Orlando Ferreira, o “Doca”, ao escrever “Terra Madrasta”,
sabia que o livro teria a maior repercussão na então provinciana Uberaba e
seria objeto de ataques frontais. Não tremeu! Seu acendrado amor pela terra que
o viu nascer, falou mais alto. Não se intimidou ao elogiá-la, manifestar seu
desagrado pelo que a terrinha passava; mormente a classe política ( tal e qual
como hoje, opinião minha...)que dominava a outrora e saudosa “Princesa do
Sertão”.
Se Uberaba não mais progrediu,deveu-se ao nefasto e
preguiçoso “trabalho” dos nossos políticos , provados pela incompetência,
exceção ( opinião minha...)aos sempre lembrados Leopoldino de Oliveira,
Hildebrando Pontes, Fidélis Reis e Mário Palmério.Uberaba esperava mais de seus
representantes , inclusive os que aqui apoitaram suas canoas. Tiveram atuação
de dar dó desde à época da pouca lembrada “revolução de 64”, também tão madrasta
quanto o livro de “Doca”, com a sagrada terrinha, até os dias de hoje.
Uberaba cresceu praticamente como uma filha órfã.Não fosse a
nossa privilegiada posição geográfica, banhada pelo nosso “melhor político”, o
Rio Grande, não sei o que seria do nosso sagrado torrão, tão carente de
efetivas e trabalhadoras lideranças políticas. Meu ilustre e fraterno amigo,
João Euripedes Sabino, Presidente da ALTM, descreve com maestria, a figura
imponente e contraditória de Orlando Ferreira, o “Doca”. Assim ele se expressa:
-“Homem lúcido, audaz, nascido sem medo, comunista assumido,
espiritualista ardoroso. Uns o vêem como fascista.Discordo. Polêmico? Sim.
Desequilibrado ? Não ! Cometeu excessos ? Pode sim. Quem não os cometeu até em
nome de Deus e da Paz?Não fosse “Doca”, a história de Uberaba seria narrada com
a marca “chapa branca” e à revelia dos “poderosos”,tentando mascarar a verdade
dos fatos.
Orlando Ferreira,o “Doca” |
Em longo e seguro depoimento inserido no meu livro “Terra Mãe”,João Euripedes Sabino, escritor e poeta, analisa:- “Pontos explícitos ficaram para mim quanto ao imortal Orlando Ferreira,o “Doca”:-1º.Tão cedo não veremos outro paladino do seu nível- 2º.Excomungaram-no,covardemente,como são todas as excomunhões.Sumiram com o local de sua sepultura no cemitério “S.João Batista”.Não há registro onde descansa seus restos mortais. Nada disso impede que seu nome esteja no patamar da imortalidade”.
Continuo: não há como negar a totalidade dos conceitos e
opiniões emitidos(as) por “Doca”, no seu livro “Terra Madrasta”. Pena que a única
edição do livro, não esteja ao alcance da população. Felizmente, tenho original
exemplar... Uberaba, com todos os pesares e apesares, continua sendo uma cidade
para ser amada, querida,festejada, glorificada, vivida e, apaixonadamente,
uberabensemente, NOSSA!
Se ontem os políticos eram “mandões”, violentos, bravos e
valentes, mantinham “currais eleitorais”, os “políticos” de hoje, encastelados
na administração municipal, estão “oferecendo” empregos em troca de “saídas
sexuais” nos motéis d cidade....Vergonha !
Luiz Gonzaga de Oliveira