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segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

Cineasta que irá contar a história do Zebu no Brasil visita ABCZ esta semana

A Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) recebe na próxima semana parte da equipe de um projeto cinematográfico que irá contar a história do Zebu no Brasil. A visita está marcada para os dias 25 e 26 de fevereiro, como uma das etapas de pesquisa para o projeto. Na comitiva estará o cineasta e produtor Gil Ribeiro, que irá conduzir o documentário intitulado ‘Da Índia ao Brasil: 170 anos de história das raças zebuínas no território brasileiro’, e o editor Fábio Ávila, da editora Bela Vista Cultural.

“Essa é uma história muito rica, e toda iniciativa que tem como objetivo contá-la tem nosso apoio. Boa parte do desenvolvimento econômico do país passa pelo agronegócio e, consequentemente, pelo zebuinocultura, justamente por isso é muito importante que ela seja amplamente difundida”, destaca Thiago Riccioppo, gerente do Museu do Zebu.


ABCZ recebe cineasta que irá produzir
 documentário sobre o Zebu

Além de Riccioppo e da equipe de pesquisadores do Museu, os responsáveis pelo projeto irão se reunir com membros da diretoria da ABCZ e colaboradores da entidade. “A proposta é de que durante esses dois dias esses profissionais consigam fazer uma imersão ainda mais profunda no universo das raças zebuínas. Obviamente que ambos já conhecem essa história, sendo que o Fábio, inclusive, já desenvolve outros projetos em parceria com o Museu do Zebu, mas durante esse encontro, terão a oportunidade de se aprofundarem ainda mais em detalhes, que fazem toda a diferença em um projeto como esse”, ressalta Goretti dos Santos, coordenadora pedagógica do Museu do Zebu.

Sobre o produtor. Com mais de 30 anos de experiência no mercado audiovisual, Gil Ribeiro foi um dos precursores da produção independente de TV , desenvolvendo, dirigindo e produzindo importantes projetos no Brasil e exterior. Entre os atuais trabalhos de destaque do profissional está a produção executiva do filme ‘Vai que Cola’, com o humorista Paulo Gustavo, ‘Sob pressão’, de Andrucha Waddington e que traz no elenco atores como Andréa Beltrão, Marjorie Estiano e Stepan Nercessian, e ‘Penetras 2’, do mesmo autor e com a atuação dos comediantes Eduardo Sterblitch, Marcelo Adnet e os atores Danton Melo e Mariana Ximenes.

Ribeiro também possui vasta experiência em produção publicitária e programas de TV, com produções para os canais GNT, Multishow e Globo.

Jornal da Manhã



Cidade de Uberaba

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

JOÃO VALENTÃO E SEUS ARAPONGAS

O general João Baptista Figueiredo, que governou o Brasil entre 1979 e 1985, foi o último e o mais casca-grossa dos presidentes da ditadura. Formado na arma da cavalaria, nem tinha assumido o posto quando, questionado sobre o que achava do “cheiro do povo” respondeu na lata: “prefiro cheiro de cavalo”. Recém empossado na Presidência, foi recebido em Florianópolis por um protesto de estudantes que distribuíam xingamentos. Foi contido pelos seguranças da comitiva quando tentou partir para cima de alguns dos jovens que estavam mais próximos, enquanto gritava que “minha mãe não está em pauta!”

Figueiredo foi encarregado de concluir a abertura democrática “lenta, gradual e segura” planejada pelo seu antecessor, Ernesto Geisel. Logo de cara, alertou: “quem for contra a abertura, eu prendo e arrebento” – promessa que não cumpriu quando alguns renitentes começaram a colocar bombas em bancas de jornal e festas de 1º de maio. Mas promulgou uma anistia política em 1979, assistiu a vitória das oposições nas eleições de 1982 e, por fim, entregou o cargo a um sucessor civil eleito pelo Congresso.

Hoje, há quem diga que o período autoritário da ditadura teria sido um enorme sucesso do ponto de vista econômico. Quem passou pelos anos Figueiredo, sabe que as coisas não foram bem assim. Seu governo foi marcado por grave crise econômica, onde altas taxas de juros internacionais acabaram o dinheiro barato do início dos anos 1970. O Brasil importava a maior parte do petróleo, e os preços dispararam em 1979. A dívida externa crescente rompeu a marca dos 100 bilhões de dólares, obrigando o governo a pedir ajuda ao FMI. Internamente, a inflação passou de 45% ao ano para infernais 230%, enquanto a economia patinava.

A coisa não estava nada boa no dia 7 de maio de 1981, quando João Figueiredo veio a Uberaba prestigiar a 47ª Exposição Nacional de Gado Zebu. Os criadores de gado de corte estavam particularmente irritados. O governo reduzira as linhas de crédito e aumentara os juros, enquanto o preço dos insumos subia acima da inflação – já em 120% ao ano. A queda do poder aquisitivo da população havia derrubado o preço da carne: o quilo do contra-filé era vendido a US$ 3,00 nos açougues brasileiros, contra US$ 8,00 na Argentina e US$ 9,00 na Austrália. Para piorar, o humor de Figueiredo estava péssimo: poucos dias antes uma bomba estourara no colo de um militar no shopping Riocentro, elevando a tensão política no País.

Na ocasião, a ABCZ era presidida por Manoel Carlos Barbosa, jovem pecuarista e empresário do florescente negócio da inseminação artificial. Natural de Ituverava-SP, havia se formado em Direito em Uberaba, tinha 32 anos de idade e pinta de garotão. Em seu discurso, Manoel resolveu tomar as dores da categoria que representava. Com o presidente a seu lado no palanque do Parque Fernando Costa, cobrou um compromisso feito dois anos antes de que, em seu governo, a agropecuária teria prioridade. De forma respeitosa, e sem culpar diretamente o presidente, denunciou dificuldades enfrentadas pelo setor e listou promessas não cumpridas. Alertou, ainda, para o fato de que muitos pecuaristas estavam desanimados e vendendo suas matrizes para o corte, colocando em risco o abastecimento futuro.

O general não escondeu a irritação com o fato de ser questionado em público por um moleque insolente. Fechou a cara e disse a Manoel: “você foi muito indelicado comigo, não quero conversar mais”. Emburrado e em silêncio, cumpriu as formalidades da visita, cancelou um encontro com produtores rurais e tomou o avião para o Rio de Janeiro. Atônitos, os uberabenses se dividiram entre os que apoiavam a atitude do presidente da ABCZ e os que consideraram o ato uma grosseria, temendo as consequências.

Como retaliação pública, Figueiredo deixou de vir às exposições nos dois anos seguintes. Mas hoje, graças à abertura dos arquivos secretos da ditadura, sabemos que a coisa não parou por aí. O governo ordenou que os arapongas do Serviço Nacional de Informações fizessem uma devassa nos negócios e na vida pessoal de Manoel Carlos. Um mês depois, baseando-se em meras suposições e ilações, um informe confidencial datado de 9 de junho de 1981 acusava o presidente da ABCZ de ser sonegador de impostos e de ter uma firma de atividades escusas que “estaria realizando contrabando de sêmen, o que lhe proporcionaria avantajadas recompensas financeiras”. Tudo sem provas e sem direito a defesa, como é de praxe nas ditaduras.



(André Borges Lopes)



Cidade de Uberaba

segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CRIADORES DE ZEBU (ABCZ)


A Associação Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ), sediada em Uberaba (MG), é uma das maiores entidades representativas de gado no mundo, com mais de 20 mil associados. Sob sua tutela, estão as oito raças zebuínas que deram origem aos mais de 200 milhões de bovinos existentes no Brasil, responsáveis por colocar o país na liderança das exportações mundiais de carne bovina e ao mesmo tempo abastecer a gigantesca demanda interna, próxima dos 40kg de carne/habitante/ano, o consumo per capita brasileiro.
Altamente representativa junto ao governo e às demais entidades defensoras dos interesses dos pecuaristas e dos produtores rurais em geral, a ABCZ é quem solicitou a inserção da “Pecuária”, na nomenclatura do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e também comandou os acalorados debates que envolveram o setor na Conferência Rio+20 e na defesa da carne brasileira em Anuga, perante pecuaristas e parlamentares europeus. “A ABCZ participa ativamente das grandes lutas em defesa dos produtores. É um trabalho diário e que ainda precisa se consolidar, visto que os desafios atuais são muito maiores do que os de 20 ou 30 anos atrás”, define o criador Frederico Cunha Mendes, ou apenas Fred, como é conhecido.
E para materializar uma ABCZ cada vez mais atuante, representativa, transparente e unida, em todas as frentes, é que Fred é candidato à presidência da associação nas próximas eleições, em agosto. E para essa missão tem o apoio de 15 dos 17 membros da diretoria atual, incluindo o presidente Luiz Cláudio Paranhos, que também dirige a Câmara Setorial da Carne Bovina no MAPA. Já estão confirmados na Chapa “ABCZ Unida: Fred Presidente” outros nomes de peso: Jonas Barcellos, empresário de sucesso e um dos mais respeitados neloristas do Brasil, e Pedro Gustavo de Britto Novis, presidente da Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB).
A indicação de Fred não ocorreu por acaso. Ele já participou de duas gestões e tem o zebu no DNA. É neto de Torres Homem Rodrigues da Cunha, fundador da centenária “Marca VR”, e filho de José Olavo Borges Mendes, que deixou legados como presidente da ABCZ em três gestões. Fred não é apenas uma jovem liderança, ele entende as necessidades da pecuária brasileira. É médico-veterinário pela Universidade Federal de Minas Gerais, pós-graduado em Reprodução Animal pela Universidade de Saskatchewan (Canadá); é pioneiro no uso técnicas de ultrassonografia e transferência de embriões e, além de empreendedor, possui MBA em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas.
Propostas
Dentro do Parque Fernando Costa, onde fica a sede da ABCZ, em Uberaba (MG), assim como acontece na pecuária moderna, uma das grandes metas de Fred é fazer mais com menos, ou seja, desonerar o associado através de parcerias, patrocínios e quando não for possível, agregar mais serviços pelos preços já vigentes. Uma forma de conseguir tal objetivo é a desburocratização do Serviço de Registro Genealógico, algo que já vem sendo realizado por Fred como diretor de Tecnologia da Informação da ABCZ, após ouvir reclamações dos associados.
Essas mudanças impactam diretamente o Sistema Produz, o software de gestão oficial da ABCZ, o qual possui interface com o Programa de Melhoramento Genético das Raças Zebuínas (PMGZ), que já roda avaliações genéticas próprias e intensificará o foco na avaliação de carcaça, uma necessidade da pecuária sustentável. O Produz será ampliado para atender áreas fora da genética bovina como adubação de pastagens, manejo, sanidade e nutrição. Iniciativa pioneira que transporá a barreira dos computares para os campos da Estância Orestes Prata Tibery, de 70 ha, onde serão oferecidos aos associados cursos gratuitos nestas linhas. Para tanto, também necessitará de um corpo capacitado, hoje formado por 105 técnicos espalhados pelo Brasil.
A proposta é que os profissionais estejam aptos a entender os pontos críticos do sistema produtivo da propriedade do associado e propor soluções imediatas. Estar mais próximo do associado é uma preocupação que vai resvalar, inclusive, na comunicação e relacionamento com as oito associações promocionais de raça delegadas à ABCZ. A intenção de Fred é criar maior transparência quando das importantes tomadas de decisão inerentes a cada raça. “Não tem mágica. Não tem promessa. É trabalho, capacidade de gestão e foco naquilo importante ao associado”, avisa Fred.
A evolução continua!
Entre as iniciativas que deram certo e vão permanecer na pauta do candidato estão:
  • Promoção: Divulgar e defender a pecuária com planos de comunicação consistentes e voltados tanto para que a sociedade conheça mais sobre nossa pecuária quanto à defesa de interesses do agronegócio brasileiro no restante do mundo;
  • Representação: Diálogos e cobranças em todos os Poderes da República (em todas as esferas governamentais) sobre as necessidades do campo, articuladas em conjunto com as demais entidades da Sociedade Civil Organizada;
  • Captação: Angariar recursos e executar projetos com verbas governamentais destinadas via emendas parlamentares. Estes projetos beneficiam criadores e pecuaristas em geral, em todo o Brasil, sem onerar os associados;
  • Atenção: atender o associado plenamente, com cursos, eventos, programas, informação, serviços de qualidade, cursos de capacitação ao associado e colaboradores, além de prover excelente estrutura;
  • Transparência: Estar sempre próximo do associado e sistematicamente medir a qualidade dos serviços, permitindo melhorias contínuas nos processos da associação e na resolução de problemas;
  • Parceria: Apoio contínuo para as exposições e eventos das Associações Promocionais (Nelore, Gir, Gir Leiteiro, Guzerá, Tabapuã, Brahman, Sindi e Indubrasil). Atuação conjunta no colégio de jurados, logística e, repasses de participação nos resultados comerciais.
“A ABCZ tem se norteado com uma visão estratégica de mercado, atuando ao longo de toda a cadeia produtiva, em conjunto com outras entidades do setor, de forma articulada, com força e representatividade para defender e valorizar a pecuária comercial. Precisamos continuar sendo uma entidade aberta, transparente e comunicativa com os associados e a sociedade”, conclui Fred.