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quarta-feira, 6 de junho de 2018

Catedral Metropolitana do Sagrado Coração de Jesus

Catedral Metropolitana do Sagrado Coração de Jesus 
 Foto: Antônio Carlos Prata

Catedral Metropolitana do Sagrado Coração de Jesus
Foto: Antônio Carlos Prata

A igreja matriz onde hoje se localiza nossa catedral teve o início de sua construção em 1827 (o Brasil já havia se tornado independente) por intermédio de Vigário Silva mas seria apenas em 1854 que seriam realizados ali os primeiros ofícios religiosos. Esses 17 anos de construção de um templo razoavelmente modesto mostra-nos a precariedade econômica da população local nas primeiras décadas do século XIX. Enquanto a região nordeste ainda se mantinha com a produção e exportação de açúcar, a região central de Minas havia se convertido em grande polo econômico por conta do ouro e convertido a própria cidade do Rio de Janeiro em capital pela proximidade de ambas, São Paulo havia se caracterizado pelas atividades bandeirantes e a região sul pela produção de charque, em Uberaba ainda se definia uma economia em parte agrícola marcada pela produção de arroz (vide os ramos de arroz até hoje presentes em nosso brasão municipal) e em parte comercial por conta do ponto estratégico que nos situamos no Brasil Central, entre três importantes regiões: Minas, São Paulo e Goiás. Destaco também a participação do escravo afro-brasileiro Manoel Ferreira oferecido pelo sargento-mor Eustáquio para contribuir na construção da nova matriz. Não nos esqueçamos que este país foi literalmente edificado por braços negros, aos quais somos tão devedores, e que em nossa igreja matriz não foi diferente. Em 1857 graças a Frei Eugênio a igreja foi dotada de uma grande sacristia, um adro e recebeu paramentos e alfaias. Em 1868 cada uma das duas torres recebeu um sino de cerca de trinta e cinco arrobas cada que permanecem na catedral até hoje. Interessante notar que com o avançar do século e o consequente enriquecimento material da população uberabense, a própria igreja se torna espelho dessa prosperidade por estar sempre em estado de reforma e sempre recebendo melhoramentos. 

No final do século XIX teremos o início de um período de grande prosperidade para as elites uberabenses com o advento da criação do gado de raça zebuína buscado na Índia. No começo do século XX, já sob o regime republicano, e inspirados pelas reformas modernizantes e arquitetônicas baseadas na Europa (o Rio de Janeiro abriu suas primeiras grandes avenidas e Manaus construiu seu Teatro Municipal) os uberabenses receberam a energia elétrica em 1904 e várias reformas urbanas, como na praça Rui Barbosa. Esse rápido avanço conquistado com os capitais excedentes da pecuária zebuína e com a vinda da Companhia Ferroviária Mojiana atraiu para a cidade o bispo de Goiás, D. Eduardo Duarte Silva que acabou por se tornar o primeiro bispo da Diocese de Uberaba, criada em 1907 pela bula Goyaz Adamantina Brasiliana Republica pelo Papa Pio X. Por determinação desta bula o padroeiro da diocese seria o Sagrado Coração de Jesus e D. Eduardo inaugurou deste modo a igreja do Sagrado Coração – atual igreja da Adoração Perpétua ao lado da Cúria Metropolitana – com a prerrogativa de catedral permanecendo a igreja da praça Rui Barbosa como matriz de Santo Antônio e São Sebastião. 

Em 1910 a matriz passou por grande reforma em que se definiu o estilo arquitetônico gótico manuelino e que seria dotada de apenas uma grande torre como até hoje se encontra desde esta data. Finalmente, em 1926 por determinação do bispo D. Luis Maria de Sant’Ana e decreto da Sagrada Congregação Consistorial a catedral seria transladada para a matriz de Santo Antônio e São Sebastião à Praça Rui Barbosa e os padroeiros seriam invertidos, permanecendo assim, em definitivo, como Catedral Metropolitana do Sagrada Coração de Jesus a partir de 20 de maio de 1926. Ainda assim, de modo a manter viva a memória de mais de cem anos que Uberaba permaneceu sob a proteção de Santo Antônio e São Sebastião, decidiu-se que uma estátua de cada santo ladearia a catedral metropolitana, imagens que permanecem até hoje em local de visibilidade e veneração. 


 Vitor Lacerda.



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Cidade de Uberaba

domingo, 2 de julho de 2017

Brasão Municipal de Uberaba

Brasão Municipal

Escudo Redondo Português, encimado pela coroa mural, distintivo das cidades. Em capo vermelho (de goles), uma faixa prata ao início do escudo, simboliza o rio de água brilhante, o Y-berab, de onde procede o nome de Uberaba. Uma asna, também de prata, conjugada à faixa, deixa no campo do escudo uma área irregularmente triangular que simboliza o Triângulo Mineiro e onde estampam cinco estrelas de prata, postas em aspa, das quais a do centro, é a maior e uma coroa de príncipe alto próxima ao vértice da asna. – Simbolizam as cinco estrelas as principais cidades da região do Triângulo Mineiro, e a maior recorda a primeira de Uberaba. – Quanto à coroa de príncipe, rememora ela a antonomásia já antiga hoje secular, atribuída a Uberaba: “princesa do sertão”.

Na parte inferior do escudo um touro zebu de ouro, com patas dianteiras erguidas “possante” ou “furioso”, como se diz em tecnologia heráldica – Recorda – papel notável e a riqueza criada pela importação do gado indiano no centro principal de Uberaba, por iniciativa uberabense.

No listal, em letras de vermelho (de goles), sob fundo de prata, se inscreve a divisa escolhida para a cidade: – “indefesse pro brasilia”. – Ao listal enramam hastes de cana de arroz, ao natural, recordando as principais culturas do município.

Como “tenente” do escudo figuram, à “destra”, um oficial de milícia mineira, em princípios do século XIX, e um soldado com o uniforme dos Voluntários da Pátria, na campanha do Paraguai, equipado em ordem de marcha. – O oficial de milícias, envergando o seu uniforme característico, recorda os fundadores do “Sertão da Farinha Podre” e especialmente o sargento-mor Antônio Eustáquio da Silva e Oliveira, o principal fundador de Uberaba.

O soldado do “17 de Voluntários Mineiros” relembra que Uberaba foi o campo de guarnição das forças que fizeram a campanha de Mato Grosso e a Retirada da Laguna, operação de guerra de que comparticipariam muitos de seus filhos e do Triângulo Mineiro com real patriotismo, nas fileiras de “17 de Voluntários” e outros corpos.

Sobre a parte central da coroa mural vê-se um escudete com as pechas simbólicas de São Sebastião e as chagas de Cristo da ordem de São Francisco a que pertenceu Santo Antônio. Relembram estes atributos os oragos da cidade e do município.

PONTES, Hildebrando. História de Uberaba e a Civilização no Brasil Central. Uberaba, Academia de Letras do Triângulo Mineiro, 1970. p. 1.

Lei n. 582 de 11 de maio de 1928