terça-feira, 3 de janeiro de 2017

NOME É A EXATA DENOMINAÇÃO QUE SE DÁ A QUALQUER COISA QUE VEMOS

Nome é a exata denominação que se dá a qualquer coisa que vemos, sentimos, apalpamos, tocamos. Plantas, animais, objetos pessoais, situações vividas e por aí afora. Pessoas, formalmente, damos nomes. Os religiosos batizam e registram os seus, com nomes. Geralmente de boa fonia, dicção fácil. Outros, primam pela originalidade, esquisitice, até. Dificeis, quase sempre, anormais, diríamos…Seria inconcebível pais escolherem para os filhos nomes estranhos, pronúncias difíceis, sem razão? Cartórios, pias batismais, águas de rio, tendas de umbanda, aceitarem batismos de nomes tão exóticos? Nomes abaixo são de pessoas que conheci, ainda sem presença física. Não inventei nenhum deles. Na minha família, meus avós, Quirino e Beralda. Minha mãe. Odone, meus tios, Elinda, Filogônio,Nahum Tecla, Lyryo e Waltrudes. Primos, Brizabella, Luzmar, Agmon, Dolizor, Didon, Forizmar, Elydemar, Suzimar e Selvian. Na vila Maria Helena, vizinhos meus, o pai,Antomarck, os filhos Essênio Brasil, Vespasiano Augusto, Dompedro Segundo, Legalidade Bernardes, Flora de Minas, Aurora Boreal e Glória do Céu.. Amigas de minha mãe, Flordaliza, Graciosa, Preciosa, Venturosa, Amorosa, Pascóvia. Familia unida, nascida no Veríssimo e vida em Uberaba, Horizonta Horizontina, Helvecina Helvécia, Armelindo Amélio, Adoclecino Adoclécio, Ercina Ercia, , Adelino Adélio, Antonina Antônia, filhos de Sabino e Gercina, fazendeiros na região. Lembro-me, com saudade,da Prosolina, mãe do Eleuzes, Raulira, minha madrinha, Eiderlindo, meu padrinho. Como esquecer do Abedenago, Pincal Pedro, Deusvelindo Salvenil Cirineu, da mocinha que trabalhava lá em casa,a Aucleteclina, do baterista Aresky Cordeiro.. Saudades do Agricio, Horbilontina, Alcinério, Orlick, Elpenor , Belchiolina, Urânio, Tolendal, Dolor, Dalor, Neochovandes, Numa, , suas irmãs (dele)Flor do Chá e Flor do Mar, dona Pulchéria, sogra do Urbano Salomão… Nunca perguntei e jamais pesquisei se eles(elas)dos nomes que lhe foram dados. Não era da minha conta. Para concluir, lembro de um episódio pitoresco acontecido.Em 64, plena revolução, foi preso na cidade, um cidadão de bem que nada tinha de comunista, alvo dos militares e dos “dedo-duros” da city. Alvoroço na família, A quem procurar? Como tirá-lo da cadeia? O delegado sabia das virtudes do preso, deu a “dica” à família:
-“Procure o dr. Helvécio Moreira.Ele consegue a soltura do seu pai”, falou para um dos filhos.Desesperado, o filho mai velho foi a procura do causídico.-“Dr. O papai não deve nada, é um homem honrado. Preciso da sua ajuda!”. Cimpetente, Helvécio, não se fez de rogado ,pois conhecia o “velho”, pessoa de bem,honesto e sem vínculos políticos. Preparou a petição e perguntou o nome do jovem para preencher a procuração. – “Qual é o se nome, filho?” Sem pestanejar, frente ao advogado, quase gritando, falou: Stalin José, doutor”. Helvécio deu um pulo da cadeira, levou as mãos à cabeça e sentenciou: -“Não meu filho, com esse nome, não tiro nunca o seu pai da cadeia. Traga alguém com outro nome, senão, nada feito”. Só no outro dia, nova procuração e novo nome, o pai de Stalin, pode gosar novamente a liberdade….


Luiz Gonzaga de Oliveira