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terça-feira, 19 de junho de 2018

Nilton Santos, a “ enciclopédia do futebol”

É o conjunto de conhecimentos humanos. Dominio deles. Arte, desenvoltura, técnica, cultura.
Pele´, o “ rei do futebol”. Garrincha, o “gênio”. Nilton Santos, a “ enciclopédia do futebol”. Sabia tudo, os mínimos detalhes esquadrinhados nos gramados do mundo por onde exibiu a sua primorosa técnica. Chamava a bola de “ meu amor”, tamanha a intimidade que tinha com ela. No longínquo ano de 1962, Brasil, bi-campeão do mundo, no Chile, Nilton Santos, pela primeira vez chorou. Convulsivamente. Mais que todos os outros bi-campões. Sabia ter alcançado quase o impossível: eleito, mais uma vez, “ o melhor lateral esquerdo do mundo !”, aos 37 anos ! Era o fim de uma carreira vitoriosa daquele excepcional craque ! Conhecendo todos os segredos da bola, nada mais à desvendá-la, tornou-se bi-campeão do mundo !...

Questionados por muitos jornalistas radicais ,principalmente de São Paulo, Nilton Santos, encarou o desafio com unhas e dentes. Não podia falhar ! E não falhou...Daí o seu choro de criança. Sem se envergonhar. Bi-campeão ! Nilton, vestiu apenas dois mantos sagrados, o do seu amado Botafogo (RJ) e o da seleção brasileira. Ganhou quase todos os títulos que disputou. Mas, dizia “ o bi do Chile, foi o mais difícil. Todos queriam ganhar do Brasil. A seleção correu perigo. Pelé, contundiu-se. Amarildo, entrou e soube bem substituí-lo. Era um grupo idoso. 4 anos mais velho da conquista na Suécia”...

O Brasil não podia perder. Os “ velhos” (Nilton,Djalma,Didi e Zito) comandavam. Numa Copa, o principal é a vontade de vencer. Jogar bonito ? Lembram-se de 82 e 86 ? O importante é a tranquilidade, aliada a garra. Coração à prova, determinação. O velho coração do experiente Nilton Santos, superou a técnica, a classe e a intuição malabarista do jogador brasileiro . Sangue frio na decisão, aliado a fatores à superar o adversário. Coragem e entusiasmo, são preponderantes às vitórias. O Brasil, anda precisando aumentar sua auto estima, tão em frangalhos nos últimos tempos...
Nilton Santos, chorou. Era sua última partida com a camisa “6” da seleção. Depois, só a saudade recolhida. A idade, para determinas profissões, é cruel. Não quis ser treinador. Dizia “ o futebol profissionalizou muito. Acabou o amor a camisa. Não suporto. Foge do meu estilo “. Lidou o resto da vida, ensinando os segredos da bola, aos meninos Principalmente os carentes. Em Uberaba, criou o projeto “Bola de meia”, na periferia da cidade. Depois de 5 anos na terrinha, transferiu-se para Brasilia, onde instalou o mesmo projeto. Só que lá, tem continuação... Aqui, infelizmente...
Tornei-me seu “amigo-irmão”, conforme relata no seu livro de memórias. Confidentes, até. No fim da vida, retornou ao seu inesquecível Rio de Janeiro. Célia, a eterna companheira, sempre ao seu lado. A casa de praia, o uisquinho no fim de tarde, a brisa do mar que tanto amava, o “papo” de futebol com os antigos. Tive esse privilégio. 

Nilton Santos, cumpriu sua meta: teve filhos, plantou árvores e escreveu um livro. Até que o “alemão” (Alzheimer) chegou. Não teve jeito. Botafogo pagou tudo. A “ enciclopédia” não morreu ! Está perpetuada no estádio que leva o seu nome : NILTON SANTOS !

Luiz Gonzaga Oliveira

terça-feira, 15 de agosto de 2017

Nílton dos Santos, mais conhecido como Nílton Santos

Nilton Santos

A “enciclopédia do futebol”, nome de um dos melhores estádios de futebol do Brasil,bi-campeão mundial (58/62), residiu durante 5 anos em Uberaba.Veio a convite do juiz Paulo Maia,hoje aposentado, Álvaro Lopes Cançado (Nariz),ex-diretor da Faculdade Federal de Medicina e deste insignificante contador de “causos” da santa terrinha, botafoguenses de alma e coração.

Na terra-mãe,já residia outro bi-campeão mundial,Djalma Santos, que peregrinou pelo mundo ensinando a arte brasileira do futebol,enquanto a família ficava na terrinha sagrada.Saudade !Nilton Santos,poderia ter percorrido o mesmo caminho do companheiro. Temperamento calmo,alegre e bonachão,parecia nem pertencer a galeria dos maiores astros do futebol mundial.Nascido na ilha do Governador,era o “jeitão” do carioca tranqüilo,sem preocupação.

Célia,a esposa, 30 anos mais nova do segundo casamento,era mineira de Manhumirim.Feitos um para o outro,amavam Uberaba.Nilton,contratado pela PMU,gestão Wagner Nascimento,lançou,dirigiu e executou um projeto pioneiro para tirar crianças da rua,dando-lhes oportunidade de recreação,educação e instrução escolar-esportiva, o “Bola de Meia”,aonde os garotos estudavam pela manhã; recebiam recreação à tarde.Meninos na iniciação do futebol e as meninas no voleibol, sob o comando da esposa Célia, voluntária do projeto.O “Bola de Meia” foi o embrião do Programa de Educação Integrada- o PROETI - que, infelizmente, não se sabe porquê, deixou de existir...

Amigo de Nilton Santos,Rafael de Almeida Magalhães,então Ministro da Previdência Social,ao visità-lo na terrinha, encantou-se com o projeto e tentou levá-lo para Brasilia.Nilton, resistiu.Porém, Uberaba perdeu não só o projeto,mas,também, a “enciclopédia do futebol”...

Conto-lhes:um servidor municipal, ligado ao futsal da cidade,trabalhando ao lado do bi-campeão,”boicotava”o seu trabalho.Tanto encheu a paciência do sempre calmo Nilton,que um dia,não suportando a carga de “mexericos” do mau colega,agarrou-lhe pelo pescoço e ia enfiá-lo no vaso sanitário da repartição(Sec.Esportes/Turismo)e dar uma sonoro e demorada descarga.O servidor,ainda envolto em “maracutaias”do dinheiro público,foi salvo pelo então secretário da pasta, advogado Ronaldo Reis.
Desgosto e agastado com o acontecido, Nilton Santos aceitou o convite de Rafael e mudou-se para Brasilia, onde realizou o projeto iniciado em Uberaba,todavia, com outro nome. Além de perder uma fantástica personalidade mundial,um excelente funcionário,o “Bola de Meia” não teve sequência.A sagrada terrinha ficou sem um dos seus munícipes mais ilustres.

No livro autobiográfico que escreveu “Minha bola, minha vida”, fala com carinho e saudade , dos anos felizes que viveu na nossa querida Uberaba-bão. Nilton Santos, faleceu no dia 27 de dezembro de 2013,no Rio de Janeiro,com o mal de Alzaheimer . Célia, a eterna companheira,morreu de um tumor no cérebro, na casa de praia que construíram em Araruama, região dos lagos. História que não poderia deixar de contar a vocês...

Luiz Gonzaga de Oliveira