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quinta-feira, 12 de setembro de 2024

OS RESERVISTAS DE 1928 DO GINÁSIO DIOCESANO

Em janeiro de 1908, foi publicada no Brasil a Lei Federal 1.860 que regulava o serviço militar obrigatório, o alistamento, o sorteio militar e reorganizava o exército. Essa lei tornou obrigatória a instrução militar para os alunos maiores de 16 anos em todas as escolas secundárias. Em maio do mesmo ano, um decreto regulamentou que todos os colégios reconhecidos oficialmente pelo governo deviam organizar um batalhão escolar com alunos maiores de 16 anos, aos quais seria ministrada a “instrução obrigatória do Tiro de Guerra e evoluções militares”.

Os Reservistas de 1928, alunos do Ginásio Diocesano de Uberaba, posam para uma foto com os instrutores e o diretor do estabelecimento. Foto de Andrade Photo, acervo familiar.

A treinamento militar, a cargo de instrutores cedidos pelo exército, incluía exercícios de esgrima, tiro com fuzis Mauser e evoluções militares. Os alunos que participassem desses exercícios nos ginásios estariam dispensados do serviço militar, caso fossem sorteados. Em 1917, um novo decreto determinou que – ao final da instrução – os alunos aprovados nos exames receberiam a carteira de reservistas de 2ª categoria. Essa prática vigorou até 1934, quando o Tiro de Guerra deixou de estar vinculado às instituições de ensino.
Foto publicada na Revista Fon-Fon, do Rio de Janeiro, em 1913.

Em Uberaba, o então Ginásio Diocesano, dos Irmãos Maristas, oferecia treinamento militar nas aulas de ginástica do nível Ginasial. Os alunos que concluíam o curso recebiam o certificado de reservistas e ficavam dispensados do serviço militar que, na época, era prestado na 8ª R.A.M. da cidade de Pouso Alegre.

Batalhão de reservistas do Ginásio Diocesano de apresenta na Praça Rui Barbosa, em 1916.

A primeira foto registra a formatura dos reservistas do ano de 1928. Na primeira fila está, ao centro, o Irmão Afonso Estevão, diretor do Ginásio, ladeado pelos instrutores militares.
Grande parte desses alunos residia em Uberaba e muitos foram convocados para lutar nas escaramuças de Revolução de outubro de 1930. No Triângulo Mineiro, as tropas revolucionárias de Minas Gerais enfrentaram as tropas legalistas do Estado de São Paulo nas pontes e nas barrancas do Rio Grande. Essa situação se repetiria na Revolução de 1932.

José Carlos "Juquita" Machado Borges (29/08/1911 - 26/06/2004).

Entre os que foram convocados em 1930 estava meu avô materno, José Carlos "Juquita" Machado Borges, que aparece muito sério nessa foto, aos 17 anos de idade (é o quarto, da esquerda para a direita, na segunda fila de reservistas de pé na foto). Entre os reservistas está também Alberto Prata, pai do escritor Mário Prata. Meu avô Juquita faleceu em junho de 2004, aos 93 anos. Guardava em sua biblioteca duas ou três balas de fuzil Mauser, lembranças dos tempos das batalhas e revoluções.
(André Borges Lopes)

sexta-feira, 19 de julho de 2019

VIVER 100 ANOS!

Oi, turma!

(Conheço uma cidade cheia de interrogações: Fiscalização? Cumpra-se. ISSQN?- Sonega-se. Lei de Zoneamento? Burla-se. Honestidade? É manga de colete. Decência ? Ora bolas...)


Mário Salvador, “imortal” da Academia de Letras Triângulo Mineiro, humor acima do normal, Presidente de entidades de classe , clubes de serviços, figura maiúscula da sociedade uberabense, semanalmente, brinda os leitores do ‘’Jornal da Manhã”, com crônicas deliciosas. A de 16 de julho passado, antológica ! Com a sua devida permissão, vou transcrevê-la:

“Há alguns dias, uma matéria na TV, apresentou um homem com 106 anos de idade, mas com aparência de 60. Lúcido, plena forma física, falou sobre sua vida e contou fatos marcantes , com enorme sorriso. Fiquei pensando: será que chego até lá ? Tenho em casa o Álbum de Uberaba, de 1956, junto de minuciosa pesquisa de Gabriel Toti, para as comemorações do Centenário de Uberaba. Dentre outros assuntos, o álbum trás fotos antigas desta cidade, a história de criação de várias entidades e apresenta a história de Uberaba, de suas origens até tornar-se cidade, em 2 de maio de 1856, além de mostrar todo o progresso que elevou a cidade a um novo patamar. E a intensa publicidade que possibilitou a edição do álbum, nos remete a casas comerciais da época do Centenário. O Prefeito era Artur de Melo Teixeira. Gabriel Toti, enumera todos os Prefeitos que ocuparam esse mesmo cargo até o Centenário.

Um fato curioso nas comemorações dos 100 anos da cidade. A praça Rui Barbosa, apinhada de cidadãos , aguardava o discurso solene do Prefeito; armou um temporal. Então, o locutor avisou:- “ A solenidade fica adiada para amanhã, às 8 horas da manhã”. A transferência visava proteger a população da borrasca, que ,de fato, aconteceu. Na manhã seguinte, o Prefeito leu o discurso da véspera:- “Nesta noite memorável...” Volto ao assunto do inicio, se chegarei aos cento e poucos anos. Pelas minhas contas , já cheguei ! Copiando um conhecido programa de TV, “peço ajuda aos universitários” nas contas que provam meu raciocínio. Vamos aos fatos:

Conforme meu registro de nascimento, nasci em janeiro de 1935. Isso quer dizer que, em 1956, no Primeiro Centenário de Uberaba, eu tinha 21 anos. Como no próximo ano, 2020, Uberaba comemorará o seu Segundo Centenário, com grandes festividades, creio que me é lícito, acrescentar aos meus 21 anos do Primeiro Centenário mais 100 anos, o que significa que terei 121 anos de idade, em 2020. Será que estou fazendo alguma conta errada ? Calma ! Só na cidade Uberaba, eu e os meus conterrâneos, podemos viver esta experiência tão aprazível, quanto “sui generis”. E olha que, para 121 anos, eu estou muito bem conservado”...

P.S.- “Especial Tio Mário, inesquecível dos tempos de TV-Uberaba; muito obrigado pela crônica. Pena ferina e verdadeira. Nascí no mesmo ano. Em 24 de outubro. Desfilamos no 1º. Centenário de Uberaba; fizemos, juntos, o Tiro de Guerra. Nossas vidas se cruzaram e a sólida amizade, perdura. Quem sabe, poderemos “marchar juntos” no” bi-centenário” que estão apregoando pelai, na “maravilhosa” idade 121 “primaveras “...Será o máximo ! Fantástico!

Para aqueles (i)responsáveis pela “mudança” e alteraram o “registro de nascimento” da CIDADE de Uberaba, tão (in)oportuna , Tio Mário e eu, possam chegar aos 121 anos, com a mesma disposição daqueles que fizeram esse” rombo” ( ou roubo?)na rica e majestosa história da nossa amada Uberaba. Abraço do conterrâneo “Marquez do Cassú”.


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Cidade de Uberaba


quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

TIRO DE GUERRA


Tiro de Guerra



Uberaba – 1909 linha de tiro, atual tiro de guerra. O Malho – RJ.


“Revista O Malho”


Foto: enviado por Cássio Dos Santos Júnior