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domingo, 19 de maio de 2019

A primeira Escola Normal (1881-1928)

A Escola Normal Oficial de Uberaba, como foi chamada inicialmente a Escola Castelo Branco, foi criada pela lei mineira nº 2.783, de 22 de setembro de 1881, e instalada em 12 de julho de 1882. Na época, era dirigida pelo Major Joaquim de Oliveira Pena (o Senador Pena).

A Escola resistiu à transição entre o Regime Monárquico e a República no Brasil, mas foi fechada no ano de 1905.

A segunda escola normal passou a funcionar no prédio do Lyceu de Artes e Ofícios, durante o ano de 1928. A escola cresceu, mas foi suprimida em 1938 “por motivos de economia”, durante o governo do Sr. Benedito Valadares, quando já contava com centenas de alunos.

Os esforços pela volta da única instituição normalista da cidade resultaram dez anos mais tarde, em 1948, nas gestões do governador Milton Campos, e do prefeito de Uberaba Boulanger Pucci, quando, finalmente, em 31 de agosto, é reinaugurada a Escola Normal e Ginásio Estadual de Uberaba. A partir daí, a Escola segue uma trajetória de sucessos que se segue até os dias atuais.

Inaugura-se a nova sede da Escola, à rua Coronel Manoel Borges, 35 (Centro). Sua inauguração foi marcada pela presença do Secretário de Educação, Dr. Abgar Renaut. Nesta época, a escola foi dirigida pelo Professor Leôncio Ferreira do Amaral, um conceituado e exemplar técnico em educação do estado de Minas Gerais.

1952-1959: Os problemas estruturais, a nova sede e o atraso nas construções

Até o final da década de 40, a escola crescia e o prédio em que estava instalada já não mais comportava a grande quantidade de alunos.

No início da década de 50, a Escola sofreu risco de ser fechada devido à superlotação. O então governador Juscelino Kubitschek, em visita a cidade de Uberaba, conhece a Escola Normal e face à situação que presenciou naquele local e perante à solicitações do diretor e um grupo de alunas, determinou que fosse arrendado um terreno para a construção da nova sede.

Os moradores do bairro Estados Unidos manifestaram-se publicamente várias vezes (inclusive criando abaixo-assinados) pela construção da nova sede na confluência entre as ruas Padre Leandro, Padre Zeferino e XV de Novembro. Esta área arborizada de 6.800 m² foi comprada pelo governo estadual para a construção da sede. Ficou encarregado o arquiteto Oscar Niemeyer do projeto arquitetônico do prédio. A obra iniciava-se em 1952, mas acabara paralisada no ano seguinte, por falta de recursos. A planta seguia o projeto de várias outras escolas que haviam sido instaladas no país anteriormente.

Enquanto isto, os discentes e docentes da Escola continuavam a ter aulas no prédio antigo, que estava condenado, cientes do início iminente da obra. No ano de 1958, o telhado de algumas salas instaladas no fundo daquele prédio cedeu, quase atingindo um professor que por lá passava. A situação alarmante em que se encontrava a sede antiga exigiu medidas rápidas: o governador Bias Fortes ordenou a continuação imediata da construção poucos dias depois.

Houve, no entanto, uma fuga do projeto original. Dado o reinício das obras, a perda de contato com Niemeyer, engajado na obra de construção da cidade de Brasília, a necessidade de se terminar rapidamente as obras e o aumento rápido de alunos na Escola contribuíram para a decisão de não seguir o projeto original. Espaços do projeto original (anfiteatros e laboratórios) foram convertidos em salas de aula. Posteriormente, foram repartidos para outros usos. O segundo bloco do projeto, um grande auditório, foi deixado para trás. No seu lugar foi construído outro bloco de salas de aula e outras dependências. Os demais espaços da Escola foram posteriormente repartidos ou passaram a ter outras finalidades. O segundo pavilhão só seria realmente edificado e entregue na década de 70.

Finalmente, em 12 de março de 1959, a Escola se transferia para o novo prédio (ainda inacabado), situado à Rua Padre Leandro, nº 121, Bairro Estados Unidos, onde está instalada até os dias atuais. O significado final do projeto, da forma com a qual ficou reconhecido baseia-se na ideia de que a estrutura do primeiro pavilhão simboliza um quadro-negro; a rampa que dá acesso ao segundo pavimento, representando um apagador. A cobertura de carros, na entrada da escola, um mata-borrão; e a caixa d'água, aos fundos da escola, um giz (apesar de ela ter sido construída décadas depois).

 Formatura da 4º ano, na Escola Normal em 1958, com o professor Leôncio, diretor. Foto do acervo pessoal de Rose Mesquita.

O Professor Leôncio fora destacado, em 1958, à dirigir o Instituto de Educação de Minas Gerais, sediado em Belo Horizonte. Em seu lugar assume o Dr. Paulo Pontes. Em 1 de maio de 1959, a população uberabense quis homenagear o ex-diretor pela expansão da instituição e seu método de educação, acrescendo ao nome da escola, o seu nome: Escola Normal Oficial Professor Leôncio Ferreira do Amaral. No ano seguinte e a seu pedido, a Secretaria de Educação a exoneração do cargo de diretor do IEMG, voltando a fazer suas funções antigas como diretor da Escola Normal.

Foto da Escola Normal - Rampa do prédio novo, década de 1950. Foto do acervo pessoal de Rose Mesquita.

O significado do projeto, que ficou marcado na história da escola, foi como o primeiro pavilhão original, representando o quadro negro; a rampa, que dá acesso ao segundo andar, representa o apagador; O arco na portaria da escola, o mata-borrão; e a caixa d’água, nos fundos da escola, o giz (apesar de ela ter sido construída décadas depois).

1968-1973: Crise na Administração

O Professor Leôncio teve sua identidade abalada nesta década. Ele fora acusado de envolvimento na falsificação de diplomas, adulteração de notas, desvio de verbas da instituição e atentados ao pudor. A Secretaria de Educação do Estado de Minas Gerais afastou-o do seu cargo, o que o fez, além de perder o emprego e remuneração, também recebesse a humilhação da população uberabense. Alguns alunos e comunidade continuaram a visitá-lo e apoiá-lo no processo contra o estado. Delegados, juízes, padres e membros do exército saíram em sua defesa. 

Nesta época ocorre mais uma alteração no nome da Escola: A portaria nº 340, de 10 de outubro de 1968, eleva a instituição à Colégio Estadual Professor Leôncio Ferreira do Amaral.

Em 12 de maio de 1970, o Professor Leôncio era demitido do cargo na direção da Escola, mesmo recorrendo de tal. No dia seguinte, nomeado no Diário Oficial de Minas Gerais, assumia a direção da escola o Professor José Thomaz da Silva Sobrinho. Somente em 1973, a justiça determinou que a acusação contra o diretor era falsa. O professor Leôncio fora ressarcido por danos morais, reintegrado nas suas funções e imediatamente aposentado por idade.

1970: O novo nome e a nova gestão

Conjuntamente à mudança definitiva no Corpo Dirigente da Escola, seu nome também foi mudado: O decreto estadual nº 12.866 mudava, em 31 de julho de 1970, o nome da instituição, de Colégio Estadual Professor Leôncio Ferreira do Amaral, para “Colégio Estadual Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco” , em homenagem ao presidente da República. Logo depois, 1974, em virtude da abolição dos colégios no estado de Minas Gerais, o nome é alterado para Escola Estadual Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco, vigente até os dias atuais.

Ainda no início da administração do Professor José Thomaz, foi desapropriada uma área de 1707 m², situado à Rua Padre Zeferino, s/nº, para futuras ampliações da escola. A área hoje compreende um grande ginásio, quadras esportivas, vestiários e local de armazenamento de itens para Educação Física.

Dias atuais: Uma trilha contínua de sucessos

Nos dias atuais, a Escola Castelo Branco posiciona-se entre as mais conceituadas e qualitativas escolas públicas de Uberaba. Apesar de dificuldades sofridas, a escola mantém uma categoria de destaque.

Em 1992 foi desenhado o primeiro molde do logotipo da Escola, no formato de triângulo de Penrose.

Em 1998, a Escola Castelo Branco completava 50 anos de vida, com uma homenagem muito especial de alunos e professores.

No ano de 2005, era lançado o Tecendo a Palavra: o Tecendo desta vez era anual, diferentemente do antigo O Estadual, é feito em colaboração com professores de Português, professores do Uso da Biblioteca e outros docentes das demais áreas, incluindo a Equipe Dirigente da escola. O jornal tem como intenção mostrar todas as atividades e projetos desenvolvidos pelos professores e alunos durante o ano letivo.

Em 2013, os alunos Nícolas de Oliveira e Julia Campos são reconhecidos internacionalmente com o prêmio NASA/Cassini Cientista por um dia(Scientist for a day)

Nosso compromisso com o futuro nos torna gigantes para dar cada vez mais passos adiante, procurando uma educação inovadora e qualitativa, para formar adultos civilizados, inteligentes e preparados.



Hino da Escola


Hino da Escola Castelo Branco

Caminheiros da nobre jornada
Das conquistas em prol do saber,
Pouco importam espinhos na estrada
Se sabemos cumprir o dever.

Contra o erro que a treva acorberta
Se levante o farol da instrução.
Numa esteira de luz sempre aberta
Aos que cegos, sem rumo, se vão.

Seja, assim, nesta casa querida
Que se forme nossa alma inda em flor,
Pra batalha incessante, renhida,
Na missão de ensinar com amor.

Combatentes do santo combate,
Sempre viva tenhamos a fé
Do heroísmo que nunca se abate,
Pela Pátria lutando, de pé!


Música: Maestro Renato Frateschi
Letra: Prof. Santino Gomes de Mattos




Endereço: R. Padre Leandro, 121 - Estados Unidos, Uberaba - MG, 38015-340

Fundação: 7 de setembro de 1992

Diretor(a): José Augusto da Silva Queiroz

Vice-diretor(a): Marcia (matutino) Maria de Lourdes Leandro Rocha (vespertino)

Lema: Educar é um ato de coragem, esperança e amor



Fonte: Escola Estadual Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco


Cidade de Uberaba