e desafio a provar minha verdadeira história da data de ELEVAÇÃO de Uberaba e a fajuta e inconsistente “criação” de uma nova data de” Freguesia”...

Continuo o meu indesmentível histórico. Na Câmara municipal, prosseguia as tratativas para a “mudança”do aniversário de Uberaba. O “Jornal da Manhã”(24/6/94), na coluna “Alternativa”, estampava “ o projeto deverá ser votado na primeira semana de junho. Se aprovado, Uberaba ficará com 175 anos de idade”. (grifo meu, ou seja, “envelhecida” 36 anos). Continua “matéria parece tranquila no Legislativo, mesmo porque a maioria dos vereadores está consciente do problema acarretado com as comemorações do aniversário da cidade, dia 2 de maio, “esprimida” entre o feriado nacional e a inauguração da maior feira agropecuária do país, a Expozebu”.

Tal justificativa seria cômica, se não fosse trágica. Os que queriam mudar a data,” inventaram” essa desculpa. Cabe aqui, algumas indagações: “naquele ano, o Carnaval começava na quinta, cobria a sexta-feira e o sábado, o comércio a indústria e outras atividades, inclusive repartições públicas, paralisaram suas ações, ou não ?.A “ semana santa”, também envolvendo quinta-feira, sexta

-feira da Paixão e sábado da aleluia, teriam que mudar a data, também ? Feriados municipais e ou federais, quando “ caem” na sexta-feira, teria que ser adiados? E outras datas, quando o feriado é na quinta-feira ou na segunda-feira, criando os chamados “ feriadões” , tinham que acabar ?. Não resiste ao menor argumento, esse apresentado pelos “sabichões, donos da cidade” e complacência da acovardada Câmara de Vereadores da época.

O “silêncio”, mudo e quedo da “imprensa marrom” da cidade, a pacífica e subserviente conivência dos jovens historiadores da santa terrinha, alguns funcionários municipais, lotados em secretarias, autarquias e departamentos com duvidosos e incipientes pareceres, “lavaram as mãos” ,lembrando Pôncio Pilatos.. .Enquanto os “ estudos” prosseguiam na Câmara, o professor Carlos Pedroso, continuava escrevendo nos jornais locais. “Jornal da Manhã”(26/6/94), sobre o”aniversário” de Uberaba. Chegou a invocar o saudoso Arcebispo Metropolita da época, D.Benedito de Ulhôa Vieira, sobre o estudo que tinha em mãos. Insistia na data de 22 de fevereiro de 1836.., Sua tese, seus “guardados”, foram, solenemente, ignorados, no momento de se concretizar a “ farsa” do “aniversário” de Uberaba...

O “Jornal da Manhã”, raramente registrava o episódio ,em pequenas notas. Uma delas, em 3/8/94, dizia:- “Câmara de vereadores ,inicia dia 18, as discussões sobre a transferência da comemoração do aniversário de Uberaba para outra data. A proposta é que esta data seja observada no dia 2 de março, que marca a assinatura do decreto real pelo qual, D.João VI, criou a FREGUESIA de Uberaba. Esse decreto representa a certidão de nascimento da cidade, pois deu-lhe autonomia administrativa.” O jornal repetia, integralmente, a proposta de emenda Constitucional enviada `Câmara, pelo então prefeito Luiz Guaritá Neto. Nada mais...

Oh! Terrível dúvida ! Aí, tem “coisa”...D.João VI,”cria”FREGUESIA”, que a “turminha” afirma representar a “certidão de nascimento” da cidade. E onde fica o inteiro teor do decreto que especifica FREGUESIA ? Nos dicionários pesquisados, no “Geogle”, conhecerão as definições de CIDADE e FREGUESIA e as conseqüentes diferenças.. Fico a pensar:- qual teria sido a verdadeira intenção, ou razão dos nossos dirigentes? O que se esconde nessa “farsa” da “mudança” da data de elevação de Uberaba à condição de CIDADE ? O “sombra”, sabe ?...

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A FARSA – VI

O dia 2 de março, repito, não me representa como o do “aniversário” de Uberaba. Essa intensa e mal intencionada publicidade de hoje, 199, amanhã 200 anos da terrinha ,é pura e fantasiosa mentira ! Autoridades e pretensos historiadores da cidade, desconhecem-se as razões e os motivos reais, tentaram mistificar ( ou desmitificar ?)a história da elevação de Uberaba a condição de CIDADE. Erro imperdoável ! Tentam jogar ao chão, experientes e acreditados historiadores da amada terrinha, com a mais absurda falta de pudor em relatar a verdade. Esqueceram do compromisso com a cultura , história e tradição da amada terrinha. Os responsáveis pela irresponsável mudança de data da elevação da então Freguesia à CIDADE, não levaram em consideração , por falta de conhecimento, ou por interesses ocultos e escusos, o “ envelhecimento” de nossa Uberaba em 36 anos ! Isso pode, Arnaldo !...

É a mais pura e grossa mentira, “mudar” a data e aniversário da CIDADE de Uberaba, pela forma semi-ditatorial como foi imposta. O Prefeito Luiz Neto, convidou apenas pessoas que iriam dizer “amém” à sua questionável pretensão. Sabia de antemão que os “convidados” – menos os doutos advogados do Departamento jurídico da Câmara municipal - , não iriam contra o seu desejo. Ficam algumas perguntas:- Porque a imprensa não foi convidada para participar da “discussão”?- Ela era contra a proposta? – Porque o uberabense (povão) não foi chamado a manifestar se aceitava ou não, a referida “mudança”? Seria contra a proposição ? O que levou o prefeito a ignorar os livros documentos de uberabenses ilustres (Hildebrando Pontes, José Mendonça, entre outros ) que escreveram histórias verdadeiras de Uberaba ? Não acreditavam nos seus livros e depoimentos, abordando a data de aniversário da terrinha ?

Ninguém pode esquecer que o resgate da História de uma cidade, se dá através de documentos, leis, metodologia, conhecimento histórico do assunto em questão. Qual o motivo de se criar uma “comissão” e depois dos vereadores, não terem levado em consideração, o respeitável PARECER JURÍDICO do seu competente Departamento, quando instado a pronunciar-se sobre a discutida “mudança”?

A “exposição de motivos” da exma. senhora diretora do Arquivo Público da época, que mesmo sabendo da história da elevação de Uberaba a CIDADE, “opinou” pela mudança da data, via uma débil explicação que o “ dia 2 de março, representa a certidão de nascimento de Uberaba” .Confesso, desconheço quantas Escolas Universitárias, diplomas de nível superior, possui a diretora, que a qualifica em ter dado a “palavra final” propondo a mudança...

2 de março, revelam os” documentos históricos”( que nunca foram apresentados...)no arrazoado de pedido da “mudança”. Não representa a vontade do laborioso povo de Uberaba que sempre comemorou a data de elevação da CIDADE DE UBERABA, no dia 2 de maio. Se está entre o dia do Trabalho e a Expozebu, o problema não é da CIDADE DE UBERABA ! Somos mais antigos e reza o ditado popular “ Antiguidade é posto”...

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A FARSA – VII

A exma . sra. Aparecida Manzan, então diretora do Arquivo Público municipal, após a sua posição com relação ao “ aniversário de Uberaba”, passou por momentos pouco agradáveis com a Justiça Estadual, envolvida no “escândalo da Fundação Cultural”, quando o então diretor da FCU, foi o “pivô” de uma fraude ocorrida naquela autarquia, cujo ressarcimento do desfalque do dinheiro aos cofres municipais, até hoje, não aconteceu. Sua posição em nome do APU, referente a “mudança” da data do aniversário da terrinha, extraio hoje e amanhã, alguns trechos do seu “levantamento’. Inicialmente, ela já faz opção pelo dia 2 de março de 1820 ; segundo ela “ por ser o primeiro reconhecimento oficial desta povoação, visto que, a Igreja , estava, umbelicalmente, vinculada ao Estado”.

Mais a frente, ele se cerca de dúvida e escreve “ necessitamos de mais tempo e recursos financeiros para buscar outras documentações no Instituto Histórico e Geográfico do Rio, no Arquivo Público Mineiro, Arquivo Nacional e Arquivo Público de São Paulo e Biblioteca Nacional do Rio”. Pede ainda que “ historiadores” ( não cita nomes, nem a origem ) para “ajudar nas pesquisas”. Segundo a exma. sra. Manzan, “ é preciso revisar a história de Uberaba para não incorrer em erros anteriores . Não se pode trabalhar com hipóteses, mas, com provas documentais”, finaliza a então diretora do Arquivo Público municipal.

Na outra página ( documentos em meu poder ), historía outra “data importante do município de Uberaba, 27/10/1809”. Ela relata a “ chegada dos irmãos José Manoel e Antônio Eustáquio Silva e Oliveira, vindos de Ouro Preto e Eustáquio, nomeado pelo Governo Provincial, como o “Comandante Regente dos Sertões da Farinha Podre”. De volta ao Desemboque, Eustáquio, encontra “ um lugar propicio para nele se instalar, às margens do córrego das Lages”. Em seguida, Aparecida Manzan, discorre sobre a data de 1/12/1818. Ela escreve:- “Eustáquio , recebe as bênçãos do padre Hermógenes Cassemiro de Araújo Brunswick, na capelinha erguida no arraial com o nome de “arraial de Santo Antônio e São Sebastião da Farinha Podre”, nome que figurou até 1836. Ela faz também, referência a manifestação da Igreja Católica, junto às ações do Estado . Nada mais.

Vem o 2 de março de 1820, quando D.João VI, criou a “ Paróquia (Freguesia)no arraial de Uberaba. Tal decreto fala do “desgosto sofrido pelos colonos do sertão da Farinha Podre, que se viram privados do socorro e pasto espiritual , longe do Julgado do Desemboque “. A justificativa exposta pela exma .sra., então diretora do Arquivo Público municipal, contenta-se em comentar a “ institucionalização da vida dos convidados na construção de sua ermida, visitada pelo padre e elevava à região inóspita (? minha) ao status de Paróquia ou Freguesia “. A arquivista fala da “assistência religiosa, o acesso ao batismo, amparo dos enfermos até a morte e a garantia do registro de nascimento, matrimônio, óbito, ampliações jurídicas e sociais”.

Encerra seu arrazoado, afirmando:-“ 2 de março de 1820, representa o primeiro reconhecimento oficial de Uberaba, sua certidão de nascimento”. No entanto, no último parágrafo de sua exposição, ela expõe-se à grande dúvida, a sua incerteza, quando afirma literalmente:- “Embora não seja a data de FUNDAÇÃO( Elevação de Uberaba a condição de CIDADE ), pois não existe formalmente; uma vez que os “ primeiros habitantes”, foram chegando sem “ data definida, é sem dúvida, uma das datas mais importantes de nossa história, merecendo ser valorizada de acordo com a preponderância (sic) que tem “. Amanhã, comento as datas de 22/2/1836 e 2/5/1856. A história sempre tem data...

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A FARSA – VIII

A senhora diretora do Arquivo Público 94/95, Aparecida Manzan, em seguida a sua “decisão” de mudar a data de elevação de Uberaba a condição de CIDADE, traz um longo histórico sobre o dia 22/2/1836, invocando a Lei Provincial no.28, que eleva Uberaba como sede e nome de “Vila Santo Antônio de Uberaba”, joga “prá fora” o coitado do São Sebastião... Discorre sobre a construção de um “sobrado” que servia à Câmara municipal e, no térreo, uma cadeia... ”Sobrado” que sobreviveu e, hoje, abriga dependências históricas da Câmara municipal . Depois de ser “arraial” e “Freguesia”, a historiadora finalmente comenta a data de 2/5/ 1856 . Sem entrar em maiores detalhes e pormenores da elevação a condição de CIDADE de Uberaba.

Transcrevo, sem muda uma vírgula (documento em meu poder), seu comentário:- “ Uberaba, após tornar-se município em 1836, desenvolveu-se rapidamente. Em 1837, já tinha Correios, em 1839, instalaram-se Cartórios, em 1840, passou a ser sede de Comarca. Este crescimento deveu-se a sua privilegiada posição geográfica, à força da sua atividade econômica e ao dinamismo de seus habitantes, que, em 1856, solicitaram e obtiveram a elevação de sede do seu beneficio à categoria de CIDADE, título honorífico, sem significação política (?), raramente concedidos aos núcleos urbanos. Assim, pela Lei Provincial no.759, de 2 de MAIO de 1856, aquele pequeno ARRAIAL DA FARINHA PODRE, timidamente começado pelo major Eustáquio, desde os idos de 1809, que em 1820 era FREGUESIA DE SANTO ANTÕNIO E SÃO SEBASTIÃO DE UBERABA, que a partir de 1836, e tornou sede de município com o nome de VILA DE SANTO ANTÕNIO DE UBERABA, agora muda mais uma vez de nome e se torna, definitivamente, CIDADE DE UBERABA. Era tudo que aquela população laboriosa e produtiva poderia pretender para sua terra, que assim se faz conhecida entre as poucas que então existiam no Brasil com este honroso título “.

É questionável “relatório-decisão” da diretora do APU, sem consultar maiores fontes ( ela mesmo, no texto de ontem, confessa...)DECIDIR que a data de elevação de Uberaba a CIDADE, seja 2 de março de 1820, confundindo com FREGUESIA. Suas assertivas para mudança de data de elevação a condição de CIDADE, a mim me parece ( depois de reconhecer a data de 2/5/1856), muito estranho. Ignorou por completo, não citou uma vez sequer, historiadores uberabenses de cepa indiscutível, donos de um enorme acervo cultural e histórico, dos renomados professores Hildebrando Pontes e José Mendonça. Sem sofismas, tal “decisão” teria obedecido “ ordem superior”, do que propriamente aos conhecimentos e relatos históricos?...

Ao tempo que a diretora do APU, aduz a necessidade de “maiores dados oficiais”, afirma que a “data de 2 de março de 1820, é a mais adequada e serve como registro de nascimento de Uberaba”... A “farsa”da mudança da data histórica (honorífica ? Jamais...)da elevação de UBERABA a condição de CIDADE , não pode ser trocada por uma reles data de criação de FREGUESIA, sinônimo de “ currutela”...Pergunto:- Era assim que o Prefeito e vereadores dos anos 1992/96, da sagrada terrinha devotam a nossa mui amada UBERABA ? Tenha dó!

Quanto a exma.sra.diretora do Arquivo Público, Aparecida Manzan, ela se contradiz, infelizmente, nas suas “considerações”. Uma pena ! Mostro e sequencio, amanhã, para trazer à tona, a verdadeira data de elevação de Uberaba a CIDADE. Não “ Freguesia.”, que estão apregoando na suspeita publicidade de Uberaba- 200 anos...”Balela que ninguém acredita...

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A FARSA – IX

Prossigo relatando a “farsa” da mudança da data de aniversário de Uberaba. Em 29/4/1994, a exma.sra. Aparecida Manzan, diretora do Arquivo Público municipal, enviou ao então Chefe de Gabinete do Prefeito Luiz Neto, Wellington Cardoso Ramos, “atendendo solicitação”, o estudo final para “mudar” a data de aniversário de Uberaba. Sem trocar uma vírgula, ela escreveu :- “O dia 2 de maio, apesar da importância histórica, não oferece condições para ser o “Dia do Municipio”(?) por causa da Exposição Agro Pecuária (?). Nossos estudos sugerem a data de 2 de março, quando se comemora a criação da FREGUESIA de Uberaba, em 1820, que, embora não seja a data de fundação como 2 de maio é vista, como o inicio de povoamento que não pode ser precisado”.

A”justificativa” é cômica, quase risível! Ela afirma:- ‘2 de maio, é comemorado há muitos anos como “Dia do Município”.( Ela não fala em CIDADE). Atualmente está obscurecida(?) pela festa da Exposição, uma vez que:- 1º -A festa da Exposição tornou importância nacional e internacional que absorve qualquer outra comemoração. ( A diretora dá a entender que a Expozebu só tem um dia de festa, 3 de maio, que diga-se, nos últimos anos, não tem a importância de antigamente, pois que, este ano, 2019, a abertura será dia 27 de abril...) 2º.- A celebração do “Dia do município”, (não fala mais em aniversário, nem fundação e muito menos, ELEVAÇÃO )é fundamental para formação do sentimento de cidadania de seus jovens cidadãos ( quer dizer que, até então, o 2 de maio não era comemorado ? Seria ela nascida depois de 1956, quando grandes festejos comemoraram o CENTENÁRIO de Uberaba, elevada a condição de CIDADE ?. Lamentável a falta de conhecimento histórico daquele prestativa servidora municipal...)Terceiro argumento:- “ A data de comemoração do “dia do município”, precisa ser destacada de qualquer outro evento que possa cobrir o valor cívico que apresenta”, destaca.

Em seguida, afirma “2 de maio não oferece condições pelo exposto(?) a equipe de pesquisadores e historiadores do arquivo Público ( não cita nenhum nome de “pesquisador” ) sugere que a partir de 1995, a data municipal seja comemorada no dia 2 de março, conforme decreto de D.João VI, criando a Paróquia de Santo Antônio e São Sebastião de Uberaba (FREGUESIA)”. Foi uma das peças históricas mais chulas que esse pobre escriba teve noticia . Para agradar não se sabe quem ( ou sabe?), esse “ crime histórico” foi perpetrado...

Do fim de abril a agosto de 1994, a “ imprensa chapa branca” da terrinha, vaga e esporadicamente, noticiava a “ mutreta” em jogo. Vereadores, segundo os jornais, ”estudavam a matéria que seria votada”. O assunto, era levado em “ banho Maria”...O “Jornal de Uberaba”, 18/8/94,escreveu” a população de Uberaba, na sua grande maioria, é contra a mudança”. Dezembro/94, o então Presidente da Câmara, Ademir Vicente da Silveira, convocou a última reunião do ano, para discutir a PEC 007/94, que “ muda” a data de aniversário da cidade. Além dos vereadores, são convidados, Flávio Canassa, Sônia Fontoura, Jorge Nabut, Carlos Pedroso, Dedê Praes, Antonieta Borges, Aparecida Manzan, Modesto Lima, José Humberto Salge, Eduardo Colombo, Luiz Alberto Oliveira Jr., Erwin Pulher, Arnaldo Santos Anjo, Guido Bilharinho e o prefeito Luiz Guaritá Neto. Sônia Fontoura, pediu mais prazo para estudar o assunto. Carlos Pedroso, disse que a data só poderia ser mudada em 1995. Os vereadores, Ademir Vicente, Lauro Guimarães e Gilberto Caixeta, não concordaram. Dia 20/12/94, nova reunião. Bilharinho, Pulher, Colombo, Manzan, Antonieta, Sônia, Flávio e Lauro Guimarães, compareceram. Luiz Neto, Santos Anjo, Luiz Alberto, Salge, Modesto, Dedê, Pedroso, Nabut, Heleno Araújo e Caixeta, ausentes. O projeto foi aprovado; a reunião extraordinária, realizada na ante véspera do Natal, 23/12/94.

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A FARSA X

Até hoje, a mal explicada mudança da data de aniversário da elevação de Uberaba a condição de CIDADE , infelizmente, naquele malfadado dia ( comentei ontem ), estava decretada. Com a pálida presença de algumas lideranças classistas da terrinha e que não se interessaram por assunto tão relevante, pois, pertenciam a mesma “panelinha” daqueles que, por razões nada edificantes, queriam a “mudança”. Ato este, vexatório, sem compromisso com a verdade, desqualificadamente, concretizou-se. 

Procure-se Brasil afora, o aniversário de uma CIDADE, pequena, média, grande, megalópole ou Capital, tivesse alterado o seu “ registro de nascimento”. É procurar “agulha no palheiro”... Forças retrógadas , para tristeza do uberabense verdadeiro, levaram a melhor. O Legislativo , como sempre, curvou-se, de joelhos, covardemente, ao Executivo e coroou-se, funestamente, a esse tamanho descalabro...

No dia 21/12/94, a Comissão de Justiça ,Legislação e Redação (José Rodrigues de Rezende, Paulo Silva (falecido) e Gilberto Caixeta), opinou pela aprovação da “nova data”. No dia 23/12/94, ante véspera do Natal, o artigo 194, da Lei Orgânica do Municipio, foi alterado (1º.turno). O ato “ heróico” estava consumado...

No 3º.ano do período legislativo ( 93/96), o projeto foi aprovado , por UNANIMIDADE (!!!) pelos exmos.senhores vereadores, em 2º.turno. Passado o período das férias, no dia 6/2/95, entrava em vigor já naquele ano. Depois de uma pífia “Justificativa Circunstanciada”, enviada à Câmara em 27/5/94, a tramitação durou ( ou demorou ? 8 meses e meio para a “ farsa” tornar-se vitoriosa. 

Não respeitou sequer o passado de uberabenses ilustres, mestres que debruçados em pesquisas históricas , análises , documentos e depoimentos insuspeitos, escreveram livros contando como Uberaba foi guindada a CIDADE e não FREGUESIA. Homens da têmpera e valores irrefutáveis de Hildebrando Pontes e José Mendonça, expoentes da nossa cultura, foram “substituídos” na suas hercúleas tarefas de estudos sobre a origem da nossa amada UBERABA, por políticos sem raça, sem jaça que, atendendo a interesses escusos e pouco louváveis, mesquinhos, agrediram e afrontaram a nossa história ... A imprensa, como soe a acontecer, em episódios marcantes da terrinha, “fechou-se em copas”, subjugando-se a interesses ocultos para não desagradar os “ ricos e poderosos” da cidade...

Aos uberabenses , cultores dos nossos dados históricos, responsáveis pelo zelo de nossas tradições, conheçam, abaixo, aqueles(as) foram os subscritores dessa irresponsabilidade : Prefeito Luiz Guaritá Neto, Aparecida Manzan e sua equipe da época, do Arquivo Público, convidados (já citados)que opinaram sobre a mudança e os 19 (dezenove )vereadores que votaram, unanimemente, pela “ troca” (ou alteração? )de tão infeliz iniciativa: Ademir Vicente da Silveira, Arly Coelho da Silva, Benito Meneghello, Daltro de Paiva (falecido), Edivaldo dos Santos, Chiquinho Teixeira, Gilberto Caixeta, Hamilton Felix, Heleno Araújo, Helí Andrade, Jesus Manzano ( falecido), João Spósito, José Rodrigues de Rezende, Lauro Guimarães, Minervino Cesarino (falecido), Newton da Cunha Prata, Paulo César Soares, Paulo Silva (falecido), Wilson de Paiva (falecido em pleno mandato), substituído por Lucimar Ferreira.

Esses homens, não se sabe, consciente ou inconscientemente, deixaram um legado triste para a exemplar história de Uberaba, trocando a referência de uma grande CIDADE para uma ultrapassada e pouco conhecida FREGUESIA... Pena ! Muita pena !...

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A FARSA XI

Estou chegando à reta final da “farsa” do “aniversário de Uberaba”. Defino o que FREGUESIA, PRELAZIA e CIDADE. FREGUESIA- é o nome de uma divisão administrativa, semelhante à PARÓQUIA. Freguesia e Paróquia, são sinônimos. Com a Proclamação da República, aconteceu a total separação entre a Igreja Católica e o Estado.

PRELAZIA – É uma circunscrição eclesiástica que atende as necessidades peculiares de um grupo de fiéis. É a Prefeitura Apostólica que administra o vicariato católico. As Prelazias são similares às Igrejas particulares. Cada uma tem seus fiéis, clero e pastores.

CIDADE – é uma área urbanizada que se diferencia de vilas, lugarejos, povoados, obedecendo critérios que incluem, população, densidade e classe populacionais e estatuto legal. CIDADE- é utilizada para designar uma data político-administrativa URBANIZADA . CIDADE – é uma área que concentra oferta de serviços, emprego, renda, manifestações culturais, religiosas, infra estrutura, consumo, e reúne os mais diversos fluxos e atividades humanas.

A importância dada à região da VILA DE SANTO ANTÕNIO E SÃO SEBASTIÃO DE UBERABA, era próspera e mereceu o título de CIDADE, EM 2/5/1856, tornando-se importante centro comercial que acentuou-se com a chegada da Estrada de Ferro Mojiana, em 1889, facilitando, sobremaneira, a imigração européia para nossa cidade e acompanhou o desenvolvimento da pecuária zebuína. Até o advento da “Fosfértil”, Uberaba progrediu.

Bastou assumir as rédeas do município, “jovens políticos promissores” e começar a degringolada do crescimento da santa terrinha. “Markeiteiros” e “ publicitários”, enfeitaram Uberaba daquilo que ainda não tínhamos. Tornaram-se “donos da verdade e da cidade” e mudaram até a data “ de nascimento” daquele povoado que Major Eustáquio, fundou...

É desalentador constatar a forma irreal como a “imprensa chapa branca” da terrinha teceu loas ( não merecidas) a “mudança”da data de elevação a categoria de CIDADE, a nossa amada , extraordinária , sofrida e mal querida (por alguns) UBERABA ! Até recentemente, insistiam em anunciar o aniversário da “currutela da FREGUESIA”, como se fosse sua data natalícia, e ”ignorando”, sabe lá por quais razões, a Lei 759 de 2/5/1856, que consagrava UBERABA como CIDADE . Motivos inconfessáveis, maldosamente “desconhecidos!”(será?), “aplaudiam” e desgraçadamente ainda “aplaudem”, a nefasta e covarde “transferência” de “ soprar velinhas” imerecidas, diga-se, do histórico e indesmentível 2 de maio para o insosso, mentiroso, inodoro e incolor 2 de março, tentando impingir aos uberabenses natos, degradante aleivosia, “inventada” por esse grupo de uberabenses inúteis.

Sem dar “ o braço a torcer”, a mídia local corrigiu, em parte, o seu erro. Não escreve mais que é o “aniversário de Uberaba”. Registra apenas “ 2 de março, aniversário da elevação de Uberaba a FREGUESIA”... Era o mínimo de honestidade profissional e histórico que o uberabense esperava. Falar em “aniversário de 200 anos”, em 2 de março, é agredir nossos foros de civilização e cultura. É cuspir nas nossas honestas caras, uma indecência histórica que não compactuamos e muito menos, respeitamos.

Quanto aos infelizes uberabenses que cometeram esse ‘crime histórico”, que sejam esquecidos para todo o sempre da nossa memória histórica. Uberaba, cristã e religiosa , lhes dará o perdão !....

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A FARSA XII

Passadas mais de duas décadas, o uberabense ainda não “ engoliu” a “farsa” da mudança de data de elevação de Uberaba a CIDADE. Transformaram o 2 de março em “dia do município”.(Doc. Em meu poder). Para o povão “ 200 anos de Uberaba”, é grossa mentira ! A “desculpa” , uma só: 2 de maio estava “esprimida” entre o Dia do Trabalho e o inicio da Expozebu, não “cola” mais. O dia 3 de maio, nunca foi feriado municipal; a Expozebu, há tempos , não tem inauguração neste dia. Este ano mesmo, 2019, a inauguração acontecerá no dia 27 de abril, sabiam? A lenda de 3 de maio de inauguração, ficou na saudade...

Ademais, feriados seguidos, os chamados “feriadões”, sempre aconteceram e acontecerão. Este ano, o Carnaval “coincidiu” com o fajuto “aniversário de Uberaba”... ou não ? E daí ? Essa “história” esfarrapada que agride os historiadores sérios ( vivos e mortos), foi para “ Tonga da mironga do...).UBERABA – pelo porte de cidade culta, ordeira, progressista e civilizada, não vai se deixar levar por essa inoportuna e tola aleivosia. A nossa indignação vai perdurar enquanto essa injustiça histórica não for reparada. Essa farsa da mudança que impingiram na “ certidão de idade” da sagrada terrinha, não nos representa!

A atual Egrégia Câmara Municipal, bem que poderia dar “ o ar de graça” da sua atuante presença, REVOGANDO a Lei de tão infeliz e falsa “data de aniversário” da terrinha. Nada contra a FREGUESIA DO ARRAIAL DA FARINHA PODRE, lugarejo, povoado, ou vila... Uberaba, ´e CIDADE – a nossa vida ! Não sei se sede de amor ou sede de amar ! Uberaba, é o nosso manto protetor ! Colo de mãe na mais pura e amada essência ! Uberaba, transcende carinho, trabalho, alegria, festa, cidadania ! Uberaba, é o nosso torrão natal ! Nada se compara a ela!

Sua bênção, Major Eustáquio ! Vamos juntar nossas vibrações a Mário Palmério, Fidélis Reis, Alaor Prata, D.Alexandre, Jorge Furtado, Hélio Angotti, Humberto Ferreira, José Humberto R.Cunha, Joubert de Carvalho, Cacaso, Antenógenes Silva, Leopoldino de Oliveira, Glycon de Paiva, Pedro Moura, Avelino Inácio, Álvaro Lopes Cançado, Randolfo Borges Jr., Ovidio Fernandes, José Bilharinho, Henrique Kruger, Inácio Ferreira, Chico Xavier, Aparecida Conceição Ferreira, Antusa Martins, Aspásia Cunha Campos, Alexandre Campos, Celso Afonso, José Ribeiro, Juvenal Arduini, Augusto César Vanucci, “Doca”, “Zote”, Pedro Salomão, Hugo R, Cunha, João Guido, Alberto Fontoura Borges, Boulanger Pucci, Antônio Próspero, Ataliba Guaritá Neto, Raul Jardim, Renê Barsam, Odorico Costa, Artur de Melo Teixeira, entre outros muitos uberabenses de verdade que, por absoluta falta de memória desse modesto escriba, não foram citados, mas, pertencem ao “panteon” da nossa história.

No plano superior, mãos dadas, ecumenicamente ,iluminem a nova geração de uberabenses e reponha no seu devido registro, a data de “aniversário de Uberaba”, tão grosseira, estúpida e covardemente, alterada sem razões históricas que justificassem esdrúxula medida. Nunca é tarde para redimir-se de erros praticados. Há que prevalecer o sentimento político dos nossos ilustres vereadores, ao repor a verdade histórica. Não permitam que esse falso” 2 de março” de 2020, se transforme num palanque eleitoral para o “ continuísmo” na nossa amada CIDADE!

Se tal gesto acontecer, senhores vereadores, receberão os aplausos, os votos e o respeito de todos nós, uberabenses que amamos de paixão a nossa altaneira Uberaba!
A cidade espera e acredita em vocês! “Marquez do Cassú”


Luiz Gonzaga de Oliveira



Cidade de Uberaba

UM JUIZ CRIVADO DE BALAS

Já passava das cinco horas, mas o sol ainda não havia nascido na manhã do dia 14 de junho de 1878. A pequena cidade de Uberaba despertou em sobressalto com o ruído de cinco tiros disparados em sequência. Vizinhos pularam da cama e, no quintal de uma casa próxima à igreja matriz, encontraram em agonia o bacharel Evaristo Rodrigues da Silva Carvalho. Três tiros disparados contra o peito e mais dois no ouvido direito não conseguiram tirar sua vida. Ao seu lado, o delegado de polícia encontrou um revolver vazio.

Episódios de violência não eram incomuns no sertão do Triângulo Mineiro do séc. XIX – e esse poderia ter sido mais um caso de vingança envolvendo jagunços e coronéis. Mas, aparentemente, Evaristo havia tentado o suicídio. Dias antes tivera a notícia de que sua nomeação como Juiz de Direito da comarca da Posse, na província de Goiás, havia sido tornada sem efeito. Mais que isso: outro juiz já havia assumido o posto. Desempregado, sem patrimônio e sem família rica, entregou-se ao ato de desespero. Agonizou por semanas em uma casa de saúde, vindo a falecer no dia 3 de julho.

Nos tempos de hoje – onde magistrados são cargos de carreira, concursados, com altos salários, estabilidade e direito a benefícios – pode parecer estranho um infortúnio como esse. Mas as coisas eram diferentes no reinado de Dom Pedro II. O governo era uma monarquia parlamentarista, mas cabia ao imperador nomear o presidente do Conselho de Ministros, que montava o gabinete e o submetia à aprovação dos deputados e senadores. Com eleições manipuladas pelas lideranças locais, o imperador não tinha dificuldades em manter o parlamento sob controle. Alternava o ministério entre os partidos Conservador (“saquaremas”) e Liberal (“luzias”). Na prática, mero rodízio, já que programas e ideias eram similares. De onde surgiu a frase do Visconde de Albuquerque: “nada mais parecido com um saquarema do que um luzia no poder”.

Evaristo Carvalho era de origem relativamente humilde. Formara-se em direito e havia feito uma carreira de sucesso durante o longo mandato do conservador Antero Cícero de Assis, que ocupou a presidência da província de Goiás por sete anos (1871 a 1878). Dois anos antes de Antero chegar ao governo, Evaristo fora nomeado promotor público na comarca do Rio Paranaíba, mas desentendeu-se com aliados do então presidente da Província e foi afastado do cargo. Quando Antero assumiu, nomeou Evaristo como Juiz municipal em Rio Verde. Dois anos depois, assumiu o cargo de Juiz de Direito interino na comarca de Rio das Almas.

Os cargos de juiz eram de livre nomeação do Ministério da Justiça, usualmente negociados com as autoridades locais. Poucos eram os juízes efetivos, e muitos deles se afastavam das comarcas em intermináveis licenças remuneradas. O resultado era um festival de “juízes interinos” nomeados a título precário por indicação dos presidentes provinciais. Em 1876, Evaristo estava em licença para tratamento de saúde na cidade de Goiás (atual Goiás Velho) quando foi nomeado juiz interino da 1ª e 2ª Varas da Capital.

A oposição o acusava de ser um “pau mandado” de Antero Cícero, colocado no cargo para legitimar desmandos e arbitrariedades. Desfrutava da intimidade do presidente, que o tratava como “distinto amigo” em documentos oficiais. Prestigiado, era convocado como examinador de história e geografia nas bancas de seleção de professores para o magistério. No cargo de Juiz, decidia questões de herança e propriedade de escravos. Uma de suas sentenças, em outubro de 1876, ganhou notoriedade: a pedido da Curadoria, decidiu pela nulidade dos certificados de propriedade e libertou quatro escravos reivindicados por uma viúva. Sua decisão acabou reformada na segunda instância e, posteriormente, no STF. Mas a discussão ganhou as páginas da revista Gazeta Jurídica, do Rio de Janeiro.

Em janeiro de 1878, Dom Pedro girou a roleta do ministério e o poder voltou às mãos dos liberais. Um novo presidente – Luis Gonçalves Crespo – foi nomeado para Goiás, devendo assumir no meio do ano. Rei morto, rei posto: Antero Cícero perdeu o poder que tinha no Ministério da Justiça. Em 9 de março, ainda conseguiu nomear o amigo Evaristo, que estava afastado por problemas de saúde, para a comarca de Posse. Dois meses depois, o ato foi cancelado por seu sucessor – que indicou um aliado para o posto. Enfermo, isolado e sem perspectivas, Evaristo apertou o gatilho na fria madrugada uberabense.


(André Borges Lopes)



Cidade de Uberaba

sexta-feira, 8 de março de 2019

Deputado José Marcus Cherém lutava contra as injustiças

José Marcus Cherém, descendente de libaneses, nasceu em Lavras, MG, em 1919. O seu emprego de representante comercial o trouxe para Uberaba. Logo tornou-se amigo dos comerciantes estabelecidos na cidade, especialmente patrícios seus. Essa amizade fez nascer uma grande paixão: Nacional FC, time fundado por imigrantes libaneses e comerciantes da rua Tristão de Castro.

Assumiu a diretoria do Nacional FC e uma de suas principais ações foi a construção do Estádio JK, inaugurado em 1953.

Deputado José Marcus Cherém, de terno, durante o plantio do gramado no Estádio JK

Sua ascensão foi meteórica. Pela portaria nº 227/1956, de 15 de fevereiro de 1956, foi designado superintendente geral de pessoal operário, pelo prefeito Artur de Mello Teixeira. Em seguida, elegeu-se vereador em 1954 para o mandato de 1955 a 1959.

Segundo o jornal "Lavoura e Comércio" do dia 9 de dezembro de 1969, o seu espírito de liderança e o excelente trabalho executado na Câmara de Uberaba, chamou atenção da população e dos eleitores uberabenses, o que lhe garantiu mais uma conquista eleitoral, desta vez para a Câmara de Deputados de Minas Gerais:

"Distinguiu-se imediatamente no Legislativo Municipal pela verticalidade de suas atitudes, pelo denoto que punha em tôdas as questões que defendia, pela sua vibração e entusiasmo. No edil pode-se vislumbrar com segurança o autentico lider que havia no nosso prezado amigo, bem como a sua capacidade de identificar-se a fundo com todas as questões de interesse coletivo." (Lavoura e Comércio, 9 de dezembro de 1969)

Foi eleito deputado estadual em Minas Gerais em 1959. Depois disso, tornou-se chefe de gabinete do Interior no Estado de Minas Gerais, tendo, inclusive, exercido interinamente a função de secretário do Interior no governo Magalhães Pinto. 

Com aproximadamente 12 mil votos elegeu-se novamente deputado estadual para o mandato de 1967 a 1971. No mês de outubro de 1969, posicionou-se contra a cobrança abusiva os impostos e denunciou a indústria das multas no Estado de Minas Gerais. Sugeriu a revisão da legislação sobre o assunto a que ele chamou de "absolutista" (Lavoura e Comércio, 28 de agosto de 1969). Questionou os baixos salários recebidos pelos fiscais, que complementavam sua renda com a participação direta e indireta sobre a arrecadação, o que favorecia o descontrole na aplicação das mesmas. De acordo com o jornal "Lavoura e Comércio do dia 28 de agosto de 1969:


O deputado José Marcus Cherém, ao sugerir a revisão da legislação, argumentou que "as multas de 40 e 60 por cento estabelecidas pela Lei nº 5043 e as da Lei nº 4337, que chegam a ser quase um confisco, precisam ser revistas e alteradas imediatamente. Salientou também ser necessária a revisão imediata do artigo 58 da Lei nº 4337, que considera infração punível até mesmo a falta involuntária do contribuinte, esclarecendo que não pode ter caráter absolutista o princípio estabelecido pelo artigo 136 do Código Tributário Nacional, segundo o qual as penalidades por infrações independem da intenção do agente, da efetividade e extensão dos efeitos do ato. (Lavoura e Comércio, 28 de agosto de 1969)

Quatro meses depois da denúncia, faleceu o Deputado José Marcus Cherém, no dia 7 de dezembro de 1969, em Belo Horizonte, aos 50 anos de idade, não tendo concluído o seu mandato. 

A Pelo decreto 447/72 de 16 de agosto de 1972, a avenida de acesso ao Estádio, antiga estrada Uberaba - Delta, anteriormente denominada Nações Unidas, passou a ser chamada avenida Deputado Marcus Cherém.

A biografia desse personagem permite aprofundar a análise das lideranças políticas da cidade que dedicaram sua vida na luta contra as injustiças praticadas ao longo da nossa história.

Historiador Luiz Cellurale
Superintendência do Arquivo Publico de Uberaba


Cidade de Uberaba

Joubert de Carvalho

Biografia

Joubert Gontijo de Carvalho (Uberaba MG 1900 - Rio de Janeiro RJ 1977). Compositor e médico. É o segundo dos dez filhos de um fazendeiro mineiro. Desde criança toca piano e se interessa pelas bandas locais. Em 1913, muda-se com a família para São Paulo, onde estuda no tradicional Ginásio São Bento. Tem aulas de música com uma tia pianista e compõe sua primeira canção, Cruz Vermelha, inspirada no hospital infantil homônimo. Conclui os estudos no Colégio Osvaldo Cruz e, em 1920, influenciado pelo pai, vai para o Rio de Janeiro para cursar a faculdade de medicina. Em 1925, defende a tese de conclusão do curso Sopros Musicais do Coração, e passa a conciliar a carreira de médico com a de compositor.

Em 1922, grava o foxtrote Príncipe, pela Orquestra Augusto Lima (Francisco Alves a grava em 1931 e o violonista Garoto, em 1954). Em seguida, Gastão Formenti grava Canarinho e Rolinha (ambas de 1927) e Casinha do Meu Bem (1928); e Francisco Alves, Traição e Castelo de Luar, parceria com Catulo da Paixão Cearense (ambas de 1928), e Dor de Recordar (1929). Nesse período, conhece o poeta Olegário Mariano (1889 - 1958), com quem compõe Zíngara (1931), Tutu Marambá, Hula (ambas de 1929) e De Papo pro Ar (1931), iniciando uma produtiva parceria. Em 1930, compõe para Carmen Miranda a canção Pra Você Gostar de Mim, seu primeiro grande sucesso, que se torna conhecida popularmente como Taí. Carmen grava 28 canções do compositor. Nessa década, Carvalho compõe Pierrot, interpretada por Jorge Fernandes, escrita para a peça homônima de Paschoal Carlos Magno, e Maringá, feita para os flagelados da seca nordestina e gravada por Gastão Formenti, em 1932, com o objetivo de agradar José Américo de Almeida, tendo em vista uma nomeação no Instituto dos Marítimos. Em 1933, Carvalho é nomeado médico do instituto, torna-se diretor e lá se aposenta.

Na década seguinte, suas canções são gravadas por Orlando Silva (Em Pleno Luar, Maria, Maria) e Silvio Caldas (Minha Casa, Nunca Soubeste Me Amar). Nos anos 1950, torna-se membro e diretor da Sociedade Brasileira de Autores, Compositores e Escritores de Música (Sbacem) e membro do Conselho Federal da Ordem dos Músicos. Participa, em 1969, do 4º Festival Internacional da Canção (FIC), com Fragrância (parceria com Mario Rossi), interpretada por Francisco Petrônio. Em 1970, a canção A Flor e a Vida vence o 2° Festival da Seresta na voz de Antônio João. Carvalho a registra em piano em gravação de 1971 para o fascículo História da MPB, da Editora Abril. É autor do romance Espírito e Sexo.

Paulo Tapajós grava o disco 10 polegadas Melodias Imortais de Joubert de Carvalho, com arranjos de Léo Peracchi, em 1956. No ano seguinte, Alexandre Gnattali lança outro 10 polegadas, A Música de Joubert de Carvalho. Em 1959, o maestro Carlos Monteiro de Souza grava com orquestra e coro o LP Olegário Mariano (o Príncipe dos Poetas) e a Música de Joubert de Carvalho, um songbook dessa parceria. Carlos Galhardo grava em 1962 Joias Musicais de Joubert de Carvalho. Dez anos depois, é lançado o LP Maringá, a Cidade que Nasceu de uma Canção, no jubileu de prata da cidade paranaense, só com composições de Joubert, nas vozes de Agnaldo Rayol, Jairo Aguiar, Ângela Maria, Cyro Monteiro, Ataíde Beck e Silvio Caldas. Dentro da série Grandes Autores, Grandes Intérpretes, a Copacabana lança em LP, em 1978, só composições de Joubert cantadas por José Tobias.


Comentário Crítico


Joubert de Carvalho é um daqueles casos em que se consegue conciliar produção musical com outra profissão. Conclui curso universitário, situação rara entre os artistas populares da primeira metade do século XX, forma-se em medicina e exerce a profissão, até se aposentar, simultaneamente à vida artística. Apesar da formação educacional formal, não estuda música de maneira regular. Tem aulas em São Paulo com sua tia, a pianista e compositora Dinorah de Carvalho, e, no Rio de Janeiro, estuda com o maestro Paulo Silva. Suas composições obedecem à intuição presente nos músicos populares, que o próprio compositor identifica como "escutar o ouvido interno". Acompanhado desse tipo de experiência intuitiva, Carvalho cria vários sucessos. Pode-se dizer que ele soube operar com essa realidade ao compor, por exemplo, o foxtrotePríncipe. De relativo sucesso no Brasil em 1922, ele é musicado em francês e apresentado em Paris, é gravado na Europa, circula em diversos países a ponto de, segundo o autor, ser considerada música originária da Tchecoslováquia. Também compõe tangos, como Zezé e Agonia, este gravado, em 1926, por Pedro Celestino, irmão de Vicente Celestino.

Mas as criações que recebem mais reconhecimento do público e da crítica são as identificadas com os chamados "gêneros nacionais". Com o poeta Olegário Mariano, ele forma inventiva dupla que compõe uma série de canções de sabor sertanejo, entre elas Cai, Cai Balão, Zíngara, Tutu Marambá e De Papo pro Ar. Estas duas integram definitivamente o imaginário sonoro brasileiro, chegando algumas vezes a ser confundidas com o folclore. Ainda nesse universo, compõe outra música importante, a toada Maringá. A canção tem história complexa e curiosa. Ela expõe ao mesmo tempo as relações clientelistas existentes na sociedade brasileira, a eficácia de penetração dos meios de comunicação no período e a força criativa da canção de Carvalho. Ambicionando um posto de médico no Instituto dos Marítimos, recomendam-lhe que faça uma música com o objetivo de agradar o poeta e político paraibano José Américo de Almeida. O resultado é a composição que conta a história da migrante paraibana Maria do Ingá (cidade paraibana), que foge da seca, e a consequente nomeação de Carvalho no posto pretendido. A fusão dos nomes, Maringá, batiza a canção, que fica famosa. Ela alcança tamanho sucesso que por vias oblíquas acaba influenciando na decisão do nome de uma cidade recém-inaugurada no norte do Paraná.

Há duas versões que procuram apresentar as razões para sua escolha. A primeira diz que a esposa do presidente da Companhia de Melhoramentos do Paraná, responsável pela construção da cidade, teria sugerido o nome Maringá, pois é fã da música. A outra variante defende que os pedreiros que trabalhavam na construção da cidade cantavam permanentemente a canção e, por isso, o município teria sido batizado com seu nome. Não resta dúvida de que a música é a inspiração para o nome da cidade e pouco importa a veracidade das versões. O importante, nesse caso, é perceber o alcance da canção de Carvalho, que posteriormente compõe A Cidade que Nasceu de uma Canção, na qual conta essa trajetória.

Compõe inúmeras músicas líricas como Dor, Olha-Me Bem nos Olhos, Nunca Soubeste Me Amar, Não Me Abandones Nunca e, por isso, também é identificado como compositor romântico e seresteiro. Porém, seu maior êxito da carreira é a brejeira e animada marchinha carnavalesca Pra Você Gostar de Mim, gravada por Carmen Miranda, quando a cantora ainda é desconhecida. A canção fica conhecida popularmente como Taí, já que a letra da canção inicia com "Taí, eu fiz tudo pra você gostar de mim". A marchinha é um dos maiores sucessos da época, vende aproximadamente 40 mil cópias e se torna uma referência de marchinha de Carnaval. O compositor cria ainda outros sucessos desse gênero, como Coco Pelado (1929), com Sadi Fonseca, interpretado por Artur Castro; É com Você que Eu Queria (1930), com Carmen Miranda; e Juriti, gravada por Francisco Alves e Ana S. Cabrera, em 1927.

A produção de Carvalho cresce consistentemente até o fim da década de 1940. Em razão de sua capacidade de acumular êxitos, suas canções são gravadas por inúmeros intérpretes, como Francisco Alves, Gastão Formenti, Jorge Fernandes, Carlos Galhardo, Alda Verona e Silvio Caldas. Em sua carreira, faz parcerias com Olegário Mariano, Paulo Roberto, J. Távora, David Nasser e Osvaldo Orico, além de um número surpreendente de colaboradoras - Ana Amélia Carneiro de Mendonça, Ieda Fonseca (A Flor e a Vida, 1967) e Maria Eugênia Celso (C'Est Toi l'Amour e N'Aimez que Moi, ambas de 1932). A música De Papo pro Ar é gravada por Suzana Salles (1994), Inezita Barroso (1998), Ney Matogrosso (2001) e Maria Bethânia (2006 e 2007).


Itaú Cultural

Para quem não conhece a magistral obra musical do compositor uberabense Joubert de Carvalho

Apresento aqui uma coletânea contendo as mais belas canções desse que é um dos grandes, dentre os maiores de nomes de nosso cancioneiro popular.

Entre as mais de trezentas composições devidamente registradas e catalogadas destaco nesse Álbum Especial algumas das quais que foram gravadas pelos maiores ídolos da nossa Música Popular Brasileira.

Joubert Gontijo de Carvalho nasceu em Uberaba, no estado de Minas Gerais, no dia 06 de março de 1900 e faleceu no dia 20 de setembro de 1977 no Rio de Janeiro/RJ. Filho do fazendeiro Tobias de Carvalho e de Dona Francisca Gontijo de Carvalho, casal que teve treze filhos.

Joubert aprendeu a tocar de ouvido o piano que seu pai havia comprado quando ele tinha 9 anos de idade; interpretava os dobrados que ouvia, e que eram tocados pela banda local.

As mais belas canções de Joubert de Carvalho

Joubert Gontijo de Carvalho (Uberaba MG 1900 - Rio de Janeiro RJ 1977)
Quando se mudou com a família para São Paulo/SP, (pois o Sr. Tobias fazia questão de uma excelente educação e formação dos filhos que foram estudar no Ginásio São Bento), Joubert chegou a compor uma valsa intitulada “Cruz Vermelha”, a qual teve a renda revertida para a instituição homenageada. Estava no início da adolescência e o relativo sucesso obtido incentivou o menino para a música.

Em 1919, mudou-se para o Rio de Janeiro/RJ, onde estudou Medicina e também fez sucesso com o fox “Príncipe”, composição gravada em 1922, que foi o ano do Centenário da Independência do Brasil. Concluiu o curso universitário em 1925 e defendeu a tese intitulada "Sopros Musicais do Coração"; foi aprovado com distinção, apesar do título humorístico da tese. E, mesmo com o exercício da profissão, continuou com as composições musicais ao piano e a publicação das mesmas, as quais faziam sucesso entre os editores.

Sua versatilidade e talento musical podem ser dimensionados através da imensa obra que ele nos legou, dentre as quais destaco a seleção baixo:
1 – MARINGÁ

2 – BOM DIA MEU AMOR (c/ Olegário Mariano)

3 – OLHA-ME BEM NOS OLHOS (c/ Adelmar Tavares)

4 – AMOR, AMOR

5 – ZÍNGARA (c/ Olegário Mariano

6 – DE PAPO PRO AR (c/ Olegário Mariano

7 – DIA FELIZ 8 – NUNCA SOUBESTES AMAR (c/ Olegário Mariano)

9 – TABUADA (c/ Adelmar Tavares)

10- DOR (c/ Cleómenes Campos)

11- NÃO ME ABANDONES NUNCA

12- MINHA CASA

13- PIERRÔ (c/ Pascoal Carlos Magno)

14- CANTIGA DA MINHA TERRA

15- CANÇÃO DE ANIVERSÁRIO

16- TAÍ


(Moacir Silveira)


Cidade de Uberaba

Hoje, 08/03/2019, o seu Dia Internacional.

A você mulher, que habita todos os mundos, de um extremo a outro no universo, de um casebre a um suntuoso palacete e que é capaz de conquistas só reservadas ao seu gênero, dedico-lhe estas palavras. 

MULHER ... 

Na sua magna eficiência / Concilia extremos com maestria / Usa o coração por excelência / Eis a mulher exercendo a sabedoria. Mãe, filha, irmã, esposa e companheira / Avó, sogra, nora, tia e amiga presente / De todos é fidedigna escudeira / Onde está emite luz reluzente. O lugar seu é intransferível / Ocupa-o sem concorrente / Ao homem dá força invencível / Ante os obstáculos ele se faz valente. O mundo outro mundo seria / Sem a sapiência da mulher / Para outros rumos o universo iria / E teríamos um destino qualquer. Mulher você é a rainha / De um reinado exclusivamente seu / Estando acompanhada ou sozinha / Usa a supremacia que Deus lhe deu. 

Mulher; que o seu Dia Internacional seja comemorado não só hoje, mas em todos os dias. 

João Eurípedes Sabino-Uberaba/MG/Brasil. 

Membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro. 

Cronista do Jornal da Manhã e Rádio Sete Colinas. 



Cidade de Uberaba


sábado, 2 de março de 2019

HISTÓRIA DE UBERABA - 199 ANOS

Uberaba está inserida em uma região que já pertenceu à Capitania do Espírito Santo, São Paulo, Goiás e finalmente Minas Gerais.

De 1660 a 1670 a Região do Triângulo Mineiro, onde está localizada a cidade de Uberaba, era conhecida como Sertão do Novo Sul, Sertão Grande, Sertão Sul e Geral Grande. Posteriormente, passou a ser conhecida como “Sertão da Farinha Podre”, termo nascido em 1807, quando uma bandeira saiu do Desemboque e invadiu os sertões do Pontal do Triângulo Mineiro até as margens do Rio Grande. Para justificar a denominação “Sertão da Farinha Podre” os viajantes deixavam sacos de farinha no caminho para se alimentarem na volta. Ao retornarem ao local encontravam a farinha apodrecida. Outra explicação mais plausível para a denominação é que seria originária de uma região portuguesa de onde vieram alguns portugueses exploradores.

Finalmente, em 1884 a região ficou conhecida como Triângulo Mineiro, denominação idealizada pelo Dr. Raymond Henrique Des Genettes, médico francês, jornalista e político, radicado em Uberaba, por saber que a região situava-se entre os rios Grande e Paranaíba, terminava na junção desses dois rios, formando o Rio Paraná, e apresentava a forma aproximada de um triângulo.

Os primeiros habitantes da região foram os índios tupis, depois os tremembés, os caiapós e os araxás, de tradições seminômades, cujas tribos se movimentavam de um local para outro. Eles viviam em grupos de poucas famílias, com simplicidade e sobreviviam do que a natureza oferecesse.

Portugal passou a ter interesse pela Região a partir dos fins do século XVI, tendo como objetivo encontrar os minerais preciosos, amansar os índios e, se fosse preciso, até exterminá-los para que as metas da Coroa Portuguesa fossem cumpridas.

A primeira investida do colonizador português, ou seja, do homem branco, sobre a Região do Triângulo Mineiro, começou em fins do Século XVI, precisamente a partir do ano de 1590, data da primeira “bandeira” (expedição), chefiada pelo capitão Sebastião Marinho, que partiu de São Paulo e atingiu o Rio Tocantins, em Goiás.

Por volta de 1600 surgiu a Aldeia de Santana do Rio das Velhas (hoje Araguari), considerado o primeiro núcleo de povoamento branco na área que seria o futuro Estado de Minas Gerais, fundado pelos padres jesuítas com o objetivo de aculturar os índios, ou seja, catequizá-los.

Posteriormente, inúmeras “bandeiras” paulistas foram organizadas ao longo dos séculos XVII e XVIII, com a mesma finalidade. As mais significativas para a Região do Triângulo Mineiro são descritas abaixo:

-Em 1615 partiu de São Paulo uma “bandeira” liderada por Antônio Pedroso de Alvarenga que atravessou a Região do Triângulo Mineiro com destino a Goiás.

-Outra “bandeira” partiu de São Paulo em 1682 e também atravessou o Triângulo Mineiro até alcançar Goiás, sendo liderada por Bartolomeu Bueno da Silva (o velho Anhanguera) que levou seu filho Bartolomeu Bueno da Silva Filho de apenas 12 anos.

-Em 1722 partiu outra “bandeira” de São Paulo rumo a Goiás, visando para a abertura de uma estrada para a exploração de minas de ouro, prata e pedras preciosas. Essa missão ficou a cargo de Bartolomeu Bueno da Silva Filho (filho de Anhanguera). Ao passarem pela região se depararam com os índios caiapós. Essa expedição era composta por 152 homens, entre os quais 20 índios carregadores, 3 religiosos, 20 índios, 1 mascate francês e 39 cavalos. Ela partiu de São Paulo seguindo os rios Atibaia, Camanducaia, Moji-Guaçu, Grande (Porto da Espinha), passando em Uberaba, a sessenta metros dos fundos do atual cemitério São João Batista. Depois a expedição continuou a viagem em direção ao Rio das Velhas e penetrou em Goiás pelo Rio Corumbá. Segundo alguns relatos da época, a expedição passou por terras de Uberaba. Esta rota ficou conhecida como Estrada Real ou Anhanguera, que consistia em um importante caminho para que as autoridades portuguesas implantassem a colonização, a produção e escoamento dos minerais preciosos. Na verdade, a maioria das riquezas minerais do Brasil-Colônia foi levada para Portugal e utilizada para o pagamento de suas dívidas em relação à Inglaterra.

-Posteriormente, a expedição do filho de Anhanguera fundou em 1725 o povoado de Vila Boa em Goiás. Dessa forma foi aberta a estrada que passava pelas terras de Uberaba. Por esse feito, Bartolomeu Bueno da Silva Filho recebeu como recompensa a nomeação de Capitão-Mor Regente das minas de Goiás e o direito de conceder “sesmarias” (concessão de terras para povoamento).
-Em 1727, Antônio de Araújo Lanhoso foi o primeiro homem branco que se fixou na região de Uberaba e um dos primeiros a receber sesmarias ao longo da estrada de Anhanguera, a 15 km de Uberaba, no córrego do Lanhoso, que corre paralelo à rodovia para Uberlândia. 

-Outra estrada denominada Picada de Goiás foi aberta em 1736, saindo de Minas Gerais e passando do lado oriental da Serra da Canastra, atingindo terras de Araxá em direção à Vila Boa. A estrada foi terminada em 1738, ligando as minas goianas a São João Del Rei e Vila Rica. Ao longo dessas estradas foram concedidas também sesmarias, ou seja, terras que aos poucos foram sendo ocupadas pelo colonizador branco.

 Uberaba tem, então, a sua origem na ocupação do Triângulo Mineiro, que ficou sob a jurisdição de Goiás até 1816, quando a região passou a pertencer à província de Minas Gerais, de acordo com o Alvará de D. João VI, de 04/04/1816.

  A exploração e o povoamento de todo o Triângulo Mineiro, de modo geral, ocorreu, como em todo o “Brasil-Colônia”, pelo amansamento e extermínio das populações indígenas e dos negros nos quilombos. As estradas para a Região do Triângulo Mineiro e Goiás tornaram-se palco de batalhas entre os exploradores dos sertões e os índios. A invasão de terras indígenas provocou muitas vezes sangrentas guerras contra os caiapós, no antigo Sertão da Farinha Podre (Triângulo Mineiro). Vários quilombos também foram ameaçados pelos exploradores brancos.

Diante dessa insegurança, o governo de Goiás viabilizou o policiamento das estradas e nomeou, em 1742, o coronel Antônio Pires de Campos Filho para policiar, amansar e até mesmo exterminar os índios caiapós da região do Triângulo Mineiro. Fato constatado com a matança dos caiapós, sendo em sua maioria derrotados, submetidos e alojados também com tribos bororo, do Mato Grosso, em 18 aldeias ao longo da estrada. Uma dessas aldeias de índios mansos (Aldeia de Uberaba Falso) ficava onde se fundou Uberaba, próxima à Barra do Córrego da Lage. O coronel instalou apenas quatro dessas 18 aldeias ao longo da Estrada de Anhanguera para proteger as caravanas que nela trafegavam. Mais tarde, em 1751, o coronel Pires de Campos faleceu em Paracatu, vítima de uma flechada, ocasionando septicemia.

Em 1766 foi criado o Julgado de Nossa Senhora do Desterro das Cabeceiras do Rio das Velhas (Desemboque), sob a administração de Goiás, abrangendo a região do Triângulo e quase todo o sul de Goiás. Era um local rico em minas auríferas e de intensa exploração. A posse desse arraial pelo governo de Goiás era vantajosa aos moradores de Minas Gerais, pois estavam livres do pagamento de imposto sobre minerais, denominado "derrama", cobrado em Minas Gerais. Desemboque teve o seu esplendor até 1781, quando as minas auríferas se esgotaram. Algum tempo depois grande número de pessoas migrou para outras terras, ou seja, para o Arraial de Uberaba, fundado por Major Eustáquio. Portanto, a história do Desemboque é de fundamental importância para compreender o povoamento de Uberaba.

-Em 1807 um grupo de homens (Januário Luís da Silva, Pedro Gonçalves da Silva, José Gonçalves Heleno, Manuel Francisco, Manuel Bernardes Ferreira e outros) oriundos de Desemboque adentrou e ficou no Córrego da Lage. Segundo o historiador Borges Sampaio, o cirurgião prático Pedro Gonçalves da Silva, cujo apelido era Pedro Panga, aproveitando-se da vizinhança de índios mansos, se fixou e construiu, em 1809, uma casa, próxima de onde se encontra atualmente o Hospital Dr. Hélio Angotti.

Prosseguindo a exploração das terras, o governo de Goiás para dinamizar a administração dos Sertões, nomeou em 1809, Antônio Eustáquio da Silva Oliveira (major Eustáquio), para a função de comandante “Regente do Sertão da Farinha Podre” (Triângulo Mineiro) e, em 1811 foi nomeado por Ato Governamental, “curador de índios”. Ele era natural de Ouro Preto e residente em Desemboque.
-Em 1810, major Eustáquio organizou no Desemboque uma “bandeira”, passando por terras de Uberaba e seguindo até o Rio da Prata, formado pelos rios Piracanjuba e do Peixe.

-Outra expedição chefiada por José Francisco Azevedo, atingiu a cabeceira do Ribeirão Lajeado, fundando o arraial da Capelinha em 1812, aproximadamente a 15 km do Rio Uberaba, próximo ao povoado de Santa Rosa. O povoado chegou a ter vinte casas e foi erguida uma capelinha com as imagens de Santo Antônio e São Sebastião. O Arraial era conhecido como Lageado ou Capelinha. Entretanto, não se desenvolveu por falta de água e terras férteis, conforme constatou major Eustáquio em visita ao local.

-Para prosseguir a colonização, o “Regente dos Sertões” major Antonio Eustáquio da Silva Oliveira (conhecido como major Eustáquio e fundador de Uberaba), comandou outra expedição em fins de 1812, composta por 30 homens, com o objetivo de procurar novas terras para se estabelecerem. A expedição chegou ao Rio Uberaba e fixou-se na margem esquerda do Córrego das Lages com o Rio Uberaba, onde foi edificada a Chácara da Boa Vista (hoje Fazenda Experimental da Epamig na Univerdecidade). Major Eustáquio constatou que Uberaba tinha três condições para o povoamento: recursos hídricos, terras férteis e posição estratégica favorável. Junto com o major Eustáquio (considerado o fundador de Uberaba) vieram fazendeiros e aventureiros que passaram a produzir e comercializar com as caravanas que ligavam Goiás a São Paulo.

 Em 1816 o major Eustáquio construiu um retiro para o gado, uma tenda de ferreiro e a sua residência na Praça Rui Barbosa. A sua função consistia em dar proteção para os colonos e índios mansos, além de expulsar para longe do arraial os índios bravos e quilombolas. Consequentemente, grande número de pessoas e famílias do arraial da Capelinha e do Desemboque, sabendo das condições propícias do arraial de Uberaba, e do prestígio e segurança que o comandante major Eustáquio oferecia, migraram para o novo arraial. Era uma população muito heterogênea: mineiros que se estabeleceram como fazendeiros, boiadeiros, mascates, comerciantes, criadores de gado, ferreiros e até criminosos foragidos. Os moradores construíram suas casas térreas de pau-a-pique ao redor do retiro de major Eustáquio, formando a “Rua Grande” (atualmente Rua Manoel Borges e Vigário Silva). Edificaram suas casas e estabelecimentos comerciais acompanhando as ondulações dos terrenos e serpenteando os pequenos regatos.

Os moradores do Arraial da Capelinha trouxeram para Uberaba os seus santos protetores e com autorização do major Eustáquio construíram uma Capela (atual Praça Frei Eugênio, hoje Escola Estadual Minas Gerais), tendo como oragos Santo Antônio e São Sebastião. Posteriormente a capela foi transformada em Matriz, com a criação da Paróquia, benzida em 1818 pelo vigário do Desemboque Hermógenes Cassimiro de Araújo Brunswick. Assim foi estabelecido o reconhecimento do povoado pela Igreja, instituição que tinha prestígios decisórios junto aos governos. A Igreja Católica estava unida ao Estado e a bênção de uma capela oficializava, na administração, o nome do Arraial, que passou a chamar-se “Arraial de Santo Antônio e São Sebastião da Farinha Podre”, designação ostentada até 1820.

Segundo o historiador Borges Sampaio, “o Arraial se desenvolveu e tinha 30 casas e já contava com 1.621 habitantes, dos quais 417 eram escravos”, o que demonstra a riqueza dos proprietários de terras e a grande exploração da mão-de-obra escrava. A atividade econômica predominante era a agricultura de subsistência, necessária para alimentar a sua população, além das tropas que passavam pelo arraial. Em 1819 havia criadores com 500 e até 1.000 cabeças de gado, fato que demonstra grande atividade pecuarista. As casas eram construídas com material simples e sem jardim, erguendo-se no alinhamento das ruas e serpenteando a naturalidade dos córregos.

O colonizador branco foi ocupando as terras à medida que os índios eram aculturados ou expulsos de suas terras formando-se extensas propriedades, devido o baixo valor da terra e a isenção de impostos sobre elas. 

O arraial foi crescendo e isso permitiu que em 2 de março de 1820, o rei D. João VI decretasse a elevação do Arraial de Santo Antônio e São Sebastião à condição de Freguesia (Paróquia). (documento oficial mais antigo de Uberaba)

Freguesia era o termo eclesiástico que designava o território de atuação de um vigário. Com isso ocorreu um desligamento dos laços religiosos que subordinavam o Arraial de Santo Antônio e São Sebastião (Uberaba) à Vila do Desemboque. O decreto constituiu um grande avanço para a comunidade. Significou a emancipação e gerência própria em assuntos de ordem civil, militar e religiosa. Foi o reconhecimento oficial tanto pela Igreja, quanto pelo Governo Real. Dada a importância histórica de 02/03/1820, quando a cidade foi elevada à Freguesia, (Decreto: documento oficial mais antigo do Município), instituiu-se oficialmente tal data para que se comemorasse o aniversário de Uberaba a partir de 1995.

A Catedral (Igreja do Sagrado Coração de Jesus) também comemora 199 anos em 2019, pois em 1820 foi criada por decreto, a Freguesia (termo eclesiástico), que deu autonomia em relação a Desemboque em assuntos eclesiásticos na Freguesia. 

O fundador e comandante de Uberaba major Eustáquio e os fazendeiros mais importantes passaram a exigir a criação da Câmara Municipal. Entretanto, o fundador de Uberaba faleceu em 1832 e assumiu a liderança da Freguesia o seu irmão capitão Domingos da Silva Oliveira. Nessa época o Governo Regencial (1831 a 1840) implantou no Brasil uma política descentralizadora, viabilizando a elevação de Vila em muitos locais do País. A Freguesia de Uberaba em pouco tempo mostrava grande desenvolvimento e já contava com um número considerável de habitantes: agricultores, pecuaristas, comerciantes e de outras profissões, reunindo as condições para ser elevada à condição de Vila. Devido a esses fatos o Governo Provincial de Minas Gerais elevou Uberaba (Freguesia) à condição de Município (Vila) de Santo Antônio de Uberaba em 02 de fevereiro de 1836, tornando-se autônomo, com território demarcado e com a Câmara Municipal. Esta foi instalada em 1837, em um prédio na Praça Rui Barbosa, que também abrigou a cadeia, uma tradição dos tempos coloniais. Os primeiros vereadores eleitos eram comerciantes prósperos, fazendeiros e representantes do clero. A Vila cresceu e assumiu importância pela posição geográfica e pela grande atividade econômica.

Uberaba, em 1840 passou a sediar uma Comarca pela Lei provincial mineira nº 171, com a finalidade de implantar a justiça na região, tendo como primeiro juiz de Direito Joaquim Caetano da Silva Guimarães.

O crescimento econômico e populacional da Vila de Santo Antônio de Uberaba viabilizou em 1846 a conquista de um Colégio Eleitoral, vindo a ser sede de grande colégio, que era responsável pela nomeação de um Deputado Geral e de um suplente para a Assembléia Legislativa. Tornou-se um importante centro comercial, com uma população de aproximadamente duas mil pessoas e 337 habitações.

Em 1850 teve início a industrialização, com a implantação da fábrica de chapéus por Luís Soares Pinheiro.

A primeira escola pública feminina de Uberaba foi criada em 1953 e o engenheiro Fernando Vaz de Melo funda em 1854 o 1º estabelecimento de ensino Secundário de Uberaba.

A Catedral Metropolitana do Sagrado Coração de Jesus, situada na Praça Rui Barbosa, iniciou a celebração dos atos paroquiais em 1856, muito antes do término de sua construção iniciada em 1827.
Devido ao seu grande crescimento de Uberaba que era uma vila, mereceu o título de Cidade em 02 de maio de 1856, pela Lei Provincial Mineira nº 759.

A Igreja Santa Rita, construída em 1856, é a primeira edificação de Uberaba tombada em 1939 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Iphan pelo seu grande valor histórico, arquitetônico e cultural.

Na década de 1860 a cidade tentou produzir algodão para a exportação, atendendo os interesses das indústrias de tecelagem. 

Teatro São Luiz, localizado na Praça Rui Barbosa entrou em funcionamento em 1864 promovendo eventos e espetáculos.

Em 1865 passou a funcionar o primeiro Centro Espírita de Uberaba, por iniciativa do professor João Augusto Chaves.

Sabe-se que a história e o desenvolvimento de Uberaba na década de 1870 estão diretamente ligados à guerra do Paraguai, que ocorreu entre 1865 a 1870, com o consequente bloqueio do Rio da Prata que desviou todo o trânsito destinado à Província de Mato Grosso para Uberaba, esta passou a ter sua atividade comercial intensamente ampliada e serviu como ponto de passagem das tropas rumo ao Mato Grosso. Aconteceu em Uberaba o encontro de tropas que compuseram o Corpo Expedicionário, tendo como um dos membros o visconde de Taunay. Houve a construção do Cruzeiro do Cachimbo, próximo do 4º Batalhão, considerado um marco histórico pela celebração da missa em intenção ao Corpo Expedicionário que seguiu para a guerra do Paraguai. Hoje, o Cruzeiro do Cachimbo é um bem tombado pelo Conphau e instalado na Praça Magalhães Pinto.

O jornal Gazeta de Uberaba foi fundado em 27/04/1879 por João Caetano de Oliveira e Sousa e Tobias Antônio Rosa.

Entre 1881 e 1882 foi construída a igreja em homenagem a Nossa Senhora da Abadia, padroeira de Uberaba. A primeira festa ocorreu em 15 de agosto de 1882 e as obras foram concluídas em 1899.
Em 1882 foi inaugurada a iluminação pública por meio de vinte e cinco lampiões a querosene.
A Fábrica de Tecidos do Cassu foi fundada em 1882 pelos irmãos Zacarias. Mais tarde, a fábrica, foi denominada Cia. Têxtil do Triângulo Mineiro e funcionou até 1993.

O Colégio Nossa Senhora das Dores foi fundado em 1885, pelas irmãs dominicanas, e está em pleno funcionamento até hoje.

O progresso de Uberaba se acentuou com a inauguração da Estrada de Ferro em 1889, um acontecimento que viabilizou:

- A partir de 1890, desenvolvimento da pecuária zebuína a pecuária que buscou melhoria da qualidade bovina, nascendo a zebuinocultura, que projetou o criatório uberabense e transformou Uberaba em centro difusor de tecnologia e pesquisa genética das raças de origem indiana;

- O desenvolvimento comercial e intercâmbio com os grandes centros de Minas Gerais e São Paulo;
- A aceleração da urbanização. Crescimento de edificações urbanas e comerciais;

- A vinda do imigrante europeu para a Uberaba. Os primeiros imigrantes foram os italianos que criaram inclusive um consulado na cidade. Depois vieram os portugueses, espanhóis, árabes, alemães, chineses, japoneses. Consequentemente, acentuou-se o desenvolvimento cultural e econômico de Uberaba que passou a refletir na estrutura urbana, onde surgiram requintadas construções no estilo eclético. Muitas dessas edificações foram projetadas e construídas pelos imigrantes italianos e espanhóis que trouxeram de seus países de origem a técnica e a experiência. Muitos fazendeiros uberabenses transferiram suas residências do campo para a cidade e passaram a morar nos palacetes em estilo eclético. Estas requintadas residências constituíam locais de encontros políticos, sociais e festivos, eventos que permitiram muitas decisões que definiram a história do município.

A população do município crescia, assim como os atos ilegais e devido a isso era preciso um aparato policial para resguardar os cidadãos uberabenses. Em 06 de maio de 1890 o governador de Minas Gerais, João Pinheiro da Silva, institui um decreto s/nº, que em seu artigo 8º organizou “quatro corpos militares” e estabeleceu os locais de estacionamento, com o objetivo de dar maior segurança para as regiões de Minas Gerais.

- Primeiro Corpo - Capital (Ouro Preto);

- Segundo Corpo - Uberaba (Triângulo Mineiro);

- Terceiro Corpo - Juiz de Fora;

- Quarto Corpo –Diamantina.


Uberaba foi contemplada com o Segundo Corpo Militar, respondendo por todo o Triângulo Mineiro. Entretanto, teve uma efêmera permanência na cidade, pois o Decreto nº 1.631 de 26/08/1903, assinado pelo Dr. Francisco Sales, o transferiu para a capital do Estado de Minas Gerais, a população de Uberaba desassistida de proteção militar. Apenas permaneceu em Uberaba um pequeno efetivo da corporação. Foi somente em 25 de novembro de 1909 que a Força Militar se estabeleceu definitivamente na cidade, quando foi criado o 4º Batalhão da Polícia Militar de Minas Gerais, sediado em Uberaba. Inicialmente, a força policial se estabeleceu em um prédio na Rua Arthur Machado até o ano de 1932. Depois o 4º Batalhão foi instalado na Praça Frei Eugênio (Prédio do Senai) até 1947, quando foi instalado definitivamente em prédio próprio na Praça Magalhães Pinto e permanece, até a presente data.

O Instituto Zootécnico de Uberaba, proposto por Alexandre Barbosa, foi inaugurado no dia 5 de agosto de 1895, com a finalidade de formar profissionais cientificamente preparados para orientar a produção pecuária. O Instituto foi instalado em uma fazenda desapropriada pelo governo do estado de Minas Gerais para abrigar essa nova instituição de ensino.

Em 1899 foi fundado o Clube Lavoura e Comércio com o objetivo de defender a lavoura e a pecuária, combatendo os altos impostos e as interferências do novo governo republicano na atividade rural. Foi lançado o jornal Lavoura e Comércio que, em seu primeiro número, ocupou toda sua primeira página, expondo os ideais dos ruralistas.

O Colégio Marista iniciou o ensino para 86 alunos internos e externos, em 1903, por iniciativa dos irmãos maristas que vieram da França.

Em 1904 inaugurou-se a Igreja São Domingos, um marco para os dominicanos, pelo fato de ser a primeira igreja da ordem dominicana construída no Brasil.

Em 1905 foi implantada a energia elétrica pela empresa Ferreira, Caldeira & Cia, fato que impulsionou o desenvolvimento da cidade.
Em 1906, tiveram início as exposições de gado bovino, que foram muito prestigiadas, notadamente pelo Presidente da República Getúlio Dorneles Vargas, nas décadas de 1930 a 1950.
A Diocese de Uberaba foi criada em 1907, tendo como primeiro bispo D. Eduardo Duarte Silva e foi elevada à categoria de Arquidiocese em 1962.

O Agente Executivo Felipe Aché criou em 1909 a primeira Biblioteca Pública Municipal de Uberaba, denominada “Bernardo Guimarães”, estabelecendo-a em um porão da Câmara Municipal de Uberaba, um fato que denotou na época a pequena importância dada à educação e à cultura do município.
Em 1909 foi inaugurado pelo estado de Minas Gerais o primeiro grupo escolar de Uberaba, denominado Grupo Escolar Brasil, localizado até hoje na Praça Comendador Quintino.

Pela iniciativa de José Maria dos Reis, o governo do Estado de Minas Gerais criou, em 1917, a primeira instituição de ensino agrícola de Uberaba, denominada Aprendizado Agrícola Borges Sampaio.

Em 1926 criou-se a primeira instituição de ensino superior na área da saúde bucal e da farmacologia, conhecida como Escola de Farmácia e Odontologia, que recebia alunos das mais diversas regiões do Brasil e até do exterior.

Os primeiros protestantes de Uberaba foram os metodistas, cujos missionários iniciaram seus trabalhos em 23/08/1896 nas casas de fiéis e amigos. O templo foi inaugurado em 1924, na Rua Moreira César, no bairro Fabrício.

Mário Palmério fundou em 1947 a Faculdade de Odontologia do Triângulo Mineiro, oportunizando mais tarde o ensino em outras áreas do conhecimento, na década de 1950, com as Faculdades Integradas de Uberaba (Fiube) e, desde 1988 Universidade de Uberaba (Uniube).

Em 1949 as irmãs dominicanas fundaram a Faculdade de Filosofia e Letras São Tomás de Aquino.
As irmãs concepcionistas chegaram a Uberaba em 1949 e em 1961 inauguraram a Igreja da Medalha Milagrosa.

A Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro se estabeleceu em 1954 e foi transformada em Universidade Federal do Triângulo Mineiro em 2005, oferecendo cursos em diversas áreas do conhecimento.

Nas décadas de 1970 e 1980 foram instalados os primeiros distritos industriais da cidade, apoiados com investimentos do Governo Federal.

Na década de 1990 nasceu a Univerdecidade-Parque Tecnológico de Uberaba para viabilizar a pesquisa e o ensino técnico-profissionalizante, relacionados à ciência da informação e à agroindústria, notadamente para a genética vegetal e animal.

O Centro de Pesquisas Paleontólogicas Llewellyn Ivor Price e Museu dos Dinossauros foram criados em 1992. O museu é um dos mais importantes do Brasil, possuindo fósseis de 65 a 72 milhões de anos de idade. Localizado em Peirópolis, o museu é conhecido pela população regional e por visitantes de outros estados e países.

Uberaba conta com marcos reconhecidos no Brasil e no mundo: a expressão espiritual de Chico Xavier, o desenvolvimento da pecuária zebuína e a paleontologia.

Nos primórdios da sua história fora um Arraial, e hoje, no terceiro milênio (Século XXI) representa um centro comercial dinâmico; uma agricultura produtiva; uma pecuária seletiva, com importação de reprodutores e matrizes da Índia; um parque industrial diversificado, uma estrutura de ensino desenvolvida; uma planejada estrutura urbana, com características culturais sui generis, que têm atendido as demandas nos aspectos econômicos, culturais e de serviços essenciais à população.


Marta Zednik de Casanova
Superintendente do Arquivo Público de Uberaba


Cidade de Uberaba

sexta-feira, 1 de março de 2019

Supermercado ABC - Parabeniza Uberaba pelos seus 199 anos!

 Uberaba faz 199 anos com esporte, cultura e diversão em família


Música, dança, poesia, lazer e atividades recreativas formam o eixo de comemorações do aniversário da cidade

A Prefeitura de Uberaba promove no sábado, dia 2 de março, extensa programação para toda a família, em comemoração ao aniversário de 199 anos da cidade. Será um dia especial recheado de atividades, ações recreativas e culturais que acontecerão durante todo o dia, para adultos e crianças, especialmente no período da tarde, com programação no Cemea Abadia. O espaço foi escolhido para acolher as famílias com qualidade e estrutura para que a festa siga até 18h em ambiente preparado, coberto e amplo.

                                                     Vídeo/Créditos: Supermercado ABC 

A realização do evento municipal é por meio da Chefia de Gabinete, Fundação Municipal de Esporte e Lazer (Funel), Fundação Cultural de Uberaba, Secretaria de Educação (Semed), Fundação de Ensino Técnico Intensivo “Dr. Renê Barsam" (Feti), com apoio das Secretarias de Defesa Social (SDS), Serviços Urbanos e Obras (SESURB), Companhia Operacional de Desenvolvimento, Saneamento e Ações Urbanas (Codau) e Secretaria de Saúde (SMS).

A Funel é quem abre as festividades com uma corrida comemorativa. A concentração será às 8h na Praça do Esporte – rotatória da avenida Santos Dumont, e as inscrições devem ser feitas pelo site http://www.sportbro.com.br. As 300 primeiras pessoas vão ganhar uma camiseta do evento, mediante doação de 1 litro de leite, que será doado para duas instituições. A largada acontecerá às 9h.

Das 10h às 11h, ocorrerá a missa oficial em comemoração ao aniversário de Uberaba, na Catedral Metropolitana, e abertura do ano jubilar do bicentenário da criação da Paróquia do Sagrado Coração de Jesus e de Santo Antônio e São Sebastião. Na saída da missa haverá participação do coral de crianças da Secretaria Municipal de Educação (Semed), abrilhantando o dia festivo.

Cemea Abadia em festa – Os 199 anos de Uberaba serão marcados por uma tarde de alegria, comemoração em família e muita diversão no Cemea Abadia, que terá programação multicultural das 11h às 18h. Durante toda a tarde os presentes poderão aproveitar uma praça de foodtrucks, apresentações culturais, brinquedos, atividades esportivas,recreativas e pintura facial com as crianças, que vão se deliciar com distribuição de pipoca, algodão doce e chup-chup.

A festa será aberta com apresentação da Orquestra Jovem da Escola de Cultura e Arte de Uberaba (Ecau), das 11h30 às 12h, e das 12h às 14h a mágica acontecerá com ações interativas do Circo do Povo. A Orquestra Municipal de Uberaba brinda o público com apresentação especial das 12h às 13h, e a partir das 13h30 quem comanda o palco é a cantora Leslye de Paula.

A partir das 14h30 uma turma de super heróis e princesas vão encantar a criançada: a festa receberá o Homem Aranha, Superman, Mulher Maravilha, Batman, Capitão América, Ana e Elza (Frozen) e a Branca de Neve. Já as 15h está programado o grande Parabéns, que será celebrado com bolo de aniversário e muita animação no Cemea Abadia. Logo depois, a partir 16h, o palco será da banda Graves & Agudos.

Uberaba Cultural - No Cine Teatro Vera Cruz, às 20h, aberto para o público em geral e com entrada gratuita, o “Uberaba Cultural” traz como proposta a valorização das diversas modalidades de arte e apresenta; música clássica e contemporânea, balé e poesia. A noite será aberta com concerto da Orquestra Municipal de Uberaba e em seguida haverá uma declamação de poesia com Júlia Sofia.

Por volta das 21h é hora de a Academia Beth Dorça entrar no palco, trazendo a leveza do ballet para o evento. Colocando em pauta a tradição sertaneja, os próximos a se apresentarem são a Dupla João Batista e Lúcio Borges.

Em seguida, entra o cantor Thiago Neves e depois a cantora Mariana Sawan. Já o encerramento é com as vozes do Coral Maracanã. O Projeto Maracanã é uma idealização das musicistas Cristina Arruda e Rosana Caetano, iniciativa que transforma a vida de crianças através da música.

Casarões de Uberaba – Também no sábado, a sede da FCU inaugura logo depois da Missa na Catedral a exposição “Uberaba de ontem, Uberaba de hoje”, composta por maquetes de José Eduardo de Araújo. O artista nasceu em São Paulo e em 2001 mudou-se para Uberaba, formado em Piano e Eletrônica, José Eduardo também se apaixonou pela arte e pelo artesanato. Desenvolve trabalhos de réplicas decorativas em papelão e a matéria prima principal são caixas descartadas, onde desenvolve esculturas, vasos e flores. A FCU fica localizada na Praça Rui Barbosa, 356.

27/02/2019

Equipe Secom/PMU


Cidade de Uberaba