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quinta-feira, 23 de maio de 2019

O LENDÁRIO JOCKEY CLUBE DE UBERABA

O Jockey Clube, foi fundado por uma elite classe social, rica e abastada da cidade, pudesse conviver, ser relacionada e receber a”alta” da sociedade brasileira, incluindo outros fazendeiros e políticos. Desde o Presidente da República, Governadores de Estado e grandes empresários. O meio ruralista, atravessando bom momento, ergueu num pasto, fundos do parque de Exposições, uma área para corrida de cavalos e construiu uma arquibancada de madeira, que deu o nome de “ Prado”, onde as provas eram realizadas. A “febre” não durou muito. A morte, por envenenamento, de um cavalo vitorioso nas corridas, foi o estopim. 

Sede do Jockey Club de Uberaba - Praça Rui Barbosa. Foto: Acervo do Clube.

O auge da saga do zebu, tornou Uberaba conhecida nacionalmente. Movidos por interesses comuns, os ricos da terrinha, marcando presença, construíram, em pouco tempo, um majestoso prédio na praça Rui Barbosa e ali, edificou o Jockey Clube de Uberaba, hoje, quase centenário. Ao correr dos anos, o prédio sofreu modificações para melhor. Alí, aconteceram as grandes festas de Uberaba. Evidentemente para as classes financeiras majoritárias...

Lembro-me que, em 1962, ao lado da “rainha do clube”, Marina Marquez, transmiti pela falecida Rádio Difusora, com assistência do Paulo Nogueira, a reinauguração do clube então presidido pelo saudoso Giordano Bruno. Festa inesquecível. Aliás, as festas do Jockey, eram sempre noticias nas colunas de Netinho, no “Lavoura” e Joel Lóes, no “Correio Católico”. Ambos, “jockeanos de quatro costados”...

Uma firma paulista e arquiteto idem, deram o tom austero, chique,na reforma do clube. Cadeiras almofadadas ,novidade naquele tempo, lustres art-decó, móveis entalhados, mesa de bilhar, piano de cauda, estantes requintadas para a biblioteca, sala de jogos, consoles, restaurante, boate, compunham o mais elegante clube regional, que ensejou inclusive o colunista sempre lembrado Ataliba Guaritá Neto, o Netinho, a defini-lo como o “Palácio Encantado” da cidade.

A parte social sempre embelezou o Jockey. Festas inesquecíveis! Promoções mirabolantes ! A juventude fazia “ ponto” nas dependências do Jockey. Quantos namoros e casamentos, começaram lá dentro... No esporte, o Jockey também pontificava-se. Na piscina descoberta, a exibição do medalhista olímpico Tetsuo Okamoto; no basquete, o Jockey, campeão mineiro com o “ rolo compressor” (alô, Dorival Cicci...), no vôlei, campeão regional. Na quadra, ainda descoberta, a exibição do Palmeiras, campeão brasileiro e dos “Globetrotters’, continuam na lembrança dos antigos jockeanos... Ah ! saudade dos carnavais, que o Netinho chamava de “Municipal uberabense” ...E a banda do Rosseti ? E o bar do Paulo Botta? O caldo de galinha da Venturosa, de saudosa memória ?...

Infelizmente, o verdadeiro Jockey Club, da praça Rui Barbosa, de fama e gloriosas tradições, “agora é cinzas”...Móveis e utensílios, cortinas, cadeiras, aquele bonito piano de cauda, estão jogados num canto do Jockey Park, sendo corroídos pelo tempo, como traste, tomando lugar. Não servem para mais nada .A história está sendo contada pelos cupins, seus habitantes...

E assim caminha a nossa tradição, lembranças e costumes. O tempo é implacável, mormente quando ignorantes em história, desprezam aquilo que eles não construíram. O vetusto Jockey Club, outrora tão cioso na seleção dos seus associados, hoje, não passa de um prédio de aluguel.....Desta forma, vão destruindo e deteriorando a bonita história da nossa Uberaba !...


Luiz Gonzaga de Oliveira


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