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segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

ESCRACHO...


Abordei em livros passados, o “corre,corre”, a “caça às bruxas”, quando estourou o movimento de 1964. A postura desrespeitosa, cínica, cruel e até covarde, de alguns próceres da UDN ( União Democrática Nacional), aqui em Uberaba, levou às grades, figuras conhecidas e benquistas de uberabenses que, sabidamente, não faziam apologia comunista e muito menos, atuavam em movimentos mais tarde tido como esquerdistas. Dois jornalistas (Joel Lóes, falecido e Olavo Sabino Jr.), além de sacerdotes da santa terrinha, Padre Prata e Juvenal Arduini, de saudosa memória, passaram pelo constrangimento de serem ouvidos pelo Comando Revolucionário .

Os “ dedo-duros” deitaram e rolaram em denúncias vazias contra uberabenses. “Durval, da Farmácia”, “Zé, do Café Reina”, citando os mais conhecidos, além de Benito Caparelli, vereador, teve cassação sumária do seu mandato , padecendo por vários dias, no cárcere da Policia Militar. O “movimento estudantil”, “sumiu” de uma hora prá outra. A turma da UDN, mandava e desmandava na terrinha do “Doca”. A cidade passava por instantes de medo. Quase terror. Nas repartições públicas, aconteciam as demissões sem direito às defesas. Um horror para os coitados dos exonerados...

Enquanto isso, os “afilhados” da revolução, iam conseguindo grandes empregos, sem necessidade de concurso. Foram nomeados em Ministérios, Correios, Caixas Econômicas, Estadual , que ainda existiam, Federal e bancos oficiais. Políticos uberabenses “revolucionários”, batiam palmas para Rondon Pacheco, figura asquerosa, guindado à Chefia do Gabinete Civil do Governo Revolucionário. Começava ali, a degringolada de Uberaba e a forte ascensão de Uberlândia...Com o apoio, pasmem ! de graduadas e impolutas personalidades uberabenses!

A “revolução” permitia eleições municipais. Em 1966,” Chico” Veludo candidato do MDB, ”fantasiado” de oposição, tolerado pelos militares ganhou a eleição para Prefeito. Todavia, não foi empossado. “Inventaram” o famoso “voto de legenda”. Já viu, né ?... Uberaba sem representação, Palmério, auto-exilado no Paraguai; os udenistas, procurando “ achar um deslize do nosso maior benfeitor” ( já lhes contei, também...). Todo o ódio que devotavam ao Embaixador Mário Palmério, veio à tona.

Ainda bem que Raul Jardim, Netinho, os Ruis, ligados ao “Lavoura e Comércio” e PRE-5, não sofreram nenhum tipo de ameaça. Azar de quem trabalhava no “Correio Católico” e “ Difusora”... Jorge Zaidan, César Vanucci, José Veloso Guimarães, além desse reles memorialista, eram “vigiados’ , dia e noite.. Nossos passos seguidos, nossos comentários gravados e as páginas do jornal, censuradas.

O que causava espanto foi ver a docilidade, servilidade e fragilidade, com que nossos políticos, com a “faca e o queijo “ nas mãos, deixaram escorrer por entre os dedos, em ombrear-se com a cidade irmã, que, além do principal “civil” no governo revolucionário” no Gabinete Militarl, “emplacou” também Homero Santos, um simples deputado federal, como “líder do governo da revolução”. Tristeza maior, vendo uberabenses batendo palmas, sem o menor instinto de reação,para pelo menos, solicitar uma “beiradinha” de prestigio para a sacra terrinha...

O uberabense não aprendeu. Passados meio século do que aconteceu, nossos homens públicos, continuam batendo palmas para qualquer forasteiro que aqui aporta. Quando será que Uberaba voltará a aprender fazer política ? Abraço fraterno do “ Marquez do Cassu”.


Luiz Gonzaga de Oliveira



Cidade de Uberaba