sábado, 2 de setembro de 2017

“DOCA” E O “ TERRA MADRASTA“


Orlando Ferreira, o “Doca”, ao escrever “Terra Madrasta”, sabia que o livro teria a maior repercussão na então provinciana Uberaba e seria objeto de ataques frontais. Não tremeu! Seu acendrado amor pela terra que o viu nascer, falou mais alto. Não se intimidou ao elogiá-la, manifestar seu desagrado pelo que a terrinha passava; mormente a classe política ( tal e qual como hoje, opinião minha...)que dominava a outrora e saudosa “Princesa do Sertão”.

Se Uberaba não mais progrediu,deveu-se ao nefasto e preguiçoso “trabalho” dos nossos políticos , provados pela incompetência, exceção ( opinião minha...)aos sempre lembrados Leopoldino de Oliveira, Hildebrando Pontes, Fidélis Reis e Mário Palmério.Uberaba esperava mais de seus representantes , inclusive os que aqui apoitaram suas canoas. Tiveram atuação de dar dó desde à época da pouca lembrada “revolução de 64”, também tão madrasta quanto o livro de “Doca”, com a sagrada terrinha, até os dias de hoje.

Uberaba cresceu praticamente como uma filha órfã.Não fosse a nossa privilegiada posição geográfica, banhada pelo nosso “melhor político”, o Rio Grande, não sei o que seria do nosso sagrado torrão, tão carente de efetivas e trabalhadoras lideranças políticas. Meu ilustre e fraterno amigo, João Euripedes Sabino, Presidente da ALTM, descreve com maestria, a figura imponente e contraditória de Orlando Ferreira, o “Doca”. Assim ele se expressa:

-“Homem lúcido, audaz, nascido sem medo, comunista assumido, espiritualista ardoroso. Uns o vêem como fascista.Discordo. Polêmico? Sim. Desequilibrado ? Não ! Cometeu excessos ? Pode sim. Quem não os cometeu até em nome de Deus e da Paz?Não fosse “Doca”, a história de Uberaba seria narrada com a marca “chapa branca” e à revelia dos “poderosos”,tentando mascarar a verdade dos fatos.

Orlando Ferreira,o “Doca”

Em longo e seguro depoimento inserido no meu livro “Terra Mãe”,João Euripedes Sabino, escritor e poeta, analisa:- “Pontos explícitos ficaram para mim quanto ao imortal Orlando Ferreira,o “Doca”:-1º.Tão cedo não veremos outro paladino do seu nível- 2º.Excomungaram-no,covardemente,como são todas as excomunhões.Sumiram com o local de sua sepultura no cemitério “S.João Batista”.Não há registro onde descansa seus restos mortais. Nada disso impede que seu nome esteja no patamar da imortalidade”.
Continuo: não há como negar a totalidade dos conceitos e opiniões emitidos(as) por “Doca”, no seu livro “Terra Madrasta”. Pena que a única edição do livro, não esteja ao alcance da população. Felizmente, tenho original exemplar... Uberaba, com todos os pesares e apesares, continua sendo uma cidade para ser amada, querida,festejada, glorificada, vivida e, apaixonadamente, uberabensemente, NOSSA!

Se ontem os políticos eram “mandões”, violentos, bravos e valentes, mantinham “currais eleitorais”, os “políticos” de hoje, encastelados na administração municipal, estão “oferecendo” empregos em troca de “saídas sexuais” nos motéis d cidade....Vergonha !


Luiz Gonzaga de Oliveira