Mostrando postagens com marcador Conquista. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Conquista. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 19 de agosto de 2019

TRAGÉDIA NO TREM DE CONQUISTA

A história trágica de um acidente que, em 1970, marcou a vida de muitas famílias às vésperas das festas de Ano Novo. Eu era criança ainda mas lembro que meu falecido pai, médico legista em Uberaba, passou a noite e a madrugada daquele fatídico 26 de dezembro liberando os corpos e tentando consolar as famílias da vítimas.

Ao que eu saiba, as causas e as responsabilidades desse acidente nunca foram completamente esclarecidas, ao menos para a população. Como os mortos e feridos eram quase todos lavradores humildes e seus familiares, tampouco houve grande empenho para punir os responsáveis.

Em anexo, um mapa com o traçado da velha linha marcando o lugar aproximado onde a locomotiva estancou e o local do acidente. Não consegui descobri qual foi a exatamente a locomotiva envolvida (os jornais da época a denominam como M.U.-1), mas era provavelmente uma das diesel-elétricas GE Cooper Bessemer 64T de 600 HP compradas em 1952, como essa da foto, que hoje está no acervo da ABPF da Campinas.

Final de ano é uma época associada a festas e comemorações. Quando acontece algum infortúnio nesse período, a tragédia fica marcada na memória das pessoas. Foi o que ocorreu entre o Natal e o Ano Novo de 1970, quando um grave acidente ferroviário marcou para sempre as vidas de muitas famílias uberabenses.

Para entendê-lo, é preciso falar da linha de trem da Cia Mogiana, que chegou em Uberaba no século XIX. Essa ferrovia saía de Ribeirão Preto, passava pela cidade de Franca e descia para o o Rio Grande na altura de Rifaina. Num trecho estreito, cruzava o rio em uma ponte que sobrevive até hoje, em ruínas, abaixo da barragem da hidrelétrica. Já em território mineiro, havia a estação de Jaguara, com dois grandes armazéns. Por alguns anos, a Mogiana chegou a ter ali um porto fluvial e dois barcos a vapor, que recolhiam produtos para a ferrovia.

A linha seguia então para o oeste, acompanhando o rio até a estação do Cipó, de onde partia uma linha de bondes elétricos rumo a Sacramento. Dali o trem subia as encostas do vale rumo a Conquista, de onde vinha para Uberaba passando antes por Guaxima e Peirópolis – entre outras estações no trajeto. Esse trecho montanhoso sempre foi difícil e demorado: os trens levavam cerca de três horas para cumprir todo o percurso.

A linha de Jaguara perdeu importância em 1915, quando foi aberto o Ramal de Igarapava – ligação mais rápida entre Ribeirão Preto e o Triângulo. A partir de 1930, a crise financeira da Cia. Mogiana agravou a decadência. Mas o tiro de misericórdia foi dado em 1970: o lago da hidrelétrica inundou Rifaina e alguns quilômetros da ferrovia. A Mogiana não se interessou em fazer um novo trajeto e, a partir de então, restou no lado paulista o “Ramal de Franca” e no lado mineiro o “Ramal de Jaguara”.

O mapa da antiga linha de Jaguara da Cia Mogiana.

A locomotiva marca o lugar aproximado da parada do trem, no alto da subida. A estrela é o local do acidente, ao lado do Ribeirão dos Dourados.

  Locomotiva GE Cooper Bessemer 64T modelo 1952, nas cores da Cia Mogiana, restaurada pela ABPF de Campinas. Foto: Dominique Torquato/AAN.

Com pouco movimento, o ramal de Jaguara durou ainda alguns anos transportando cargas e passageiros em trens mistos. Atendiam as populações dos povoados que haviam junto as estações e algumas empresas da região. Muitos usuários se queixavam dos trens velhos, da demora e do descumprimento dos horários. Mas era uma alternativa de transporte barato, numa época em que as estradas não eram asfaltadas e ficavam impraticáveis com as chuvas.

Na manhã do sábado, 26 de dezembro de 1970, o maquinista João Peralta se surpreendeu quando encontrou 100 pessoas aguardando o trem que iria de Uberaba a Jaguara. Normalmente, havia poucos passageiros. Dois casamentos a serem realizados naquele dia – um em Guaxima e outro em Conquista – explicavam a grande procura. Junto no trem, seguiriam dois vagões carregando 1200 sacas de cimento destinadas às obras da hidrelétrica de Jaguara. Peralta e seu ajudante, Carmo Reis Terra, acionaram uma antiga locomotiva diesel-elétrica e deram início a viagem.

Adiante da estação Eng. Lisboa, a 50 km de Uberaba, a ferrovia começava uma longa subida de três quilômetros para transpor a Serrinha dos Dourados. Chovia e a velha locomotiva arrastou-se com dificuldade morro acima até que, no alto da subida, o motor parou de funcionar. Alguns minutos depois, Peralta desistiu de tentar religá-la e pediu a Carmo que voltasse a pé até a estação para pedir socorro. Com o calor, muitos passageiros desceram dos carros que estavam no fim da composição. Foi quando se deu a fatalidade.

Uma falha nos freios e o trem começou a voltar de ré. O maquinista acionou o freio de emergência, que também não funcionou. Pressentindo o perigo, algumas pessoas saltaram, mas cerca de 60 passageiros continuaram nos dois carros que desceram descontrolados ganhando velocidade morro abaixo. No fim da descida, a mais de 100 km/h, o trem não conseguiu fazer uma curva e precipitou-se na ribanceira ao lado do Ribeirão dos Dourados. Sobre os carros dos passageiros desabaram 60 toneladas de cimento e a locomotiva desgovernada.

No saldo final da tragédia, mais de 20 mortos e cerca de 30 feridos graves. Foi o maior acidente da história da Cia Mogiana, e acabou de vez com a confiança dos usuários na linha. Menos de cinco anos depois, o ramal seria desativado também para cargas.


(André Borges Lopes)






Cidade de Uberaba



quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Conquista, parabéns pelo aniversário de 106 anos!



Conquista foi fundada por Domingos Vilela de Andrade, em 30 de agosto de 1911; porém, há um seleto grupo de pesquisadores historiadores que atribui tal feito ao Cel. Antônio Alves da Silva, grande benemérito da cidade.

Criação do Município (Fundação)

30 de agosto de 1911

Emancipação Política

30 de junho de 1912.

Fundação

A cidade de Conquista, localizada no Triângulo Mineiro, nasceu com as expedições que no início do Século XIX vieram explorar a região. As terras que formam o município foram doadas ao português Manoel Bernardes Nazianzeno da Silveira. Elas passaram por vários donos e, em 1888, o Coronel Francisco Meireles do Carmo aqui se instalou, criando um armazém para fornecer mercadorias aos trabalhadores que construíam a estrada de ferro Mogiana.

Em 1894, o Dr. Crispiniano Tavares baiano de Ilhéus, fez a planta do povoado, traçando e demarcando as ruas. Conquista tornou-se distrito de Sacramento em 1892, desmembrando-se do mesmo em 1911, consoante a divisão administrativa do Brasil.



Em Minas Gerais, no sudeste do Brasil, encontramos uma cidade que, apesar de pequena, cerca de sete mil habitantes, é conhecida como “Um Cantinho da Itália em Minas”, por sua riqueza, beleza e qualidade de vida e ainda por ter siso adensada populacionalmente principalmente, por imigrantes italianos. Estamos falando de Conquista.

Cidade com raízes na cultura européia (portuguesa e italiana) localizada no Triângulo Mineiro, onde se pode observar rios de águas limpas e encantar-se com o verde exuberante por toda a cidade. Ouvir o canto dos pássaros. Você pode observar ainda a beleza da arquitetura e o colorido dos jardins. Servir-se de comida farta e com qualidade.

A herança dos imigrantes está presente na organização, na força do trabalho, no casario, na hospitalidade e na simpatia do povo.



A Denominação

Origem do nome da cidade de Conquista

Existem três versões sobre a origem da denominação do nome da cidade de Conquista:

A primeira, oriunda do fato de lhe ter sido dado o nome por Domingos Vilela de Andrade, coronel, fazendeiro, latifundiário, nascido em Monte Alegre, (MG). Procedente de Ribeirão Preto, SP, onde era grande produtor de café, Vilela adquiriu uma gleba de terras na margem direita do Rio Grande, onde construiu a sede da fazenda denominada, segundo alguns, de Fazenda Conquista.

A segunda, pelo seu sucesso ao conquistar a sua independência de Sacramento; a meu ver a mais remota das três, pois o desmembramento de Sacramento se deu em 1911; o Distrito de Conquista, porém, já existia e foi criado, como pertencente ao termo de Sacramento, pela Lei Municipal nº. 07 de 23 de novembro de 1892, ratificada pela Lei nº. 88 de 10 de setembro de 1901. Portanto, o Distrito com o nome Conquista já existia dezenove anos antes que o mesmo fosse transformado em Município.


A terceira, a meu juízo, é a mais lógica; segundo consta, o nome Conquista foi dado em homenagem ao sertanista e engenheiro Dr. Crispiniano Tavares, um baiano, que meticulosamente fez o traçado e projeto urbanístico da cidade com avenidas largas e retilíneas. Tal empreendimento se deu em razão do mesmo ter sido contratado pelos coronéis Domingos Vilela de Andrade e Antônio Alves da Silva, então, grandes proprietários de terras, sendo que, ao término dos trabalhos, doutor Crispiniano auferiu, além dos seus honorários, o direito de registrar na legenda do projeto urbanístico a denominação de Cidade como Conquista. Isto se deu logicamente em homenagem a cidade de Vitória da Conquista – BA, pois que, nessa época, existia no município recém criado uma leva muito grande de baianos oriundos daquela cidade os quais, fugindo da seca, vieram trabalhar nas lavouras de arroz e café, bem como na construção da estrada de ferro Mogiana. Supostamente, o grande fluxo de hóspedes flutuantes que vieram da Bahia facilitou a escolha, aceitação e principalmente a difusão do nome Conquista.

 Fonte: Prefeitura Municipal de Conquista