domingo, 30 de dezembro de 2018

PROCLAMAÇÃO

A Proclamação da República, não foi só uma vontade popular. Foi um golpe de Estado político-militar acontecido num 15 de novembro do longínquo ano de 1889 e que acabou instalando a forma republicana presidencialista de governo no Brasil, que vigora até hoje, embora interrompida por ações ditatoriais. Ela encerrou a fase de monarquia institucional, destituindo o então Chefe de Estado, o Imperador D. Pedro II.

O ato se deu na praça da Aclamação, hoje, Praça da República, no Rio de Janeiro, então Capital do Império do Brasil, quando um grupo de militares , liderado pelo marechal Deodoro da Fonseca, destronou o Imperador e assumiu o poder, formando um governo provisório republicano. Conta a História que o escritor Eça de Queiroz, escreveu “ o Império está fracionado e sua importância é apenas relativa”. A profecia realizou por ter faltado consistência política –ideológica e mais arrojo dos seguidores da monarquia”. 

O coração do brasileiro, norte a sul, leste a oeste, clamava pela unidade nacional na forma republicana, nas crenças, costumes e até nas brincadeiras infantis. A formação patriarcal, religiosa, predominava e ansiava por mudanças do regime político, conjunto de valores morais do povo e que não desmanchava com facilidade. 

O golpe militar estava previsto para o dia 20 de novembro, daquele ano. Teve que ser antecipado por uma onda de boatos que grassou na Corte. Falava-se nas prisões dos conspiradores Benjamin Constant e Deodoro da Fonseca. Foi o estopim para antecipar a eclosão do movimento. Deodoro, apesar de estar muito doente, liderou o movimento que redundou na queda da monarquia. 

Múltiplos fatores levaram a queda do Império. Foram perdidos os apoios econômicos, sociais e militares, tanto por parte dos conservadores e as sérias divergências de setores da Igreja Católica, principalmente a elite rural, inconformada com a Abolição da Escravatura no País, sem a indenização aos “ donos dos escravos”. A pressão, então, chegava às alturas. As criticas, se acumulando, o caos econômico, os atritos políticos, a instabilidade social, a manutenção do voto censitário ( o famoso “cabresto”), o ensino falho, a miséria batendo à porta , culminando com o afastamento do Brasil, com os demais parceiros do Continente, pois que, éramos, doravante, republicanos. 

No momento em que a credibilidade imperial decaía, a proposta republicana ganhava contornos, rumo ao progresso econômico social. A população carioca gostava e respeitava D.Pedro II. Quando da sua morte, o Principe consorte, marido da Princeza Isabel, o francês Conde d’Eu,passou a “mandar”, era antipatizado. Tido como mal educado, arrogante, não ouvia e nem pedia conselhos a ninguém. Diziam ser carrasco, dono dos “cortiços” no Rio de Janeiro, cobrava altos aluguéis dos moradores de baixa renda, dos casebres onde residiam. 

O Brasil assistiu, com surpresa esperada, a queda da monarquia e a implantação e proclamação da República e a aceitado, sem restrições. Antes e depois da Proclamação da República, a instalação do regime político, trouxe o desenvolvimento ao País. Deus nos proteja e que a liberdade republicana dure para sempre ! 

Bom feriado. Abraço fraterno do “! Marquez do Cassú”. 












Cidade de Uberaba