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quinta-feira, 3 de outubro de 2019

O FIM (QUASE) TRÁGICO DE “ZÉ GORDO”

Oi, turma !

( Acabou a galinha; acabou o resguardo...)

Apelido, “Zé Gordo”. Nome de batismo, ninguém nunca soube. “Peão” afamado na região, disputado pelos fazendeiros, “Zé Gordo”, trabalhou para vários deles durante anos. Um assassinato lá pelas bandas de Frutal, “Zé Gordo”, foi se esconder nas fazendas de amigos no Mato Grosso do Sul e nunca mais deu noticias do seu paradeiro. Bom “peão”, apesar de meio gordinho, seus predicados sempre eram lembrados. Sua agilidade no trato com o gado, diziam seus patrões, era de fazer inveja aos companheiros.

Vaqueiro de primeira, sabia como lidar na roça. Asseado, corajoso, honesto e educado, “ Zé Gordo”, amansava burro e cavalo bravo, com maestria. Cêrca que fazia e alinhava, era uma verdadeira linha reta, tamanha a precisão dos postes colocados. Caseiro excelente e cozinheiro melhor ainda. Era o “peão” que todo fazendeiro queria na sua propriedade. Além dos mais ... casado com a Ritinha, moça bem mais nova que ele, “boa” de serviço, morena clara, sempre limpinha e “cor de cheiro”, gostava de usar o decote ousado, seios grandes, corpo bem feito, cintura fina. Olhar matreiro e cabelos “batendo” lá em baixo... Falando mais, era a cobiça dos patrões...

Moravam numa fazenda às margens do “Laranjeiras”, antes de chegar no “Tejuco”. O fazendeiro, andava “ de olho” na Ritinha. Sempre que podia, levava um “presentinho” prá moça. Os amigos de ”Zé Gordo”, diziam que, além de bom vaqueiro, atirava com a sua cartucheira melhor ainda. Os mais antigos, contavam que ele viera para Uberaba,fugido, depois de um crime praticado no norte do Paraná, na cidade de Santo Antônio da Platina.

Uma bela tarde, o fazendeiro depois de olhar o gado, foi ver a Ritinha. Demorou pouco tempo. Na saída, notou “Zé Gordo” na porteira da fazenda, à sua espera. –“Pronto !É hoje”. pensou. “Zé Gordo”, abriu porteira e logo dizendo:-“Patrão, tenho um assunto muito sério a tratar com o Senhor”! Fidélis, tremeu da cabeça aos pés. –“Agora não, Zé. Tenho um compromisso político em Uberaba e estou atrasado”. Acelerou o carro e “ caiu na estrada”...

Passados quase 2 meses sem ir à fazenda, atendeu aos insistentes recados de “Zé Gordo”, via “Nhô Bernardino”, de manhãzinha, na Difusora. Recebido por “Zé Gordo” e Ritinha, tomou café, comeu pão de queijo e biscoito de polvilho feitos pela mulher. Claro que a “lembrancinha” não podia faltar...”Zé Gordo”, foi trabalhar no pasto. Fidélis, aproveitou e partiu para os amassos e beijos. Ao sair, “Zé Gordo” estava à sua espera na porteira. Tremeu !-“Hoje não tem jeito. Vou ter que encarar”! O robusto empregado , aguardando.

“Zé Gordo”, se aproximou . –“Patrão, tenho um assunto muito sério a tratar com o Senhor. Pode ser agora ?”.O velho Fidélis, assustado, com o coração na boca e o “ 38” no banco do carona, apelou feio. – “O que aconteceu de tão grave, “Zé” ? Olhando, fixamente, no patrão, “Zé Gordo”, desabafou : -“ É grave e o Senhor precisa saber. E com relação a Ritinha “. Fidélis, quase cagou nas calças. Tremia mais que “ vara verde” e estava arrepiado do último fio de cabelo, ao dedão do pé.

“- Desembucha, homem de Deus ! “Zé Gordo”, não se fez de rogado. –‘Sabe, patrão, a Ritinha, aquela formosura, tá traindo nóis dois. Isso não podia acontecer. O senhor é tão bão prá nóis!”.
Abraços do “ Marquez do Cassú."




Cidade de Uberaba


terça-feira, 3 de janeiro de 2017

“ZÉ GORDO”

O nome de batismo pouca gente sabe, mas, se falar “Zé Gordo”, toda a fazendeirada da região conhece. “Zé Gordo! Trabalhou, praticamente, para quase todos os donos de terras entre Uberaba e Uberlândia. Depois de um assassinato na região, foi esconder-se na fazenda de m uberabense lá para os lados de Mato Grosso, o do sul. confesso que, hoje, não sei se está vivo ou morto. A fama de bom peão sempre o acompanhou. Ligeiramente obeso,era de uma agilidade fora do comum. Excelente tirador de leite, vaqueiro de primeira, entendia de tudo no campo. Asseado, corajoso, amansava burro bravo de fazer inveja. Tinha um “olho” espetacular. As cercas que alinhava e construía, era uma verdadeira linha reta, tamanha a precisão de um poste ao outro… Caseiro excelente, o quintal tanto da sede da fazenda, quanto da casinha que morava, era um “brinco”. Curral nos trinques, arreata dos animais sempre organizadas, vacinação do gado em dia, “Zé Gordo” era o peão que todo fazendeiro queria ter.Era casado com a Ritinha, menina nova, boa de serviço, morena clara, limpa, perfumada, nem alta nem baixa, corpo bem feito, cintura fina, cabelos bem arrumados, olhar matreiro, era, também a cobiça dos patrões. Na fazenda que estava trabalhando, à direita do córrego Laranjeiras, antes de chegar no Tijuco, o fazendeiro estava de “olho comprido” na mulher do “Zé Gordo”. Virava e mexia, levava “agrados” para a mulher do vaqueiro, “Zé Gordo”, além de bom vaqueiro, era melhor na pontaria de um “38”. Estava na região depois de “aprontar” em Goiás. Certa tarde, depois de ir à fazenda, o fazendeiro viu “Zé Gordo”, parado, na porteira da entrada da fazenda.-“Pronto, será que ele descobriu?”, pensou. O empregado abriu a porteira e foi logo dizendo:- Patrão, tenho um assunto sério a tratar com o senhor”. Gelado, mãos trêmulas, o patrão respondeu:-“Agora não, Zé. Tenho uma reunião política em Uberaba e já estou atrasado”. Acelerou a caminhonete e se mandou. Ficou uns dois meses sem ir à fazenda. Depois de insistentes chamados de “Zé Gordo”, voltou no que era seu. Aquele cafezinho de sempre, o casal sempre amável, o marido foi trabalhar. A Ritinha , dengosa, só sorrisos. Deu pressa de ir embora. Lá em cima, na porteira, à esperá-lo, “Zé Gordo”. –“É hoje, Vou ter que enfrentá-lo”, pensou o fazendeiro. “Zé Gordo”, com a mesma conversa:- “Patrão, o assunto é sério. Tem que ser agora”. O fazendeiro ( seria um Borges?), tremendo dos pés à cabeça, respondeu:- “Desembucha, Zé. O que ta acontecendo?”. “Zé Gordo”, olhos vidrados , não se conteve: – Patrão, é grave. A Ritinha ta traindo nóis dois”…

Luiz Gonzaga de Oliveira