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quinta-feira, 11 de junho de 2020

CAUSOS DO CASTELÃO

A CONSTRUÇÃO DO ANFITEATRO


O Anfiteatro da Escola foi construído por duas razões: A primeira foi para acabar com a “escadinha do céu” onde as crianças subiam e de lá de cima pulavam num monte de areia que nunca foi utilizado servindo apenas para enganar que seria construído e ou terminado, “sem perceberem” que muitas crianças estavam quebrando pernas e braços ali; A segunda razão foi por desafio do então superintendente regional de educação que aquilo ali jamais seria terminado, ficando eternamente no esqueleto.

Tive uma idéia de mutirão e pensei: Quantos pais, avós, tios e amigos são pedreiros e poderiam nos ajudar? Foi aí que lembrei do Zé Pretinho da Monte Alverne, grande pedreiro amigo do Elmo Vieira, meu compadre e diretor da EM Boa Vista onde também trabalhei e nesse sistema construímos uma quadra poliesportiva com ajuda de todos. Assim como lá fiz no Castelão, pois o Zé Pretinho tinha filhos e netos alunos da nossa Escola Castelo Branco. Ao mostrar a ideia a ele, de imediato ele me propôs o seguinte: “Eu arrumo a turma e você nos dá Cachaça, não prá mim e sim prá turma, e almoço. Trabalharemos, de graça, nos finais de semana.

Os recursos, como sempre, saíram dos bailinhos, festinhas e das contribuições voluntárias de pais, aqueles 10 reais por mês. Do Estado nada e muito menos da superintendência. O Joãozinho Bill fez dois bailes com a sua Banda Union e foram suficientes. O Zé Pretinho reuniu mais de 20 voluntários e eu ia para cozinha fazer a macarronada regada a molho de tomate e carne moída. No Santos Guido comprávamos matérias com bom desconto além de não nos cobrar fretes. Foram 8 (oito) finais de semana e o anfiteatro foi concluído com o salão superior e três salas no inferior. Ninguém acreditava, mas acabamos com a “escada para o céu” além de criarmos cursos de inglês e música, a princípio violão, com professores independentes ao custo de 10 reais por aluno.

Hoje passo por lá, por fora claro, e vejo todo nosso esforço jogado por terra, pois ficou a Escola sob a régia do Estado, nada mais podendo fazer com a participação comunitária. Porém faço questão de enfatizar que a partir da administração do prof. Ademar Agrelli até à minha gestão todos os diretores foram honestos e dedicados à causa escolar. Antes disso houve aqueles que se endeusaram tanto que a comunidade nunca soube o que se passou “por baixo dos panos”. Em um certo dia um dos nossos colegas, professor antigo da escola infelizmente morto precocemente, me alertou: “Cuidado... Pare de fazer tanto, pois quanto mais você fizer mais podres do passado serão revelados e esses promotores dos podres do passado hoje ocupam cargos no Estado e ou no Município superiores ao seu e podem te prejudicar!!!” Não deu outra. Mas entrego o julgamento a Deus e ando de cabeça erguida na cidade, enquanto o “maioral” vive em prisão domiciliar e se esconde no espiritismo como “falso profeta da erraticidade”. No próximo “causo” falarei sobre o Cursinho. Até lá!

Paulo Lemos de Oliveira