terça-feira, 27 de dezembro de 2016

MESTRE ZINEGO

Foto:Túlio Reis

“Tá caindo fulô, ô tá caindo fulô
Tá caindo fulô, ô tá caindo fulô
Lá do céu, cá na terra, ô tá caindo fulô
Lá do céu, cá na terra, ô tá caindo fulô”

(Domínio popular)


Com sua elegância de todos conhecida, empunhando a espada em defesa de sua raça, de sua cultura, em defesa da vida e da liberdade! Nascido Manuel Nazaré, pela vida feito Zinego.

Lá vem Zinego, em traje branco bordado de verde e dourado, chapéu ornado com penacho em dia de glória e alegria.

O lamento da senzala é lembrança, memória que não deve nunca ser esquecida, e a sabedoria do velho Zinego, feito cerne de aroeira a escorar a tradição do povo negro.

Lá vem Zinego de espada na mão, sorriso no lábio, parece sustentar as almas dos que morreram cativos, marcha pela liberdade, seus passos de bailarino experimentado derramando pelas ruas de Uberaba um pouco da generosidade e alegria, espalhando a vontade de ser livre, exemplo pras novas gerações.

Lá vem Zinego,
Abrindo alas no ritmo dos tambores do Congo.

“O lá de dentro queiram me dá licença pra mim festejar o Rosário Santo…
O lá de dentro queiram me dá licença pra mim festejar o Rosário Santo…


Nóis tudo… nóis tudo neste mundo é nada
Nóis tudo… nóis tudo neste mundo acaba

Eu só não quero que acaba com esse dia
13 de maio é a nossa alegria

Eu só não quero que acaba com esse dia
13 de maio é a nossa alegria”
(Terno de Congo Minas Brasil)

Nascido em 17 de maio de 1.921, Manuel Nazaré finda sua jornada em 06 de outubro de 2006.

Silencia o tambor, o afoxé…

No longe, lá no subúrbio mais longe, repica o berimbau, nas mãos de um mestre solitário
“Bem-te-vi voou, voou, deixa bem-te-vi voar…”


A benção Mestre Zinego!