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terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

FLAGRANRE INDIGESTO...

(Toda experiência deve e precisa ser vivida..)

Contei essa história verídica e personagens com nomes fictícios, acontecida na santa terrinha há uns 50 anos. Uberaba, sempre foi uma cidade boêmia. Sua fama ultrapassou fronteiras . Responsável por grandes “ programas” de maridos que aproveitam as férias da família e caiam na “gandaia”. Era mulher e os filhos viajarem, em férias de janeiro, e o “ capeta corria solto” no grupo dos (des)casados. A frequência nas casas da Deide, Lêda, “Dentinho de Ouro”, Ivete, Sônia e Vailda, aumentava de forma assustadora . A mulherada vinha dos “ fundões” do Triângulo, Goiás e Mato Grosso, atraídas para “fazer a vida” na cidade grande.

“Putas novas na praça”, era a senha. Pequena fase de “solteiro”, dinheiro no bolso, a alegria era total. Combinava um grupo de amigos e a “farra” varava noites. A casa da Zenilda, a mais frequentada, por razões óbvias... Certa noite, comeram, beberam, dançaram, treparam e tudo mis que tinham direito. Divertiram- se a valer. Zenilda, nada cobrou. Apenas deu uma “cantada” no Astrogildo, gerente do banco onde ela tinha conta. Queria um pequeno empréstimo... -”Vai lá amanhã. Sem problemas”, disse ele, devidamente “trolado”....

Dito e feito. No outro dia, Zenilda, lá estava. Roupa discreta, sem pintura, lenço nos cabelos, sandália “rasteirinha” e, humildemente, senta-se à frente do gerente. Ele, ar sério, terno e gravata, meio sem graça, abre a gaveta da mesa e mostra à Zenilda, um telegrama do banco “suspendendo a carteira de empréstimos”. Desculpou-se e a “dama da noite”, decepcionada, deixa a agência. Abatida, volta prá casa.

“Bolou” um plano diabólico. Semana seguinte, toda “ produzida”, cabelos alinhados, rosto maquiado, lábios borrocados de um reluzente batom, bem vermelho, sapatos de salto alto, saia provocante, colante, deixava à mostra suas lisas e roliças coxas. “ bustiê” generoso, destacava parte dos seus seios . Ás mãos, uma nota fiscal. Dirige-se ao caixa, o Calixto, velho de casa. Do fundo, Astrogildo, gelado . –“Por favor, pague-me esta nota’”, disse sorrindo.

Calixto, quis saber a origem do débito. –“Foi a despesa do seu gerente, lá em casa, com as minhas periguetes”...O “caixa’, foi direto ao gerente. Ele, sem olhar, deu o seu sonoro visto, “pague-se” . Dinheiro na bolsa, Zenilda, deu-lhe uma piscadinha marota e rebolando, deixou a agência. Querer armar “pé de briga” com o Astrogildo depois do acontecido, é convidá-lo à ir dar um ligeiro passeio na “ zona”...

Uma reverência aos boêmios casados de ontem, com o alerta aos que, hoje, se aventuram nas escapadelas das férias.


(Luiz Gonzaga Oliveira)


Cidade de Uberaba