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sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

OSSOS DO OFÍCIO

Paulo Nogueira

Vou contar um pouco das histórias que aconteceram comigo durante os meus mais de 50 anos no jornalismo. Ano 1972, iniciei minha carreira como repórter de TV, na TV Uberaba, depois passei pela TV Tupi, SBT, TV Manchete, e Universitária. Eu já trabalhava na imprensa escrita e falada na cidade e fazia matérias especiais para a revista “O Cruzeiro”, e demais órgãos de comunicação dos Diários Associados. Na TV Uberaba, fui escalado para acompanhar uma missão do Projeto Rondon, com alunos da Universidade de Uberaba, no Pará e Amazonas. Eu, e o cinegrafista Geraldo Botelho, embarcamos em um avião DC3, e após algumas horas de viagem, com várias escalas, chegamos a Altamira, no Pará. 

A previsão de ficar por lá era de 15 dias. Ao desembarcamos, fomos imediatamente trabalhar. Após oito dias de reportagens nas agrovilas, na transamazônica, Rio Negro e outros, fomos até uma aldeia de índios distante a 300 quilômetros de Altamira, fazer uma matéria especial. Assim que chegamos a Aldeia, com três máquinas fotográficas, várias lentes, e um aparelho de radiofoto, o Geraldo com a câmara de filmagem, bater ias, iluminação e outros quites para uma cobertura externa, fomos imediatamente dominados por quatro índios, que me amarram de imediato, e me colocaram em uma rede, no interior de uma tenda. Geraldo, conseguiu correr e pegar o helicóptero que estava a nossa espera. Eu fiquei naquela situação, sem comer e sem tomar água, por quase dois dias. Não estava entendendo o que estava acontecendo, até que veio o socorro trazido pelo Geraldo. Dois catequizadores que estavam na região, foram levados me socorrer.

 Depois de muito diálogo com os índios, eles me deixaram livre, e me entregaram o equipamento novamente. Porque procederam daquela maneira? Depois de algumas horas, fiquei sabendo que queriam dinheiro, em troca da reportagem que pretendia fazer naquela aldeia. Passados alguns dias, descobri que a chefia da tribo estava sendo manipulada por pessoas ligadas a eles, só que não eram índios. Após libertado, fui imediatamente medicado em Altamira pois estava bem desidratado. Eu, não me aborreci, realizei outras matérias jornalísticas, que foram publicadas em jornais, na revista O Cruzeiro, como também levadas ao ar na TV Uberaba na época, com grande repercussão.

 Conto este episódio, não como forma de denegrir quem quer que seja, mas marcou muito minha trajetória no início de minha carreira no jornalismo, e naquela época, já deparar com pessoas que pretendiam tirar suas vantagens, em cima do nosso trabalho, e daquela maneira. Após alguns anos, pude voltar a Amazônia e realizar matérias exclusivas na mesma aldeia indígena, onde fui recebido com um tratamento digno. 

Esta é uma das centenas de façanhas por que passei nestes mais de 50 anos de jornalismo, cujo objetivo será sempre, de levar ao leitor, o ouvinte, e ao telespectador, matérias jornalística reais, sem mistificações e mentiras, pois o público que nos acompanha sabe da nossa seriedade dentro do jornalismo. Até hoje, ainda existe o glorioso Projeto Rondon, que leva alunos das universidades brasileiras a Amazônia e nordeste do Brasil, ajudando as pessoas carentes, e ao mesmo tempo, que os alunos universitários das diversas áreas, coloquem em prática, o que aprenderam, É um excelente projeto, e tenho certeza, que os universitários brasileiros, sempre terão o prazer em participar do mesmo, dada a sua integração com as comunidades em geral, trazendo mais experiências aos alunos.

Jornalista-Membro da Associação Brasileira de Jornalismo Científico

quarta-feira, 23 de outubro de 2019

MORRE O JORNALISTA E ESCRITOR SAULO GOMES

Com muito pesar e dor do coração que divulgo esta notícia. Meu amigo e meu eterno professor no jornalismo, Saulo Gomes, que me ensinou os primeiros passos na TV, morreu na madrugada desta quarta-feira (23), em Ribeirão Preto (SP).. Ele tinha 91 anos e foi vítima de um infarto. O velório está previsto para começar às 13h na Sala Diamante do Memorial Campos Elíseos. O enterro será às 10h desta quinta-feira (24). Nascido no Rio de Janeiro (RJ), Saulo ingressou no jornalismo em janeiro de 1956, quando foi o primeiro colocado entre 200 jovens que disputavam uma vaga de repórter na Rádio Continental. O nome de Gomes também consta entre os pioneiros da televisão brasileira. Entre os pontos altos da carreira dele estão entrevistas com o médium Chico Xavier: em 1968, em Uberaba (MG), e em 1971, no programa Pinga Fogo, na TV Tupi.

Saulo Gomes e Paulo Nogueira.

Saulo e Paulo Nogueira.

Aliás, consta na biografia que ele protagonizou um momento triste e histórico da televisão no país, quando, às 16h21 de 2 de maio de 1980, anunciou ao vivo que TV Tupi deixava de gerar suas imagens.

(Jornalista Paulo Nogueira)

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